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Os mentirosos beijam melhor
Os mentirosos beijam melhor
Os mentirosos beijam melhor
E-book106 páginas1 hora

Os mentirosos beijam melhor

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Sobre este e-book

As cartas de tarô preveem o grande amor, mas Jana está cética. Depois de dois anos solteira, ela perdeu a fé no fato de que encontraria "a pessoa certa". Mas então ela encontra seu atraente vizinho Lex e, de repente, não tem mais certeza se o tarô tem razão. Se não fosse esta outra carta que afirma que tudo acabaria logo...

"Os mentirosos beijam melhor" é a pré-sequência de "Nunca beije o seu ex!"

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento6 de set. de 2018
ISBN9781547538942
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    Os mentirosos beijam melhor - Birgit Kluger

    1

    Domingo

    VI: Os enamorados

    Encontrarei meu grande amor. Ha. Ha.

    Em dúvida, olhei a carta que estava na mesa diante de mim. Todas as noites eu tirava uma carta do meu baralho de tarô, para descobrir o que me esperava no dia seguinte. Nunca tinha tirado ‘Os enamorados’ antes.

    Para outra pessoa eu diria: encontrarás o amor de sua vida – murmurei e tirei a próxima figura colorida. Usava o tarô Röhrig, um baralho que geralmente consulto para responder as perguntas dos meus clientes; pessoalmente, preferia o tarô Haindl. No entanto, hoje me deu vontade de consultar esse baralho moderno e quase piegas.

    Enrolei uma mecha de cabelo no meu indicador, ainda mais descrente da interpretação que deveria dar àquele arcano. ‘Os enamorados’ é uma das poucas cartas de tarô que tem um significado claro.

    Amor? Na minha vida?

    Estava solteira há dois anos. No começo aproveitei a solteirice, mas faz tempo que isso passou. Talvez em breve eu encontre o homem dos meus sonhos?

    Pouco provável – sussurrou uma voz na minha cabeça. Meu lado cético não estava convencido com apenas uma carta.

    Talvez eu devesse tirar mais uma? Só para ter certeza?

    Com os dedos, tamborilei num ritmo nervoso. Devia deixar assim. Nunca é bom querer saber demais.

    Uma única cartinha não fará mal nenhum – respondi alto. Daí eu paro. De verdade.

    Minha mão tremia um pouco quando a estiquei, toquei o baralho de modo indeciso e comecei a embaralhar as cartas. Macia e suavemente, elas deslizavam entre minhas mãos: um bom sinal, pois havia dias em que as cartas quase colavam umas nas outras; dias em que não queriam ser consultadas.

    Distribui as cartas na minha frente com as imagens para baixo. Então coloquei minha mão esquerda, a mão dos sentimentos, sobre uma delas e a virei.

    Maldição! Eu sabia!

    Levantei-me e marchei para a cozinha minúscula, para fazer um café. O que eu precisava agora era de uma boa dose de cafeína: minha própria versão do 'descontar a frustração na comida'.

    "Pode ser também que o '7 de espadas' indique minha desconfiança" – argumentei enquanto colocava um sachê na cafeteira e procurava uma xícara limpa.

    Não deveria ter perguntado.

    Apertei o botão de iniciar e olhei a avenida Tegernseer pela janela. O tráfego se contorcia pela cidade: embora fosse domingo à noite, os carros se amontoavam.

    Não queria admitir o real significado do ‘7 de espadas’: encontraria meu verdadeiro amor, mas a coisa toda poderia ser condenada ao fracasso desde o início.

    Eu acho que o tarô o coloca em confronto com suas próprias preocupações e medos – disse Adriana, uma colega minha. Nós consultamos uma a outra quando queremos ter um vislumbre do futuro.

    É possível, mas você sabe que eu sempre tenho uma tendência a interpretar as cartas como eu gostaria que fosse. Diria a qualquer outro que a coisa toda estaria condenada a falhar.

    Então é isso

    Fiz uma careta. Normalmente, a franqueza era uma das características que eu mais gostava na Adriana; hoje eu a teria dispensado de muito bom grado.

    Você poderia verificar para mim? – perguntei timidamente.

    Não. Você já perguntou. Contente-se com a resposta.

    Hmmmm.

    Isto é exatamente o que você diria aos seus clientes – ela me lembrou.

    Eu sei, mas não tenho que gostar.

    É verdade. Adriana ficou em silêncio por um momento. Você ainda tira uma carta todos os dias? – perguntou em seguida.

    Suspirei. Ter uma colega clarividente pode ser muito irritante.

    Não, só aos domingos, para ver como será a semana – menti. Não foi exatamente uma mentira. Eu tinha a intenção de consultar o tarô somente uma vez por semana e quase funcionou. Quase. Até agora eu tinha conseguido verificar o tarô somente uma, e não diversas, vezes ao dia.

    Sei, sei. O ceticismo vibrava na voz de Adriana.

    Sim, é verdade. Tenho que ir agora. Amanhã faremos prova

    Ok, boa sorte.

    Com um suspiro profundo, desliguei o telefone. A consciência pesada surgiu. Também tinha enganado a Adriana com essa última afirmação: teríamos prova só no fim do semestre, ou seja, daqui a mais ou menos seis semanas. De qualquer forma, ela provavelmente sabia disso.

    2

    Quarta-feira

    Princesa de espadas

    Uma rebelde. Deve ser outra pessoa. Alguém que tenha mais coragem do que eu.

    Sem problemas. Eu estava atrasada só dez minutinhos e isso não seria notado no grande auditório, tentei me acalmar. Já odiava chegar atrasada na escola: entrar na sala de aula e ser encarada por todos. Por sorte, isso era diferente na universidade: sentar-se com quinhentos colegas em uma sala de aula significava que a cada cinco minutos outro estudante chegava atrasado.

    Abri a porta e entrei no auditório. Em vez de centenas de alunos se espremendo nos assentos, dava para ver somente cerca de vinte deles ocupando as duas primeiras fileiras. Todo mundo me olhou.

    O professor, que estava rabiscando símbolos estranhos no quadro, também se virou na minha direção.

    Que bom! Você achou o caminho para fora da cama!

    Desculpe, eu... eu perdi o metrô – murmurei e notei como fiquei vermelha.

    Talvez deva arrumar sua roupa também – disse o professor, ao que meus colegas reagiram com uma risada. Olhei-me e senti um calor no rosto, que, do contrário, só se reconhecia em fluxos de lava: minha saia curta tinha se enroscado na meia-calça e dava para ver minha calcinha. Maldição! Apressada, puxei o tecido com força, alisei-o e me joguei no primeiro lugar que estava vazio.

    O Sr. Meinert –esse era o nome do professor que dava aula de ‘Economia Política I’– virou-se novamente para o quadro. Com um gemido, escondi a cabeça em minhas mãos: era demais para a minha entrada discreta em uma sala de aula lotada.

    Ei, isso acontece comigo o tempo todo.

    Levantei a cabeça e só então notei quem estava sentado ao meu lado. Minha vizinha sorria gentilmente para mim. Assim como

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