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Cortina Selvagem
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E-book442 páginas6 horas

Cortina Selvagem

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Sobre este e-book

Cortina Selvagem (Dragonblade Series)

por Kathryn Le Veque

Sua amada pode salvar um cavaleiro da espada do executor?

1.333 d.C. - Em desfecho da vitória inglesa de Halidon Hill, o Rei Edward nomeia Stephen de Pembury, o Protetor Guardião da recém-capturada cidadela de Berwick. Para sedimentar essa vitória, ele ordena a Stephen que se case com a filha do comandante escocês derrotado, Lady Joselyn de Velt Seton. Em um casamento destinado a simbolizar o domínio inglês sobre os escoceses, Stephen é, no entanto, atraído por sua noiva; uma pequena beleza de cabelos escuros com olhos azuis pálidos.

Joselyn é uma dama com um passado horrível permeado por segredos obscuros de abuso. Ela é resistente ao casamento no início, mas, enfim, a atração por Stephen é demais para resistir e o casal se apaixona profundamente. Mas mesmo quando o amor floresce, os insurgentes escoceses contra-atacam Berwick e Stephen é feito prisioneiro. Como o Guardião Protetor de Berwick, ele é um poderoso prêmio para os escoceses e sua execução pública foi decretada. Os velhos amigos de Stephen, Tate de Lara (Dragonblade) e Kenneth St. Héver (Ilha de Vidro) precisam resgatá-lo em especial quando Joselyn e aliados inesperados fazem suas próprias tentativas de resgate. É uma corrida contra o tempo para salvar Stephen do enforcamento neste conto de conquista, segredos obscuros e amor eterno.

Gênero: FICÇÃO / Romance / Medieval

Gênero secundário: FICÇÃO / Histórico

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento1 de fev. de 2019
ISBN9781547529810
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    Cortina Selvagem - Kathryn Le Veque

    A Cortina Selvagem

    Um romance medieval

    Livro quatro da série Dragonblade

    Por Kathryn Le Veque

    PREFÁCIO

    A batalha de Halidon Hill foi travada durante a segunda Guerra pela Independência da Escócia perto de Berwick-Upon-Tweed, Nortúmbria, Inglaterra. É um capítulo interessante e, em particular, brutal da história quando a cidade de Berwick, dominado pelos escoceses, esteve sob o cerco das forças de Edward III. As defesas da cidade estavam sob o comando de Sir Alexander Seton, um escocês leal ao rei David II, ainda menor, filho de Robert de Bruce.

    Embora Seton liderasse uma forte defesa, o longo e sangrento conflito forçou os escoceses a pedir uma trégua temporária. O rei Edward concordaria desde que Seton fornecesse reféns. Seton então, entregou seu próprio filho, Thomas. Há relatos conflitantes de que, na verdade, ele fornecera dois de seus filhos. Havia um prazo para essa trégua, e quando os escoceses se recusaram a entregar a cidade no prazo, Edward enforcou os reféns em frente das muralhas da cidade. O primeiro a ser executado foi o jovem Thomas Seton, que diziam ter cerca de 14 anos. Seu pai e sua família viram a execução.

    Este evento, e muitos outros, culminaram na batalha de Halidon Hill, que foi decisiva para a vitória inglesa. Berwick se rendeu no dia seguinte, 20 de Julho de 1333.

    Este é um conto de uma história de amor em meio ao caos de uma cidade devastada. Mesmo nos momentos mais sombrios, ainda há esperança.

    CAPÍTULO UM

    20 de julho de 1333 d.C.

    Berwick-Upon-Tweed, Nortúmbria, Inglaterra

    ––––––––

    Contra a escuridão do céu sem luar, os incêndios prolongados pelo cerco podiam ser vistos. As últimas brasas moribundas da batalha se misturaram na neblina esfumaçada que pendia no ar. Tudo estava estranhamente parado enquanto os habitantes retornavam ao que restavam de suas casas; algumas foram devastadas, enquanto outras ficaram intocadas. Os aldeões estiveram por toda parte durante o dia, ajudando-se mutuamente, já que a cidadela de Berwick tentava voltar à normalidade. Mas essa acepção estava muito distante.

    As muralhas da cidadela estavam em ruínas, em particular a oeste e ao sudoeste, onde os ingleses conseguiram ganhar terreno para lançar suas torres de cerco em massa. Eles também vieram pelo mar, atacando a cidade a partir do leste. Dia e noite, os bombardeios de pedras das forças do rei Edward foram fortes e estáveis. Parecia não ter fim o número de ingleses com os quais assediavam a cidadela cada vez mais desgastada. Durante um mês inteiro, o cerco assolou a cidadela. Agora, estava encerrado.

    O rescaldo do cerco e a rendição foram de um horror inimaginável. Havia corpos nas vias e o odor de sangue misturado com fumaça das chamas se esvanecendo. Os escoceses que detinham a cidadela há muito se renderam, fugiram ou morreram, e os ingleses agora preenchiam o lugar como uma grande maré anglo-saxã. Eles atacaram o limiar de Berwick com seus poderosos cavalos de guerra, avançando pelas brechas nas muralhas ou através dos portões queimados que haviam ficado fortes e orgulhosos durante todo o cerco. Como a poderosa mão de Deus, os ingleses tinham feito recuar a cortina brutal para revelar uma cidadela destruída e moribunda abaixo.

    À meia-noite, a fumaça da cidadela arrasada ainda era fresca e pungente. Os cães podiam ser ouvidos latindo ao acaso ou uma criança chorando à distância, mas, na maior parte, estava quieta de modo assustador. As forças de avanço de Edward já se moveram para a cidadela afim de garantir os pontos estratégicos, sendo um deles o castelo de Berwick, situado às margens do rio Tweed.

    E ele chegou, como um César conquistador. Edward não era um rei mimado; precisou lutar a maior parte de sua vida e era um guerreiro antes de ser um monarca. Montado em seu enorme cavalo belga, avançava pela cidadela com um séquito de conselheiros e cavaleiros experientes, todos nascidos e criados nos combates. Levando tochas pelas vias fustigadas, chegaram ao castelo de Berwick.

    Estandartes agitando-se ao vento forte e as tochas brilhando enquanto avançavam pelas trilhas escuras. O castelo estava bem fortificado com centenas de tropas inglesas quando o rei e sua comitiva chegaram e o grupo abriu caminho para o grande salão. Soldados estavam em toda parte, alguns ostentando feridas de batalha impressionantes, enquanto Edward buscava o único homem em particular que liderava as forças. O Conde de Carlisle, seu súdito mais fiel, tomara não só a metade da cidadela em pessoa, mas também o castelo. Os olhos pálidos de Edward procuravam Sir Tate de Lara, o comandante de suas forças.

    Ele não seria difícil de localizar; Tate vira o rei chegar ao salão e foi em sua direção. De Lara era um homenzarrão com a coloração escura de sua mãe galesa, filho ilegítimo de Edward I e tio do rei. Encontrou o sobrinho no meio do salão escuro e enfumaçado.

    Sire ─ saudou cordial. ─ Ficará satisfeito em saber que toda a cidadela foi tomada. Patrulhas relatam de todos os cantos que tudo está sob controle. Berwick é nosso.

    Edward parecia ter mais do que os seus vinte e um anos; esse cerco causara muito sofrimento e já sentia falta de alguns amigos que morreram. Ficara muito aliviado ao ver um

    ––––––––

    são e salvo de Lara, de quem ele dependia mais do que qualquer um de seus generais. Apertou a mão do homem agradecido.

    ─ Graças a Deus ─ murmurou Edward, sentindo-se exausto, mas sem querer demonstrar. ─ Não conseguiria isso sem você.

    De Lara sorriu cansado. ─ Tive uma boa ajuda.

    Edward gesticulou para a modéstia do homem. ─ Você, como sempre, é quem inspira seus homens a demonstrem a verdadeira força. ─ Ele olhou para um grupo de desconhecidos que estavam perto da lareira; havia mulheres entre eles e sabia se tratar de reféns. Ele apontou na direção deles. ─ Seton, eu suponho?

    Os olhos cor de nuvem de tempestade de De Lara se voltaram para o grupo, encolhidos perto do fogo brilhante. ─ De fato ─ Ele respondeu. ─ O homem e sua família. Gostaria de interrogá-los esta noite ou aguardar até o amanhecer? Foi um longo dia e tenho certeza de que gostaria de descansar.

    Edward o afastou. ─ Esperei muito tempo por esse momento e não vou adiá-lo por algo tão mundano quanto cansaço ─ falou, caminhando em direção ao grupo. ─ Onde está Pembury?

    De Lara o seguiu. ─ Ele saiu para assegurar os postos para a noite em pessoa. Deve estar de volta a qualquer momento.

    Edward atento ao grupo de reféns. ─ Ele sabe o que você e eu discutimos?

    De Lara acenou com alguma insatisfação. ─ Ele sabe que será promovido a comandante de Berwick assim que a cidadela esteja segura ─ assegurou-se de falar de maneira direta para o rei. ─ Fora isso, acredito que seria melhor você lhe dizer o destino dele.

    ─ Eu disse para você fazer isso.

    ─ Ele acatará melhor vindo de você.

    Edward fitou de Lara quando chegaram aos reféns. Mas foi uma breve carranca, despercebida pelo grupo diante deles. Edward se compôs de imediato em monarca impassível, um pouco altivo, enquanto seu olhar se movia entre os rostos desconhecidos. Um silêncio estranho caiu sobre a sala, quando o rei enfim confrontou seu oponente, face a face.

    ─ Quem é Alexander Seton? ─ Ele exigiu.

    O homem à frente do grupo assentiu breve. ─ Sou eu.

    Edward encarou o homem; era velho, como presumia que fosse, quase calvo, mas com um corpo forte embaixo do tartã, um padrão de kilt, e da cota de malha. Sir Alexander Seton liderou as defesas contra os ingleses, mantendo a cidadela de Berwick por vários meses antes de ser forçado a se render após a vitória triunfal inglesa em Halidon Hill.

    O rei se colocou na frente de Seton, continuando seu escrutínio; havia uma expressão confusa como se tentasse entender muitas coisas. Sem aviso, Edward cerrou o punho e atingiu Seton firme no maxilar. O velho homem cambaleou enquanto as mulheres no grupo gritaram.

    ─ Isso foi por não me dar escolhas ─ Edward gritou, desafiando o homem a responder. ─ Você fez um acordo, Seton. A cidadela se renderia no prazo marcado e você ainda teria seu filho. O que o possuiu para trocar a vida do seu filho pelo seu obstinado orgulho?

    Seton esfregou o queixo, olhando o jovem rei fervoroso. ─ Você não entenderia, meu senhor.

    Edward estava cada vez mais lívido. ─ Ele era uma criança, mas se comportou com mais honra do que aqueles que se dizem adultos ─ apontou o dedo para Seton. ─ Maldito seja por me obrigar a executar seu corajoso filho. Maldito seja por enviar à morte um jovem que teve esperanças até o último minuto de que seu pai o salvaria.

    De Lara estava ao lado do rei, com a mandíbula rangendo de leve enquanto observava a troca; o jovem Edward passou a maior parte de sua juventude fugindo de Roger Mortimer e de sua mãe, então o homem compreendia bem o medo e a confusão de uma criança quando um pai se recusa a protegê-lo. Era um assunto doloroso e mais ainda por ser a morte de um jovem de apenas catorze anos, o filho de Seton, que Edward conheceu durante o cativeiro.

    Seton entregou o filho para refém como garantia de que os escoceses abdicariam de Berwick caso os reforços não chegassem a tempo, mas o prazo venceu, nenhum reforço veio e, mesmo assim Seton não se rendeu. Edward foi forçado a executar os reféns como punição. Thomas Seton morreu com uma corda em volta do pescoço e uma esperança em seu coração.

    ─ Não deu prazer ao meu pai ver meu irmão morrer ─ uma jovem, atrás de Seton, se pronunciou. ─ As mãos de meu pai estavam atadas; seus comandantes se recusaram a se render. Mesmo que ele desejasse cumprir o prazo, não teria conseguido. Seus homens não o obedeceriam.

    Edward direcionou a atenção de Seton para a mulher; ela era de baixa estatura com exuberantes cabelos escuros e os olhos de um azul pálido como jamais vira. Era uma mulher incrivelmente adorável, mesmo suja e desgrenhada como estava. O foco de Edward se concentrou na garota.

    ─ Quem é você? ─ Ele exigiu.

    Seton se virou para olhar a garota, sua expressão era de total reprovação, mas a jovem o ignorou e deu um passo à frente.

    ─ Lady Joselyn de Velt Seton ─ disse com coragem. ─ Alexander Seton é meu pai.

    ─ Então Thomas era seu irmão.

    Ela assentiu, perdendo um pouco da confiança. ─ Sim ─, quase sussurrou ─ ele era meu irmão mais novo.

    Edward inclinou de leve a cabeça. ─ Não sabia que Seton tinha duas filhas.

    Joselyn fez que sim. ─ Maggie é minha irmã mais nova. Sou a mais velha dos filhos de Seton.

    As sobrancelhas do rei se ergueram. Então se virou para de Lara com um olhar maroto. ─ Joselyn ─ murmurou, pronunciando-o da mesma maneira dela; Joe-zalyn. Ele olhou para a jovem. ─ Quantos anos você tem, dama?

    ─ Tenho vinte e dois anos, meu senhor.

    ─ Quem é seu marido?

    ─ Não sou casada, meu senhor.

    Edward ficou chocado. ─ Sem marido? ─ Ele repetiu, incrédulo. ─ Por que não?

    ─ Ela estava na Abadia de Jedburgh ─ Seton respondeu por ela. ─ Ela vive pelo código agostiniano desde os onze anos.

    Edward olhou para o homem como se tivesse enlouquecido. ─ Ela ─, apontou para Joselyn, ─ foi destinada a clausura? Você é mesmo estúpido, homem? Ela comandaria um marido com tal riqueza e importância como jamais você poderia sonhar.

    Seton olhou para a filha, que olhou de volta com medo e, como pensou de Lara, enquanto a estudava, um pouco decepcionado. Antes que a conversa ficasse mais intensa, um grupo de cavaleiros entrou no salão chamando a atenção. Suas vozes eram altas, os sons de suas armas e cotas de malha reverberavam nas antigas muralhas. Edward e Tate se viraram para o grupo, assim como todos no salão. Os homens das forças do rei chegaram.

    ─ Ah, Pembury ─ Edward agarrou de Lara pelo braço e o afastou do clã Seton. Ele gesticulou para o grupo de cavaleiros, que começava a se agrupar em torno de uma enorme mesa de comida distante. ─ Você vai lhe contar agora sobre o destino dele. E não deixe nada de lado, desta vez.

    De Lara, era óbvio, estava descontente com a ordem. ─ É melhor você perguntar onde está a outra filha de Seton, antes de eu lhe dizer. Se quer que o homem se case com ela, então...

    Edward gesticulou. ─ Esqueça Margaret Seton. Temos uma perspectiva amável e totalmente viável bem aqui. Ele se casará com Joselyn Seton ainda esta noite e assegurará a cidadela se casando com a filha do comandante escocês derrotado.

    Tate não pôde evitar; grunhiu irritado, passando a mão em sinal de cansaço sobre o rosto. Então olhou para a Lady Joselyn, pequena, mas forte ao lado de seu pai. Ela, sem dúvida,

    ––––––––

    era bastante adorável. Era inútil lutar contra os desejos do rei; uma vez que o homem tomara uma decisão, não tinha como dissuadi-lo. Ele suspirou em resignação e se dirigiu aos cavaleiros agora acomodados.

    ─ Stephen ─ Ele chamou. ─ Uma palavrinha, por favor.

    Stephen de Pembury deixou o grupo e se dirigiu até de Lara. Era um homem bem musculoso de mais de dois metros e era, de fato, mais alto do que o homem mais alto no recinto, inclusive de Lara. Na verdade, Pembury era um gigante onde quer que fosse. Com cabelos escuros, feições bem definidas e os olhos azul-violeta, era uma figura imponente de virilidade e poder masculino, e tinha mais do que sua proporção em admiradoras. Era muito forte, inteligente e obediente ao extremo. Era amigo íntimo de Tate há anos e os olhos azuis-violeta brilharam quando encontrou seu amigo e suserano.

    ─ Os postos avançados estão alinhados para a noite, meu senhor ─ garantiu em uma voz grave. ─ Há quatro rupturas graves nas muralhas, mas as protegi com pelo menos vinte homens em cada. Vamos repará-las, ao nascer do sol, mas por hora disse aos homens para descansarem durante a noite. Será o primeiro descanso real em mais de um mês.

    Tate assentiu. ─ Não discordo de você a esse respeito ─ afirmou. ─ Estamos todos muito cansados.

    ─ Foram dois dias longos e movimentados.

    ─ Movimentados e sangrentos.

    Stephen arqueou as sobrancelhas escuras de acordo, olhando o rei enquanto ele passeava pela lareira em que um grupo desleixado se espremia. O jovem rei parecia, em particular, cansado e pensativo, mas considerando a extensão e o custo do cerco de Berwick, Stephen não estava surpreso.

    ─ Novas ordens de Edward? ─ Ele perguntou calmo.

    Tate pensou bem sobre essa questão. Então ele cruzou os poderosos braços, com dificuldade em encontrar as palavras certas.

    ─ Você sabia desde o começo desta campanha que Edward pretendia colocá-lo no comando da guarnição militar de Berwick ─ Ele iniciou.

    Stephen demonstrou os primeiros sinais de fadiga; esfregou os olhos e respirou fundo e cansado. ─ Sim ─ parou de esfregar os olhos e piscou com fúria como se esforçando para não adormecer em pé. ─ Já escolhi minha equipe de comando com a aprovação do rei. Pena que Ken não esteja aqui; estou sentindo muita falta dele.

    Ele falava de Kenneth St. Héver, seu amigo e camarada, agora no Exército de Gales, mantendo os príncipes galeses à distância. Os três homens haviam servido juntos nos últimos anos, um poderoso trio de cavaleiros pela causa de Edward, e essa era a primeira vez que se viram separados. Tate concordou com o comentário de Stephen.

    ─ Infelizmente, tivemos essa conquista sem ele. ─ Ficou de olho em Stephen enquanto ele observava o rei no outro lado do salão. Depois de alguns instantes tentado encontrar as palavras certas para contar ao homem sobre o seu fado, enfim suspirou fundo e o encarou. ─ Stephen, você precisa estar ciente de outras diretrizes que envolvem sua nomeação.

    Stephen o olhou. ─ E quais são elas?

    Tate, de forma sábia, trouxe as boas novas primeiro. ─ Por um serviço exemplar durante o cerco de Berwick, você foi agraciado pela batalha com a comissão de Barão Lamberton, que inclui o Castelo Ravensdowne, perto de Blyth, ao norte de Newcastle. Os feudos de Bedlington e Blyth são seus. São terras ricas, Stephen. Parabéns.

    De repente Stephen não parecia mais tão cansado. Seus olhos azuis olharam primeiro para de Lara descrente, depois com gratidão.

    ─ Eu conheço a área ─ comentou após uns instantes. ─ É, de fato, rica e povoada.

    De Lara sorriu breve e deu um tapinha no ombrão dele. ─ Ninguém merece mais do que você ─ falou com gentileza. ─ Estou orgulhoso.

    Stephen sorriu com modéstia, erguendo a mão para retirar o elmo. Colocando-o sobre a mesa atrás dele, passou os dedos pelos cabelos úmidos e quase pretos. ─ Estou honrado ─ manifestou com simplicidade. ─ Eu mesmo agradecerei a Edward quando não estiver tão ocupado.

    O sorriso de De Lara se esvaneceu. ─ E, tem mais.

    Stephen estava de bom humor, sem motivos para acreditar que esse algo mais poderia vir com desaprovação. ─ Por Deus, o que mais poderia ser? Já estou muito honrado. Qualquer coisa a mais parece exagero.

    Tate se virou para o rei, agora de pé na lareira com alguns de seus conselheiros. De Lara estendeu a cabeça em sentido geral.

    ─ Está vendo o grupo de cativos ─ Ele mencionou a Stephen.

    O grande cavaleiro assentiu. ─ Quem são eles?

    ─ Alexander Seton e sua família ─ respondeu. ─ Há três mulheres no grupo.

    ─ Sim, eu as vejo.

    ─ Observe a jovem que está ao lado do homem calvo de kilt?

    Os olhos de Stephen fixaram a pequena figura. ─ De cabelo escuro?

    ─ Isso.

    Stephen demorou um instante, estudando a figura distante. ─ Moça bonita ─ comentou, voltando-se para Tate. ─ Quem é ela?

    ─ Lady Joselyn Seton. Sua futura esposa.

    Stephen o encarou. Tate encarou firme. Eles ficaram se encarando. Tate ficou à espera de alguma resposta irredutível, mas Stephen não fazia nada além de olhar. Stephen, de fato, sempre fora demasiado calmo, mas essa falta de resposta era calma demais mesmo para ele. Depois de longos minutos de troca de olhares, Stephen enfim quebrou o silêncio; sorriu com dificuldade e passou as mãos no cabelo de novo.

    ─ Eu não quero uma esposa.

    ─ O que você quer não está em questão ─ afirmou de Lara, embora sem rispidez. ─ Edward acredita que a segurança de Berwick só será selada quando o novo comandante das forças inglesas se casar com a filha do líder escocês derrotado. É uma tradição tão antiga quanto a batalha em si, Stephen. Casar-se com a filha de seu inimigo derrotado é garantir a paz. Você sabe disso.

    Stephen ria, mas não de bom humor. Estava prestes a recusar, o que, de qualquer maneira, sabia ser impossível. Frustração e incredulidade estavam se transformando em raiva, uma emoção com a qual não estava familiarizado. O homem era tão calmo, às vezes, que alguns se perguntavam se corria água gelada em suas veias em vez de sangue.

    ─ Era um guerreiro quando entrei aqui ─, murmurou ─ agora sou peça de tabuleiro.

    Tate ergueu a sobrancelha. ─ Não é verdade. Você subiu em graduação e posição, e é um ativo valioso para o rei. Sugiro que veja dessa forma. ─ Ele baixou a voz e se aproximou do homenzarrão. ─ Seja qual for a fúria que está sentindo, extravase agora. Você tem uma diretiva a cumprir antes que a noite acabe e Edward está sem humor para tolices. Você é o último homem de quem esperaria este tipo de emoção, Pembury. Cumpra seu dever, assim como todos.

    O sorriso irônico no rosto de Stephen desapareceu quando encarou o seu suserano. Os olhos azuis-violeta brilharam, se alteraram e, enfim, arrefeceram. Após alguns uns instantes, ele assentiu breve.

    ─ Certo, meu senhor ─ estava de volta ao velho Stephen, calmo e profissional. ─ A vontade do rei será feita.

    Tate assentiu de leve, olhando Stephen como se quisesse sugerir para que não aparentasse antipatia. Mas parou por aí; eles eram cavaleiros e fariam o que lhes fora ordenado. Era o fim de um embate muito longo e amargo e eles estavam mais nervosos do que deveriam por pura exaustão. Mas eram profissionais e sabiam o que se esperava deles. Juntos, eles seguiram até Edward.

    O rei os viu chegando, endireitou-se enquanto focava Stephen. O cavaleiro saudou seu monarca, um jovem rei que conhecia desde que era um garoto.

    Sire ─ saudou com calma. ─ Posso expressar a minha mais profunda gratidão pelas honras que me concedeu. Estou honrado com a sua generosidade.

    Edward não se atreveu a olhar para Tate, com receio de ver, de alguma forma, que Pembury tinha sido forçado a este pequeno e cordial discurso. Gostava genuinamente de Stephen, um homem que era tão forte e silencioso quanto uma tumba, mas possuía o mais diabólico senso de humor que já tinha visto. Quando era mais novo, tinha sido o alvo de algumas de suas travessuras. O homem poderia ser implacável, mas era tudo por uma boa diversão.

    Comtemplando os olhos familiares de um de seus cavaleiros mais poderosos, sentiu que não estava de bom humor naquele momento. Ele suspeitava o porquê, mas não voltaria atrás ou mudaria sua diretiva. Às vezes, precisava lembrar a si mesmo que agora era o rei e esses cavaleiros com quem ele crescera eram seus vassalos. Eram homens com os quais ele aprendera muito, considerando-os pais no lugar do que ele nunca teve. Stephen era um desses homens. Ele, no fundo, esperava que o homem não estivesse chateado de verdade.

    ─ Você não merece nada menos ─ Edward respondeu. ─ Espero que você possa inspecionar suas posses em um futuro muito próximo, Barão Lamberton.

    Stephen sorriu com sinceridade ao som de seu novo título. ─ Conheço um pouco a configuração do terreno nessa área e é uma região rica e povoada.

    Edward assentiu, a cordialidade do momento esmoreceu quando a questão não dita sobre o noivado pendia no ar. Edward limpou a garganta de leve e foi direto ao assunto.

    ─ Assumo que Tate lhe contou sobre sua futura esposa ─ Ele baixou a voz.

    Stephen assentiu, mas não sem arquear a sobrancelha. ─ Ele me contou.

    ─ Quero que você se case com ela esta noite. Os escoceses devem saber que nós os dominamos em todos os sentidos. Rebeliões não serão toleradas.

    Stephen não discutiu e não o questionou; seria inútil. Não mudaria a realidade.

    ─ Ela já sabe, Sire?

    ─ Ainda não. Nem o pai dela.

    ─ Suponho que você contará aos dois?

    A resposta de Edward foi gesticular para um dos cavaleiros secundários que estavam perto. Quando o homem se aproximou, o rei lhe ordenou com calma que encontrasse um padre. Stephen observou o cavaleiro disparar, com a armadura e a cota de malha tilintando em uma louca melodia. Ele olhou de volta para Edward e reparou que o jovem rei o encarava.

    ─ Eu direi ao pai, mas você diz a garota ─ Ele ordenou com calma. ─ Ela será sua esposa, afinal. Assim você já pode começar a conhecê-la.

    Stephen quase revirou os olhos, mas se conteve. Ainda assim, a mandíbula quadrada estava rangendo em descontentamento e Edward tinha certeza de ter escutado um grunhido baixo. Mas o cavaleiro assentiu obediente.

    ─ A garota de cabelos escuros, eu presumo? ─ Ele virou a cabeça na direção da família encolhida.

    Edward deu a volta, olhando o grupo; junto com Seton e a filha mais velha, ao que parecia havia uma mãe, uma avó e dois outros homens idosos em cota de malha e tartã sujo. Era um grupo familiar peculiar. Não tão estranho, no entanto, quando se considerava que Seton havia perdido os três filhos no cerco de Berwick. Mulheres e pessoas idosas eram tudo o que restava, o que era, de algum modo, uma tragédia.

    ─ Leve a garota para algum lugar e explique tudo a ela ─ Edward sibilou a ordem assim que se voltaram para o grupo. ─ Vou manter a família afastada. Assim que o padre chegar, você se casará com ela e consumará o casamento sem demora. Não quero margem para erros.

    Foi um comando rude, mas Stephen não hesitou. ─ Entendido, Sire.

    ─ Ah ... e Stephen?

    ––––––––

    ─ Meu Senhor?

    ─ Parabéns. Ela é uma mulher bonita.

    Stephen sentiu uma ironia considerável nesta declaração. Ele reprimiu o desejo de revirar os olhos de novo. Seguiu atrás do rei até chegarem ao grupo esfarrapado de rebeldes, ele parou ao lado do rei, um enorme e calado sentinela, maior que qualquer um que algum deles já tinha visto. Ele cruzou os braços do tamanho de galhos de árvores.

    ─ Este é Sir Stephen de Pembury ─ Edward anunciou ao grupo. ─ Ele é o Protetor Guardião de Berwick, Comandante das Forças do Rei e um cavaleiro como nunca se viu. Ele é esperto, experiente e possui força colossal que deixaria Sansão envergonhado. Se você valorizar suas vidas, irá obedecer a este homem como me obedece. Está claro?

    Seton encarava Stephen com uma expressão terrível; mesmo derrotado, o velho tinha coragem. Ele passou por maus bocados e perdeu quase tudo, mas ainda assim, sua inata rebeldia não o abandonara.

    ─ O que fará a minha família e a mim? ─ seu olhar se movia entre Stephen e o rei. ─ Seremos enforcados como fizeram com Thomas?

    Stephen retribui o olhar detestável sem emoção; não havia motivo para responder ao desafio de um prisioneiro. Mas ele olhou para o rei esperando uma resposta.

    ─ Vocês serão meus convidados por enquanto. ─ Edward não gostou do jeito que o homem olhava para eles. ─ Sua nova casa será o Castelo de Alnwick até que eu encontre um lugar mais adequado. Mas sua filha terá um destino diferente.

    Stephen tomou a declaração como um sinal. Estendeu a mão e agarrou a pequena morena pelo braço e a puxou para longe de seu grupo familiar antes que alguém pudesse reagir. Alexandre grunhiu em protesto enquanto a esposa gritava; a comoção trouxe os cavaleiros e os soldados no grande salão a virem armados até os dentes e preparados para golpear os primeiros escoceses que tentassem atravessar a linha. Enquanto as mulheres do grupo de Seton se lamentavam com pesar, o próprio Seton, de repente, perdeu toda a sua arrogância.

    ─ Por favor, Sire, eu te imploro ─ Ele estava entrando em pânico. ─ Joselyn, não. Aplique-me o castigo que quiser e me submeterei, com prazer. Mas deixe minha filha em paz.

    Stephen e Joselyn já estavam no corredor, chegando a porta principal. Ele estava focado em seu dever e ignorou o caos que se seguira. Em seu poder, sua prisioneira oferecia pouca resistência; pelo contrário, ela tentava acalmar seus parentes.

    ─ Pa! ─ Ela chamou o homem firme. ─ Tudo ficará bem. Não se preocupe!

    O pai desviou os olhos do jovem rei a tempo de ver a filha sendo levada pela porta da frente por um homem tal qual uma montanha. Pembury era o maior cavaleiro que ela já tinha visto e estava aterrorizado. Com a mão em seu coração como se pudesse afastar o terror, ele olhou de volta para o jovem rei.

    ─ O que você fará com ela? ─ Ele perguntou com a voz rouca.

    Edward ergueu a sobrancelha. ─ Não tenha medo, Seton ─ não estava certo se ele gostava desse homem, para dizer o mínimo. ─ Ela não terá o mesmo destino de seu filho. Na verdade, você acabou de conhecer seu futuro genro. Você poderia viver mil anos e nunca encontraria um homem tão honrado. Considere a si mesmo e sua filha muito afortunados.

    Seton deu a impressão de estar prestes a desmaiar. Na verdade, foi o que a esposa dele fez assim que Joselyn saiu do salão.

    CAPÍTULO DOIS

    O ar se tornava pesado com o cheiro de fumaça e morte, mesmo alguns minutos após a meia-noite, enquanto Stephen levava Joselyn através do pátio sujo e na direção da fortaleza de Berwick. A lua estava despontando, só espreitando as colinas ao nordeste, e a terra estava iluminada com uma cor cinza suave. Joselyn não disse uma palavra enquanto o enorme cavaleiro a escoltava até os degraus da fortaleza e a levou para o primeiro aposento que viu, um pequeno solar bem próximo da entrada principal. Uma vez dentro da sala fria e escura, ele fechou e desceu o trinco na porta.

    Ele a deixou livre àquela altura. Trajava um tartã e roupas de lã ásperas pesadas e quentes, ela se comprimiu contra a parede o mais distante possível, enquanto Stephen foi verificar a lareira. Havia pouca lenha, mas ele a empilhou de maneira hábil, procurando até encontrar um pequeno sílex e pedra usada para acender o fogo. Ele conseguiu desencadear uma pequena chama na primeira tentativa.

    Até agora, ele não havia dito uma palavra. Joselyn o observou de perto, se esforçando para não demonstrar sua ansiedade. Ele era grande e mal-encarado, coberto de manchas escuras que só podia ser sangue. Ele não usava elmo, seus cabelos curtos pretos cintilavam de leve quando o pequeno fogo ganhava força. Ele soprou nele algumas vezes e quando se convenceu de que não ia apagar, ele se levantou para encará-la.

    Era como olhar para uma árvore bem alta; ela teve de levantar o pescoço apenas para olhar no rosto dele. Sendo escocesa, de sua parte, ela tinha visto homens grandes, mas o cavaleiro inglês perante ela ia além do que já testemunhara. Bem como os cabelos pretos, ele tinha um maxilar quadrado e nariz reto, e os olhos azuis mais brilhantes que já tinha visto. Eles eram da cor azul-violeta e, enquanto ele a olhava, eles brilhavam com curiosidade, poder e talvez até com raiva. Ela não podia, de fato, culpá-lo. Mas ela estava muito preocupada com o que ele iria fazer com ela. Depois de alguns momentos de avaliação, ele abaixou o olhar e coçou seu couro cabeludo com vigor.

    ─ Como você foi informada, meu nome é Stephen ─ falou em uma voz grave que parecia vir à tona dos dedos dos pés. ─ Sou um cavaleiro a serviço do rei Edward, como também servi ao pai dele. Sou Barão Lamberton do Castelo Ravensdowne, em Nortúmbria, e herdarei o título de Barão Pembury após a morte de meu pai. Eu também fui membro da Ordem Soberana Hospitaleira Militar de São João de Jerusalém, de Rodes e de Malta. Eu, portanto, sou um cavaleiro de realizações com riqueza e posição e você, minha dama, terá a honra de se tornar a minha esposa.

    Ele olhou para ela assim que terminou a frase. Joselyn encarou o homem, digerindo suas palavras, seus traços registrando choque, surpresa e incredulidade, nessa ordem.

    ─ Esposa? ─ Ela repetiu, atordoada. ─ Mas... mas não posso me casar.

    ─ Pode e irá ─, Stephen asseverou ─ e antes de se atirar em ataques de histeria, saiba que esta não é minha vontade, mas a do rei. Ele nos ordenou a se casar para sedimentar uma aliança entre rebeldes e conquistadores. Resistir, para qualquer um de nós, será inútil.

    Os olhos azuis pálidos de Joselyn estavam arregalados de espanto. Ela estava tão chocada com o anúncio que era difícil de compreender. Ela também sentia muito medo e constrangimento, sabendo que os motivos por trás de sua resistência poderiam muito bem negar o acordo. Eram razões as quais ela não falava desde que lhe tinha acontecido. Mas agora, encurralada pelo grande cavaleiro que deveria ser seu marido, as terríveis razões passaram a preencher seus pensamentos. Estava a deixando doente só de lembrar do que tanto se esforçara para esquecer.

    ─ Mas você não entende, meu senhor ─ Ela suplicou, sua voz trêmula. ─ Casar é impossível para mim.

    ––––––––

    ─ Por quê?

    Seu rosto, mesmo no escuro, ruborizou de um vermelho opaco. Ela sabia que teria de lhe contar, mas era um grande esforço para encontrar as palavras.

    ─ Porque vivi em um convento desde os onze anos ─ Ela respondeu. ─ Estou destinada a clausura.

    ─ Esses planos agora mudaram.

    ─ Mas eles não podem! ─ Ela retrucou de pronto quando viu o olhar em seu rosto. Ela tinha um medo salutar desse cavaleiro que ela não conhecia. ─ Por favor, acredite em mim, meu senhor, não é nada contra o casamento em geral. Nunca fui destinada para casar.

    Stephen respirou fundo, cansado, e colocou suas mãozorras nos quadris finos. ─ Eu entendo o seu compromisso com o claustro ─ Ele foi até ela devagar. ─ Eu, também, estava comprometido com uma ordem monástica, mas já não é o caso. Às vezes, as necessidades do país e do rei sobrepõe até as da Igreja. Estou certo que você entende isso.

    Ela se afastava enquanto ele se aproximava, o tartã caiu de sua cabeça. Ela tinha cascatas de exuberantes cabelos escuros, levemente encaracolados, dando-lhe uma beleza etérea na luz fraca. Mesmo com todo o conflito dentro dele, Stephen percebeu isso. Com seus olhos azuis pálidos, cabelos quase pretos e características finamente esculpidas, ela era uma criatura adorável.

    ─ Eu suspeito que minhas razões para me comprometer com o claustro são diferentes das suas ─ Ela se afastava quanto mais ele se aproximava. ─ Talvez você tenha voltado atrás em seus votos, mas eu não vou. Os meus motivos são bem fortes para não me casar.

    ─ Você já fez seus votos?

    Ela quase

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