Acontecimentos em Hookwood
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Sobre este e-book
Quando a vida animal em Hookwood é perturbada pela chegada dum casal novo ansioso para construir a sua primeira morada juntos numa cabana abandonada, um Coelho jovem curioso chamado Starup decide ajudar comendo o resto do almoço do piquenique, que tinha sido doado por um velho amigo para festejar a ocasião. Como castigo a mãe Dora mandou-o tomar conta da amiga distraída, a Gansa Clara, enquanto ela muda de casa de forma a que escape à atenção do animal de estimaçao do jovem casal, um gato cor de gengibre aterrarizador.
Depois de restaurar as economias duma vida dos seus amigos, dubiamente conseguida pelo Esquilo Nabbit, o vil prestamista, Startup propõe-se a evitar que o ninho da Clara caía nas mãos do rato castanho de palavras mansas conhecido como Capitão Mayfair, que anda à procura de fundos para financiar a revolta liderada pelo assustador Rei Freddie e a sua colónia de ratos castanhos.
Visto como uma ameaça ao sucesso dos planos do Capitão, Startup é encorajado a ser enfeitiçado pela arma secreta dos ratos castanhos, uma coelha de olhar furtivo chamada Lola, que é enviada para iludir o coelho confidante e tirá-lo do caminho.
Depois de escaper várias vezes ajudado pelos amigos, Prudence e o Sábia Mocho, assim como Puggles, o porco e Hedgie o ouriço, Startup é envolvido numa batalha continua com os ratos castanhos, e rapidamente encontra-se em confront directo com o arquevilão, o próprio Rei Freddie.
Num emocionante climax, Startup é apanhado numa batalha desesperada mão-a-mão para acabar com o Rei Freddie, na qual o seu amigo o Mocho Sábio vem ao seu auxílio, disposto a sacrificar a própria vida ao faze-lo.
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Acontecimentos em Hookwood - Michael N. Wilton
Introdução
Qundo a vida animal em Hookwood é perturbada pela chegada dum casal novo ansioso para construir a sua primeira morada juntos numa cabana abandonada, um Coelho jovem curioso chamado Starup decide ajudar comendo o resto do almoço do piquenique, que tinha sido doado por um velho amigo para festejar a ocasião. Como castigo a mãe Dora mandou-o tomar conta da amiga distraída, a Gansa Clara, enquanto ela muda de casa de forma a que escape à atenção do animal de estimaçao do jovem casal, um gato cor de gengibre aterrarizador.
Depois de restaurar as economias duma vida dos seus amigos, dubiamente conseguida pelo Esquilo Nabbit, o vil prestamista, Startup propõe-se a evitar que o ninho da Clara caía nas mãos do rato castanho de palavras mansas conhecido como Capitão Mayfair, que anda à procura de fundos para financiar a revolta liderada pelo assustador Rei Freddie e a sua colónia de ratos castanhos.
Visto como uma ameaça ao sucesso dos planos do Capitão, Startup é encorajado a ser enfeitiçado pela arma secreta dos ratos castanhos, uma coelha de olhar furtivo chamada Lola, que é enviada para iludir o coelho confidante e tirá-lo do caminho.
Depois de escaper várias vezes ajudado pelos amigos, Prudence e o Sábia Mocho, assim como Puggles, o porco e Hedgie o ouriço, Startup é envolvido numa batalha continua com os ratos castanhos, e rapidamente encontra-se em confront directo com o arquevilão, o próprio Rei Freddie.
Num emocionante climax, Startup é apanhado numa batalha desesperada mão-a-mão para acabar com o Rei Freddie, na qual o seu amigo o Mocho Sábio vem ao seu auxílio, disposto a sacrificar a própria vida ao faze-lo.
Capítulo Um
Aconteceu algo na Cabana do Carvalho
‘O que se passa?’ guinchou Startup, o jovem Coelho irrepremível, a dar voz aos pensamentos de todos os animais que se aproximavam para ver o que se estava a passar. Algo estava a acontecer na Cabana do Carvalho, e rapidamente a notícia se tinha espalhado por Hookwood inteiro.
Uma carrinha grande estava a subir o caminho em direcção à cabana solitária, e o seu progresso pouco seguro estava a ser difundido de árvore em árvore no caminho. Parou finalmente no sopé dumas escadas velhas esculpidas na margem ao lado do caminho, e vários homens e um rapaz saiu, a apontar para o sinal e para a cabana acima.
Em primeiro lugar, existia alguma dúvida se tinham chegado ao local correcto, pois era uma cabana engraçada engraçada meio caída, colocada bem acina do caminho de terra no centro duma quinta que a circundava, a meia milha de Tanfield, a aldeia mais próxima.
Tinha estado vazia durante tanto tempo que muitos animais tinham vindo considerá-la deles. Na verdade, as andorinhas e os estorninhos tinham feito os seus ninhos já há muitos anos de baixo das telhas partidas do telhado, e o Squire Nabbit, o esquilo malandro armazenava as suas nozes lá há tanto tempo que era dificil precisar quanto. Era tudo muito perturbador, e alguns dos mais velhos entreolhavam-se um pouco preocupados. ‘Eu vou-vos dizer o que significa,’ resmungou Grumps, o mocho com um só olho, fazendo-os saltar. ‘Humanos, é quem é. Olhem!’ Ele apontou con a sua garra, quase perdendo o equílibrio no ramo enqaunto o fazia.
Um dos coelhos bebé ria entre dentes, mas os outros mandaram-no calar e ergueram as cabeças em expectativa.
Repentinamente, houve um tagarelar vindo do caminho. Portas do carro a baterem, e um casal jovem correu escadas acima, passando juntinho aos homens das mudanças com pressa de entrar na sua primeira casa nova juntos. O estado negligenciado da cabana não lhes parecia preocupar. Eles tagarelavam avidamente, a ver o estado da cabana e do seu jardim cheio de ervas, e os homens de avental entrarm na disposição deles e puseram-se a trabalhar, trocando conversa amigável.
‘Parecem-me bem,’ deixou escapar Startup, e alguns dos outros coelhos concordaram privadamente, mas não gostavam de ofender o Grumps.
‘Onde estão as tuas maneiras querido,’ murmurou a sua mãe, Dora. O pai dele bufou e deu-lhe um safanão para lhe mostrar quem é que mandava.
Houve uma agitação repentina no cima das escadas. O jovem rapaz das mudanças trazia um cesto de verga, e sem qualquer aviso uma pata espreitou pela tampa e arranhou-lhe a cara, fazendo com que ele deixasse cair o cesto com um grito.
‘Oh, meu Deus,’ disse a Dora baixinho. ‘Acho que está na hora de eu ir para casa tratar do jantar. Anda lá, Startup, já passa muito da tua hora de dormires.’
‘Mas está a ficar excitante,’ protestou o filho. ‘Deixa-me ficar com o Pai, só por um minuto.’
‘Então pergunta ao teu pai, disse a Dora nervosamente, a espreitar através da relva comprida.
Depois de entregar a mensagem, Startup voltou-se para a mãe.
‘O Pai diz para te perguntar a ti. Por favor, posso?’
Ele estava a falar para o ar, pois a Dora já se estava a apressar pela margem abaixo, tão depressa quanto as suas pernas trêmulas a conseguiam levar. O marido, Ben, podia não ter medo de gatos, mas ela tinha, e não ía ficar à espera nem mais um minute para descobrir o que ele ía fazer.
Era um gato grande cor de marmelada que saltou do interior do cesto – do tipo que não atura disparates. Ele pavoneou-se rigidamente cimae baixo no caminho, metendo-se no caminho de toda a gente, quase que fazia cair alguns dos homens das mudanças enquanto estes cambaleavam escadas acima com as cargas.
Então um dos homens chamou o dono novo cá fora, que sentou o gato numa caixa improvisada e lhe disse para não se mexer, com uma voz muito severa. O gato pestanejou com desdém, abanou o pêlo amarrotado, e começou a lamber a sua frente de vez em quando, enquanto olhava sonolentamente a cena.
A visão do gato parecia perturbar o rapaz jovem, que sempre que chegava com uma carga, laragva-a apressadamente e fugia, com medo de ser arranhado. Rapidamennte uma colecção estranha de mobília e de caixas começaram a formar pilhas. Havia tanto que quando no fim o jovem dono apareceu lá de cima quase que não conseguia sair, e o outro homem das mudanças que seguiu encontrou o caminho barrado. Era uma bonita confusão.
Startup cutucou o pai e apontou alegremente, mas Ben mandou-lhe calar e retirou o seu cachimbo. Estava a começar a ficar interessante e ele não tinha intenção de perder uma coisinha que fosse.
Depressa, mais dois homens das mudanças que estavam a subir o caminho com um cadeirão bateram num obstáculo e pararam repentinamente Depois de muita conversinha, passaram a palavra linha abaixo para deixarem de trazer mais cargas. Mas nessa altura já os homens estavam a chocar, a parecerem um amontoado de coisas que batiam nos tapumes.
Alguma coisa tnha que ser feito. O homem responsável pelas mudanças coçava a cabeça e olhava em redor à espera de ordens. Mas foi o gato que sem saber forneceu a resposta. Aborrecido com os procedimentos, ele saltou por cima das cabeças deles para a veranda e passeou pela scção estreita do telhado próximo e desapareceu pela janela aberta.
Por fim quando se conseguiu espremer e sair pela porta, o jovem dono viu o gato e isso deu-lhe uma ideia. Ele fez sinal aos homens das mudanças e apontou para a janela. Primeiro acenaram, a arreganhar a tacha e a sorrir educamente à vez. Depois quando se aperceberam do significado, os sorrisos desapareceram e começaram a olhar em volta à procura dum voluntário. Como se fosse senso comum, os olhares dirigiram-se para o jovem rapaz que imediatamente deixou de rir e voltou-se para fugir. Antes de conseguir chegar muito longe, ele viu-se erguido atè à veranda facilmente por um tipo grande, e aí ficou de cócoras, o pé colocado entre duas tábuas rachadas que constituiam o telhado da varanda, a implorar para serem tiradas abaixo.
Em vez de lhe ajudar, um dos homens levantou uma cadeira e disse-lhe no meio duma gargalhada para se sentar nela enquanto tinha oportunidade, porque havia muito mais coisas a ir em sua direcção.
Os homens eram bem dispostos, ansiosos para terminarem, e um deles até subiu para o lado dele, com uma perna apoiada na veranda para aliviar a carga, e ajudar a empurrar as coisas mais pesadas. Primeiro veio uma mesa, depois um armário de cozinha, que o rapaz lhe tinha dito que nunca entraria nem no dia de São Nunca à tarde, mas entrou e assim continuou.
‘Para que servem aqueles bocados engraçados de madeira?’ perguntou Startup, muito intrigado, a pensar na sua toca apertada.
‘Pelo amor de Deus,’ disse o pai atabalhoadamente por cima do cachimbo, sem querer demonstrar a sua ignorância. ‘Pára com a conversa, não consigo ouvir o que estão a dizer.’
‘Chiça, consegues perceber fala humana?’ Startup estava muito impressionado.
O pai tossiu de forma importante.
Depois disso, Startup tentou ouvir com mais respeito, embora não fizesse sentido, então observou apenas caso perdesse alguma coisa.
Não precisava de se ter preocupado. Nada parecia estar a acontecer. Tinha tudo parado, e os homens estavam de pé a vacilar, à espera para poderem seguir para o próximo trabalho, enquanto tentavam evitar os olhares reprovadores da jovem mulher que tinha descido para ver o que se passava.
‘Não é a nossa culpa,’ o homem responsável parecia estar a dizer, desculpando-se e a acenar os braços para a pilha na entrada da porta. ‘Fizemos a entrega tal como prometemos, e foi para isso que fomos pagos, com mil desculpas, minha senhora.’ Ele tocou no chapéu de forma estranha e voltou pelo caminho. ‘Aquele vosso gato foi-se e fez-nos atrasar para a próxima mudança para o caminho da Colina de Packham. Só o fizemos como especial, para fazermos os dois trabalhos, tipo.’
Atrás dele, os homens já tinha percebido a dica, e estavam a apressar-se escadas abaixo como os alunos que sairam da escola mais cedo.
‘Oh por favor, fiquem!’ a jovem mulher estava a implorar, mas estava a falar para o ar, e brevemente o único ruído que se ouvia era o do escape barulhento para lhes relembrar que não tinha lá estado ninguém.
A mulher virou-se e olhou para a mobília atafulhada na porta. Repentinamente tudo se tornou demasiado, e com um choro ela atirou-se para os braços do marido
‘O que é que ela está a dizer?’ sussurou Startup.
‘Está um pouco transtornada,’ respondeu o pai de forma algo desnecessária.
‘O que está ela a dizer agora?’perguntou o filho depois de ouvir novo grito de agonia.
‘Acho que ela lhe está a dizer que não consegue encontrar a cafeteria ...’ respondeu Ben depois duma longa pausa. Depois pensativamente acrescentou, ‘Porque será que ela quer isso?’
Startup estava sem reposta. Era essa a pergunta que ele se estava a fazer.
‘Não há nada que possamos fazer?’ Ele franziu o nariz.
‘Fazer?’ repetiu o pai chateado. ‘Nós não fazemos nada. Não se ajuda os humanos – mantem-te fora do caminho deles simplesmente,’ ele explicou rudemente. ‘Os humanos não são como nós,’ ele disse, a bater com as patas de trás para dar ênfase. ‘São diferentes,’ e assentiu, como se isso respondesse a tudo.
‘Oh,’ disse Startup, sem estar inteiramente convencido. ‘Talvez ela gostasse duma sopa de cherivia. Dá alimento.’ Era uma palavra que ele tinha ouvido a mãe usar, e parecia importante.
‘Não,’ vociferou Ben, a ficar irritado. ‘É do meu jantar que estás a falar, e se continuas a fazer esse tipo de comentário, vamos acabar como empadão de coelho. Agora, está calado, não consigo ouvir o que se passa.’
Ele suspirou