Estratégias para a Acreditação dos Serviços de Saúde
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Sobre este e-book
Como está muito bem ilustrado pelos autores, enquanto estratégia, a premissa da Acreditação da busca da excelência no atendimento médico-hospitalar deve resultar em experiências positivas sob o ponto de vista do paciente, desde a comunicação útil com os profissionais até a vivência em instalações limpas e confortáveis, o gerenciamento da dor e da ansiedade e o fluxo de informações claras, objetivas e de fácil compreensão para todos. Por convicção, penso que, quando uma organização acreditada consegue mensurar as resultantes do seu esforço de melhoria e vê-los identificados na experiência de seus pacientes e familiares, o conceito de Atenção focada no paciente consolida-se em seu modelo assistencial. Nesse estágio, a Acreditação enquadra-se no papel de fio condutor que une ferramentas, princípios e conceitos transformadores dos cuidados que todos, ao necessitarmos, desejamos ter e confiar.
Eis a cadeia de valor que percebi neste livro e que me faz reciclar meus próprios valores, explorando os temas abordados capítulo a capítulo dessas Estratégias para a acreditação dos Serviços de Saúde. Sem a menor dúvida, esta é uma obra muito bem-vinda, com francos sinais de novidade e de utilidade para quem faz do aprendizado contínuo a prioridade zero de suas práticas de gestão.
Carlos Hiran Goes de Souza
Médico, mestre em Saúde Pública,
Avaliador e Expert da International Society for Quality in Health Care (ISQua)
Organizadores:
J. Antônio Cirino
Andréa Prestes
Gilvane Lolato
Autores:
Ivanete Prestes Roberti
Thaísa Cristina Afonso
Prefaciador:
Carlos Hiran Goes de Souza
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Gestão da Comunicação Hospitalar Nota: 1 de 5 estrelas1/5Descomplicando a Qualidade e Segurança em Saúde Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
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Estratégias para a Acreditação dos Serviços de Saúde - J. Antônio Cirino
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO MULTIDISCIPLINARIDADES EM SAÚDE E HUMANIDADES
Dedicamos esta obra para todas as pessoas que são impactadas positivamente com as melhorias implementadas em processos de acreditação em serviços de saúde: profissionais, pacientes e familiares.
Agradecimentos
Agradeço, primeiramente, a força divina que nos move e que possibilita que tenhamos a capacidade diária de renovação e melhoria contínua como seres humanos e, consequentemente, como profissionais. Gratidão eterna às amigas e organizadoras comigo nesta jornada, Andréa Prestes e Gilvane Lolato, que possibilitaram tornar real este projeto rascunhado em um voo indo para São Paulo, em 2019. Aos parceiros que integraram este projeto posteriormente, nossa alegria em poder contar com vocês, prefaciador, Dr. Carlos Hiran, e autoras, Thaísa Cristina Afonso e Ivanete Prestes Roberti. E obrigado a cada um dos profissionais e instituições de saúde que me oportunizaram estes aprendizados para multiplicar para mais pessoas!
(J. Antônio Cirino)
Agradeço ao mestre criador, por guiar meus passos ao encontro de pessoas com o propósito comum de promover melhorias sustentáveis às instituições de saúde por meio do compartilhamento de conhecimento. Gratidão àqueles que oportunizaram e impulsionaram o meu desenvolvimento pessoal e profissional, sejam familiares, amigos, líderes e liderados. Todos, a seu jeito, instigaram-me a ver o mundo sob diversas óticas, outras perspectivas, capazes de questionar minhas certezas e descobrir que não existem respostas prontas e receitas prescritivas para a vida pessoal e organizacional. Trata-se de um processo de construção, um caminhar que nos gera aprendizados quando permitimos o fluxo contínuo da melhoria: primeiro de nós mesmos como ser humano, depois, das diversas pessoas e instituições que temos a oportunidade de alcançar.
(Andréa Prestes)
O sonho de escrever um livro era antigo e finalmente se tornou realidade. Mas essa realização somente foi possível por acreditar muito em uma força maior e por ter muita Fé, que carrego comigo desde pequena, por ensinamentos de meus queridos pais, Cleci Maria Lolato e Selvino Lolato, dos quais tenho muito orgulho. Também foi possível, pois, em toda a minha jornada profissional, encontrei pessoas queridas que me ensinaram, deram-me oportunidades, propuseram-me desafios, que me fizeram crescer, ganhar maturidade, aprendizado, conhecimento e vivência nos assuntos propostos neste livro e que me apresentaram outras pessoas as quais tive o prazer de conhecer e trocar muita experiência. A elas, meu obrigado de coração, pois foi assim que conheci Andréa Prestes e J. Antônio Cirino, parceiros autores e organizadores deste livro, aos quais tenho muita gratidão. Tenho um propósito de vida, e esta obra faz parte dele, pois acredito imensamente que podemos promover a mudança e melhoria contínua das organizações de saúde, que podemos fazer a diferença, por menor que seja, por meio da transformação dos processos, das organizações e das pessoas a partir do momento em que somos agentes de mudança.
(Gilvane Lolato)
A qualidade começa pela educação e acaba na educação. Uma empresa que progride em qualidade é uma empresa que aprende, que aprende a aprender.
(Kaoru Ishikawa)
Prefácio
Estratégias para a Acreditação dos Serviços de Saúde nos chega quando mais precisamos de informações consistentes, advindas de fontes confiáveis e publicadas por autores conscientes de suas responsabilidades na partilha do conhecimento em gestão de saúde. Admirável a iniciativa de Gilvane Lolato, Andréa Prestes e J. Antônio Cirino de organizar um livro centrado em estratégias quando o cenário mundial é de grande incerteza em diversos segmentos sociais, principalmente no âmbito da Saúde Coletiva. Porém é no seu conteúdo e na sequência dos seus capítulos que fica evidente para os leitores a sua mais-valia. A forma como os autores abordam a temática da acreditação direciona caminhos e pontua possibilidades de sucesso para a gestão das organizações de saúde.
De fato, esse tema tem sido oportuno e bastante contributivo desde que foi incorporado ao movimento da qualidade da atenção médico-assistencial nos anos 1950. Com o advento do Novo Coronavírus, ele mostrou-se, sobretudo, fundamental para a revisão mais recente das estratégias e da operacionalização dos sistemas e serviços de saúde em termos globais. Essa pandemia, na medida em que avançou sobre os países, impactou expressiva e contundentemente todos os modelos de gestão e assistenciais contemporâneos, em decorrência da sua velocidade de transmissão e do massivo adoecimento com hospitalização da população atingida.
Esses fatores forçaram ajustes emergenciais em toda a cadeia de cuidados e expuseram, em diferentes contextos, a capacidade de resposta das organizações que estavam mais bem preparadas e a fragilidade das que não se anteciparam aos riscos que se anunciavam. Teoricamente, apesar da situação intranquila, era de se esperar que as organizações de saúde que já tivessem a cultura da qualidade internalizada em sua operação apresentassem menos dificuldades com as adequações necessárias durante a crise sanitária. Ficou evidente que a existência dos planos de contingência atualizados e testados periodicamente nessas organizações facilitaram, em muito, as adaptações físicas, funcionais e de pessoal de que a readequação urgente da oferta de serviços precisou. Nesses desafios, que emergiram da situação de calamidade, os serviços de saúde acreditados
, de modo geral, apresentaram um desempenho diferenciado na assistência direcionada à Covid-19.
Principalmente, pela cultura de segurança e pela gestão rotineira dos riscos clínicos e não clínicos sedimentados em suas práticas.
É nesse cenário de crise mundial que leio e identifico, em Estratégias para a Acreditação dos Serviços de Saúde, o valor da metodologia de acreditação tanto para o planejamento, controle e avaliação dos cuidados quanto para os resultados da sua aplicabilidade na segurança e na experiência dos pacientes e dos profissionais de saúde. Os autores, em sua abordagem didática, ratificam e associam os outcomes, ou a casuística de resultados dos processos encadeados pela acreditação, à confiabilidade da governança corporativa e clínica em qualquer cenário, propício ou adverso, de maior ou menor risco, menos ou mais instável, no âmbito da operação diária das organizações que a utilizam como ferramenta de gestão.
Ao longo dos últimos 30 anos, a acreditação vem se consolidando mundialmente como um dos métodos de avaliação externa mais consistentes para intender o desempenho das organizações de saúde e promover a cultura interna da melhoria contínua da qualidade e da segurança dos cuidados, em mais de 70 países. De uma forma análoga, podemos resumi-lo como um conceito disruptivo e inspirador de uma prática melhor e diferente, que se utiliza de processos de avaliação sistêmica em que um fator de transformação humana
é ativado a partir do momento em que a sua finalidade é percebida. Por ser um método reconhecido, sobretudo, por seus princípios educacionais e por sua influência direta sobre o comportamento e atitudes humanas, sua resultante no aprimoramento do desempenho profissional, individual e coletivo, tende a elevar os níveis de percepção, confiabilidade e empatia de imagem dos serviços de saúde que o adotam.
Quando uma organização de saúde decide preparar-se para um processo de avaliação com fins de acreditação, estabelece uma linha estratégica inicial, nem sempre declarada, de se dedicar para aprimorar seu desempenho e ser reconhecida, interna e externamente, pela melhoria que vier a alcançar. Um programa de preparação, por si só, engloba não só a compreensão do método e de seus princípios de conformidade pró-melhoria das práticas assistenciais, mas também o exercício desafiador de aumentar a capacidade interna para detectar continuamente as deficiências e más práticas, monitorar resultados críticos, a assimetria da comunicação entre profissionais e usuários, e sensibilizar para o melhor desempenho individual, o que certamente impacta o desempenho coletivo, influencia o reconhecimento e a confiabilidade interna e externa e determina as experiências das pessoas no ambiente de cuidados.
Em tese, o conjunto de padrões de boas práticas que norteiam as etapas do processo de avaliação para acreditação, ao mesmo tempo, servem de fatores propulsores da vontade individual de transformação e de aprimoramento técnico. E, uma vez que uma instituição ultrapassa a barreira da aceitação do erro e passa a utilizar avaliações e auditorias como referenciais para mudanças e melhorias, ela tende a aprimorar seus mecanismos administrativos, caracterizando, de forma clara, um modelo de gestão focado em segurança. Por isso, considera-se que a interpretação dos padrões de acreditação pelos serviços de saúde seja um exercício estimulador de reflexões e que a observação comparativa entre a prática e o que é recomendável como boa prática resulte em desempenhos mais seguros. Penso que seja esse um exercício de raciocínio fundamental para transformar os processos e as atitudes em prol da efetividade e da melhoria da capacidade de resposta das organizações aos aspectos multifatoriais e disciplinares intrínsecos aos ambientes relacionais e de cuidados e aos seus riscos latentes.
Em comparação a duas décadas atrás, temos agora uma melhor compreensão da fenomenologia do erro e do dano, uma quantidade considerável de dados epidemiológicos, demonstrações da efetividade de planos qualitativos e a eficácia de muitas ações corretivas e preventivas promovidas pela acreditação. Entretanto ainda precisamos avançar na produção de evidências claras e registros consolidados das mudanças processuais, físicas e culturais sustentáveis,