Telepata -Livro 4: Sendo Forte: Telepata, #4
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Sobre este e-book
Emmie enfrenta o maior desafio de sua vida quando ela percebe que seus amigos estão presos no prédio em chamas bem na sua frente. Telepata - livro 4: Sendo forte continua a história de uma menina que pode ler mentes, mas descobre que seu poder é às vezes uma maldição ao invés de uma ajuda. Ela será capaz de salvar seus amigos e enfrentar outros desafios em seu caminho. Quem pode ser responsável por um crime tão horrível... e o que o Ryan, o garoto estranho, que mora no fim da rua tem a ver com tudo isso? Você vai descobrir as respostas para essas perguntas e descobrir os detalhes de outros dilemas que Emmie terá que enfrentar. Sendo forte é outro livro de suspense nesta série maravilhosa. É a perfeita mistura de emoção, drama, ação, romance e amizade que as meninas irão adorar!
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Telepata -Livro 4 - Katrina Kahler
Fuga...
As chamas ficavam cada vez mais violentas enquanto o fogo ganhava força. Eu podia sentir o calor escaldante do meio da rua onde eu estava parada. Confusa com o baque que levei, fiquei sem condições de me mover. A imagem na minha frente não poderia ser real. Eu acordaria a qualquer momento de um aterrorizante pesadelo e perceberia com um imenso alívio que tudo não passava de um sonho horrível.
Mas aí, o som distante das sirenes se aproximando e os gritos do Sr. Jansen correndo loucamente em direção ao prédio, sacudiram-me de meu devaneio.
Comei a segui-lo como se meus pés tivessem vida própria, todos os meus pensamentos sobre minha própria segurança foram embora. Meus amigos estavam lá dentro e precisavam de ajuda!
Sr. Jansen começou a sacudir a porta, mas ela não abria. Jogou todo seu peso contra ela, mas a porta continuou ali, firme e forte. Gritando para que eu ficasse longe, ele chutou a porta com toda sua força até que conseguiu arrombá-la.
A fumaça atravessou a abertura da porta e então eu pude ver as chamas tomando conta de todo o andar, atrás da sala. Ainda gritando para que eu me afastasse Sr. Jansen entrou no meio de toda aquela fumaça e logo o perdi de vista.
Meu coração esmagava meu peito. O lamentável som das sirenes se aproximava, mas eu não consegui ficar ali parada só olhando tudo acontecer. Eu estava muito ansiosa, impaciente demais para ficar ali sem poder fazer nada esperando até que a ajuda chegasse. Então, sem pensar duas vezes, saí correndo e entrei no prédio.
O edifício foi tomado pela fumaça e estava muito difícil respirar e sem condições de enxergar alguma coisa ali. Sr. Jansen partiu em direção aos fundos do prédio. Era onde todos estavam. Fazia sentido olhar lá primeiro. Esperava que eles tivessem conseguido escapar pela porta dos fundos, mas por algum motivo que eu não consigo explicar, me senti atraída a subir as escadas para checar o nível superior do prédio.
Uma voz latejante sussurrava em meu ouvido, "Suba as escadas, Emmie! Suba as escadas!".
Quando olhei de relance para o corrimão, eu pude ver as chamas se aproximando. Hesitei por um momento, engoli seco e comecei a subir os degraus de dois em dois. Eu sabia que não podia perder mais tempo e se eu estava indo ajudar meus amigos, eu tinha que agi rapidamente. Eu tenho confiado em minha intuição, e até agora, ela nunca me desapontou. Eu só esperava que dessa vez não fosse diferente.
Tossindo e cuspindo aquela fumaça que enchia todo o interior da casa, eu me lembrei de um treinamento que tive na escola, e as palavras do bombeiro que apresentou um discurso.
Em caso de fogo, fique abaixado. Fica mais fácil para respirar. Eu lembrei que ele nos disse que o calor e a fumaça sempre fica no nível superior do ambiente, e quando ficamos o mais baixo possível maior é a chance de sobrevivência. Suas palavras gritavam em minha mente enquanto eu subia as escadas meio atrapalhada, fazendo de tudo para ficar perto da parede e evitar contato com o corrimão em chamas.
Quando eu cheguei lá em cima, eu vi que uma parte da parede foi completamente tomada pelas chamas e eu pude sentir o calor intenso vindo de lá. Examinando rapidamente a área, eu vi duas portas fechadas que obviamente dariam acesso para outras salas. Eu nunca tinha ido ao segundo andar antes. Essa parte do prédio era usada como um escritório e um armazém e eu não estava acostumada com o local.
Atraída pelas portas fechadas, eu permaneci ciente das chamas que estavam tomando conta das paredes. Mas no momento que ouvi um choro abafado pedindo socorro, eu sabia que tinha encontrado meus amigos.
Automaticamente levei a mão à fechadura da porta na minha frente, entrando em contato com o metal pegando fogo. Apesar da minha mente ter registrado o calor, a adrenalina correndo em meu corpo era muito maior. Instantaneamente, coloquei a mão embaixo da blusa e tentei novamente, mas ainda não consegui segurar a maçaneta.
Desesperada para entrar, eu dei um chute bem forte na porta, igual Sr. Jansen fez antes. A porta estremeceu, mas nada de abrir, então como uma força que eu não conhecia, eu continuei chutando, até sentir a madeira da porta lascando embaixo dos meus pés.
Abruptamente, o trinco caiu e a porta balançou para dentro, ao mesmo tempo em que uma onda de chamas lançou-se sobre mim.
Dando um salto pra trás, eu pude ver o rosto dos meus amigos através daquela densa fumaça. Parecia que o fogo de repente se acendeu ao redor de toda porta. Quando vi o terror estampado no rosto do Mille, eu senti meu estômago embrulhar de medo.
Foi quando, como se um milagre acontecesse logo atrás de mim, as chamas que estavam bloqueando a saída se dispersaram, e por alguns minutos a área estava limpa. Assumindo o controle, Blake que estava segurando forte o braço de Julia, saiu rompendo o espaço e chamando os outros para segui-lo.
Sem tempo a perder, eu me virei e fui em direção de onde eu tinha vindo. Foi puro instinto que me levou para a escadaria. Mas, as paredes estavam quentes demais para se apoiar e as chamas entraram em erupção a nossa volta. Mas milagrosamente, todos nós conseguimos descer as escadas e chegar até a porta da frente, por onde saímos com segurança.
Eu tive a certeza que mais uma vez meu pai esteve ali para me guiar, que foi a voz calma dele em minha cabeça que me encorajou a entrar naquele prédio em chamas. E quando chegamos lá fora, e nos deparamos com a cara de assustados daqueles bombeiros que tinham acabo de chegar, eu fiz uma oração silenciosa de agradecimento.
Senti um cobertor sendo jogado sobre meus ombros e fui levada até a ambulância. Dominada por um imenso alívio, eu respirei fundo várias vezes tentando acalmar os batimentos frenéticos do meu coração. Mas aquele alívio desapareceu no instante em que avistei um rosto familiar no meio daquela multidão de curiosos que cercavam a área.
Os olhos escuros penetrantes que se destacavam entre aqueles rostos preocupados, me chamou atenção imediatamente. Eu tinha certeza que eram os olhos dele; os olhos daquele menino malvado que morava do outro lado da rua. Mas quando olhei novamente parecia que ele tinha sumido, e apesar de ter feito uma varredura minuciosa com meus olhos tentando encontrá-lo, não vi nenhum sinal dele.
Talvez tivesse sido só minha imaginação. Ou talvez não tivesse sido ele. Mas aí meu comecei a sentir meu corpo todo formigando e aquela sensação foi lentamente tomando conta dos meus sentidos, aquela sensação que eu conhecia muito bem. Foi uma sensação momentânea e sombria, que fez meu estômago embrulhar me deixando desconfortável.
Olhando para a multidão em busca da figura temida, que eu sabia que estava escondida ali em algum lugar, de repente eu senti que ele era o culpado. Mas isso estava além do seu habitual comportamento ameaçador e perseguidor. Essa atitude foi de uma pessoa seriamente perturbada!
Porém a questão era como lidaríamos com essa situação?
A consequência...
As imagens do fogo continuavam aparecendo em