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Postais do Exílio
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E-book97 páginas30 minutos

Postais do Exílio

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Sobre este e-book

Imagens poéticas que descrevem a estadia da autora em cidades estrangeiras, obra permeada de sentimentos como a saudade e o desejo de estar em dois lugares ao mesmo tempo. Nostalgia de um exílio voluntário no qual questiona as cidades enfrentando-as em sua própria escuridão, beleza e assombro, a partir da solidão que provoca ser estrangeira em outra terra.

IdiomaPortuguês
EditoraBadPress
Data de lançamento14 de out. de 2020
ISBN9781071569085
Postais do Exílio

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    Postais do Exílio - Carmen Avila

    Carmen Ávila

    Postais do exílio

    Tradução: Lívia de Souza

    Este livro obteve de maneira unânime, o

    Prêmio Nacional de Poesia Enriqueta Ochoa 2010

    convocado pelo governo de Torreón, Coahuila.

    O jurado foi formado por

    Luis Jorge Boone, José Javier Villarreal e Jorge Fernández Granados

    Estou escrevendo estas linhas dentro da catedral de Florença. É muito difícil iniciar um caderno de viagem. Estou viajando desde 24 de julho e só hoje tive forças para escrever...

    Florença, Itália, primeiro de setembro de 2007.

    Caderno de viagem de uma só página.

    Paris

    27 de setembro de 2008-30 de abril de 2009

    (Segunda volta)

    A Nicole Barrière

    We’ll always have Paris

    Rick. Casablanca.

    Paris, França, janeiro de 2009

    Pont D’Austerlitz

    Hoje a cidade amanheceu mais cinza

    apesar da geada que centelha no solo

    Há mais vagabundos do que de costume

    E permanece esse cheiro ácido

    Que envolve todo o metrô

    No hospital

    A filha de Nicole está morrendo

    Depois de haver cortado a carne

    Do seu estômago em pedacinhos

    Se você vê o Sena surgindo de Austerlitz

    até o cais de Rapée

    vai se dar conta

    que é a baba de um animal raivoso

    ou o cabelo de uma menina com síndrome de Dawn

    que intrigada nos olha.

    Paris, França, fevereiro de 2009

    Museé du Louvre

    Anel, França, Primeira metade do século XIII

    Não é o brilho do ouro manchado

    ou a gema opacada

    pela ferrugem dos anos

    nem que esteve encrustado

    em uns dedos que agora

    são menos que o tálamo

    mas a inscrição:

    Amor Vincit

    Um presente de casamento?

    nem a história desse nobre e sua dama

    resistiu

    Desse amor vitorioso

    a escritura

    sobre metal como único informe

    do amor que morreu

    com a carne dos dedos que se amaram

    (No fim como sempre venceu o ouro).

    Paris, França, dezembro ou janeiro de 2008

    Forum des Halles

    ––––––––

    Mariana me diz que chegará tarde ao encontro

    alguém teve a ideia de se suicidar em Saint-Lazare

    agora desviarão todos os trens

    que chegam dos subúrbios para a cidade

    O que dá na cabeça das pessoas

    quando decidem que são mais exatas umas vias

    e arruínam o aniversário de alguém que não conhecem?

    Porque o trem que demora geralmente uma hora e meia

    demorará duas horas mais

    Brenda diz preocupada

    que se existem pessoas que do nada

    se convertem em assassinas

    ela tem medo de algum dia

    cometer um crime

    Como poder evitar isso

    se até o amor é um ato

    da mais pura violência?

    Prefiro não me preocupar

    não visitar Père Lachaise,

    Montmartre o Montparnasse

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