O Turista Perfeito: Grandes reflexões em uma pequena história

De Danilo H. Gomes

As terras de Almalândia não veem as luzes do sol há décadas e algo precisa ser feito. Ego, o líder geral de Almalândia, vive uma vida pacata, insatisfatória e sem rumos. Em uma manhã qualquer, Ego é surpreendido por uma ligação de um dos membros do conselho de vice-líderes de Almalândia. Algo está muito errado. Um turista humilde, de poucas palavras e muito misterioso, chega em Almalândia e provoca um enorme tumulto jamais visto.

• Idioma: Português
• Editora: Danilo H. Gomes
• Data de lançamento: 28 de dez. de 2016
• ISBN: 9781393126478

Danilo H. Gomes

Danilo Henrique Gomes, brasileiro, marido de Débora Gomes, nasceu em Araçatuba/SP no ano de 1993. É cristão desde o berço, apaixonado por Jesus e fascinado pela arte de escrever. Em meados de 2016, dois anos após o início de uma forte crise financeira que assolou o Brasil, foi demitido pela primeira vez em sua vida. Desempregado e com poucos recursos, mas cheio de ideias, escreveu seu primeiro livro sem ao menos saber qual seria o futuro daquele projeto. Seu projeto teve sucesso. Desde então não parou de escrever e publicar livros que já alcançaram vários países ao redor do mundo. Segue sua vida como escritor independente e fiel cristão. Site oficial: www.danilohgomes.com Instagram: @danilo.h.gomes Youtube: Danilo H. Gomes Telegram: t.me/danilohgomes

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Senhor Ego

Leves raios de luz cortaram o quarto do excelentíssimo senhor Ego. Após um longo tempo espreguiçando-se, passou as mãos por sobre o rosto e admirou a neve que adornava o dia. Que lindo dia para... não fazer nada, ha ha!, pensou. Ego, um homem obeso e que já carregava nas costas seus 40 anos, governava as terras de Almalândia desde que nascera.

Achava uma grande chatice a obrigação de ter que se reunir semanalmente com o conselho da cidade. O conselho devia ser ouvido e respeitado, afinal, caso alguma decisão contra sua liderança fosse unanimemente aprovada pelos integrantes do conselho, o senhor Ego perderia instantânea mente seu cargo. Ao sair do banheiro, caminhou pelos longos corredores de sua mansão, apelidada de Zona de Conforto.

- Bom dia senhor Ego! – disse o simpático empregado.

- Bom dia senhor Elogio!

Enquanto uma das cozinheiras da enorme mansão colocava sobre a mesa os últimos pratos do café da manhã, Ego puxou uma cadeira e sentou-se para comer. Mesmo diante de algumas opções de deliciosos bolos e sucos, optou por comer um pequeno pão com manteiga.

- O que aconteceu com ele? – cochichou uma cozinheira para outra – Acordou mais humilde hoje?

Entre as últimas mastigadas, uma empregada entrou às pressas com o telefone em mãos.

- Senhor Ego, o senhor Verdade quer falar contigo.

O que esse idiota quer comigo às 9 da manhã?, pensou Ego.

- Diga. O que quer?

- Excelentíssimo, o conselho solicitou sua presença em uma reunião urgente.

- Reunião urgente? – a voz de Ego denunciava preocupação e ira – A reunião semanal é amanhã... Não podem esperar?

- Não senhor! Trata-se de um turista que adentrou a cidade e conquistou a empatia de vários habitantes. Agora muitos estão protestando para que este novo misterioso turista tome o seu lugar.

- Loucos assim existem aos montes pelo mundo afora. O que vocês querem com esta reunião?

- ... – uma pesada respiração surgiu após um rápido silêncio – Alguns membros do conselho desejam discutir sobre o assunto.

- Droga! – o som de uma pancada sobre a mesa ecoou por toda a cozinha da mansão – Estes lunáticos estão ainda mais malucos? Isso nem precisa ser discutido! Ninguém teria as habilidades para governar Almalândia como eu! Para que horas está marcada esta maldita reunião?

- Daqui uma hora senhor.

- Estarei presente. Até mais.

Sob o olhar assustado de alguns empregados, Ego passou as mãos pelo cabelo e permaneceu cabisbaixo por alguns minutos. Em seu governo ocorreram erros, como em qualquer governo, mas nada até então poderia servir como estopim para sua saída da liderança. Deu uma última mordida no pão e retornou para seu quarto.

Todas as reuniões semanais recebiam ilustres presenças. Ego não poderia comparecer com uma roupa qualquer. Abriu seu