Lirismo, Melancolia, Poesia
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Lirismo, Melancolia, Poesia - Márcia Moura Coelho
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS SOCIAIS
Para Gabriel
Agradecimentos
Pedro Ratis e Silva, por me tornar a alma navegável.
Maria Zélia de Alvarenga, pela calorosa orientação, desde sempre.
E aos amigos e amigas, pela companhia e troca na jornada.
Somente quem já ergueu a lira
Até entre sombras
Pode, no pressentimento,
Prestar um louvor infinito.
Somente quem provou da papoula
Com os mortos, dela não perderá
Novamente o tom,
Por menor que seja.
Por mais que o reflexo no lago
Desapareça de nós com frequência:
Re-conhece a imagem.
Apenas no terreno híbrido
As vozes se tornam
Eternas e doces.
Rainer Maria Rilke (2000), Soneto nº 9, de Sonetos à Orfeu
Orfeu com Hades e Perséfone, tentando resgatar Eurídice (BISSEN, 1831)
Prefácio
Convidada que fui para escrever o prefácio deste texto de Marcia, senti-me honrada por poder, dessa forma, participar da singeleza de sua produção.
Marcia, gente muito querida, excepcional analista junguiana, profissional de muitas artes, poeta de muitas lides, criatura amorosa por natureza, carregada, inegavelmente, de muitas perdas, dores de alma, dotada de incrível criatividade.
E, então, me vi diante de uma tarefa muito complicada: prefaciar um texto de sua autoria, versando sobre Lirismo, melancolia, poesia
!
O desafio estava lançado, e me deixei levar pelo embalo da Vida. Lembranças longínquas me ocorreram, sendo uma delas de meu tempo de formação no curso da SBPA, quando da década de 1980, do século passado, enquanto trainee da segunda turma de analistas junguianos, recebemos a visita de um emérito professor, analista junguiano de Milão que declarou ser um dos membros de selecionadores de futuros candidatos aos cursos de formação. E, para minha surpresa, o mestre que nos brindava com sua presença e sabedoria nos informou que, ao avaliar os candidatos ao curso de formação, valeu-se de dois critérios fundamentais: como primeiro item, dizia Eu preciso gostar do candidato, ir com a cara dele, pois, afinal, ele vai entrar e frequentar a minha casa
. No segundo critério, dizia: Ele precisa ser poeta, porque sem assim ser, não há como ser analista!
.
Céus, que categoria!
O texto de Marcia me fez feliz! Não só por sua competência, mas também por sabê-la tão coerente com seus princípios e valores, por sabê-la tão gente, tão inteira, como são os verdadeiros poetas.
Em seu texto a poesia flui naturalmente, permeando falas, emitindo conceitos, qualificando emoções. O lirismo tem um caráter musical envolvendo a leitura, concorrendo para a estruturação de um modo singular de sentir o momento, criar a cena, povoar as mensagens de uma tonalidade ora nostálgica, ora de emoção saudosa de momentos melancólicos em que nos transformamos.
Lembrar momentos em que nos tornamos melhores como seres humanos tem o poder de nos fazer nos olharmos pelo avesso, trazendo embutida a consciência do que fomos e do que deixamos de ser, do que ficou para trás e não somos mais e nos tornamos imbuídos da certeza emocional de nos sabermos livres!
Para Marcia, esses momentos tão solenes que anteriormente descrevi são poéticos!
Concordo inteiramente contigo, minha querida, pois, a par de serem momentos poéticos, também ser analista como você, com tantos quantos com você estiveram presentes na elaboração destes mistérios, há que ser como você o é, poeta.
Maria Zelia de Alvarenga
Médica psiquiatra, membro analista da SBPA (Sociedade Brasileira de Psicologia Analítica) e IAAP (International Association for Analytical Psychology).
Autora dos livros O Graal, Arthur e seus cavaleiros; Édipo, um herói sem proteção divina; Por que os deuses castigam?; Mitologia simbólica (org.) e Anima-Animus de todos os tempos (org.)
Sumário
1
INTRODUÇÃO 17
2
MELANCOLIA COMO ESTADO NATURAL DA ALMA 23
3
INFÂNCIA, ADOLESCÊNCIA, AMADURECIMENTO, NATUREZA 31
3.1 Infância 31
3.2 Adolescência 33
3.3 Amadurecimento, natureza 36
3.4 Natureza, romantismo e psique 40
4
LIRISMO E MELANCOLIA: ORFEU E O CANTO DA PERDA 45
5
POESIA 53
6
MELANUS COLI – BILE NEGRA – MELANCOLIA 69
7
MELANCOLIA E CRIATIVIDADE NA FILOSOFIA ANTIGA: ARISTÓTELES E O PROBLEMA XXX,1 79
8
MELANCOLIA, PERDA E IDENTIDADE: O TEMA ARQUETÍPICO DO DUPLO 85
9
A REVELAÇÃO COMO MOMENTO POÉTICO NA ANÁLISE 97
10
SONHOS – CALDEIRÃO – FLOR 105
Referências 109
1
INTRODUÇÃO
Ao iniciar este trabalho, a tarefa de relacionar poesia, melancolia e psicologia se impôs enquanto desejo e compromisso. Diante disso, o caminho pessoal e subjetivo foi decorrência natural, alinhavando dados da minha formação profissional como psiquiatra e posteriormente como analista junguiana, junto com observações da experiência clínica. É um trabalho no qual busco compartilhar minha experiência profissional, e nesse sentido valorizo aqui uma abordagem mais subjetiva das reflexões sobre a prática clínica, o estudo da psicologia analítica e o diálogo com a literatura, mais especificamente com a poesia. Jung certamente foi o mestre, criou uma teoria de navegação profunda pela alma. Retornando anos depois ao trabalho para transformá-lo em livro, vejo que Jung continua me contagiando com sua obra, investigação preciosa pelos mistérios da psique. Há um misto de fascínio, de desafio e de surpresa com as descobertas e redescobertas que a leitura de Jung me provoca. Alguns textos de Jung se inserem para mim naquela categoria de clássicos que o italiano Italo Calvino (2004, p. 9) descreveu: são livros que não digo estou lendo
, e sim estou relendo
e cada releitura permite nova descoberta. A psicologia analítica criada por Jung é o fundamento que me permite voar ou navegar por esse caminho, tendo para onde retornar.