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Diante da depressão: Passos para a esperança
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Diante da depressão: Passos para a esperança
E-book117 páginas1 hora

Diante da depressão: Passos para a esperança

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Sobre este e-book

DIANTE DA DEPRESSÃO começa mostrando a universalidade da depressão, que pode vir para todos, para crentes e para não crentes.
Depois, trata das causas e dos sintomas da enfermidade.
Sabedor dos tabus que a envolvem, Israel Belo de Azevedo trata, com palavras claras, os equívocos que que circulam na sociedade em particular e nas igrejas em particular. Então, afirma categoricamente que Deus se importa com os que estão em depressão.
No capítulo 6, o livro oferece conselhos para os deprimidos e também para seus familiares e amigos.
A partir daí faz várias sugestões para que a esperança volte, para que a vida continue.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento19 de nov. de 2020
ISBN9786599001789
Diante da depressão: Passos para a esperança

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    Diante da depressão - Israel Belo de Azevedo

    1

    A universalidade da depressão

    Se a miséria que eu sinto fosse igualmente dividida entre cada membro da raça humana, não haveria sequer um sorriso em toda a terra.

    (Abraham Lincoln)

    A experiência da depressão é universal no espaço e no tempo. Ninguém está imune. Ficou conhecido um episódio de depressão ocorrido com o jornalista Ricardo Boechat (1952-2019), apresentador de um telejornal na televisão brasileira e de um programa de rádio matinal numa rede nacional. Ele mesmo contou a sua história:

    "Minutos antes de começar o programa de rádio da quarta-feira retrasada eu simplesmente sofri um colapso, um apagão aqui no estúdio. Nada na minha cabeça fazia sentido. Nenhum texto era compreensível. Os pensamentos não fechavam e uma pressão insuportável dava a nítida sensação de que o peito ia explodir. Fiquei completamente desnorteado e achei melhor me refugiar no meu camarim e esperar socorro médico. [O doutor] foi categórico em dizer que era depressão. Que o estado de pânico, a balbúrdia mental, a insegurança e tudo mais eram sintomas clássicos do surto depressivo.

    Quem cai num quadro desses perde qualquer condição de continuar ativo, de pensar as coisas mais simples. A pessoa morre ficando viva.

    E eu fiquei impressionado nestes dias com a quantidade de gente que sofre do mesmo problema. Quando contei a alguns ouvintes que me ligaram o que estava acontecendo, muitos disseram já ter passado por isso, ou conhecer alguém que ainda passa ou já passou".

    Ninguém está livre de sofrer com esta doença, como mostram as muitas histórias, entre as quais a de Mônica Seles, uma das maiores tenistas de todos os tempos.

    Aos 16 anos de idade, a tenista Monica Seles, sérvia nascida em 1973, se tornou a mulher mais jovem da história a vencer o torneio Roland Garros, na França, em 1990. Em dois anos, ela venceu sete dos nove torneios internacionais de que participou. Seu destino era transformar-se numa das melhores do mundo em todos os tempos.

    No entanto, em 1993, ela foi esfaqueada pelas costas por um fã da rival Steffi Graf. Enquanto se recuperava do golpe, veio outro: por causa dos patrocínios financeiros, seus colegas tenistas decidiram tirá-la do topo (número 1) do ranking, o que implicava em mais dinheiro para eles e menos para ela. Pouco depois, seu pai teve um diagnóstico de câncer e morreu. Como consequência dessas situações, ela caiu em depressão e se tornou viciada em comida. Ela comia de tudo, engordando 20 quilos. A comida era a minha amiga, disse a tenista. A imprensa dizia que ela parecia uma lutadora de sumô.

    Foi, então, que percebeu que precisava de ajuda profissional e começou a fazer terapia para lidar com suas emoções.

    Mônica deixou o Tênis em 2008, ao qual voltara, mas sem o brilho anterior. Depois disso, passou a ocupar seu tempo com obras de caridade, que atendem adolescentes carentes e animais abandonados. Em suas memórias, ela deixou registrado: Os anos difíceis me fizeram o que eu sou hoje. Acho que sou uma pessoa mais feliz agora.

    Portanto, todos nós, não importam idade, gênero, fé ou conta bancária, estamos sujeitos a recebê-la. Ela chega e se instala. E quando se instala, sua força é maior que o desejo por sua partida.

    A depressão é assim. Alcançou gigantes morais e espirituais, como o presidente Lincoln e o pastor Charles Spurgeon, herdeiros do profeta Elias, que, por um tempo, habitou uma caverna que habitava dentro dele. Religião tem muito a ver com depressão. Há estudos que mostram o valor da vivência religiosa na prevenção e na cura da depressão. Isto é bom, muito bom.

    Há atitudes, no entanto, que tornam o peso que encurva o corpo, porque já encolheu a alma, ainda maior. Infelizmente, não faltam aqueles que sugerem ao deprimido que o seu sofrimento é consequência de algum pecado. Que sua enfermidade é uma demonstração de que ele se afastou de Deus. Que um cristão de verdade não fica deprimido. Que um cristão deprimido não deve tomar remédio, nem fazer terapia; basta ler a Bíblia e orar.

    Mas esses modernos amigos de Jó não fazem os mesmos sábios e santos comentários quando o problema é de ordem ortopédica, oftalmológica, cardiológica ou gastroenterológica. Que Deus tenha misericórdia desses amigos de Jó, como teve com os amigos de Jó.

    E que a religião seja uma experiência em que o deprimido possa se ver como é: amado por Deus. Que a religião o estimule a buscar ajuda profissional. Que a religião proveja pessoas que orem por ele e fiquem ao seu lado mas longe da paixão por explicar e condenar.

    A depressão pode vir para todos. Ela vem para pessoas instruídas e para pessoas sem instrução, para pessoas muito ocupadas e para pessoas desocupadas, para pobres e para ricos, para crianças, jovens, maduros e velhos. Ela alcança quem tem fé e quem não tem. Nessas horas, pessoas de fé poderão se perguntar:

    — Se Jesus é a esperança do mundo, como pode um cristão sofrer no escuro e úmido mundo da depressão? Se o Espírito Santo é o Confortador, como pode um cristão ficar sufocado?

    A Bíblia, que conta a história de homens e mulheres de fé, registra vários casos de pessoas, boas e más, que conheceram momentos de depressão. Depois de uma explosão de ira, Caim teve uma alteração emocional tão profunda, que o seu semblante ficou alterado (Gênesis 4.6-7). O patriarca Abraão teve um episódio depressivo breve, numa tarde, em que se sentiu em trevas apavorantes (Gênesis 15.12). O profeta Jeremias teve sentimentos similares aos que experimentam os deprimidos, como rejeição e solidão.

    Um caso bem evidente é o de Saul, que precisava que alguém lhe tocasse música para sentir um pouco de alívio de sua dor na alma (1Samuel 16.14-23), alívio temporário porque a música que Davi tocava em sua harpa só por um pouco acalmava o espírito de Saul: o mal voltava vezes sem conta. ⁹ Aquele que o confortava também sentiria, mais de uma vez, no futuro, que a aflição estava constantemente diante dele, ao ponto de achar que sucumbiria (Salmo 38.17).

    O rei poeta Davi experimentou momentos profundos de vazio, ao ponto de escrever:

    "Estou muito abatido e encurvado e choro o dia todo.

    Sinto-me profundamente abatido e desanimado; o meu coração está aflito". (Salmo 38.6-8 – NTLH)

    A depressão não deixou Jonas obedecer à voz de Deus. Forçado pelas circunstâncias,

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