O homem, a mulher e o tempo: Revitalizando a chama da vida
De João Curvo
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Sobre este e-book
O livro é dividido em dois grandes capítulos. No primeiro, "Ouvindo o corpo", o autor escreve sobre expectativa de vida, os ciclos pelos quais passam um homem e uma mulher, como o estresse interfere na saúde, como os alimentos provocam reações variadas em cada organismo e como os desgastes afetam a saúde ao longo da vida. No capítulo seguinte, "Ajustando o relógio do corpo", João Curvo escreve sobre a dieta ideal para cada idade, sobre quais alimentos são fontes de vida e quais suplementos nutricionais podem trazer bons resultados para homens e mulheres. Para completar, a última parte é composta por receitas. Não é preciso esperar para colocar logo em prática o que se acabou de ler.
Em seu novo livro, o médico João Curvo, que é dono de um spa no estado do Rio de Janeiro, reúne receitas saudáveis e saborosas e apresenta dicas sobre alimentação e comportamento para facilitar as escolhas do leitor no dia a dia, afastar o estresse e alcançar uma vida longeva e prazerosa.
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O homem, a mulher e o tempo - João Curvo
células.
Ouvindo o corpo
1
O AUMENTO DA EXPECTATIVA DE VIDA
A simplicidade é uma das chaves para alcançar a longevidade.
Estamos vivendo uma fase da História em que constatamos o envelhecimento da população. O aumento da expectativa de vida ao nascer e a queda da taxa de fecundidade resultaram no aumento da população idosa, ou seja, hoje há menos crianças e jovens do que antes.
O sistema sanitário, as campanhas de vacinação, os avanços tecnológicos nos exames de imagens, nas cirurgias, nos antibióticos e agentes antivirais, nos medicamentos para o controle da hipertensão e diabetes, entre tantas outras intervenções, aumentaram a expectativa de vida ao nascer. Se já temos centenários, uma criança que nasça hoje certamente poderá viver cem anos.
Quando a população era rural, convinha ter vários filhos para ajudar na lavoura e nos serviços domésticos, a fim de que gerassem renda para a família. À medida que a população saiu do meio rural para a cidade, uma criança passou a significar despesa e isto se refletiu na sociedade, que diminuiu o número de filhos.
Estima-se que, de 1996 a 2025, o percentual de idosos aumentará cerca de 200% nos países em desenvolvimento. No Brasil, o aumento da população idosa também segue esta tendência.
Segundo o IBGE, a estimativa para 2025 é de um aumento de mais de 33 milhões, tornando-nos o sexto país com maior percentual de idosos no mundo. Isto significa um enorme mercado de trabalho para saúde, turismo, teatro, hotéis, lazer, academias de ginástica, transportes e lares para idosos, entre tantas outras possibilidades. Ainda nesta década teremos muitos idosos de mais de 80 anos que estarão ativos, aproveitando o tempo, em movimento.
Os que tiverem maiores cuidados com os seus hábitos de vida, tenderão a envelhecer mais lentamente e a permanecer ativos por mais tempo.
EXPECTATIVA DE VIDA
________________
* Dependendo do país e da classe social.
** IBGE. Disponível em www.ibge.gov.br/home/estatistica/populacao/ tabuadevida/2010/default.shtm
A expectativa de vida varia de acordo com a classe social. O Rio de Janeiro, como inúmeros outros centros urbanos em países em desenvolvimento, tem moradores extremamente pobres vivendo a poucos metros de uma classe média alta ou rica. Os ricos costumam viver mais, pois além de melhores condições básicas de água e esgoto, têm conforto, serviços de saúde de primeira linha e acesso a medicamentos. Em classes mais favorecidas, temos milhões de habitantes com mais de 90 anos; no entanto, muitos brasileiros de comunidades carentes morrem por volta dos 20 anos, vítimas de violência, e antes de completar 70 anos, por doenças. Em condições precárias de subsistência, o envelhecer é mais rápido e a morte pode acontecer mais cedo, devido às degenerações de uma velhice acelerada.
Apesar das diferenças sociais, hoje vivemos com uma melhor qualidade de vida e por isso temos melhor padrão corporal e energético.
Em meados do século passado, era-se velho aos 40 e poucos anos. Hoje temos o auxílio fundamental da medicina nas prevenções e tratamentos e somos mais jovens e longevos devido à aplicação da ciência a nosso favor.
Somos imunizados para várias doenças que antes matavam. Podemos ter mais de 50 anos sem sermos velhos e tampouco decrépitos, como se acreditava que inevitavelmente ficaríamos se vivêssemos mais de cinco décadas. Dentistas impedem que estejamos sem dentes aos 50 anos, como previam os orientais ao descreverem que nesta faixa de idade eles apodreceriam e cairiam. Se não tivéssemos esses profissionais e a profilaxia, a maioria de nós estaria sem vários dentes.
Essa falta, além da diminuição da autoestima, acarreta prejuízo na mastigação e dificuldade de comer alimentos mais duros ou fibrosos como as carnes. A dificuldade de mastigar e triturar bem os alimentos compromete a nutrição e colabora para acelerar a diminuição da massa muscular que naturalmente se reduz com a idade.
Dependendo dos cuidados que cada um dá ao seu corpo, podemos desacelerar o relógio biológico e retardar o surgimento das degenerações que ocorrem com o envelhecimento de nossos órgãos e suas funções.
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Em termos de lei, o critério para definir com que idade alguém é considerado idoso é variável conforme o país e suas condições sociais. Considerando a cronologia, existem diferentes formas de definir e conceituar a velhice. Segundo a Organização Mundial da Saúde, idoso é aquele com mais de 65 anos nos países desenvolvidos, e com mais de 60 anos nos países em desenvolvimento.
No Brasil, de acordo com o Estatuto do Idoso (lei número 10.741, 01/10/2003), as pessoas com idade igual ou superior a 60 anos são reconhecidas como idosas. Entretanto, alguns direitos só são concedidos aos maiores de 65 anos.
A idade cronológica (que corresponde ao tempo desde o nascimento) nem sempre corresponde à realidade física, funcional e mental da pessoa. Não é ela que determina o envelhecimento, já que chegamos à velhice com diferentes idades. Por isso, fala-se também em idade biológica, aquela que em um conjunto parecemos ter. Esta transparece em nosso estado físico e na velocidade de raciocínio, correspondendo às modificações corporais e mentais ao longo do processo de envelhecimento.
Podemos observar diferentes idades biológicas e subjetivas em indivíduos com a mesma idade cronológica. Aspectos biológicos, cronológicos, psicológicos e sociais delineiam individualmente o envelhecimento, cuja velocidade depende das emoções que cada um carrega e também do estilo de vida. Podemos dizer que a velocidade do envelhecimento é proporcional a como se reage ao estresse.
Uma pessoa começa a ser vista psicologicamente como velha ao ter lapsos de memória que não tinha antes, acompanhados de diminuição da atenção e maior dificuldade ou resistência em aprender a lidar com novas formas de comunicação, e isso pode ocorrer aos 50 ou aos 70 anos.
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Existem pessoas que transgridem as regras do bom senso em relação à saúde, comem e bebem de forma errada e abusiva, fumam e estão muito bem, mas certamente são exceções. A regra da natureza é sermos o que comemos. Muitas vezes o efeito do que semeamos – má qualidade da comida, da bebida e do ar – só aparece mais tarde, geralmente trazendo restrição da liberdade e também sofrimento.
Dependendo do cuidado com o que está em nossas mãos (por exemplo, a higiene, a prática física), e também da sorte de cada um, podemos ser idosos ativos, sem queixas. Na verdade, todos querem ficar idosos sem ficar velhos e, para tanto, devemos fazer a nossa parte.
As pequenas dores são frutos das inflamações que começaram depois dos 20 anos e que não doíam nada até os 40. Estavam em silêncio, mas já aconteciam. Rugas surgirão, as articulações por vezes doerão, mas, se houver bom humor, as degenerações do envelhecimento soarão como vitória no