Stardust
De Hannah Howe
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Sobre este e-book
Após ser contratada pelo multimilionário Jeremy Loudon, minha tarefa era simples: encontrar sua maleta perdida. Loudon afirmou que essa maleta carregava dez mil libras conquistadas em um jogo de pôquer. No entanto, conforme as pistas eram desvendadas e me levavam até a Europa, minhas suspeitas se aprofundavam. O que havia na maleta de Loudon além de dinheiro? Por que ele estava sendo tão evasivo? Por que ele insistiu em não envolver a polícia?
Minha busca pela maleta perdida me levou a cafetões, pornógrafos, feministas radicalizadas, traficantes de armas e ao Distrito Vermelho de Amsterdã.
Enquanto isso, a investigação parecia espelhar minha própria vida. Loudon tinha tudo, mais dinheiro do que podia gastar, um negócio de sucesso e uma bela amante. Meu negócio estava indo bem e em meu casamento havia amor e felicidade em abundância. Ainda assim, os encontros com meus colegas holandeses levantavam a questão: eu deveria buscar por mais da vida?
Stardust, a história sobre os sonhos de uma mulher e minhas esperanças para o futuro.
Hannah Howe
Hannah Howe is the bestselling author of the Sam Smith Mystery Series (Sam's Song, book one in the series, has reached number one on the amazon.com private detective chart on seven separate occasions and the number one position in Australia). Hannah lives in the picturesque county of Glamorgan with her partner and their two children. She has a university degree and a background in psychology, which she uses as a basis for her novels.Hannah began her writing career at school when her teacher asked her to write the school play. She has been writing ever since. When not writing or researching Hannah enjoys reading, genealogy, music, chess and classic black and white movies. She has a deep knowledge of nineteenth and twentieth century popular culture and is a keen student of the private detective novel and its history.Hannah's books are available in print, as audio books and eBooks from all major retailers: Amazon, Barnes and Noble, Google Play, Kobo, iBooks, etc. For more details please visit https://hannah-howe.comThe Sam Smith Mystery Series in book order:Sam's SongLove and BulletsThe Big ChillRipperThe Hermit of HisaryaSecrets and LiesFamily HonourSins of the FatherSmoke and MirrorsStardustMind GamesDigging in the DirtA Parcel of RoguesBostonThe Devil and Ms DevlinSnow in AugustLooking for Rosanna MeeStormy WeatherDamagedEve’s War: Heroines of SOEOperation ZigzagOperation LocksmithOperation BroadswordOperation TreasureOperation SherlockOperation CameoOperation RoseOperation WatchmakerOperation OverlordOperation Jedburgh (to follow)Operation Butterfly (to follow)Operation Liberty (to follow)The Golden Age of HollywoodTula: A 1920s Novel (to follow)The Olive Tree: A Spanish Civil War SagaRootsBranchesLeavesFruitFlowersThe Ann's War Mystery Series in book order:BetrayalInvasionBlackmailEscapeVictoryStandalone NovelsSaving Grace: A Victorian MysteryColette: A Schoolteacher’s War (to follow)What readers have been saying about the Sam Smith Mystery Series and Hannah Howe..."Hannah Howe is a very talented writer.""A gem of a read.""Sam Smith is the most interesting female sleuth in detective fiction. She leaves all the others standing.""Hannah Howe's writing style reminds you of the Grandmasters of private detective fiction - Dashiell Hammett, Raymond Chandler and Robert B. Parker.""Sam is an endearing character. Her assessments of some of the people she encounters will make you laugh at her wicked mind. At other times, you'll cry at the pain she's suffered.""Sam is the kind of non-assuming heroine that I couldn't help but love.""Sam's Song was a wonderful find and a thoroughly engaging read. The first book in the Sam Smith mystery series, this book starts off as a winner!""Sam is an interesting and very believable character.""Gripping and believable at the same time, very well written.""Sam is a great heroine who challenges stereotypes.""Hannah Howe is a fabulous writer.""I can't wait to read the next in the series!""The Big Chill is light reading, but packs powerful messages.""This series just gets better and better.""What makes this book stand well above the rest of detective thrillers is the attention to the little details that makes everything so real.""Sam is a rounded and very real character.""Howe is an author to watch, able to change the tone from light hearted to more thoughtful, making this an easy and yet very rewarding read. Cracking!""Fabulous book by a fabulous author-I highly recommended this series!""Howe writes her characters with depth and makes them very engaging.""I loved the easy conversational style the author used throughout. Some of the colourful ways that the main character expressed herself actually made me laugh!""I loved Hannah Howe's writing style -- poignant one moment, terrifying the next, funny the next moment. I would be on the edge of my seat praying Sam wouldn't get hurt, and then she'd say a one-liner or think something funny, and I'd chuckle and catch my breath. Love it!""Sam's Song is no lightweight suspense book. Howe deals with drugs, spousal abuse, child abuse, and more. While the topics she writes about are heavy, Howe does a fantastic job of giving the reader the brutal truth while showing us there is still good in life and hope for better days to come."
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Stardust - Hannah Howe
Capítulo Um
––––––––
De acordo com a imprensa, Jeremy Loudon era um multimilionário que vivia perto de Llanmaes no Vale de Glamorgan. E foi em uma manhã amargamente fria de janeiro que eu dirigi até Llanmaes, a pedido do próprio Loudon, atravessando estradas rurais e campos verdes até chegar em uma espaçosa mansão.
Ele era o dono de tal mansão, uma grande construção feita de pedra que datava quatrocentos anos de idade e que continha três chaminés, um telhado de ardósia cinza e paredes de um rosa claro. Mesmo que não fossem decoradas com vitrais, o tamanho e forma das janelas me lembravam as de uma igreja, enquanto o seu arremate superior, com um padrão delicado de rochas não pintadas, dizia muito sobre a habilidade do pedreiro.
Estacionei o meu Mini na área reservada, do lado de fora de grandes, negros e bem forjados portões de ferro. Uma guarita de painel de vidro estava posicionada atrás dos portões, bem a minha esquerda. Um pedreiro moderno a havia construído com pedras velhas, remanescentes de um anexo da mansão, para depois adicionar o painel de vidro em sua parte superior. Através deles, eu pude ver dois porteiros de feições sérias; se você fizesse cócegas em ambos com uma pena, eu duvido que conseguiria alguma risada.
Um dos porteiros saiu da guarita e se aproximou do portão enquanto eu sorria para ele e me apresentava:
— Olá! Eu sou Sam Smith e estou aqui para ver o senhor Loudon.
O homem transmitiu a mensagem para o seu parceiro que, por sua vez, falou em um interfone, provavelmente para alguém na casa principal. Uma vez que a mensagem foi recebida e entendida, o homem perto do portão me acompanhou até a casa.
Dentro da mansão, eu parei ao lado de uma ampla escada de pedra, com degraus irregulares e desgastados por séculos de uso. Adjacente a escada, eu pude notar uma pesada porta negra, coberta de brilhantes rebites prateados e segurada por três dobradiças maciças. A porta estava parcialmente aberta e revelava uma segunda escada que subia para até não sei onde. Talvez a um ‘buraco de padre’ secreto, um lugar de esconderijo para os ministros que conduziam serviços clandestinos ao longo dos anos de 1600, um século que foi marcado por conflitos e rebeliões religiosas.
O porteiro me levou para dentro da sala de estar e depois desapareceu em passos silenciosos, derretendo através das paredes como um fantasma.
Na sala, eu observei uma jovem mulher que parecia estar nos meados dos trinta anos. Ela tinha cabelo loiro platinado que ia até a altura dos ombros, com as raízes escuras aparecendo, junto de olhos azuis que estavam injetados e exaustos. Seu rosto era bonito, com covinhas em suas bochechas e um batom vermelho que destacava sua boca grande e sedutora. Seu corpo, em um espreguiçar sensual, descansava em uma chaise longue bem estofada, um estiloso item de mobília em uma sala estilosa e elegante. A mulher vestia um robe de seda e botas de couro que iam até os joelhos. Um robe de seda e botas de couro que iam até os joelhos? Às vezes é melhor nem perguntar.
Eu sorri para a mulher, mas ela olhou através de mim, para algum ponto não muito longe e foi quando eu estava prestes a me apresentar que um homem entrou no cômodo. Com seus mais de quarenta anos, ele irradiava a ardente sensualidade de um moderno Mr. Darcy com um toque de arrogância elitista conforme ele falava em seu celular:
— Transfira o saldo de Dalrymple para uma conta estrangeira. Invista no ATG, vamos manter nosso plano de construir uma carteira forte. Abandone a oferta pública de aquisição do nordeste, eles são um mal investimento, especialmente com esse fiasco político na Europa.
Jeremy Loudon pausou e eu podia reconhece-lo por seu perfil nas mídias sociais. Após franzir o cenho em minha direção, ele ainda completou em seu celular:
— Eles são um bando de perdedores e queremos ter nada a ver com eles — e então sorriu, divertido por alguma reviravolta na conversa. — Claro, Seb, caro. Isso vai nos render um milhão na semana? — seu sorriso se alargou. — Líquido ou bruto? — e então solto um riso alto. — Me lembre de lhe recompensar com um extra depois. — Após um novo riso, ele encerrou a conversa. — Ciao, Seb, ciao. Devemos entrar em contato de novo muito em breve.
Franzindo as sobrancelhas mais uma vez, Loudon perguntou:
— Posso ajudar? — ele pressionou um botão e depois deixou o celular escorregar para dentro do bolso de sua calça. — Você veio pela vaga de empregada doméstica?
— Eu sou a Sam — eu respondi. — A agente de inquérito. — Mergulhei meus dedos na minha bolsa à tiracolo e apresentei meu cartão de visitas.
— Sra. Smith — disse Loudon. Ele estudou o meu cartão e os vincos em sua testa se aprofundaram. — Eu estava esperando... — ele pausou e então balançou a cabeça, como que para clareá-la. — Não importa, sente-se. Aceita uma bebida?
— Não, obrigada —respondi.
— E você, Annabel?
Annabel fechou os olhos e então repousou a testa na mão direita:
— Depois, talvez — ela resmungou.
— Esta é a minha parceira, Annabel Fisher. — Loudon andou até a chaise longue e sorriu para a mulher, pousando a mão em seu ombro. — Annabel é uma famosa designer de interiores, imagino que já tenha ouvido falar dela?
Eu sentei em uma macia poltrona bordada, sorri e respondi:
— Sinto muito, meu conhecimento de design de interior não vai muito além dos rótulos das latas de tinta.
— De fato — Loudon rebateu.
Ainda que nós estivéssemos nos comunicando, falando no mesmo idioma, algo me dizia que as brincadeiras que eu dividia com os meus colegas soavam deslocadas ali; o abismo do status social amarrava um torniquete em nossas palavras, estrangulado qualquer esperança de uma conversa leve.
— Annabel desenhou esta sala. — Loudon olhou ao redor do cômodo, os retratos, as pinturas de paisagem, a mobília clássica e as cortinas de veludo. — Quando nos conhecemos? — Ele apertou o seu ombro de modo distraído. — Foi mesmo há doze anos? — sorriu com a memória e então explicou. — Eu convidei Annabel para dentro de minha casa e ela permaneceu ao meu lado desde então. Não sei o que eu faria sem ela, é o verdadeiro amor da minha vida.
Loudon ofereceu a Annabel um olhar de carinho. No entanto, a designer ainda estava contemplando o seu próprio interior, com os olhos fechados e a mão direita segurando a testa.
— Você tem a quem amar, Sra. Smith? — Loudon perguntou.
— Meu marido — disse.
— Isso é bom — ele respondeu em tom casual, desdenhoso. — Deve estar se perguntou porque a chamei.
Concordei com a cabeça:
— Cheguei a pensar nisso, de fato.
— Eu gostaria de contratá-la.
— Para pintar suas paredes? — abri um sorriso irônico e ele voltou a franzir o cenho.
— Para encontrar algo que me é muito importante.
— Para isso, eu cobro...
— Eu posso pagar — Loudon disse, seu tom estridente cortando minhas palavras. — O seu preço e qualquer despesa que tenha. Sua tarefa é achar minha maleta.
— Você a perdeu? — eu perguntei.
— Ela foi roubada de minha sala de jogos. Gostaria de ver a sala?
— Claro! — respondi.
Segui Loudon por uma porta de arco até uma sala nos fundos da casa. Dentro da sala, pude ver sua peça central: uma mesa elíptica verde, aparada em ouro e cercada por dez poltronas de couro. As poltronas tinham o encosto alto e se assemelhavam a tronos cor de cereja.
— Alguma ideia de quem pode ter roubado sua maleta? — perguntei.
— Tenho dois suspeitos — Loudon disse. — Um deles é a nossa empregada. Na verdade, ela é apenas temporária, nossa empregada regular está de licença materna; imprudente, mas ainda assim. Nós não estávamos satisfeitos com a temporária e estávamos para substituí-la de qualquer forma. — Loudon andou até uma escrivaninha feita de nogueira e puxou um arquivo envolto de uma pele de toupeira. — Aqui está a foto dela junto de seu currículo, como foi fornecido pelo meu pessoal de recursos humanos. Seu nome é Velvet.
Eu segurei um maço de papéis dos arquivos e estudei a fotografia da Velvet.
— Muito atraente — comentei, o que fez Loudon comprimir os lábios e acenar brevemente com a cabeça.
— Se você gostar da beleza negra.
Dei uma olhada no currículo de Velvet e notei que ela ganhava uma grana extra cantando e dançando na boate The Stag, que tinha como proprietário um mafioso local, Rudy Valentine e era gerenciada por seu oleoso sócio, Slick Stephens.
— Velvet desapareceu — Loudon continuou. — Ele não veio trabalhar essa manhã e meu pessoal não conseguiu contatá-la.
— Ela pode ter fugido com sua maleta?
— Esta é uma teoria.
— Você tem alguma outra?
— Tenho — Loudon respondeu. — Mas primeiro deixe que eu lhe mostre uma foto de minha maleta.
Eu franzi o cenho.
— Você tem uma foto de sua maleta?
Loudon lançou um olhar ao redor da sala de jogos, em direção aos vários retratos de Annabel Fisher, antes de acrescentar:
— Eu tenho fotos de tudo o que eu amo.
De um segundo arquivo de pele de toupeira, Loudon retirou várias fotografias de sua maleta. Feita de couro, com um distinto forro xadrez em seu interior, a maleta possuía duas iniciais feitas em ouro, J L, posicionadas em sua tranca.
— Quando foi que a maleta desapareceu? — perguntei.
— A noite passada.
— Desta sala?
— Sim.
— A que horas?
— Por volta das duas da manhã.
— Seus funcionários trabalham até esse horário?
Loudon me ofereceu um sorriso fino e condescendente.
— Meus funcionários trabalham dia e noite.
— E após completarem o turno da noite é esperado que emendem com o turno da manhã?
— Nem todos os dias. Eu permito que tenham algum tempo de descanso.
Loudon caminhou ao redor da mesa de jogos e se sentou em uma das poltronas luxuosas. Ali, ele apertou os dedos e pousou as pontas sobre a fenda em seu queixo. — Minha maleta foi roubada durante um jogo de pôquer. Você joga pôquer? — ele perguntou.
— Eu jogo xadrez — disse.
— Xadrez? — ele franziu o cenho.
— Sim. É um jogo de habilidade pura e isento de qualquer acaso.
— Soa seco demais para o meu gosto — Loudon escarneceu.
Deixando de lado os jogos de cartas e o xadrez, eu perguntei.
— O que sua maleta contém?
— Uma considerável quantia de ganhos.
— Quão considerável?
— Por volta de cem mil libras.
— Você é muito bom no pôquer — eu disse.
Ele abriu um sorriso e me ofereceu um olhar sedutor.
— Eu sou bom em tudo.
— Cem mil libras — eu continuei a falar, ignorando seu olhar e suas implicações. — Isso é muito dinheiro. Por que não chama a polícia?
— Eu não quero armar nenhum escândalo ou causar problemas.
— Mas você não se importa se eu armar um escândalo ou causar problema?
Loudon recostou sobre a poltrona e se balançou gentilmente de um lado para o outro, com as pontas dos dedos ainda apoiadas sobre o vinco em seu queixo e seus olhos continuando a queimar com uma determinação ardente.
— Eu iria preferir que você andasse na ponta dos pés enquanto procurasse por minha maleta. No entanto, se você se deparar com alguma dificuldade, eu tenho recurso financeiro o suficiente para suavizar o seu caminho.
Balancei a cabeça em concordância e disse:
— Você mencionou uma segunda teoria, um outro suspeito.
— Eu tenho. Um novo participante em nosso jogo. — Loudon se levantou e andou até a escrivaninha de nogueira, mais uma vez, para pegar um novo arquivo forrado de pele de toupeira. — As referências eram impecáveis, mas havia algo de desonesto nele, algo que me fazia desconfiar.
— Você tem uma foto? — perguntei.
— Eu tenho todo um dossiê e fotografias de qualquer um que entre em meu jogo.
E Loudon tirou uma fotografia em glossy A4 dos arquivos e me entregou.
— O nome dele é Tony Michaels — disse.
— Não, não é — eu contrariei. — O nome dele é Mickey Anthony.
Loudon tomou a fotografia de meus dedos, encarando-a para depois fixar o olhar em mim. Por um segundo,