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Produção e Circulação de Livros Didáticos no Rio Grande do Sul Nos Séculos XIX e XX
Produção e Circulação de Livros Didáticos no Rio Grande do Sul Nos Séculos XIX e XX
Produção e Circulação de Livros Didáticos no Rio Grande do Sul Nos Séculos XIX e XX
E-book314 páginas3 horas

Produção e Circulação de Livros Didáticos no Rio Grande do Sul Nos Séculos XIX e XX

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Sobre este e-book

Produção e circulação de livros didáticos no Rio Grande do Sul nos séculos XIX e XX é uma obra composta por seis capítulos que abordam os livros didáticos sob diferentes perspectivas. Há muito a temática da produção didática, da circulação e da utilização dos livros escolares no Rio Grande do Sul estava a merecer uma obra específica que reunisse diferentes pesquisas, sob diferentes abordagens e que cobrisse períodos diversos. É o caso deste livro: da produção à circulação e aos indícios de usos, do século XIX ao século XX, do fornecimento dos livros aos conteúdos e métodos de ensino, passando pela análise de projetos gráficos e editoriais e de propostas de autores, editores, ilustradores, entre outros profissionais, pelas disputas em torno dos livros etc. Os capítulos da presente obra dão conta da variedade e da pluralidade de possibilidades de abordagem desse artefato cultural que foi – e continua sendo – um dos mais importantes nos processos de escolarização.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento13 de mar. de 2020
ISBN9788547320485
Produção e Circulação de Livros Didáticos no Rio Grande do Sul Nos Séculos XIX e XX

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    Produção e Circulação de Livros Didáticos no Rio Grande do Sul Nos Séculos XIX e XX - Eliane Terezinha Peres

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    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO EDUCAÇÃO, TECNOLOGIAS E TRANSDISCIPLINARIDADE

    PREFÁCIO¹

    Meu colega e amigo Alain Choppin, falecido em 2009, é quem deveria ter escrito este prefácio, já que o campo de pesquisas criado por ele se tornou internacional, como este livro demonstra com maestria. Ao criar o Emmanuelle, o primeiro banco de dados sobre os manuais escolares franceses, ele mostrou a enorme riqueza histórica de um objeto considerado tão banal que pouca atenção tinha sido dada a sua complexidade. Alain Choppin nos fez perceber o paradoxo do livro didático, que os alunos utilizam por obrigação, de maneira descontinuada e, frequentemente, com preguiça ou desenvoltura. Não se trata de um livro para se ler, ao contrário de um romance, de um livro de história, de um tratado científico ou de um ensaio político; os textos nele impressos (lista de sílabas das cartilhas, exercícios de gramática, problemas de aritmética, figuras de geometria, mapas de geografia) não são leituras. Um livro didático é um guia a ser seguido, na sala de aula ou em casa, geralmente sob a direção de um professor. Isso faz dele um produto editorial singular, efêmero e, portanto, particularmente frágil.

    Então, por que conservar os manuais utilizados ao longo do tempo, se eles estão fora de uso? Quando Alain Choppin começou a fazer seu inventário, nos anos 1970, o sistema escolar francês estava em plena agitação, devido à instituição do acesso de todos aos chamados estudos secundários, que passaram a ser obrigatórios até os 16 anos. A finalidade da escola primária não era mais preparar para a vida ativa, mas para a continuidade dos estudos, e os antigos livros didáticos pareciam produtos vencidos. Os pedagogos diziam que eles eram arcaicos, sempre focados em um mundo rural em vias de desaparecimento; os linguistas ou os matemáticos insistiam em seus erros científicos (confundir grafema e fonema, número e numeral, por exemplo) e os sociólogos criticavam os preconceitos veiculados pelas ilustrações, a escolha das situações (estereótipos sociais, sexistas, coloniais). Era preciso criar coisas novas. Alguns militantes das novas pedagogias pensavam mesmo que, apoiando-se no cotidiano da sala de aula (10 anos de estudos obrigatórios, dos 6 aos 16 anos), era possível dispensar os manuais, que impunham a todos a mesma progressão, os mesmos exercícios e os mesmos conteúdos.

    No mesmo momento em que antigos manuais eram jogados no lixo, desenvolvia-se um mercado da nostalgia. Nos Estados Unidos, a carreira dos Dick and Jane com os quais tantos americanos tinham aprendido a ler desde 1930, tinha se interrompido por volta de 1970. Esses livros, no entanto, tornaram-se objetos para colecionadores, assim como os célebres McGuffey Readers, abandonados depois da Primeira Guerra Mundial. Longe de recuar, esse mercado tomou um impulso considerável com as vendas online. Na França, velhos manuais dos anos 1880 foram reeditados de maneira idêntica como l’Histoire de France de Lavisse ou o famoso livro de leitura do primário, Le Tour de la France par deux enfants: por meio deles, celebrava-se um mito fundador, o romance nacional da escola republicana.

    A visibilidade midiática de algumas obras vedetes não deve, entretanto, provocar ilusões. O sucesso de algumas faz-se em detrimento de outras. Nos países em que os editores não são obrigados a enviar um exemplar de cada publicação a um depósito legal, torna-se rapidamente difícil encontrar edições antigas e ter dados sobre sua difusão. Se essa documentação se perde, como saber o que aconteceu nas salas de aulas? Como compreender os efeitos de uma reforma (a chegada dos métodos de leitura e escrita simultâneos no final do século XIX ou da Matemática Moderna nos anos 1960, por exemplo), se não dispomos das ferramentas criadas para implantá-la? Os pesquisadores do Hisales (História da Alfabetização, Leitura, Escrita e dos Livros Escolares) não são colecionadores nostálgicos. Eles querem salvar do naufrágio um continente em perigo.

    Isso explica o esforço descrito por Eliane Peres e Chris de Azevedo Ramil para constituir um fundo tão amplo quanto possível, construir um catálogo e notas descritivas, multiplicar os ângulos de pesquisas. Em conjunturas de mudança, como se estabelecem as relações entre os novos autores e os editores? Como um projeto didático testado em algumas salas de aula é transformado em suporte que pode ser utilizado por qualquer pessoa? Quem concebe a diagramação, as ilustrações, a divisão em capítulos? Como o preço é determinado? Quem se encarrega da publicidade e da difusão? Publicar livros didáticos, não é, então, um puro ato pedagógico, constitui um compromisso entre preocupações e imperativos de natureza diversa, didática e pedagógica, certamente, mas também técnica, financeira, estética, comercial, como escreveu Alain Choppin na Revista História da Educação de Pelotas, no artigo O historiador e o livro escolar (2002, p. 21).

    Temos aí, então, uma primeira regra de método: realizando pesquisas sobre os editores, os autores, a produção, as técnicas de impressão, a estética dos projetos gráficos e o comércio do livro, os historiadores da educação devem evitar as generalizações apressadas. Aqueles que (como eu) aprenderam a História da Educação do Brasil por meio das decisões do Governo Federal (as grandes leis de orientação – as LDBs) e a difusão dos modelos dominantes (o modelo paulista da escola normal, a pedagogia escolanovista), terão que retificar essa imagem parcial descobrindo, pelas pesquisas de Pelotas, a contribuição do Rio Grande do Sul para a construção da escola pública brasileira. Tanto nos anos 1880-1920 como no período 1940-1980, o dinamismo dos editores ultrapassava largamente os limites do estado. Mesmo que, em 1960, Estrada Iluminada ainda realce sua ligação com o mundo rural, colocando na capa do livro um gaúcho diante de um cavalo e uma vaca, a riqueza da região vinha também de suas rotas comerciais. Isso explica a constância das relações, das trocas apoiadas por mediações institucionais, na medida em que as instâncias oficiais encorajavam as viagens de estudos ao exterior (ao Uruguai, aos Estados Unidos). O Conselho Superior da Instrução Pública desempenhou um papel decisivo, preferindo os autores brasileiros aos autores portugueses (como João de Deus) e favorecendo, entre os brasileiros, os gaúchos (Hilário Ribeiro e não o baiano Abílio Borges, por exemplo).

    Uma outra lição que estas pesquisas aqui publicadas nos dão é política. Numa época em que a duração das viagens dificultava as colaborações a distância, as relações no âmbito estadual favoreciam a formação de grupos de afinidades, em encontros de trabalho que reuniam autores, autoridades acadêmicas, políticos e editores. De 1880 a 1890, quando a província de São Pedro tinha quase o monopólio da produção escolar para as escolas públicas do estado, o critério regionalista de seleção era também ideológico. Era o critério da modernidade científica, do positivismo naturalista, contra as decrépitas tradições do antiquado teologismo romano (p. 59). Hilário Ribeiro se aproveitou ainda da implantação da República e do ensino graduado. Antes que ele fosse para o Rio de Janeiro e enriquecesse outros editores, foi a Livraria Americana (1871-1917) que editou em Pelotas suas Lições no Lar, no qual a ciência substituía a religião. A relação entre o centro e a periferia foi mais fluida entre 1940 e 1980. As autoras que assinavam contratos o faziam com editores estabelecidos no Rio Grande do Sul, mas também com editores de renome nacional. Se o primeiro objetivo desta obra era o de mostrar que o enraizamento territorial não leva a escrever uma história provincial, a demonstração é bem-sucedida.

    Outra lição de método: levar em conta a materialidade dos livros escolares. Depois de inúmeras entrevistas, Chris de Azevedo Ramil reconstituiu a história da coleção Tapete Verde (1976-1986), cuja modernidade gráfica surpreendeu e seduziu muitos professores. Graças a esse banco de depoimentos orais, ela mostra que uma estratégia pode ser vencedora no plano editorial (criando, com sucesso, um novo estilo) e perder no plano econômico. As edições são mortais, ao contrário da escola. Implantada em Porto Alegre desde 1883, a Editora Globo, durante muito tempo, construiu seu futuro apoiando-se na tecnologia de ponta. Abalada pela reforma Capanema de 1942, reerguida depois graças a seus contratos com o MEC, ela foi vítima da crise financeira dos anos 1970 e vendida à Rio Gráfica Editora em 1986. A coleção Tapete Verde, concebida nos últimos anos da crise, pode se orgulhar de uma assinatura de prestígio (Nelly Cunha), mas sua novidade era outra: as restrições impostas pela crise (papel de má qualidade, impressão apenas em preto e verde) estimularam a criatividade dos diagramadores que, fazendo da pobreza uma virtude, utilizaram todos os recursos da linguagem visual gráfica como ilustrações, figuras, fotografias, ícones, tiras e histórias em quadrinhos (HQ) (p. 126). Na história dos manuais escolares, o surgimento dessa nova estética formal, que modifica a recepção dos conteúdos e os modos de leitura, foi uma revolução.

    Uma nova apresentação significa forçosamente uma modificação dos saberes transmitidos? Nada se pode concluir a priori. Segundo Antonio Mauricio Medeiros Alves, as três versões da parte de matemática das obras de Nelly Cunha e Cecy Cordeiro Thofehrn mostram discordâncias. Estrada Iluminada (45 edições entre 1960 e 1967) abordava a aprendizagem da matemática em relação a situações concretas, integrando várias disciplinas (Linguagem, Ciências, Estudos Sociais, Matemática). Quando as mesmas autoras assinaram Nossa Terra Nossa Gente, uma nova versão imposta pela LDB de 1971, elas fizeram alterações pouco significativas. Por outro lado, a 2.ª edição, com o mesmo título, apresentava mais modificações dos conteúdos ensinados (teoria dos conjuntos, topologia e não mais geometria etc.). As estratégias editoriais ou comerciais podem, portanto, revelar ou, ao contrário, mascarar as continuidades e as evoluções decididas pelas instâncias políticas.

    Dessa maneira, é possível medir as preciosas lições de método que decorrem dos estudos quantitativos e monográficos provenientes das pesquisas do Hisales. Para compreender o que se passa na escola (a pedagogia dos professores, as progressões das aprendizagens, os resultados dos alunos) estamos, a partir de agora, bem convencidos de que é preciso saber como são produzidos os instrumentos de trabalho e, portanto, ir além da escola. Entretanto uma pergunta não deixa de atormentar o leitor: como fazer o caminho de volta, a partir desses saberes acumulados sobre a produção e a difusão, em direção à recepção e ao uso? O estudo de Caroline Braga Michel sobre a Queres Ler? os dá uma pista. Depois de um estágio em Montevidéu em 1914, Olga Acauan e Branca Diva Pereira de Souza adaptaram para o português o método de leitura-escrita ¿Quieres Leer?", que elas tinham visto ser utilizado no Uruguai. Depois que uma versão manuscrita, para seu próprio uso, foi finalizada, elas puderam editá-la e melhorá-la à medida que outras edições foram sendo publicadas. Aprovada em 1924 pela Comissão de Exame de Obras Pedagógicas, essa obra teve um sucesso durável até o final dos anos 1930. Seguir a carreira dessas duas tradutoras não nos traz nada de surpreendente. Branca Diva Pereira, diretora do Colégio Elementar de 1918 a 1939, recebia as normalistas do 4.º ano e foi encarregada, em 1929, de um curso sobre Queres Ler?, assistido por 54 professoras de turmas iniciais. Olga Acauan, professora de Pedagogia e Prática Profissional (1929), depois diretora geral da Instrução Pública (1937), diretora do Departamento Geral de Educação Primária e Normal da Secretaria de Educação (1942), foi também diretora da Escola Normal de Porto Alegre, depois renomeada como Instituto Flores da Cunha, de 1948 a 1955. Enquanto uma delas fazia a demonstração da utilização prática, a outra garantia o método com sua autoridade institucional. Assim, conclui Caroline, as modificações acontecem por diferentes caminhos, não só pelo que é regulamentado nas legislações, mas também a partir dos profissionais e seus fazeres no cotidiano.

    Essa aliança entre o poder prático (os fazeres no cotidiano) e a autoridade hierárquica abre pistas apaixonantes a respeito do perfil das mulheres gaúchas que, como mostram Eliane Peres e Chris de Azevedo Ramil, tiveram quase o monopólio da produção editorial entre 1940 e 1980. Muitos dos livros citados por elas são obra de uma dupla pedagógica ou de um pequeno grupo de colaboradoras. Entre as autoras, certas mulheres (como Olga Acauan ou Nelly Cunha) ocuparam múltiplas funções de autoridade, em revistas, em comissões de avaliação de livros, no Centro de Pesquisas e Orientação Educacionais - CPOE, na Secretaria de Educação. Seria interessante saber mais a respeito da constituição dessas alianças. Como se entrava no círculo daquelas que Eliane Peres e Chris Ramil chamam de intelectuais? Entre essas mulheres de poder, como se fazia a divisão de papéis entre o poder prático da inventividade pedagógica (para conceber a produção) e o poder institucional ou acadêmico (para legitimar a difusão)?

    E o leitor tem ainda outras perguntas, já que permanecem na sombra, entre os dois períodos estudados (1880-1920 e 1940-1980), os anos de 1920 a 1940. São os anos da crise econômica que antecede o movimento de 1930, são as grandes esperanças da Escola Nova, o Manifesto dos Pioneiros, a criação de um Ministério da Educação, antes da dissolução do Congresso e da proclamação, em 1937, do Estado Novo. Como se posicionaram as mulheres do poder nessa conjuntura? Aguardamos, com impaciência, a próxima publicação da equipe de pesquisa de Pelotas.

    Anne Marie Chartier

    LARHRA-Lyon2 (Laboratoire de Recherche Historique Rhône-Alpes)

    E-mail: anne-marie.chartier0054@orange.fr

    APRESENTAÇÃO

    Este livro é resultado do esforço de um grupo de pesquisadoras e pesquisadores vinculados à Universidade Federal de Pelotas (UFPel) que se ocupam, entre outros temas de investigação, do estudo da história dos livros escolares. Alguns capítulos sintetizam resultados de investigações realizadas em nível de pós-graduação, mestrado, doutorado e pós-doutorado, desenvolvidas no Programa de Pós-Graduação em Educação (PPGE) da Faculdade de Educação (FaE) da referida universidade; outros apresentam dados da pesquisa coletiva intitulada Produção, circulação e uso de cartilhas e livros didáticos produzidos por autoras gaúchas (1940-1980)².

    Em seis capítulos que abordam os livros didáticos sob diferentes perspectivas – mas que se complementam –, os autores e autoras, com maestria, vão revelando projetos sociais e políticos, propostas pedagógicas e gráfico-editorais, produção, circulação, fornecimento e usos dos livros didáticos no contexto educacional gaúcho no final dos séculos XIX e ao longo do século XX. Trata-se, assim, de uma obra de relevância, não apenas para especialistas na temática dos livros escolares, mas para todos aqueles que se interessam por processos históricos de constituição da escolarização primária, pela cultura material escolar, por aspectos editoriais e gráficos, pelos currículos e conteúdos escolares, entre outros assuntos diretamente relacionados à pesquisa educacional.

    Vale salientar que há muito a temática da produção didática, da circulação e da utilização dos livros escolares no Rio Grande do Sul estava a merecer uma obra específica que reunisse diferentes pesquisas, sob diferentes abordagens e que cobrisse períodos diversos. É o caso deste livro: da produção à circulação e indícios de usos, do século XIX ao século XX, do fornecimento dos livros aos conteúdos e métodos de ensino, passando pela análise de projetos gráficos e editoriais e de propostas de autores, editores, ilustradores, entre outros profissionais, pelas disputas em torno dos livros etc., os capítulos da presente obra dão conta da variedade e da pluralidade de possibilidades de abordagem desse artefato cultural que foi – e continua sendo – um dos mais importantes nos processos de escolarização.

    Assim, no Capítulo 1, Circulação e fornecimento de livros escolares no Rio Grande do Sul no final do século XIX e início do século XX (1873-1921), Eliane Peres e Caroline Braga Michel abordam, a partir de uma vasta documentação disponível no Arquivo Público do Rio Grande do Sul, a circulação e o fornecimento de livros didáticos pelo estado às escolas gaúchas. As autoras mobilizam um conjunto amplo de documentos tais como: livros de inventários, livros de registro de fornecimento de materiais para as escolas, livros do almoxarifado da instrução pública, livros de contratos para fornecimento de material escolar entre a inspetoria da instrução pública e os fornecedores, jornais da época. Essa documentação cobre o período entre os anos de 1873 e 1921. Com isso, as pesquisadoras apresentam e analisam a circulação e o fornecimento de livros escolares no Rio Grande do Sul nas últimas décadas do século XIX e nas primeiras do século XX. Os resultados indicam para o fornecimento e a circulação, em diferentes escalas, de cartilhas de autores como Abílio César Borges, Hilário Ribeiro, João de Deus, Samorim Gustavo de Andrade, de catecismos, de manuscritos, de livros de história, geografia e matemática, especialmente de autores gaúchos.

    Eduardo Arriada e Gabriela Medeiros Nogueira, no Capítulo 2, A publicação da série graduada Lições no Lar de Hilário Ribeiro pela Livraria Americana de Pelotas: contribuições à história da produção editorial do Rio Grande do Sul, se debruçam sobre as obras didáticas de Hilário Ribeiro, especialmente Lições no Lar, publicada pela Livraria Americana de Pelotas, Rio Grande do Sul. A série graduada Lições no Lar era composta do Primeiro Livro de Leitura, Segundo Livro de Leitura, Terceiro Livro de Leitura e Quarto Livro de Leitura. Todos

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