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Memórias da Bilô
Memórias da Bilô
Memórias da Bilô
E-book80 páginas47 minutos

Memórias da Bilô

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Sobre este e-book

"A pessoa com quem a Bilô mais gosta de conversar nesta vida é a avó. E foi num desses bate-papos que as duas começaram a se recordar de algumas experiências que viveram. Gente, foi bom demais! O que as duas conversaram? Ah, só lendo pra descobrir!  Ah, me esqueci de comentar, tem gente nova na família..."
IdiomaPortuguês
Data de lançamento30 de set. de 2020
ISBN9786587123356
Memórias da Bilô

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    Memórias da Bilô - Vanessa Corrêa

    desigual.

    EMBAIXO DO PÉ DE JABUTICABA

    Como é bom ter uma avó ou um avô para conversar. Quantas coisas aprendemos com eles! É uma sorte e uma oportunidade estrondosa que tenho, ou melhor dizendo, que temos.

    Bilô, Bilô

    Bilô é Bilolândela

    Embolô Desembolô

    Bilô é Bilolândela

    Se você quer se divertir

    Se você quer reunir

    Se você quer viajar

    Se você quer se transformar

    Ou um sonho realizar

    Bilô, Bilô

    Bilô é Bilolândela

    Embolô Desembolô

    Bilô é Bilolândela

    Se tudo está errado

    Ou mesmo atrapalhado

    Se tudo está confuso

    Anda meio difuso

    Bilô, Bilô

    Bilô é Bilolândela

    Sonhos, ilusões,

    Divagar…

    Sem cessar

    Generosidade

    Humanidade

    Amorosidade

    Bilô, Bilô

    Bilô é Bilolândela

    Bilolândela

    É assim: eu e minha vó Nini, quando nos encontramos, começamos a cantar e a dançar essa música. Nós nos divertimos bastante com os causos que adora contar. Acho que é uma loroteira, porque não tem condição serem verdades as coisas que ela conta, ou tem? Às vezes, rio tanto, mas tanto, que em um dia desses foi incontrolável… A água foi descendo perna abaixo.

    A minha avó vive dizendo que nada acontece por acaso nessa vida… Fios invisíveis tecem a grande teia da vida, dos encontros, dos reencontros e até dos desencontros. Estou observando e chegando à conclusão que isso pode ser uma grande verdade. Lembrei-me até da teia de aranha que tem no canto da parede da sala de visitas daqui de casa. Ai, que nervo que dá aquele aracnídeo estranho, cabuloso!

    Dessa vez, descalças, com os pés ainda dormindo, começamos a pisar aquele chão batido com algumas folhas secas e macias, outras, quase nos chicoteando. A sola dos nossos pés estava como uma navalha. Abrimos um pano de algodão colorido e, antes de nos deitarmos, resolvemos catar algumas jabuticabas. Tinha cada bitela com casca brilhante maior que bolas de gude, docinhas!!! Após nos fartarmos, deitamos embaixo da jabuticabeira, tão frondosa e acolhedora, e relaxamos até perdermos a noção do tempo. Juntas, começamos uma grande viagem e recordamos muitas experiências que havíamos vivido em família.

    A primeira, no fim de ano, quando o pai ainda estava ao telefone com o vô, foi tipo assim, como vou contar agora.

    Então, um abraço, pai! Saudade do senhor! Até breve!

    Durma com Deus, meu filho!

    O senhor também, pai! Até! Um abraço!

    Sempre quando meu pai, Antônio Maneca, acabava de conversar com o pai dele ao telefone, ficava meio quieto, não falava, mas a minha mãe sabia que na verdade ele sentia muita saudade do pai, que morava em outra cidade.

    Nossos avós nasceram no interior do estado, em cidades distintas. Um em Sanssentilândia, o outro, em Dumonópolis. Eles são quase da mesma época, daquela em que as pessoas ainda almoçavam na casa uma das outras sem marcar hora. Era só chegar, aconchegar e desfrutar junto à família da refeição servida, daquelas comidas maravilhosas. Eram cidades em que todos se conheciam, sabiam quem era filho de fulano, ou esposa de cicrano, neta de beltrano, e você era conhecido pelo o apelido que as pessoas lhe davam. Em algumas cidades, isso ainda acontece. Em Sanssentilândia, por exemplo, o pai de Flor era conhecido como Tavinho da Barbearia, e, em Dumonópolis, o pai de Antônio era conhecido como Zé Maneca, originário do tataravô Manoel Inácio de Oliveira, Sr. Maneca. Para cada apelido, uma história.

    Havia muito tempo que nossas famílias não se reuniam. Aproveitando o ensejo do fim do ano, meus pais resolveram planejar um encontro bem gostoso aqui em casa, para matar a saudade.

    Após a orientação das tarefas, cada família ficou responsável por trazer um prato típico mineiro, salgado ou doce, de acordo com a sua preferência. A quantidade de bebida foi calculada, e o valor foi dividido. Tudo organizado.

    No dia do almoço, no primeiro sábado anterior ao Natal, nós acordamos bem cedinho e tomamos um café bem saboroso. Tinha até pão de queijo, bolo de fubá, roscas, biscoitinhos caseiros

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