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O Cavaleiro do Trovão
O Cavaleiro do Trovão
O Cavaleiro do Trovão
E-book441 páginas6 horas

O Cavaleiro do Trovão

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Sobre este e-book

1258 A.D. – O livro três da série Os Senhores do Trovão: A Trilogia dos Irmãos de Shera, é a emocionante conclusão desta coleção best-seller da escritora especialista em romances medievais Kathryn Le Veque.

No livro três, o foco está sobre Tiberius, o irmão mais novo dos de Shera, quando ele se apaixona pela adorável Lady Douglass, filha de um cavaleiro que apoia o exército inimigo. Mas o amor não conhece fronteiras, e Tiberius e Douglass se veem envolvidos na guerra política entre Simon de Montfort e Henry III, e a lealdade de Tiberius é logo questionada. Ele ainda está do lado de de Montfort ou decidiu seguir seu coração e, portanto, se aliou ao inimigo? Logo estará envolvido em um jogo de espionagem, onde honra e lealdade familiar se confundem, e Tiberius terá que escolher o que é mais importante para ele; a causa de de Montfort ou o amor de Douglass.

Não perca este amor apaixonado e turbulento

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento15 de ago. de 2020
ISBN9781071562703
O Cavaleiro do Trovão

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    O Cavaleiro do Trovão - Kathryn Le Veque

    O CAVALEIRO DO TROVÃO

    Livro Três – Senhores do Trovão: A Trilogia dos Irmãos de Shera

    Um Romance Medieval

    Escrito por Kathryn Le Veque

    ©Copyright 2014 by Kathryn Le Veque Novels

    ISBN ebook  978-1-943091-39-3

    ISBN Paperback 978-1511646680

    Library of Congress Control #2015-053

    Texto: Kathryn Le Veque

    Capa: Kathryn Le Veque

    Fica proibida a reprodução de qualquer tipo, exceto no que se refere a citações curtas para publicidade ou promoção.

    Todos os direitos reservados.

    Índice

    Nota da Autora:

    PARTE UM: VENTOS DO DESPERTAR

    CAPÍTULO UM

    CAPÍTULO DOIS

    CAPÍTULO TRÊS

    CAPÍTULO QUATRO

    PARTE DOIS: VENTOS DA TRAIÇÃO

    CAPÍTULO CINCO

    CAPÍTULO SEIS

    CAPÍTULO SETE

    CAPÍTULO OITO

    CAPÍTULO NOVE

    PARTE TRÊS: VENTOS DO DESTINO

    CAPÍTULO DEZ

    CAPÍTULO ONZE

    CAPÍTULO DOZE

    CAPÍTULO TREZE

    CAPÍTULO CATORZE

    PARTE QUATRO: VENTOS DA LEALDADE

    CAPÍTULO QUINZE

    CAPÍTULO DEZESSEIS

    CAPÍTULO DEZESSETE

    CAPÍTULO DEZOITO

    CAPÍTULO DEZENOVE

    Nota da autora:

    Chegou o fim!

    A Trilogia Senhores do Trovão se passa no ano de 1258, ano em que Simon de Montfort chegou ao poder em luta contra Henry III. Se você leu os dois livros anteriores, já teve sua lição de história. Então, vamos encerrar a aula – com a história de Tiberius.

    O ano de 1258 foi provavelmente um dos mais marcantes da história da Inglaterra, por várias razões. Um dos principais pontos de discórdia na época era o fato de Henry III ter permitido a entrada de muitos parentes franceses de sua esposa, além de outros nobres franceses, na Inglaterra, e esse contingente francês estava no comando de muitos castelos e propriedades inglesas importantes, o que incomodava os nobres ingleses.

    Há uma pequena parte deste livro que trata sobre o envolvimento do príncipe Edward, o futuro Edward I do famoso Coração Valente, com Simon de Montfort. Obviamente, ele tinha muitas razões para tal e eu só toco em uma delas. Há tanta intriga política e história acontecendo durante este ano que se eu incluísse tudo este livro seria gigantesco, por isso apenas abordo as razões que são fundamentais para o enredo. Além disso, a relação do príncipe Edward com de Montfort não era oficial até março de 1259, mas, na minha história, tudo acontece mais cedo.

    E tem o tricô! Na história do tricô, presume-se que a arte real de tricotar com duas agulhas foi inventada em algum momento dessa época, provavelmente na Itália, e há itens na Inglaterra datados de 1260 - um par de luvas e uma almofada de assento. Neste romance, Lady Douglass está tricotando, a mais nova e mais recente atividade feminina, embora ela provavelmente esteja fazendo isso alguns anos antes de se tornar algo realmente popular.

    Agora, falando sério. Neste romance, descobrimos que Tiberius tem dislexia. Claro, naquela época não havia diagnóstico para isso. Acreditava-se simplesmente que a pessoa era burra, mas, no caso de Tiberius, isso estava longe de ser verdade. Não é uma parte importante deste romance, mas o problema é mencionado. Se você estava se perguntando qual seria o problema dele, agora você já sabe.

    No geral, espero que este seja um final adequado para a Trilogia Senhores do Trovão e espero que você goste. Gallus, Maximus, e Tiberius merecem um final feliz.

    Tenha uma ótima leitura!

    Abraços,

    Kathryn

    Livro Três

    Livro Três – Senhores do Trovão: A Trilogia dos Irmãos de Shera

    O CAVALEIRO DO TROVÃO: QUANDO O TROVÃO ESTRONDA

    PARTE UM: VENTOS DO DESPERTAR

    Agosto

    E, com o trovão próximo,

    O limite do medo,

    O fim estava claramente à vista.

    É chegada a hora

    Por todos, por um,

    Com o homem conhecido como o Cavaleiro do Trovão.

    ~ Crônicas do Século XIII

    CAPÍTULO UM

    1258 D.C.

    Castelo Isenhall

    Ele está em Coventry sendo perseguido pelos homens de de Montfort. Temos que ir.

    A informação discretamente murmurada veio de Tiberius de Shera. Muito alto, com uma coroa de cachos escuros e macios e ombros enormes, ele era o caçula do trio de irmãos de Shera. Ele se dirigiu aos seus irmãos Maximus e Gallus, que se reuniam no pequeno solar de teto abobadado do enorme Castelo de Isenhall. Os irmãos de Tiberius, no entanto, pareciam um pouco perplexos com sua declaração.

    Quem está em Coventry?, Perguntou Gallus, o mais velho dos três. De quem você está falando?

    Tiberius parecia bastante sério, incomum para o cavaleiro geralmente jocoso. Ele era jovem, isso era verdade - cinco anos mais novo que o irmão do meio Maximus, que já passava dos seus trinta e dois anos, mas Tiberius sempre fora uma mistura de maturidade cavalheiresca com um charme de menino. Era uma combinação incomum, porque representava o que de melhor em termos de cavaleiro que a Inglaterra poderia oferecer. O garoto despertava a imagem de uma criança levada que poderia facilmente envolver-se em uma dolorosa surra fraternal. Mas os irmãos de Shera mais velhos haviam aprendido há muito tempo que podiam confiar nos instintos de cavaleiro do caçula, e por isso, quando ele falou que era um assunto sério, eles ouviram atentamente.

    De Moray, respondeu Tiberius. Há um jovem no pátio que veio de Coventry. Garran enviou um menino com uma mensagem. Garran, seu pai, e uma de suas irmãs estavam viajando para o sul, em direção à casa deles em Dorset, e perceberam que estavam sendo seguidos por homens de de Montfort. Agora eles estão escondidos em Coventry e devemos salvá-los. Eles estão com problemas.

    De Moray está com problemas. Essa curta frase deixou bem clara a situação e os irmãos de Shera mais velhos começaram a se mexer. Eles já estavam indo para a entrada do castelo onde, no pequeno pátio, ficavam os estábulos e a sala d’armas. Havia um senso de urgência quando os senhores da batalha, homens conhecidos como os Senhores do Trovão, se moviam com esta determinação.

    Eles estavam viajando sozinhos? Maximus de Shera, o irmão do meio, perguntou. Ele era um homem forte, rude e que ia direto ao ponto. De Moray sabe melhor do que ninguém que não deve viajar sem escolta, especialmente nestes tempos e especialmente perto de Kenilworth. Por acaso ele achava que os homens de de Montfort não o reconheceriam?

    Tiberius estava preocupado com seu amigo, Garran de Moray, filho do lendário cavaleiro Bose de Moray. Apenas alguns meses atrás, Garran havia jurado lealdade a Casa de Shera e, consequentemente, a causa de Simon de Montfort, homem que retirou o controle da nação das mãos de Henry III, nesses tempos sombrios e turbulentos. Mas o pai de Garran, Bose, era o capitão da guarda de Henry desde que o monarca era muito jovem. Um forte vínculo se estabeleceu entre os dois. Henry salvou a vida de Bose uma vez.

    Portanto, nesse conflito, não havia dúvidas de que lado o grande de Moray estaria e o pai havia pedido ao filho que ficasse com ele, pois não queria levantar sua espada contra seu próprio filho em batalha. Garran, apesar de discordar da política de Henry, concordou em apoiar seu pai. Foi com tristeza que deixou a Casa de Shera. Mas, para os irmãos de Shera, Garran ainda era um de seus cavaleiros, o que significava que eles iriam ajudá-lo, independentemente das circunstâncias.

    Não tenho idéia do que Bose de Moray estava pensando quando decidiu passar por Coventry, Tiberius respondeu à pergunta de seu irmão. "Talvez ele estivesse vindo para Isenhall para nos visitar ou talvez estivesse simplesmente indo para casa. Seja qual for o motivo, devemos deixar nossas perguntas de lado e tirar o homem e sua família de Coventry antes que os assassinos de de Montfort cheguem até eles.

    Todos eles concordaram que não era hora para conjecturas. Quando adentraram o pátio, já tinha amanhecido e o céu estava límpido e azul. A semana anterior tinha sido bastante quente e este dia prometia não ser diferente. O tempo estava maravilhoso e o chão estava seco, livre da lama que habitualmente o cobria. Enquanto Maximus se dirigia aos aposentos dos Cavaleiros de Shera para acioná-los, Gallus e Tiberius se dirigiam à casa d’armas para se prepararem para a ocasião.

    O ar estava abafado na casa d’armas. Quando Gallus e Tiberius terminaram de se vestir com sua habitual proteção de cotas de malha e placas, eles estavam suando em bicas. Tiberius estava cheirando muito mal, porque ele tendia a suar muito e não tomava banho já há um tempo, então ele tinha certeza de que o odor horrível que pairava no ar vinha dele. Ele continuou farejando o ar e a fazer caretas, o que acabou levando seu irmão a empurrá-lo para fora da casa d’armas. Tropeçando porta a fora, Tiberius virou-se para o irmão, perplexo e irritado.

    Por que você fez isso? Ele perguntou.

    Gallus balançou a cabeça, acenando com a mão. Porque você cheira tão mal quanto um cadáver em decomposição, disse ele. Por que você não toma banho, nem que seja de vez em quando?

    Tiberius levantou uma sobrancelha escura. Para quê? Ele perguntou. Eu não tenho uma mulher na minha cama como você e o Max. Não preciso cheirar a flores para ninguém.

    Gallus tentou segurar o riso. Algum dia você vai querer conquistar uma mulher, disse ele enquanto calçava suas luvas pesadas. Mas tudo o que você conseguirá será espantá-la com esse fedor horrível. E você sabe muito bem que certos cheiros deixam minha esposa muito enjoada em seu estado atual. Se você a fizer vomitar porque se recusa a tomar banho, eu vou te dar uma surra.

    Tiberius olhou para seu amado irmão mais velho. Gallus de Shera era o Conde de Coventry e Lorde de Worcester, um título que ele havia trabalhado duro para conquistar. Ele era um homem em seu auge, o mais velho do mais poderoso trio de irmãos, e Tiberius o adorava. E ele acreditava que Gallus estava falando sério quando disse que bateria nele se incomodasse sua esposa grávida. Com um sorriso, Tiberius se afastou da casa d’armas.

    Então, ficarei longe dela, disse ele a Gallus enquanto se afastava, mas ficarei bem perto de você para garantir que você sentirá meu cheirinho até seu amargo fim.

    Ele ainda pôde ouvir Gallus dizer: Você vai derrotar o inimigo sem sequer precisar levantar sua espada, ele gritou. O seu fedor vai nocauteá-los!

    Tiberius riu baixinho enquanto se dirigia para os estábulos. Seu irmão do meio, Maximus, estava saindo de lá naquele momento. O Barão Allesley, também conhecido como Maximus de Shera, era um homem muito grande e muito poderoso, que se casara recentemente. Sua esposa era uma mulher adorável, que tinha a capacidade de domesticar o animal selvagem que habitava em Maximus, porque Tiberius nunca havia visto seu irmão tão alegre, ou tão calmo. O homem áspero, rude, e agressivo que ele conhecia por todos esses anos agora possuía um temperamento controlado graças a sua mulher. Mas o lutador que habitava nele, aquele guerreiro que os homens temiam tanto, continuava a ser tão mortífero como sempre havia sido.

    Estamos levando um pequeno contingente conosco, disse Maximus enquanto se aproximava de Tiberius. Os irmãos de Wolfe e du Bois já estão selando seus cavalos e tenho vinte soldados prontos para nos acompanharem. Isso deve ser o suficiente.

    Tiberius passou pelo homem, entrando nos estábulos. Quanto mais cedo, melhor, disse ele. Não há tempo a perder.

    Maximus, que estava indo em direção ao castelo, continuou andando enquanto soltava um berro. Pelo amor de Deus, Ty, disse ele, colocando os dedos sobre o nariz. Há uma nuvem de fedor letal atrás de você, envolvendo tudo em seu rastro. Se você não tomar um banho quando voltarmos, eu vou colocá-lo numa banheira e esfregá-lo até que você não possa mais incomodar ninguém com seu fedor.

    Tiberius não disse nada, mas fez uma careta para o irmão quando entrou no estábulo, seu fedor se misturando com o cheiro de cavalos e feno. Ele estava pensando que talvez devesse mesmo tomar um banho, e logo, porque sabia que Maximus cumpriria sua ameaça. Mas ele afastou esses pensamentos quando o cavalariço trouxe seu grande garanhão belga cinzento. Em uma época em que cavalos de guerra não eram comumente usados ​​para viagens, Tiberius montava um cavalo apenas e só aquele cavalo, apesar de possuir vários. O grande garanhão belga tinha dois atributos que Tiberius gostava muito: ele era estranhamente calmo para um cavalo de guerra, calma que durava até estar no auge da batalha, e tinha um galope agradável, bastante confortável. Esses dois fatores fizeram dele o cavalo favorito de Tiberius. Ele cumprimentou carinhosamente o grande corcel cinza com crina e cauda pretas.

    Storm, ele se dirigiu ao cavalo, acariciando o animal em suas orelhas porque era um carinho que ele gostava. Você já comeu seu mingau matinal, meu velho?

    O cavalariço que trouxe o cavalo acenou com a cabeça respondendo à pergunta. Ele gosta do mingau, meu senhor, ele concordou. Ele comeu um balde cheio.

    Tiberius sorriu e deu um tapinha no pescoço do animal antes de o montar. Saiu dos estábulos e se dirigiu para o pátio onde os homens estavam reunidos. Tiberius orientou os homens, explicando o que estava acontecendo. Garran de Moray estava com problemas e precisava de ajuda. Tiberius apresentou o rapaz que trouxera a mensagem e mandou o jovem contar o que se passava, sua voz jovem ecoando nas antigas paredes circulares do castelo de Isenhall, enquanto explicava em detalhes aos guerreiros de Shera a situação.

    Tiberius era geralmente o irmão encarregado de cuidar dos homens, enquanto Gallus e Maximus cuidavam de outros aspectos das batalhas. Gallus era o líder e se encarregava dos aspectos políticos, e Maximus era responsável pela logística e pela tática. Tiberius era o irmão que ouvia os homens, aquele que se permitia fazer amizade com os soldados e com os cavaleiros. Ele tinha um coração desarmado, algo que, em sua profissão, poderia ser às vezes um problema, mas Tiberius nunca deixou que isso interferisse em seu senso de dever. Ele era um de Shera até o âmago e um de Shera sempre conhecia seu dever.

    Maximus saiu da casa d’armas junto com Gallus, mas Gallus se dirigiu para o castelo enquanto Maximus foi se juntar aos homens. Eles se reuniram perto da guarita de Isenhall, uma estrutura quadrada, impenetrável. Tinha portas levadiças e, em sua muralha, seteiras e buracos assassinos suficientes, bem acima do portão principal, para matar efetivamente qualquer um que tentasse invadir a fortaleza por aquela passagem. Aquelas velhas pedras viram décadas, até séculos, de morte e paz. Enquanto o grupo fortemente armado aguardava o Conde, Gallus saia do castelo sendo seguido por várias mulheres e dois cachorros enormes.

    Taranis, o imenso cachorro preto que pertencia às filhas de Gallus, corria junto com seu companheiro, Henry, um vira-lata que a esposa de Maximus havia adotado durante sua estadia em Oxford, alguns meses antes. Os dois cães eram bons amigos e excelentes protetores para as mulheres, às quais eram muito apegados. Henry gostava de deitar na cama no lado em que Maximus dormia, ao lado de sua esposa, e rosnava para Maximus sempre que o homem tentava reivindicar seu lugar. Houve noites, após o casamento deles, em maio, que Maximus foi forçado a suportar o cachorro dormindo entre eles.

    Mas isso não importava, não de verdade. Com ou sem cão, Maximus estava profundamente e infinitamente apaixonado por sua esposa, Lady Courtly. Ele avistou a mulher assim que ela saiu do castelo com a filha mais nova de Gallus, Lily, no colo, e ele imediatamente seguiu em sua direção para se despedir.

    Gallus estava de mãos dadas com sua esposa, que estava grávida, e com sua filha mais velha, Violet. As meninas eram fruto do primeiro casamento de Gallus, mas elas eram muito jovens e se apegaram a Jeniver rapidamente. Era um feliz conjunto de mulheres, meninas, e cães que tinha vindo despedir-se dos homens de Shera, mas naquele grupo faltava alguém - a mãe dos irmãos de Shera, Lady Honey.

    É estranho, Tiberius murmurou para Sir Stefan du Bois, montado em seu cavalo ao lado dele, não ver minha mãe aqui, fazendo um discurso sobre o cumprimento de nossa tarefa porque somos de Sheras. Ela fazia parte deste exército tanto quanto qualquer um de nós.

    Stefan, filho do grande cavaleiro Maddoc du Bois, desviou o olhar de Gallus e Maximus e de suas esposas e concentrou-se no homem que era seu primo distante e também amigo.

    Vamos estranhar por bastante tempo, eu suponho, disse ele calmamente. Jovem e muito brilhante, ele tinha uma voz profunda e sucinta. Certamente não é o mesmo sem ela.

    O olhar de Tiberius passeou sobre o grupo de homens e mulheres de Shera. Honey só conheceu a Jeniver, disse ele. Acredito que ela teria gostado muito da Courtly. Entristece-me saber que ela não está mais aqui para ver tudo isso, ver esse império que ela ajudou a criar e as pessoas decentes que vivem dentro dele. Nunca senti tanto a falta dela e com tanta força quanto neste momento.

    Stefan assentiu em concordância. Ela está aqui, ele falou confiante. Você simplesmente não pode vê-la. Ela está aqui, como sempre esteve, supervisionando o pátio. Tenha cuidado; faça algo estúpido e veja se um pássaro não irá cagar na sua cabeça como punição. Será Lady Honey mostrando toda sua contrariedade.

    Tiberius riu baixinho, virando-se para olhar para o jovem primo. Você sabe exatamente como me animar, não é? Ele disse. Então ele suspirou pesadamente e impulsionou o cavalo para frente. Sem mais atrasos, Stefan. Guie os homens para fora dos portões e encontre o mensageiro de de Moray. Ele vai conosco. Eu vou buscar meus irmãos.

    Stefan imediatamente assumiu o comando, e os outros dois cavaleiros, Sir Scott de Wolfe e seu irmão gêmeo, Sir Troy de Wolfe, o seguiram e logo o grupo de homens de Shera fortemente armado estava deixando o interior do castelo, espremendo-se para passar pelo caminho estreito ladeado pelas portas duplas, emergindo do outro lado. Enquanto isso, Tiberius tentava separar seus irmãos de suas esposas e filhas, o que provou ser uma tarefa mais difícil do que ele havia previsto.

    Lordes e damas, disse ele em seu tom irreverente de costume, há homens que não esperam por vocês e homens que talvez não possam mais esperar por vocês, então é com grande pesar que eu os encorajo a montar em seus cavalos e vir comigo imediatamente. De Moray precisa de nós.

    Gallus beijou suas filhas e sua esposa, nessa ordem, antes de montar rapidamente em seu cavalo. Não devemos demorar muito, disse ele à esposa, que estava olhando para ele, esfregando carinhosamente a barriga arredondada. Eu planejo estarmos em casa para o jantar. Certifique-se de estar tudo preparado para receber os convidados.

    Ty! Lily, a filha mais nova de Gallus, que estava nos braços de Courtly, o chamou. Ty, eu vou com você!

    Lily acabara de completar quatro anos, uma garotinha esperta que era bastante apegada a seu tio Tiberius, mas Tiberius balançou a cabeça com tristeza.

    Não, Lee Lee, meu amorzinho, disse ele com pesar. Você não pode vir comigo. Se vier, quem cuidará do Taranis?

    Lily, ou Lee Lee, como era conhecida pela família, imediatamente olhou para o cachorro que era maior do que ela, sentado placidamente a alguns metros de distância. Felizmente sua atenção foi distraída, e ela deslizou para fora dos braços de Courtly para ir até o cachorro, colocando os braços em volta do pescoço dele, o abraçando. Mas, assim que Lily foi distraída, Violet falou:

    Somos fortes, ela informou seu tio. Eu tenho um pônei. Eu posso ir com vocês!

    Mais uma vez, Tiberius balançou a cabeça como se estivesse profundamente entristecido por ter que recusar a oferta. Não desta vez, minha adorável Vi, disse ele. – Talvez outro dia. Você ainda não tem uma espada. Você não pode lutar sem uma espada.

    Violet, de cinco anos, sabia que ele estava certo. Ela olhou para Jeniver, embaraçada, e Jeniver pegou a mão dela e sorriu.

    Deixe-os ir sozinhos desta vez, disse Jeniver com sua voz doce e gentil. Eu ficaria muito feliz se você ficasse aqui comigo. Vamos voltar para dentro e desenhar. Lembra que estávamos desenhando flores ontem? Vamos continuar. Vamos fazer um belo quadro e dar para o seu pai quando ele voltar para casa.

    Isso pareceu despertar o interesse de Violet e ela saiu correndo em direção ao castelo, com Lily e os cães correndo atrás dela. Os cães latiam e perseguiam as meninas enquanto os adultos observavam a cena com certo alívio. Courtly foi a primeira a falar.

    Apressem-se, disse ela, acenando com as mãos para os cavaleiros. Violet provavelmente está procurando uma espada para ir com vocês, então partam enquanto podem.

    Com um sorriso no rosto, Tiberius guiou seu cavalo em direção ao portão. Gallus deu um beijo em sua esposa e o seguiu. Maximus levou seu grande cavalo de guerra preto e branco para perto de sua esposa, se curvou na sela e a beijou docemente, antes de seguir seus irmãos para fora do pátio. Quando finalmente atravessaram os portões, esses foram fechados, barulhentas correntes e cordas os içando, e as sentinelas nas muralhas gritando que o castelo estava seguro.

    Após o barulho e o caos proporcionados pelos homens armados momentos antes de saírem pelos portões, o silêncio repentino foi quase perturbador. Pesado, agora que os homens se foram. Courtly virou-se para Jeniver:

    Venha, minha senhora, disse ela, estendendo a mão para a cunhada e amiga. Vamos para dentro para que você possa deitar e descansar. Seu filho precisa repousar.

    Jeniver sorriu quando pegou a mão de Courtly, a irmã que ela nunca teve, com seus lindos cabelos loiros enrolados em uma trança elegante envolvendo sua cabeça. O loiro de Courtly contrastava com o cabelo preto de Jeniver; não poderiam ser mais diferentes. Mas, desde que se encontraram, meses atrás, em Oxford, diferentes ou não, elas se tornaram amigas inseparáveis.

    Meu filho já é do tamanho de um boi, disse ela, esfregando a barriga inchada. Não consigo acreditar que tenho ainda mais dois meses pela frente. Parece que vou estourar.

    Courtly sorriu, colocando a mão na barriga de Jeniver enquanto as mulheres se dirigiam para o castelo. Bhrodi está chutando muito hoje?

    Jeniver assentiu. Sem parar, disse ela, cansada. Ele chuta mais quando ouve os cavalos. Eu acho que ele pensa que já é um cavaleiro.

    Courtly assentiu enquanto subiam os grandes e largos degraus de pedra que levavam ao castelo. Ele ainda não nasceu mas já mostra que será um grande cavaleiro, disse ela. Ele é um de Shera. Ele nascerá com esporas nos pés e uma espada na mão.

    Jeniver olhou para ela horrorizada. Por Deus, espero que não, disse ela. Isso seria muito doloroso.

    Courtly riu. Receio que seja doloroso de qualquer forma, disse ela. Então, ela ficou séria. Mas não tenha medo. Eu estarei ao seu lado. Eu não vou te deixar sozinha.

    Jeniver apertou a mão dela quando elas entraram nas instalações escuras e frescas do castelo. Estou bem, disse ela. Eu mentiria se dissesse que não estou apreensiva, mas não digo isso a Gallus. Ele parece estar mais nervoso do que eu.

    Já dentro do castelo de Isenhall, se dirigiram para o grande salão, o primeiro cômodo a que se chega ao entrar na fortaleza. Era de teto baixo, mas muito confortável, com cadeiras, bancos, uma enorme mesa, e um grande e confortável fogo ardendo na lareira. Era neste local que a riqueza dos de Sheras se mostrava evidente. Courtly levou Jeniver para uma cadeira perto da lareira, enquanto as crianças e os cães brincavam a alguns metros de distância.

    Os homens têm medo da hora do parto, disse Courtly. Eles temem esse momento mais do que qualquer outra coisa. Gallus quer um filho saudável e uma esposa saudável. Farei o meu melhor para garantir que ele tenha os dois. Já conversei com a melhor parteira de Coventry e a mulher vai acompanhá-la no parto, então você não tem com o que se preocupar. Tudo ficará bem.

    Jeniver olhou para Courtly, seus olhos castanhos escuros destacando-se contra o rosto de porcelana. Mas se houver complicações, ela murmurou, você me promete uma coisa?

    Courtly não gostou quando a conversa sobre o nascimento iminente se tornou sombria. Ela estava secretamente mais aterrorizada do que qualquer um deles, porque, como a única mulher em Isenhall, era esperado que ela ajudasse no parto. Ela sentia como se todas as expectativas de toda a família de Shera estivessem sobre ela e a pressão era imensa. Já era difícil para ela manter a coragem sem ver Jeniver ficar nervosa, mas ela permitiu à mulher expressar seu medo. Ela, mais do que ninguém, tinha todo esse direito.

    Claro , ela sussurrou. É só pedir.

    Jeniver acariciou a barriga, pensando no ser em seu ventre. Se eu não sobreviver ao parto, ela disse suavemente, prometa que cuidará do meu filho. Prometa que você vai amá-lo como eu o teria amado. Prometa-me que você garantirá que nada lhe falte.

    Courtly estava se segurando para não chorar. Claro, ela assegurou suavemente. Eu já o amo. Nada irá faltar para ele, nada, eu juro.

    O olhar de Jeniver era intenso. E Gallus, disse ela, bravamente. Você vai convencê-lo.... convencê-lo a se casar novamente. Certifique-se de que ele irá amar novamente. Quero que ele seja feliz.

    Courtly tinha medo de falar por causa do nó que se formou em sua garganta. Sem dizer uma palavra, ela se sentou ao lado de sua amiga, pegando sua mão novamente entre as suas, segurando-a com força. Elas ficaram ali, em silêncio, ouvindo as crianças brincarem e pensando em partos e em homens na guerra. Tantas chances para a morte surgir em seus mundos felizes. Muitas possibilidades para um luto.

    Estava na oração silenciosa das duas mulheres o pedido de que nenhuma delas experimentasse tanta tristeza tão cedo. O mundo delas era maravilhoso e elas queriam preservá-lo assim o máximo que pudessem.

    Que seja preservada a felicidade na Casa de Shera.

    CAPÍTULO DOIS

    Coventry

    ––––––––

    A manhã já chegava ao fim quando o grupamento de Shera entrou em Coventry. O dia havia esquentado consideravelmente e, aquela hora, a maioria das pessoas já tinha feito suas compras ou realizado seus negócios e tinha retornado para suas casas, de modo que as ruas estavam relativamente vazias. Esse fato tornou muito mais fácil para o grupo de Shera procurar pelos homens de Montfort que supostamente estavam ameaçando os de Moray. Homens fortemente armados se destacariam em um lugar como esse porque de Montfort não procuraria um inimigo em segredo. Ele colocaria seus homens a céu aberto como se desafiasse o inimigo a aparecer.

    De acordo com o mensageiro que de Moray havia enviado para Isenhall, de Moray foi emboscado em uma taberna chamada the Castle and Chain, que era uma das tabernas mais populares da cidade. Tiberius já tinha ficado bêbado ali muitas vezes, então conhecia bem o local. Ao entrarem na cidade, ele enviou 10 guardas, divididos em duplas, para tentar descobrir alguma pista da localização dos homens de de Montfort, enquanto o restante do contingente permanecia com eles no local.

    A taberna ficava na esquina de um grande cruzamento entre as duas principais estradas que levavam aos lados norte e leste da cidade. Era uma estrutura de dois andares com vigas aparentes e pintura manchada, e toda a parte de trás do edifício parecia estar cedendo, afundando na lama que o cercava. Apesar das altas temperaturas, a lama circundava o prédio por causa das dezenas de cavalos dos clientes da taberna que haviam sido amarrados no posto de atrelagem, que, com sua urina e fezes, criavam essa lama fétida por todo o lugar. O local mais parecia um curral.

    O grupo de Shera se aproximou da taverna, praticamente empurrando as pessoas para fora do caminho na tentativa de alcançá-la. Os cães se assustaram, assim como algumas galinhas que ciscavam por ali, criando uma grande agitação quando Tiberius e seus irmãos chegaram ao terreno atrás da taberna. Os cavalos se aglomeravam no pátio e dois garotos de olhos arregalados que cuidavam dos animais saíram correndo da estrebaria, sendo agarrados por Maximus que contratou seus serviços. Ele disse aos meninos que, se algum dos cavalos fugisse ou se machucasse, eles seriam os responsáveis, o que levou os meninos a pegar as rédeas em pânico, tentando segurar todos os cavalos daqueles homens fortemente armados, animais que espumavam de tão excitados.

    Cerca de metade do contingente, com a liderança de Maximus, entrou pela porta da frente da taverna, enquanto Tiberius, Gallus, e o resto dos homens entravam pelos fundos. Assim que Tiberius e seus homens entraram no salão vindo pela cozinha, os frequentadores assustados soltaram gritos e se apressaram em direção à porta da frente, onde Maximus estava parado. Eles os tinham encurralado. Tiberius agarrou pelo braço uma das mulheres que trabalhava na taverna.

    Vocês têm dois cavaleiros hospedados aqui - ele disse com firmeza, de modo a não aceitar contestação. Onde eles estão?

    A mulher, de cabelos ruivos encaracolados e desgrenhados começou a chorar e apontou para a escada estreita que levava ao segundo andar. Tiberius a soltou e foi em direção às escadas, com Gallus logo atrás dele. Quando estavam quase no topo da escada, um homem com uma grande espada saltou sobre eles. Se Tiberius não tivesse reagido rápido, o golpe o teria cortado ao meio, mas ele conseguiu aparar o golpe com sua espada bem a tempo. O ataque, no entanto, foi tão forte que ele cambaleou e caiu contra Gallus, que foi incapaz de se segurar nos degraus e rolou escada a baixo.

    Tiberius não pôde nem tirar os olhos do seu oponente para verificar se seu irmão não tinha quebrado o pescoço na queda, porque tinha que se defender de outro golpe extremamente forte, o que o fez descer um degrau. Ele estava em uma enorme desvantagem, já que estava abaixo do atacante, mas ele conseguiu manejar sua espada para cima, atingindo o homem na parte de baixo dos braços. Foi o suficiente para desequilibrá-lo, mas não o suficiente para fazê-lo soltar a enorme espada. Quando Tiberius iria desferir um golpe mortal, ele conseguiu vislumbrar as feições de seu inimigo na penumbra e se deteve a tempo.

    De Moray! Ele gritou. Pare, homem! Não me reconhece?

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