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O Véu da ISIS: D.I Johnston/Livro2
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O Véu da ISIS: D.I Johnston/Livro2
E-book112 páginas1 hora

O Véu da ISIS: D.I Johnston/Livro2

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Sobre este e-book

Um veloz thriller de crime. Brutal, mas com pitadas de humor negro. Um terrorista solitário ameaça o governo do Reino Unido e deixa uma trilha de desordem no seu caminho.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento22 de ago. de 2018
ISBN9781547538768
O Véu da ISIS: D.I Johnston/Livro2

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    O Véu da ISIS - Scot MacKenzie

    O Véu da ISIS

    Ele olhava para frente sem pisar. Havia um sorriso forçado no seu rosto bronzeado. Os braços pendiam livres ao seu lado. Ele sentava na posição de lótus em uma poltrona surrada. Ele estava morto.

    O chuvisco de Manchester era horrível. Parecia tão inquietamente depressivo. O Detetive Inspetor Johnston levantou o colarinho do seu sobretudo enquanto descia Deansgate seguindo o canal até que pudesse ver alguns golpistas a mais ou menos 100 metros de distância no canal coberto por névoa. Era novembro, mas era possível sentir os braços gélidos de dezembro se aproximando.

    O Detetive Inspetor Jones o viu ao longe e Johnston o viu entornando uma caneca quentíssima de chá Tetley. Encorajado, Johnston se apressou.

    - Oi Dave – Johnston falou com os indícios de gripe.

    - Oi escocês – Jones disse enquanto o entregava uma caneca de chá preto. Ele apontou para os dois policiais a paisana para que voltassem ao trabalho.

    - Qual é a emergência desta vez?

    - Não é uma emergência, escocês, é uma oferta.

    Jones entregou um pacote de quatro barras de Kit Kat para Johnston.

    - Que tipo de oferta?

    - O tipo que você pode recusar se quiser... Eu gostaria de trabalhar com você de novo, juntos como da última vez.

    - Por que a nata de Manchester iria conspirar com um policial caipira qualquer? – Johnston perguntou meio jocosamente.

    - Algumas razões...  mas vamos observar o nosso interesse comum.

    Jones pediu que Johnston entrasse no Bluebird. Ele gentilmente forçou a sua larga estrutura no convés da barca imóvel. Jones o seguiu e apontou para o convés de baixo.

    Ali ele se sentou imóvel. Como se na mais profunda meditação. Exceto que seus olhos estavam abertos, bem abertos, na verdade costurados abertos. Isso não era um Buda congelado no estado de nirvana. Este cadáver estava amarelando como uma vela de sebo.

    - Há quanto tempo ele está assim?

    - Não sabemos... Alguns dias... Algumas semanas? – Jones sorriu.

    - Como que ele superou os limites corpóreos?

    - Não tenho certeza... Olhe de perto, escocês.

    Jones apontou com a mão para que Johnston examinasse o cadáver.

    - Use esse guardanapo se você for tocá-lo. Os médicos forenses querem examiná-lo ainda hoje. Nós fotografamos tudo na barca e tudo fora dela, incluindo por baixo.

    Johnston se aproximou do Buda e pegou o guardanapo. Ele examinou o rosto amarelado de um homem asiático aos seus quarenta anos. Fitando no seu rosto sorridente, Johnston detectou os grossos e desorganizados pontos que seguravam as suas pálpebras. Na boca os pontos eram ainda mais desnivelados. A boca tinha sido deslocada em um enorme sorriso de palhaço. Johnston usou o guardanapo para abrir a grossa camisa de algodão no seu peito. As linhas negras de pontos percorriam ambos os seus ombros e rodeavam seus braços como braçadeiras. Um solavanco de compreensão forçou Johnston a cambalear para trás momentaneamente. Este não era um Buda qualquer – Os braços de cor de marfim pareciam grandes em comparação ao torso bronzeado.

    Mais verificação revelou para Johnston que o Buda não teria problema algum em manter a posição de lótus já que as suas pernas marrons estavam presas na posição sagrada por mais pontos pretos.

    - Algum outro pedaço somado ou subtraído? – Johnston perguntou zombeteiramente para Jones.

    - Não. Eu acho que você viu todos.

    - Medonho.

    - Sim... e complicado.

    - A mídia...?

    - O que têm eles?

    - Eles sabem que algo está acontecendo... Estamos vazando, se me permite a piada náutica.

    - É, acho melhor você se esforçar para este caso não virar um peso morto.

    Johnston sorriu.

    - Certamente morto já está... O Manda-Chuva quer que isso seja resolvido discretamente, o mais discretamente o possível, por razões obvias. É aqui que você pode ajudar...

    - Dave, você tem quatro vezes mais mão de obra e provavelmente quatro vezes mais capacidade intelectual que nós.

    - Não sei nada de intelectual. Nós não sabemos nem por onde começar neste caso... Mas suspeitamos que a barca viajou pelo sistemas de canais Rochdale.

    - Por que?

    - Há um circuito fechado de imagens aqui e mais a frente no canal, e não há sinal da barca nas câmeras. Quem sabe quando ele foi morto, mas a barca só chegou aqui ontem de manhã. A única explicação é que ela viajou de noite pelo sistema de canais, por isso não foi vista pelas câmeras.

    - Você quer que nós nos concentremos na barca...

    - Whattle está a quinze minutos de carro do começo dos canais...  também se separarmos as investigações, então o nosso vazamento não terá toda a história.

    - Ótimo... Quando começamos? – Johnston murmurou sarcasticamente.

    - Fico feliz de ter você a bordo! – Jones comentou com ares de satisfação.

    - Eu vou levar estas fotos comigo. Começaremos pela barca.

    - Ok, mas imagino que a etapa mais crucial seja encontrar a identidade do João Bobo ali, caso contrário estamos ferrados desde já.

    - Isso  vai ser um pouco difícil. Será que realmente podemos mostrar uma foto dele assim para o público? Alguém vai nos processar por brutalidade policial.

    - Eu vou ver o que os nossos nerds da computação podem fazer para arrumá-lo. Eles podem usar Photo shop ou algo do gênero para repintá-lo. Ele vai parecer normal em um piscar de olhos.

    - Ok. Eu imagino que você tem liberação provisória do superintendente?

    - Sim.

    - Ok. Eu começo hoje. Me envie as fotos retocadas assim que puder.

    Johnston deu para Jones uma velha caneca. Ele meio que sorriu e meio que fez careta enquanto ele dirigiu de volta pelo canal. O chuvisco ainda estava caindo quando Johnston levou a velha viatura pelo Deansgate para a estrada A85. Dois ou três quilômetros depois de Salford Johnston parou.

    - Parkie, é o escocês... Eu te aguardo no Velho Relógio por volta das 16:00. Urgente.

    O estacionamento estava vazio quando Johnston chegou às 15:50. Ele podia ver a careca de Parker por cima de uma janela de vidro fosco. Este era o bar favorito de Johnston. A Taverna do Velho Relógio na floresta de Bowland era tão velha como a guerra civil inglesa e era o bar predileto de comandantes parlamentaristas, onde podiam encher a cara sem medo de perturbar seus irmãos mais puritanos. Ocasionalmente parecia que os sanduíches também eram tão velhos como a guerra civil, mas a cerveja era sempre confiável... Digna de um Monarquista.

    Parker levantou um copo vazio quando o escocês entrou.

    - Dois copos de Old Peculiar.

    - Isso vai custar £6,75.

    Johnston apalpou a sua carteira e retirou uma nota de cinco libras e algum trocado.

    Parker estava fitando o cartão de corridas noturnas do Hipódromo de Kempton

    - Jim, Jim... Quando será que você vai se colocar nos eixos? Eu achei que você tivesse apostado nos jumentos.

    - É o esporte dos reis, escocês.

    - Esporte dos desistentes parece mais fidedigno.

    - É como... ser um detetive... você encontra centenas de dicas e tem que resolver o problema.

    - Quem é o ganhador?

    - Ou quem cometeu o crime?

    - Você está seriamente sugerindo que descobrir qual cavalo vai ganhar é equivalente a resolver um crime? – Johnston perguntou enquanto bebia um terço da sua cerveja preta.

    - Parker gentilmente bebericou a dele enquanto ele elaborava uma resposta racional.

    - Em certos aspectos.

    - Bom, eu sugiro que você comece a estudar a coletânea de Perry Mason a partir de amanhã, porque consegui uma difícil tarefa para nós dois.

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