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Rimas Infantis de Tradição Oral
Rimas Infantis de Tradição Oral
Rimas Infantis de Tradição Oral
E-book369 páginas1 hora

Rimas Infantis de Tradição Oral

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Sobre este e-book

A obras contém as seguintes composições: Rimas de animais; Adivinhas rimadas; Rimas de brincadeira; Canções infantis; Rimas sobre o corpo humano; Rimas de embalar; Rimas de "Era uma vez"; Exorcismos e maldições; Histórias em verso; Rimas de jogos; Rimas do Sarapico; Rimas de selecção; Rimas com números; Lengalengas; Rimas que ridicularizam o nome de pessoas e profissões; Rimas que louvam ou ridicularizam as terras; Rimas de zombaria; Orações jocosas; Regras infantis; Rimas de resposta e contra-resposta; Trava-línguas.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de jan. de 2018
ISBN9789898392626
Rimas Infantis de Tradição Oral
Autor

José Leon Machado

José Leon Machado nasceu em Braga no dia 25 de Novembro de 1965. Estudou na Escola Secundária Sá de Miranda e licenciou-se em Humanidades pela Faculdade de Filosofia de Braga. Frequentou o mestrado na Universidade do Minho, tendo-o concluído com uma dissertação sobre literatura comparada. Actualmente, é Professor Auxiliar do Departamento de Letras da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro, onde se doutorou em Linguística Portuguesa. Tem colaborado em vários jornais e revistas com crónicas, contos e artigos de crítica literária. A par do seu trabalho de investigação e ensino, tem-se dedicado à escrita literária, especialmente à ficção. Influenciado pelos autores clássicos greco-latinos e pelos autores anglo-saxónicos, a sua escrita é simples e concisa, afastando-se em larga medida da escrita de grande parte dos autores portugueses actuais, que considera, segundo uma entrevista recente, «na sua maioria ou barrocamente ilegíveis com um público constituído por meia dúzia de iluminados, ou bacocamente amorfos com um público mal formado por um analfabetismo de séculos.»

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    Rimas Infantis de Tradição Oral - José Leon Machado

    NOTA INTRODUTÓRIA

    Uma boa parte das composições que apresentamos foram recolhidas pelos alunos das Licenciaturas do Primeiro Ciclo do Ensino Básico e de Educadores de Infância do Polo de Chaves da Universidade de Trás-os-Montes e Alto Douro (Portugal) entre o ano de 2000 e 2002 no âmbito de um trabalho para a unidade curricular de Literatura Infanto-Juvenil. O objetivo do trabalho era que cada aluno recolhesse uma ou mais composições de tradição oral junto dos seus familiares ou vizinhos e que as transcrevesse o mais fielmente possível. O professor selecionou aquelas que lhe pareceram estar de acordo com esse objetivo, limitando-se a corrigir erros de ortografia e de sintaxe e cortando redundâncias.

    Rimas de animais

    1. Joaninha

    Joaninha avoa, avoa

    Que o teu pai foi a Lisboa

    Buscar um carro de pão

    Para ti e para o João.

    Tibães, Braga

    Joaninha voa, voa

    Que o teu pai foi a Lisboa

    Buscar um naco de pão

    Pra ti e pró teu irmão.

    Marinhas, Esposende

    Joaninha voa, voa,

    Leva as cartas a Lisboa.

    À vinda vem por aqui

    Que eu dou-te pão e cebola.

    Lixa do Alvão

    Joaninha voa, voa,

    Leva as cartas a Lisboa.

    Ao passares pela minha porta

    Dou-te pão e cebola.

    Chaves; Monte D’Arcas, Valpaços

    Joaninha voa, voa,

    Leva as cartas a Lisboa.

    De Lisboa a Mirandela

    Cose o cu com uma sovela. [1]

    Miranda do Douro; Bornes, Macedo de Cavaleiros; Amendoeira, Macedo de Cavaleiros

    Joaninha voa, voa,

    Leva as cartas a Lisboa

    Que está lá tua madrinha

    Que te dá pão e sardinha. [2]

    Celorico de Basto; Santo Adrião, Vizela

    Joaninha voa, voa,

    Que o teu pai foi a Lisboa

    Buscar pão e cebola

    Prà amanhã prà tua boda.

    Fojo, Moreira do Lima, Ponte de Lima

    Joaninha voa, voa,

    Que o teu pai foi a Lisboa

    Buscar um carro de mato

    Pra tapar o teu buraco.

    Trofa

    Joaninha voa, voa,

    Que o teu pai foi a Lisboa

    Buscar pão e cebola.

    Montalegre

    Joaninha voa, voa,

    Que o teu pai foi a Lisboa

    Comprar um facão

    Para te espetar no coração.

    Ovar

    Voa, voa joaninha

    Que o teu pai foi a Lisboa

    Foi comprar uma faca de latão

    Para te espetar no coração.

    Vilarelho da Raia, Chaves

    Joaninha voa, voa,

    Leva as cartas a Lisboa.

    Ao passares à minha porta

    Dou-te pão e cebola.

    Santo António de Monforte, Chaves

    Joaninha voa, voa,

    Que o teu pai está em Lisboa

    com o rabo da sardinha,

    para dar à Joaninha.

    Guimarães

    Joaninha voa, voa

    Que o teu pai foi pra Lisboa

    Com um saco de feijões.

    Lá vai ele aos trambolhões.

    Cambres, Lamego

    Joaninha voa, voa

    Que o teu pai está pra Lisboa

    Com um saquinho de farinha

    Para dar à Joaninha.

    Cambres, Lamego

    2. Está a chover...

    Está a chover e a dar sol

    Na casinha do rouxinol.

    Rouxinol está doente

    Com uma pinga de aguardente.

    Tibães, Braga

    Está a chover e a dar sol

    Na casa do rouxinol.

    Rouxinol está doente

    Com calinhos de aguardente

    Monsul, Póvoa de Lanhoso

    Está a chover e a dar sol

    E a raposa de guarda-sol.

    Lixa do Alvão

    A chover e a nevar

    E a raposa no quintal,

    A lavar os cueirinhos

    Para amanhã se casar.

    Monte D’Arcas, Valpaços

    A chover e a nevar

    E a raposa no quintal,

    A pôr ovos prò natal.

    Monte D’Arcas, Valpaços

    Está a chover e a nevar

    E a raposa atrás do lar

    A fazer a camisinha

    Para amanhã se casar.

    Lixa do Alvão

    Está a chover, está a pingar.

    A raposa no quintal

    A apanhar as batatinhas

    Para o dia de Natal. [3]

    Cabeçudos, Famalicão

    Está a chover e a dar sol.

    A raposa no quintal

    A fazer uma camisola[4]

    Para o dia de Natal.

    Celorico da Beira; Fradelos, Braga

    A chover e a nevar,

    A raposa no quintal

    A fazer os vestidinhos[5]

    Para o dia de Natal.

    Travancas, Chaves; Miranda do Douro

    A chover e a nevar

    A raposa no quintal

    A fazer a casotinha

    Para o dia de Natal.

    Moreira de Rei, Fafe

    A chover e a nevar

    A raposa no quintal

    A partir os cavaquinhos

    Para a noite de Natal.

    Fontelo, Lamego

    Está a chover e a dar sol

    E o senhor com um guarda-sol

    A fazer chá quente

    Para o menina que está doente.

    Guimarães

    A chover e a dar sol,

    O senhor com o guarda-sol;

    A raposa no quintal

    A lavar a casaquinha

    Para o dia de Natal.

    Sobradelo da Goma, Póvoa de Lanhoso

    Está chover, está a pingar,

    A lagarta no lagar,

    A apanhar as cerejinhas

    Para o dia de Natal.

    Santo António de Monforte, Chaves

    3. Cuco

    Ó cuquinho da ribeira:

    Quantos anos me dás de solteira?

    Lixa do Alvão

    Ó cuco da alforada,

    Quantos anos me dás de casada?

    Granjinha, Chaves

    Ó cuquinho de Aveiro,

    Quantos anos me dás de solteiro?

    Lixa do Alvão

    Cuco do maio, cuco da ribeira;

    Quantos anos me dás de solteira?

    Castelões, Chaves

    Cuco do mar, cuco da ribeira,

    Quantos anos me dás de solteira?

    Ventuzelos, Chaves

    Ó cuco ramalheiro,

    Quantos anos me dás de solteiro?

    Montalegre

    Cuco do mar, cuco da rabiça,

    Quantos anos me dás

    Para comer uma chouriça?

    Ventuzelos, Chaves

    Cuco da aveia, cuco da maia,

    Quantos anos me dás de solteira?

    Vila Real

    Cuquinho da ribeira,

    Quantos anos me dás de solteira?

    Vila Real

    Ó cuco ramalheiro,

    Quantos anos me dás de solteiro?

    Ó cuco ramalhado,

    Quantos anos me dás de casado?

    Frades, Póvoa de Lanhoso

    4. Galinha

    Para que a criança coma, com o indicador apontar a mão do bebé e cantar:

    Põe, põe pitinha o ovo.

    E o menino papa-o logo.

    Lixa do Alvão

    Põe pipi aqui o ovo

    Que (o nome da criança) papa-o todo.

    Santa Eulália, Vizela

    A pitinha põe o ovo

    Prò João o comer todo.

    Barcelos

    Aqui pôs a pitinha o ovo.

    Veio a menina, papou-o todo.

    Ela o coze, ela o assa,

    Ela o vai vender à praça.

    Guimarães

    O piupiu

    Põe o ovo

    E a galinha

    Papa-o todo.

    Senhora da Hora, Porto

    Põe aqui galinha o ovo

    Que (diz o nome) papa todo,

    Cozidinho, escalfado,

    Também papa estrelado.

    Lagares, Penafiel

    A galinha põe o ovo,

    A menina papa todo.

    Ou cozido ou estrelado,

    Sempre come o seu bocado.

    São Cosme, Gondomar

    O pintainho

    Fugiu, fugiu.

    Tropeçou numa pedra,

    depois caiu.

    A dona galinha

    ficou zangada,

    pegou no pintainho,

    deu-lhe uma palmada.

    Guimarães

    Somos pintos, piu, piu, piu,

    Pequeninos, piu, piu, piu,

    E lá vamos, piu, piu, piu,

    Para o quintal, piu, piu, piu.

    Vamos todos, piu, piu, piu,

    A correr, piu, piu, piu,

    Às ervinhas, piu, piu, piu,

    Para comer, piu, piu, piu.

    Guimarães

    Três pintainhos tem minha tia,

    Tem minha tia Maria;

    Um que canta, outro que pia,

    Outro que chama tia Maria.

    Ponte de Lima

    5. Grilo

    Para tirar um grilo do buraco, diz-se:

    Grilo, grilinho

    Sai do buraquinho.

    Grilo, grilão

    Vem à minha mão.

    Lixa do Alvão

    Gri, gri, sai daí,

    Se não mijo-te aí.

    Chaves

    Grilo cantador,

    Ó que lindo cheiro

    Tem esta flor!

    Lixa do Alvão

    Gri, gri, sai, sai,

    Que vem aí o teu pai

    Com uma faca de matão[6]

    Para te espetar no coração.

    Fojo, Moreira do Lima, Ponte de Lima; Santo Adrião, Vizela

    Gri, gri, anda à porta,

    Que andam as cabritinhas na horta.

    Fojo, Moreira do Lima, Ponte de Lima

    Sai da toca grilinho,

    Sai da toca, sai da toca

    Que eu já te vi;

    Se me fazes ir à toca,

    Grilinho,

    Ficas fora de mim.

    Chaves

    Grilinho à toca, à toca,

    Que andam as cabrinhas na horta,

    Os bacorinhos no milho,

    Anda tudo num sarilho.

    Monsul, Póvoa de Lanhoso

    Grilinho sai, sai,

    Que vem teu pai

    À porta da missa

    Comer uma chouriça.

    Grilinho sai, sai,

    Que vem o teu pai

    Com a faca na mão

    Que te corta o coração

    Com uma fita amarela

    Que te corta a goela.

    Santa Eulália, Vizela

    6. Caracol

    Acompanhado de música:

    Não paga renda de casa,

    Não atura o senhorio,

    No verão não tem calor,

    No inverno não tem frio.

    Caracol, caracol, caracol,

    Põe os corninhos ao sol.

    Semelhe, Braga

    Caracol, caracol

    Sai da casota

    E põe a barriga ao sol.

    Lixa do Alvão

    7. Gato

    Sape gato lambareiro,

    Tira a mão do açucareiro.

    Lixa do Alvão

    Gato no sapato,

    Anda cá que eu já te mato.

    Montalegre

    – Bichinha gata

    Que papaste tu?

    – Sopinhas de leite.

    – Guardaste-me delas?

    – Não guardei.

    – Com que as tapaste?

    – Com o rabo do gato.

    – Sape gato,

    Não vás ao mato.

    Lixa do Alvão

    Fazendo festinhas na cara das pessoas:

    Bichinha gata,

    Vens tão farta da cozinha

    Papar galinha miau.

    Santa Eulália, Vizela

    Ó gato tem cautelinha

    Com a pontinha do pau.

    Se não tiveres cautela,

    Dirás: miau, miau

    Atães, Guimarães

    A pata da gata

    Ata, ata e desata.

    Abaças, Vila Real

    8. Sardão

    Sardão come pão quente,

    Alça o rabo e pincha à gente.

    Lamas, Ribeira de Pena

    Sardão, sardonete,

    Anda cá minha piurreta. [7]

    Gilmonde, Barcelos

    Sardão pão quente

    Arreguicha o rabo

    E salta para a gente!

    Sobradelo da Goma, Póvoa de Lanhoso

    Sardão pão quente,

    Quem te deu tamanho dente?

    Foi o gato da bugalha

    Que meteu areia na fornalha!

    Sobradelo da Goma, Póvoa de Lanhoso

    Sardão sarapintão,

    Terricó-có, tiroliroló,

    Cabeça até ao rabo,

    Ai Jesus, ó minha avó!

    Viana do Castelo

    9. Sapo

    Sapo jururu

    À beira do rio.

    Quando o sapo canta,

    Ó maninha,

    É porque tem frio.

    Lixa do Alvão

    Sapo, sapinho,

    Cor de marfim,

    Cata bichinhos

    No meu jardim.

    Monte D’Arcas, Valpaços

    Sapo pr’aquele canto!

    Se amanhã aqui estiveres,

    À vida te rapam outro tanto.

    Sobradelo da Goma, Póvoa de Lanhoso

    10. Papagaio

    Papagaio

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