Administração em Enfermagem: como lidar com dificuldades no exercício gerencial
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Administração em Enfermagem - Jackeline Cristiane Santos
Enfermagem.
Capítulo 1
ENFERMAGEM E GESTÃO: PANORAMA DO PROBLEMA
A problemática da Gestão em Enfermagem
A Enfermagem é considerada Arte e Ciência do cuidado (KAWAMOTO; FORTES, 1997). O cuidado em Enfermagem pode ser concebido concomitantemente como Arte e Ciência de pessoas que convivem e cuidam de outras, em uma profissão dinâmica, sujeita a permanentes transformações, e que agrega reflexões sobre novos temas, problemas e ações, já que seu princípio ético envolve a manutenção ou a restauração da dignidade do corpo em todos os âmbitos da vida (LIMA, 1994).
A Enfermagem concebida como Ciência remete à fundamentação de práticas e técnicas no campo de conhecimentos sistematizados, que é o do conhecimento científico. Já a concepção de Enfermagem como Arte remete à intuição e à criatividade, que por sua vez são importantes no desempenho ético das mais diversas funções abrangidas no exercício profissional da Enfermagem (SILVA et al., 2005).
Outrossim, segundo Rocha et al. (2008), o cuidado de Enfermagem e a tecnologia estão interligados, uma vez que o cuidado de enfermagem se compromete com princípios, leis e teorias, e a tecnologia consiste na expressão desse conhecimento científico, e em sua própria transformação.
Em consonância com a concepção da atuação de Enfermagem conectada à tecnologia, o Decreto n. 94.406 de 08 de junho de 1987 (Brasil, 1987), que regulamenta a Lei do Exercício Profissional de Enfermagem, alude em seu artigo 8º, inciso II, alínea q
à participação no desenvolvimento de tecnologia apropriada à assistência de saúde
, pelo enfermeiro integrante da equipe.
Portanto, o cuidado realizado pela Enfermagem pode ser compreendido como processo que envolve e desenvolve ações, atitudes e comportamentos que se fundamentam no conhecimento científico, técnico, pessoal, cultural, social, econômico, político e psicoespiritual, buscando a promoção, manutenção e / ou recuperação da saúde, dignidade e totalidade humanas (MAIA et al., 2003). Considerando que o exercício da Enfermagem envolve, concomitantemente, as dimensões artística, científica e tecnológica, é possível perceber inicialmente a complexidade que envolve tal profissão. Não bastasse isso, a Enfermagem reúne diferentes profissionais de saúde: enfermeiro, técnico de enfermagem, auxiliar de enfermagem e parteira (conforme o parágrafo único do artigo 2º da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem, Lei n. 7.498 / 86 – BRASIL, 1986).
As diferenças entre esses profissionais centram-se na formação requerida para o exercício da profissão (o enfermeiro é o único com formação em nível superior), e nas diferentes atribuições legalmente estabelecidas para cada categoria profissional.
Corroborando essas diferenças, o inciso I do artigo 11 da Lei do Exercício Profissional da Enfermagem aborda as atribuições privativas do enfermeiro, no âmbito da Administração: direção e chefia de órgãos, unidades e serviços de Enfermagem; organização e direção das atividades técnicas e auxiliares exercidas em empresas prestadoras de serviços de enfermagem; planejamento, organização, coordenação, execução e avaliação dos serviços de assistência de Enfermagem; consultoria, auditoria e emissão de parecer sobre matéria de enfermagem
(alínea h). O inciso II do artigo supramencionado evidencia ainda como atividade privativa do enfermeiro compondo equipe multidisciplinar de profissionais de saúde a participação no planejamento, execução e avaliação da programação de saúde
(alínea a).
A função hierárquica superior do enfermeiro perante os demais membros da classe expressa-se no artigo 15 da Lei anteriormente mencionada, ao informar que as atividades de técnicos e de auxiliares de enfermagem somente podem ser desempenhadas sob orientação e supervisão do Enfermeiro
(BRASIL, 1986). Percebe-se então, que o enfermeiro é o profissional de Enfermagem com funções gerenciais inerentes à sua atividade profissional.
Nesse contexto – e dadas a heterogeneidade e a complexidade que envolvem a classe profissional da Enfermagem – é comum haver confusão nominal de seus profissionais, tanto por leigos quanto por letrados. Para muitos desses, enfermeiros, técnicos e auxiliares de enfermagem são todos enfermeiros
, mas há também aqueles que no intuito de diferenciar o profissional de nível superior, adotam o termo enfermeiro-chefe
(remetendo-se às funções de chefia, que são privativas do enfermeiro).
A despeito da afirmativa de Marquis e Huston (1999), de que todo enfermeiro é um administrador, Carneiro (2009) declara haver, na carreira de enfermagem, várias designações hierárquicas: enfermeiro diretor, enfermeiro supervisor e enfermeiro chefe, estando esse ao nível da gestão operacional, sendo a missão principal de seu trabalho a gestão de pessoas e de cuidados. O enfermeiro chefe como gestor de cuidados de saúde deve ter características que o tornem aceito por seus colaboradores. Aquele profissional deve ter competências técnicas, conceituais e relacionais, uma vez que a utilização adequada e a devida articulação dessas competências determinam, em grande parte, o seu sucesso como administrador, mas também a eficácia do trabalho da equipe que lidera, que é essencialmente o cuidado de pessoas. Cabe ao enfermeiro gerir os problemas inerentes à profissão, mas também aqueles que se devem ao seu posicionamento na hierarquia organizacional, os que advêm de suas responsabilidades funcionais, e os que emanam dos coordenadores das equipes que lideram (CARNEIRO, 2009).
Ora, se são do enfermeiro as funções de chefia, organização, planejamento e direção de órgãos, unidades e serviços de Enfermagem, espera-se dele competência técnica para tal. E não basta o enfermeiro ter essas funções legalmente estabelecidas; ele necessita dispor de formação profissional que atenda as demandas gerenciais presentes em seu trabalho. Para além das demandas diretas por gerenciamento da equipe de Enfermagem, o mercado de trabalho lança oportunidades direcionadas a enfermeiros, para a ocupação de cargos que explicitamente requerem deles competências de gestão. São cargos ou funções que incidem apenas indiretamente sobre a assistência de enfermagem, tornando o exercício profissional de enfermagem, em muitos casos, majoritariamente administrativo. Tal afirmação pode ser constatada no Quadro 1, que foi produzido pela autora a partir de um levantamento feito no site de concursos públicos do IPAD (Instituto de Apoio ao Desenvolvimento Tecnológico e Científico). No mês de abril de 2012, foi acessada a listagem de concursos públicos que dispunham de vagas para enfermeiros (a listagem disponibilizava apenas os concursos públicos de 2010 e de 2011), e foram analisados os editais de cada um, para a verificação dos perfis de atribuições demandadas por esses concursos para o enfermeiro. Em todos eles, há atribuições administrativas para o enfermeiro, que estão dispostas e destacadas (grifos da autora) no quadro abaixo:
Quadro 1: Atribuições administrativas de Enfermeiros em Concursos Públicos
Fonte: IPAD Concursos (2012).
Assim, percebe-se a importância do gerenciamento pelo enfermeiro, além do que em meio a uma sociedade que vive um acelerado processo de mudanças nos campos da tecnologia, da comunicação, da geopolítica e da geoeconomia, um dos recursos mais cobiçados é uma boa gerência (GRECO, 2004).
Ao longo do tempo, o termo administração foi sendo substituído por gerência ou gestão e o ato de gerenciar começou a ser discutido mundialmente como um recurso estratégico significando dentre outros sentidos qualquer posição de direção ou chefia com o objetivo de alcançar as metas previstas, através da aglutinação de esforços (SENA, 2002). Nesta obra, os termos administração, gerenciamento e gestão serão utilizados sinonimicamente.
A aglutinação de esforços a que Sena (2002) refere-se, para o alcance de metas previstas, é implementada pelas ações humanas; e ao mencionar o componente humano, não se deve esquecer de que as pessoas em uma empresa são a chave para o seu crescimento, desenvolvimento e sucesso, e que o gerente tem que ter habilidade para lidar com as pessoas e promover a participação (GRECO, 2004).
Considerando que o trabalho da Enfermagem é desenvolvido por mais de uma categoria profissional, e ocorre por meio de ações hierarquizadas que são distribuídas segundo graus de complexidade, pressupõe-se que haja um administrador, preparado para garantir a unidade e a organização desse trabalho coletivo; além de ser capaz de planejar e de desenvolver novos processos, métodos e instrumentos. Ademais, o mercado profissional