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O Dossiê Paciente
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E-book156 páginas1 hora

O Dossiê Paciente

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Sobre este e-book

O Dossiê Paciente

Relação médico-paciente? Quais são as peculiaridades desta relação? Quais são as necessidades e expectativas dos pacientes em cada especialidade médica? Que públicos estão direta e indiretamente envolvidos? A relação entre médicos e seus pacientes é um elemento chave para o sucesso na prestação de serviços de saúde.

Um aspecto é essencial: a atenção dedicada às pessoas. Muitos profissionais acabam se distanciando, seja por receio de envolverem-se demais, seja unicamente pela falta de tempo que assola a todos. Conquistar o paciente vai muito além de simplesmente conseguir que ele agende uma nova consulta. Estabelecer um diálogo próximo e franco, além de estar atento aos detalhes, é fundamental.

Cada especialidade médica possui suas características próprias e constitui um universo único. O profissional deve estar consciente de que estas especificidades são importantes para a construção de uma boa reputação e credibilidade.

Especialidades e autores contidos no livro:

•Cardiologia - Andréia de Assis Loures-Vale
•Oncologia - Antônio Carlos Buzaid
•Obstetrícia - Bussâmara Neme
•Dermatologia - David Rubem Azulay
•Psiquiatria - Eduardo Barros
•Radiologia - Hilton Augusto Koch
•Pediatria - Jayme Murahovschi
•Ortopedia - João Alves Grangeiro Neto
•Urologia - João Luiz Schiavini
•Ginecologia – Marcelo Zugaib
•Endocrinologia - Marília de Brito Gomes
•Geriatria - Roberto Alves Lourenço
IdiomaPortuguês
Data de lançamento17 de dez. de 2010
ISBN9786587679013
O Dossiê Paciente

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    O Dossiê Paciente - Renato Gregório

    Organizador

    CARDIOLOGIA

    por Andréia de Assis Loures-Vale

    APRESENTAÇÃO

    Conquistar o paciente vai muito além de simplesmente conseguir que ele agende uma nova consulta. A cardiologista mineira Andréia Loures-Vale defende que a consolidação de uma excelente relação depende de um grande empenho, tanto por parte dos médicos quanto dos demais integrantes de sua equipe. Estabelecer um diálogo próximo e franco, além de estar atento aos detalhes, é fundamental.

    Um aspecto é essencial: a atenção dedicada às pessoas. Muitos profissionais acabam se distanciando, seja por receio de envolverem-se demais, seja unicamente pela falta de tempo que assola a todos. A questão é que sem estar próximo do paciente, é impossível gerar confiança.

    E a confiança é apenas o primeiro passo. Ela deve evoluir para algo mais forte, a cumplicidade. Somente quando o especialista e a pessoa assistida tornam-se cúmplices, é estabelecida uma conexão entre eles. Há um empenho mútuo. O paciente torna-se parte do processo e passa a comprometer-se com o resultado. Este é o maior benefício da boa relação entre o profissional e seu paciente.

    Andréia de Assis Loures-Vale é presidente da Sociedade Mineira de Cardiologia. Com 21 anos de carreira, especializou-se em Cardiologia pela Sociedade Brasileira de Cardiologia e obteve o título de mestre em Biologia Molecular pela Universidade Federal de São Paulo (Unifesp). Além de clinicar, também atua como coordenadora e docente do curso de Cardiologia da Universidade José do Rosário Vellano (Unifenas), em Belo Horizonte.

    A IMPORTÂNCIA DA DISPONIBILIDADE TOTAL

    por Andréia de Assis Loures-Vale

    O paciente da Cardiologia

    Minha especialidade dentro da Cardiologia é lidar com doenças provenientes de problemas genéticos. O perfil dos meus pacientes é de crianças e jovens acompanhados dos pais. Estes, na maior parte dos casos, me preocupam bastante e, por este motivo, lhes dedico uma atenção especial. Os pais chegam ao consultório carregados de culpa por acreditarem que os descendentes adquiriram um determinado problema por responsabilidade deles. Diante de um fenômeno tão complicado, o trabalho fica mais complexo, pois a atenção não está apenas voltada para o jovem, mas também para seus responsáveis.

    No meu cotidiano, encontrei um ponto de equilíbrio para lidar com esta situação. As chaves são a delicadeza e a sensibilidade para perceber o papel de cada personagem nesta problemática. Obviamente, escuto o relato dos responsáveis, mas não deixo de lado o paciente, pois é ele quem importa.

    Só o paciente pode dizer o que mais lhe incomoda. Na maior parte dos casos, dou o meu cartão de visita também para ele, além dos responsáveis, para que tenha a liberdade de tirar as dúvidas que surgirem.

    Tenho cuidado especial neste processo de conquista da confiança. Acho que este é um momento muito delicado. O médico precisa estar atento, pois quem está a sua frente não é uma patologia. É um ser humano, e como tal, deve ser tratado com os cuidados merecidos. Além disso, deve levar em conta que este indivíduo interage com outras pessoas que têm importância e poder de influência sobre o tratamento e os resultados.

    Alguns pacientes apresentam indisciplina, principalmente quando precisam ingerir muitos remédios. É natural e, neste momento, percebe-se a importância da família. Brigar ou reclamar não adianta. Mesmo debilitadas, os pessoas não estão mais dispostas a aceitar qualquer forma de autoritarismo, mesmo que ele venha de um especialista consagrado.

    É normal que elas reclamem, duvidem e questionem. A solução é explicar o motivo da quantidade dos remédios e daquele tipo de conduta. Ainda assim, se houver dúvida em relação ao tratamento, o paciente nunca vai levá-lo a sério.

    Uma atitude que ajuda na diminuição de interrupções do tratamento é estar disponível através de telefone celular ou e-mail, facilitando o contato. Faço a pessoa entender que pode contar comigo a qualquer momento. Dessa forma, ele não vai mentir ou esconder que deixou de tomar o remédio. O único limite que imponho é que não me procurem em casa e por isso não forneço meu número residencial. Mas nunca tive problemas dessa natureza. Os pacientes entendem que devo respeitar a privacidade das pessoas que moram comigo. Elas não têm culpa da profissão que eu exerço.

    Certa vez, um adolescente me ligou no sábado a noite, perguntando sobre a possibilidade de tomar o remédio depois, já que iria sair com os amigos. É desse tipo de cumplicidade que falo. Quando o paciente está em sintonia com o seu médico, o enxerga como alguém que quer o seu bem e se preocupa com a sua saúde.

    A relação médico-paciente deve, obrigatoriamente, construir um sentimento de cumplicidade. Quando isto acontece, os resultados são realmente fantásticos. O que muitos profissionais não percebem é que abdicando deste contato será impossível construir uma relação. Não há outra maneira: o médico precisa estar próximo das pessoas. Muitos não conseguem. Outros não possuem habilidades interpessoais para construir de forma positiva este relacionamento.

    O papel dos funcionários

    Estar próximo do paciente deve ser uma filosofia dentro do consultório e estar presente em todos os momentos em que o cliente interage com o serviço. A responsabilidade maior é do médico, mas toda a equipe é corresponsável nesta trajetória. O médico dá o exemplo e difunde valores entre os seus colaboradores. Por este motivo, hoje fala-se tanto no papel das recepcionistas e dos demais profissionais que são a interface da clínica com o público até o momento da consulta.

    Existem pequenas situações que acontecem na sala de espera e precisam ser contornadas pelas pessoas do atendimento. Uma delas é o atraso, o que infelizmente acontece algumas vezes. Neste caso, tenho como prática ir até a recepção conversar com os pacientes e tentar remanejar aqueles que estão com outro compromisso marcado. Ou seja, tento mostrar que entendo o lado deles. E quando entram no meu consultório, faço com que sintam que o meu tempo é totalmente deles. É isto o que importa: fazer com que meu paciente saiba que estou com total atenção para ele naquele momento.

    Minha equipe é um reflexo do meu trabalho e da minha relação com os pacientes. Posso ilustrar esta importância a partir de um exemplo. Uma vez fiquei sem minha secretária de anos durante um curto período, pois ela saiu de licença médica. Contratei temporariamente outra profissional, indicada por um médico amigo. Nos poucos meses em que essa pessoa trabalhou no meu consultório, percebi que o número de pacientes diminuiu e que algumas consultas de rotina foram canceladas. Não desconfiei na hora, mas depois que minha secretária retornou e os pacientes também voltaram a me procurar, descobri o que acontecera. Parece que a pessoa atendeu mal ao telefone diversas vezes e não deu explicações sobre a impossibilidade de marcação de consultas para os dias que os pacientes desejavam. Ou seja, fez uma confusão que prejudicou a minha relação com quem não me conhecia há tanto tempo.

    Caso os pacientes sejam atendidos de maneira imprópria pela minha secretária, associam quase automaticamente essa impressão a minha competência. O que fez a diferença para manter o meu consultório foi a relação sólida que construo desde o primeiro encontro. Aqueles que eram clientes antigos já sabiam que alguma coisa estava fora de ordem e depois relataram o que ocorreu. Porém, se eu ainda fosse uma médica em início de carreira, a passagem de uma secretária sem preparo poderia ter reflexos muito negativos e duradouros. Um profissional que ainda não tem uma reputação formada poderia levar alguns anos para se recuperar e afastar a imagem ruim. Por estes motivos, entendo como fundamental ampliar a responsabilidade da relação médico-paciente para os funcionários também. Mas é evidente que o médico tem um peso maior, porque em muitos casos, cabe a ele orientar e dar o exemplo, o que muitos não fazem.

    Além deste ponto, existem inúmeras situações que ocorrem na sala de espera diariamente e que o médico não tem conhecimento. Porém, os funcionários do atendimento, se bem treinados e preparados, podem perceber estas questões e ajudá-lo. Nem sempre posso conferir tudo o que acontece na sala de espera. Mas minha secretária pode verificar, por exemplo, se os pacientes não se sentem confortáveis com a atual disposição dos móveis ou se o espaço entre eles dificulta a locomoção, entre incontáveis detalhes.

    Disponibilidade e atenção ao diálogo

    A base para a boa relação do médico com seu paciente é a atenção dispensada pelo profissional para este diálogo. Saber ouvir é fundamental. Não adianta ser bom tecnicamente sem conquistar a confiança das pessoas que buscam o atendimento. Esta relação é a base para os resultados. E a responsabilidade pelo seu sucesso é do

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