Coração de Búfalo: A força e a coragem da poesia

De Marcos Delgado Gontijo

A sanha sensorial de Marcos D. Gontijo é grande, voraz. Nada menos que o arrebatamento parece lhe interessar. Ele tem o encanto pela infinitude das coisas, das quase imperceptíveis às grandes demais para nossos olhos. Mas não para a alma. O búfalo Gontijo inspira, liga a ignição. Quantas vezes precisar. Na coragem, no peito, na sensibilidade, ele toca suas letras. Com as sensações grandiosas ele empurra a negatividade para fora.

• Idioma: Português
• Editora: Viseu
• Data de lançamento: 2 de jul. de 2018
• ISBN: 9788554543174

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Prefácio

A sanha sensorial de Marcos D. Gontijo é grande, voraz. Nada menos que o arrebatamento parece lhe interessar. Ele tem o encanto pela infinitude das coisas, das quase imperceptíveis às grandes demais para nossos olhos. Mas não para a alma. O búfalo Gontijo inspira, liga a ignição. Quantas vezes precisar. Na coragem, no peito, na sensibilidade, ele toca suas letras. Com as sensações grandiosas ele empurra a negatividade pra fora.

O mergulho pelos sentimentos das pessoas, dos animais, do planeta e até pelos seres inanimados são de uma beleza que nos remete ao mestre Manoel de Barros, em especial sua ligação carnal com a terra, a lida no campo, a mata, na observação grandiosa de coisas diminutas, que só são desinteressantes porque não se presta a atenção nelas. Quem notaria tanta profundidade em um local comum, como se vê no poema , ou em O suco dos passarinhos?

Não se trata de uma euforia daquelas ininterrupta que podem cansar. A explosão vivaz amaina de tempos em tempos com a languidez de introspecções melancólicas, íntimas, únicas, universais. Nos versos livres de Gontijo existe antes de tudo uma conversa. Às vezes tornam-se crônicas poetizadas, assimétricas, que nos lembram Walt Whitmann em sua forma, e em sua percepção da vida abundante e delicada que existe sobre a Terra. Com a qual coexistimos e frequentemente ignoramos por causa da arrogância racionalista.

A mística que possui todo bom observador das coisas da natureza vai jogar o leitor em cenários épicos, belos, intrigante e por vezes até assustadores, como em Nuvens de fogo. Coração de Búfalo não pretende pouco, e é assim que Marcos D. Gontijo sugere que se viva: sem sentir pouco, sem avexar-se de exprimir isso em brados, se assim o sentir necessário. Vejo em Gontijo um poeta em construção de seu próprio estilo, um búfalo com um peito desse tamanho cheio de poesia. Acho que ele não está preocupado com esses conselhos. É um homem feliz em sua construção, não quer se considerar construído. No entanto, talvez a coisa que mais me chamou a atenção durante a leitura de Coração de Búfalo, é que vi em seus poemas, e com toda a clareza, um homem em estado de graça com as coisas, com o Cosmo, consigo, com o outro. Aventurando-se sobre o seu próprio desconhecido com a determinação e coragem de um búfalo.

Edemar Gregorio

Jornalista, Consultor e Revisor

Apresentação

Ontem dormi tentando e hoje acordei sendo, pertencendo.

Acordei perplexo, parado no meio da estrada, com muitos rumos a seguir e nenhum caminho certo. E resolvi abandonar as rotas marcadas – pavimentadas, ir viajando e sem trilhas na floresta, na aventura desafiadora e deslumbrante da natureza. Resolvi andar no tempo, na era das possibilidades, dos entendimentos e encontros. Fui sentindo a inquietude dos apaixonados, contando as horas, falando ao vazio; ao tudo e à que tudo importa.

E agora busco companhia e cumplicidade. Vem comigo!

Vem chegando. Bom dia! Graças!

Vamos juntos procurando bom solo, boa água, bons pensamentos e boa iluminação (lucidez). Vamos buscando coragem e gastando coragem, buscando confiança e encontrando o outro, a amizade, o encantamento e o fogo que sai do coração.

Vamos observar em perspectivas, visitar