O Milagre do Sol

De José Barbosa Machado

Analisando as fotos tiradas no dia 17 de outubro de 1917 em Fátima por Judah Bento Ruah do chamado milagre do Sol, o autor deste estudo verificou que numa delas aparecem rastos de fumo e um objeto no céu que, de acordo com os seus conhecimentos de astrofísica e meteorologia, não poderia ser o sol. Com muitas dúvidas acerca da sua descoberta, considerou que a única forma de tirar isso a limpo seria ver os negativos das fotografias e confirmar ou não se esse objeto e os rastos de fumo se encontravam nos mesmos, ou se eram manchas extrínsecas posteriores. Este estudo traz alguma luz acerca do que passou despercebido aos investigadores durante mais de 100 anos e procura demonstrar que algumas das fotos são um testemunho único do fenómeno que ocorreu em Fátima no dia 17 de outubro de 1917.

• Idioma: Português
• Editora: Ed. Vercial
• Data de lançamento: 7 de out. de 2020
• ISBN: 9789898392268

José Barbosa Machado

José Barbosa Machado

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Introdução

No dia 5 de março de 2008, quando fazia uma pesquisa de fotografias relativas ao período histórico de 1910-1920 para um trabalho académico, fui ter, através do Google, ao site oficial do Santuário de Fátima, onde se encontram algumas coleções sobre a história do mesmo Santuário. Despertaram a minha atenção treze fotografias relativas ao chamado Milagre do Sol, da autoria de Judah Bento Ruah, onde são apresentadas em vários ângulos cenas da multidão que acorreu à Cova da Iria no dia 13 de outubro de 1917.

Analisando-as com mais detalhe, verifiquei que numa delas aparecem rastos de fumo e um objeto no céu que, de acordo com os meus conhecimentos de astrofísica e meteorologia, não poderia ser o sol. Com muitas dúvidas acerca da minha descoberta, considerei que a única forma de tirar isso a limpo seria ver o negativo da fotografia e confirmar ou não se esse objeto e os rastos de fumo se encontravam no mesmo, ou se eram manchas extrínsecas posteriores.

No dia 2 de junho de 2008, depois de receber a devida autorização, dirigi-me ao Arquivo Fotográfico do Santuário para proceder à análise dos negativos ali guardados. Constatei que os negativos, todos em vidro, se encontram bem acondicionados em pequenas caixas e cada um dentro de uma proteção de papel cartonado em forma de envelope. No entanto, devido aos sucessivos manuseamentos, muitas vezes descuidados, ao longo das últimas décadas, e à própria deterioração do material pela ação do tempo e da humidade, revelam, em diferentes graus, os seguintes problemas:

1. Uma margem de oxidação que vai até um centímetro do interior da imagem.

2. Manchas de dedadas impressas no lado onde se encontra a emulsão química.

3. Pequenos riscos, causados talvez pelo contacto das arestas cortantes de uns negativos com outros ou por pequenas areias.

O Arquivo Fotográfico contém os treze negativos relativos às fotografias do chamado Milagre do Sol. Conhecidos na história da fotografia como placas secas de gelatina[1], são em vidro e medem 12 X 8,9 cm. As fotografias relativas a estes negativos encontram-se, como já referimos, publicadas no site oficial do Santuário de Fátima, havendo, no entanto, diversas cópias em papel.

Neste estudo, procuraremos provar que nas fotografias há