BNCC Sob o Olhar da Pedagogia Histórico-Crítica: Impactos e Possibilidades de Superação das Limitações para o Ensino na Educação Básica
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BNCC Sob o Olhar da Pedagogia Histórico-Crítica - Aline Cristina de Oliveira
BNCC SOB O OLHAR DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
impactos e possibilidades de superação das limitações para o ensino na educação básica
Editora Appris Ltda.
1.ª Edição - Copyright© 2022 dos autores
Direitos de Edição Reservados à Editora Appris Ltda.
Nenhuma parte desta obra poderá ser utilizada indevidamente, sem estar de acordo com a Lei nº 9.610/98. Se incorreções forem encontradas, serão de exclusiva responsabilidade de seus organizadores. Foi realizado o Depósito Legal na Fundação Biblioteca Nacional, de acordo com as Leis nos 10.994, de 14/12/2004, e 12.192, de 14/01/2010.
Catalogação na Fonte
Elaborado por: Josefina A. S. Guedes
Bibliotecária CRB 9/870
Livro de acordo com a normalização técnica da ABNT
Editora e Livraria Appris Ltda.
Av. Manoel Ribas, 2265 – Mercês
Curitiba/PR – CEP: 80810-002
Tel. (41) 3156 - 4731
www.editoraappris.com.br
Printed in Brazil
Impresso no Brasil
Bruna Ramos Marinho
Aline Cristina de Oliveira
(org.)
BNCC SOB O OLHAR DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
impactos e possibilidades de superação das limitações para o ensino na educação básica
Aos mestres de nossa formação acadêmica, que nos ensinaram
a atuar criticamente na realidade que nos circunda.
AGRADECIMENTOS
Acreditando que todo processo de ensino-aprendizagem se constrói de muitas mãos, agradecemos ao IFPR, que nos possibilita a vivência diária da sala de aula, sem a qual nenhuma teoria se justifica, bem como o desenvolvimento de pesquisa em educação, da qual se alimenta a prática docente. Agradecemos também aos professores autores dessa coletânea pela partilha de suas experiências e saberes no intuito de fomentar a discussão sobre os rumos da educação brasileira. Finalmente, agradecemos aos professores em formação do IFPR, campus Palmas, que se juntaram a nós na árdua e corajosa tarefa de desbravar o ambíguo mundo dos documentos oficiais e se permitiram refletir sobre as fragilidades e inconsistências com as quais precisarão lidar enquanto profissionais da educação.
O papel da escola não é mostrar a face visível da lua, isto é, reiterar o cotidiano, mas mostrar a face oculta, ou seja, revelar os aspectos essências das relações sociais que se ocultam sob os fenômenos que se mostram à nossa percepção imediata.
(Dermeval Saviani)
PREFÁCIO
Ao realizar a leitura do livro BNCC sob o olhar da Pedagogia Histórico-Crítica: impactos e possibilidades de superação das limitações para o ensino na educação básica, organizado pelas professoras Bruna Ramos Marinho e Aline Cristina de Oliveira, o leitor irá se deparar com um estudo articulado e politicamente posicionado. Isso porque, ao adotar a Pedagogia Histórico-Crítica como referencial teórico, esta obra assume uma concepção de sociedade, ser humano e educação, distinta do que está posta nas políticas públicas educacionais em nosso país; portanto os diversos autores realizam uma análise contra-hegemônica nos nove capítulos que compõem esta coletânea.
Em nosso entendimento, um projeto de educação revela, implícita ou explicitamente, um projeto de sociedade e consequentemente de formação humana. Desse modo, a Pedagogia Histórico-Crítica explicita o currículo como um documento que direciona o trabalho pedagógico e configura-se, a partir da intenção de formar intencionalmente indivíduos, numa determinada direção. Essa característica teleológica não aparece imediatamente, mas a partir dos desdobramentos dos conteúdos trabalhados na educação escolar. Assim, a formação almejada, por meio de um currículo, na perspectiva Histórico-Crítica, é a formação omnilateral, ou seja, uma individualidade livre e universal.
Com uma análise coerente e bem fundamentada, esta coletânea organizada por Marinho e Oliveira, traz à tona a existência de um direcionamento político no Brasil, articulado pelos interesses e com o patrocínio de grupos privados, do que deve ser a educação na atualidade: precarizada, flexível e pragmática. Com isso, retira-se dos indivíduos a possibilidade de compreensão da realidade de forma objetiva, ofertando uma formação que pode resultar numa compreensão irracional, imediatista e utilitarista de conhecimento e sociedade.
Contrários a isso, enquanto estudiosos da Teoria Histórico-Crítica, os autores dos diferentes capítulos defendem que a escola deve ser uma instituição onde o trabalho desenvolvido possibilite que o universal do gênero humano se encontre com o singular, produzindo assim a humanidade historicamente acumulada. Postulam, portanto, que o acesso ao saber sistematizado, possibilita o combate ao preconceito, ao desmitificar crenças e evidenciar a superficialidade de alguns argumentos e atitudes em relação a alguns grupos sociais.
Com essas premissas, os autores apresentam uma compreensão de que a finalidade da escola é assegurar conteúdos elaborados, isto é, o saber objetivo, pois os conteúdos socializados nesse espaço não podem ser guiados por práticas cotidianas e espontaneístas, mas devem ser intencionais e sistematicamente planejados. Assim, cabe à educação escolar, nesse processo, a formação da consciência crítica do ser humano, e isso está articulado aos conhecimentos científicos, artísticos e filosóficos que devem ser apropriados por meio do currículo. Para isso, de acordo com Saviani (2020, p. 10):
O papel da escola democrática será, pois, o de viabilizar a toda a população o acesso à cultura letrada consoante o princípio que enunciei em outro trabalho (SAVIANI, 2012a) segundo o qual, para se libertar da dominação, os dominados necessitam dominar aquilo que os dominantes dominam. Portanto, de nada adiantaria democratizar a escola, isto é, expandi-la de modo a torná-la acessível a toda a população se, ao mesmo tempo, isso fosse feito esvaziando-se a escola de seu conteúdo específico, isto é, a cultura letrada, o saber sistematizado. Isto significaria, segundo o dito popular, dar com uma mão e tirar com a outra
. Com efeito, como já foi lembrado, para ter acesso ao saber espontâneo, à cultura popular, o povo não precisa da escola. Esta é importante para ele na medida em que lhe permite o domínio do saber elaborado.
Por meio desses fundamentos, os autores — que em seus capítulos tratam sobre: o ensino dos conteúdos escolares; formação docente e educação especial; formação de estudantes no ensino de Língua Portuguesa na educação básica; os diferentes gêneros textuais e a literatura para além da BNCC — vêm preencher uma lacuna na área e sua leitura é enriquecedora para os debates tanto no campo da disciplina de Língua Portuguesa de forma específica, como para a educação de modo geral, pois há consistência teórica e nos permite compreender como as políticas para o currículo estão atreladas a um modelo econômico, aos interesses privados e como a Pedagogia Histórico-Crítica é importante na resistência contra-hegemônica e, portanto, na defesa da luta coletiva pela transformação radical da sociedade vigente.
Por todos os elementos destacados até aqui, convido para a leitura imprescindível: estudantes e professores de todas as áreas e níveis da educação escolar, que se identificam com a Teoria Histórico-Crítica e estão engajados na luta, e comprometidos com a formação de qualidade das futuras gerações na Escola Pública.
Prof.ª Dr.ª Julia Malanchen – Unioeste
Foz do Iguaçu, agosto de 2021
REFERÊNCIA
SAVIANI, D. Educação escolar, currículo e sociedade: o problema da Base Nacional Comum Curricular. In: MALANCHEN, J.; MATOS, N. S. D.; ORSO, P. J. (org.). A pedagogia histórico-crítica, as políticas educacionais e a base nacional comum curricular. São Paulo/Campinas: Autores Associados, 2020. p. 7-30.
Sumário
INTRODUÇÃO
CAPÍTULO 1
BNCC E O ENSINO DOS CONTEÚDOS ESCOLARES NA VISÃO DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: COMPETÊNCIAS x HUMANIZAÇÃO
Bruna Ramos Marinho
CAPÍTULO 2
A CONCEPÇÃO UTILITARISTA DE EDUCAÇÃO E SUAS IMPLICAÇÕES NA PRÁTICA DO COORDENADOR PEDAGÓGICO NA ORGANIZAÇÃO DA APRENDIZAGEM DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA INTELECTUAL
Lana Cristina Barbosa de Melo
CAPÍTULO 3
CONEXÕES CULTURAIS EM OS LUSÍADAS BOARD GAME: A ESCOLA TRANSCENDENDO OS LIMITES DA BNCC
Aline de Oliveira
Laércio do Amaral Neto
CAPÍTULO 4
FORMAR ESTUDANTES OU CIDADÃOS PRODUTIVOS? BREVES APONTAMENTOS SOBRE OS OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM NA BNCC E NOS CURRÍCULOS DO ESTADO DE SÃO PAULO
Valter Joaquim Lusvardi Jr.
CAPÍTULO 5
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA E PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA: O TRABALHO COM O GÊNERO TEXTUAL REPENSANDO A BNCC
Amanda Paloma da Cruz
Gabriela Eduarda Marcon
Thais Caroline Pieniak da Fonseca
CAPÍTULO 6
GÊNERO NOTÍCIA: ESTUDO, DESENVOLVIMENTO, ANÁLISE E PRODUÇÃO PARA ALÉM DA BNCC
Arlete da Conceição Otto de Camargo
Stefani Pacheco Skodowski
Quésia Alalana Prusch
CAPÍTULO 7
ENSINO DE LÍNGUA PORTUGUESA NA EDUCAÇÃO BÁSICA: A ESCOLA DE GENEBRA SOB A CONCEPÇÃO DE EDUCAÇÃO DA PEDAGOGIA HISTÓRICO-CRÍTICA
Elizandra Bertoldo de Oliveira
Iracelia de Fátima dos Santos
Maeli Lorena de Lima
CAPÍTULO 8
O GÊNERO ENTREVISTA PARA INCLUSÃO DO ALUNO DO ENSINO FUNDAMENTAL EM TEMPOS DE PANDEMIA
Sebastião Amâncio da Silva
CAPÍTULO 9
PENSANDO POSSIBILIDADES PARA O ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA PARA ALÉM DA BNCC
Janaína Maciel Ogliari
Camila Teixeira Necker
Suelen Catarina Duarte dos Santos
SOBRE OS AUTORES
INTRODUÇÃO
Docentes, professores em formação e pesquisadores estamos, neste trabalho, buscando retomar, à luz de nossos aportes teóricos que estão na teoria histórico-crítica e na teoria histórico-cultural, qual é a função da educação, que, como horizonte, tem o desenvolvimento das potencialidades máximas que o gênero humano alcançou.
Ao discutirmos em nossas aulas e em nossos estudos acerca da Base Nacional Comum Curricular, preocupamo-nos com os impactos que esse documento orientador do currículo da educação básica brasileira poderá trazer à formação das novas gerações. Isso porque, além da redução dos conteúdos escolares, o documento traz em seu bojo uma conexão da educação ao mundo do trabalho.
Entendemos que essa conexão da educação com trabalho é, sim, profícua, uma vez que a educação é um fenômeno que oportuniza a apropriação dos conhecimentos desenvolvidos para que as novas gerações conheçam e façam parte da sociedade de seu tempo — e elas o fazem, inclusive, ao trabalhar. É preciso esclarecer, contudo, que não entendemos a relação educação e trabalho no mesmo sentido que a BNCC prevê, pois, ao que nos parece, no documento, basta o indivíduo apropriar-se de saberes mínimos para, futuramente, aplicá-los ao trabalho. Para nós, essa articulação deve ir além disso. A educação deve oportunizar, por meio dos conhecimentos mais elaborados, o desenvolvimento das capacidades do pensamento — o pensamento teórico — das novas gerações para que elas possam fazer parte da sua sociedade, mas de forma a compreendê-la em sua complexidade. Não basta que o indivíduo trabalhe e ajuste-se às suas desigualdades; enfim, não basta ajustar-se aos seus processos que são, como tendência, alienantes para a maioria dos indivíduos.
Assim, neste trabalho, estivemos comprometidos em buscar aclarar como a BNCC limita a apropriação do conhecimento para a educação básica. Nosso compromisso foi desvendar o comprometimento desse documento com interesses econômicos que promovem submissão da educação à formação de trabalhadores para a manutenção das relações que aí estão. Além disso, procuramos expor como ela, a educação, pode excluir aqueles que não podem se ajustar aos seus padrões, quer sejam físicos e biológicos, quer sejam de capacidade intelectual.
No capítulo 1, BNCC e o ensino dos conteúdos escolares na visão da Pedagogia Histórico-Crítica: competências x humanização
, de Bruna Ramos Marinho, a autora debruçou-se inicialmente sobre o ensino da língua estrangeira na educação básica, mas ampliou suas reflexões acerca de como os documentos oficiais da educação brasileira comprometem não só o ensino da língua estrangeira, mas também o da língua materna e de todo currículo escolar, reduzindo-os a competências (tomadas como capacidades mais básicas para o cotidiano). A autora aponta, também, como a BNCC torna a aprendizagem das línguas estrangeiras e maternas circunscritas às necessidades de comunicação mais cotidianas, desenvolvendo no estudante uma mentalidade pragmática, limitada à superfície da sua vida em sociedade.
No capítulo 2, A concepção utilitarista de educação e suas implicações na prática do coordenador pedagógico na organização da aprendizagem de alunos com deficiência intelectual
, Lana Cristina Barbosa de Melo traz um recorte de sua pesquisa desenvolvida durante o seu mestrado em Educação acerca de como a legislação da educação brasileira, em conexão com certas concepções de educação, medeia a compreensão da atividade do coordenador pedagógico. Esse coordenador é aquele profissional que fará a formação do professor em serviço na escola regular, do professor que, inclusive, tem como seus alunos indivíduos com deficiência intelectual. A autora expõe como, ao longo da história da educação brasileira, essa função é desenvolvida sob a mediação de teorias e legislações que excluem o indivíduo com deficiência intelectual da educação.
No capítulo 3, "Conexões culturais em Os Lusíadas board game: a escola transcendendo os limites da BNCC", Aline Cristina de Oliveira e Laércio do Amaral Neto põem à prova a equivocada compreensão de que conhecimento clássico alija o estudante da escola. Os pesquisadores desenvolvem jogos modernos de tabuleiros, conectando obras clássicas da literatura, provocando uma necessidade humanizadora no estudante de aprender literatura. À medida que os pesquisadores desenvolvem uma atividade mediadora em relação ao conhecimento das obras utilizando jogos na educação básica, concomitantemente os estudantes podem objetivar a necessidade de aprender a literatura. No primeiro momento, os estudantes querem jogar com os personagens e roteiros envolvendo as obras, mas, à medida que essa atividade prossegue, aprender a literatura passa a ser o motivo que leva o estudante a entrar em contato com a