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Landeron I - A filha do oráculo: Landeron, #1
Landeron I - A filha do oráculo: Landeron, #1
Landeron I - A filha do oráculo: Landeron, #1
E-book265 páginas3 horas

Landeron I - A filha do oráculo: Landeron, #1

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Sobre este e-book

Aldin sempre foi uma estranha. Durante os quinze anos que viveu como refugiada, junto com seus pais, na pequena vila élfica de Lar, ela nunca manisfetou um únido dos dons atribuidos à sua raça: os aráculos. Mas e se você não fosse quem todos gostariam que você acreditasse? E se houvesse... uma explicação?

A filha do Oráculo é o primeiro volume da saga "Landeron", que pretende ser uma viagem iniciática para os seus protagonistas, enaltecendo valores como o poder da amizade, da solidariedade ou de um possível amor entre seres de origem muito diversas, cujos caminham se cruzam pela necessidade de sobreviver em um mundo hostil.

Porque os únicos limites que existem são aqueles que nos impomos.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de dez. de 2020
ISBN9781393678564
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    Landeron I - A filha do oráculo - Paula de Vera

    Para Ángel,

    Meu melhor crítico,

    Agradecendo agora

    E sempre as críticas

    e ideias.

    "A rainha Marla estava debruçada na ampla varanda da sala do trono, observando a luta de seu anjo, quando recebeu a notícia do assassinato do conde Aren. O mensageiro falou em seu ouvido, para que ninguém mais pudesse ouvi-lo, mas seus lábios franziram ligeiramente. Essa foi sua única reação.

    Ele não discutiu o assunto com mais ninguém "

    (Asas de fogo, Laura Gallego Garcia)

    Meu senhor, preste atenção às minhas palavras, pois são cruciais para o seu futuro. Certamente alcançará o poder e a glória e conseguirá seguidores e triunfos onde for em Landeron. Porém, a essa boa notícia acrescento uma advertência.

    Apenas uma criatura, quando você estiver no topo, prevalecerá em seu caminho e representará o fim do seu glorioso reinado. A filha de uma grande vidente, descendente de Aden, se levantará em Gadar e seu exército será o mais forte que já existiu. Pois estará alicerçado no amor, na amizade, na confiança e no fim das barreiras entre todas as raças.

    Assim será e você não poderá fazer nada para evitar.

    Lembre-se das minhas palavras.

    Lua de sangue

    Aquela poderia ter sido uma noite como qualquer outra.

    A lua crescente projetava as sombras dos telhados nos paralelepípedos da rua, criando designs extravagantes. O castelo se erguia imponente ao fundo da cidade, elevando-se acima das casas mais humildes que quase inteiramente o cercavam.

    Os campos, espalhados do outro lado dos muros e protegidos no abrigo da cordilheira, conhecida como As Ferraduras Cruzadas, brilhavam levemente prateados: grãos maduros que logo seriam colhidos e alimentariam os habitantes da região.

    Porém, aquela noite não era como as outras. Certamente seria lembrada como uma das mais tristes da história de Landeron.

    O primeiro indício, silencioso, de que algo estranho acontecia, foi a massa escura que se aproximava desde o horizonte em forma de arco, fechando sua silhueta mais e mais a cada passo à medida que se aproximava rapidamente da cidade pelas planícies que ocupavam o leste do rio. Condado de Nïedar.

    Os guardas próximos às portas foram os primeiros a vê-la, soando o alarme imediatamente. As tochas se acenderam, os arqueiros tomaram suas posições e o murmúrio que passava de boca em boca, foi se espalhando até chegar ao palácio, aos ouvidos do rei. Mas tudo foi inútil.

    Em um instante aquela escura comitiva chegou às portas. Então, vários homens encapuzados pularam com uma facilidade insultante sobre as paredes enquanto começavam a subir com agilidade.  Suas mãos enluvadas pareciam se encaixar perfeitamente na pedra escura, e o sargento no comando momentaneamente temeu que tipo de criaturas elas poderiam ser. Por todo Landeron correram rumores nada lisonjeiros sobre exércitos sombrios que assaltavam cidades durante a noite, em silêncio e sem deixar sobreviventes. Mas eu nunca esperei encontrá-los cara a cara.

    Com um grito imperioso o homem chamou seus reforços. Mas, antes que assim chegaram, à primeira daquelas assustadoras criaturas rastejantes chegou em sua posição, agarrou o gadarath pelo pescoço e o jogou impiedosamente sobre as ameias. Os dois soldados que chegavam nesse mesmo instante ficaram paralisados de terror ao ver como aquele ser desconhecido, de quase dois metros de altura, lançava seu sargento pelos ares. Mas não era nada, comparado com a sensação que se instalou na boca de seus estômagos assim que seu carrasco se focou diretamente neles.

    Sob o capuz escuro estava escondido um rosto pétreo, no sentido literal da palavra: acinzentado, sulcado por veias escuras e iluminado por dois olhos vermelhos incandescentes. O sinistro a assaltante os contemplou por um instante, com se os avaliasse, antes de esboçar um sorriso macabro e caminhar em direção ao primeiro deles. Este, em um momento de sanidade, tentou impedi-lo com levantando sua espada, mas foi de pouco utilidade. Dada a força e impenetrabilidade da pele daquela criatura, a espada escorregou com um guincho antes que seu portador sofresse o mesmo destino que o sargento.

    O outro soldado, assim que se viu sozinho diante daquela criatura de pesadelos, correu na direção contrária em busca de mais reforços. No entanto, só pode avançar alguns passos antes que outro monstro entrasse no seu caminho. Sem poder emitir som algum, sentiu uma garra de pedra se fechar em torno de sua garganta, pouco antes de perder a consciência e seguir o caminho mortal de seus dois companheiros.

    Depois de se livrarem de seus oponentes, os dois seres de pedra se olharam por um momento, satisfeitos, e então pularam os cinco metros de parede que separava sua posição do solo, aterrissaram com força e destruindo as pedras que receberam o impacto de seus enormes corpos. Vindo das casas mais próximas, os mais diversos gritos se ouviam e, à medida que avançavam pelas ruas, iam ao encontro dos habitantes da cidade; que, enquanto corriam para se esconder, se viraram com um uivo quando os viram aparecer. Para eles, ou para um dos outros duzentos geruk que formavam seu batalhão.

    No castelo, também, houve pânico. Os monarcas levantaram-se rapidamente da cama quando ouviram a comoção; o rei, quando foi informado da origem daquele desastre, inclinou-se sobre a janela para ver com os próprios olhos o que se passava no pátio. No entanto, ele mal teve alguns segundos para fazer isso antes que uma grande pedra, jogada de algum ponto indefinido, se espatifasse em sua testa, matando-o imediatamente.

    Quando a rainha o viu, gritou de terror e se jogou sobre ele, tomando seu corpo nos braços. Mas já era tarde demais.

    * * *

    O general daquele exército ergueu a cabeça encapuzada ao ouvir o grito de dor da mulher, vindo do castelo, enquanto exibia um sorriso tortuoso. Então a rainha ainda estava viva, mas o rei não. Seus seguidores haviam feito um bom trabalho. Bom, pensou. Assim, minha vingança contra ela será completa.

    Estava no centro da praça principal da cidade, rodeado de casa em chamas e corpos estirados aos seus pés. Mas tudo isso não pareceu aborrecê-lo; nem se quer parecia vê-lo. Seu objetivo desde que partiu com seu exército e desde que ouviu aquelas palavras malditas, quase cinco anos atrás, era outro. Com um gesto rápido, indicou a vários de seus capangas o seguissem por um beco estreito; chegando em poucos minutos, aos portões da área murada do castelo.

    Os portões resistentes que antes limitavam a entrada agora parecem tortos, assim como seus restos retorcidos espalhados pelo pátio de desfiles. O homem encapuzado, sem se abalar, passou por aquela massa de ferro e pedras estilhaçadas para, em seguida, avançar pelo caos que se criou em frente a porta principal do palácio, a verdadeira residência dos monarcas no complexo real.

    Seus capangas, por outro lado, começaram a saquear assim que viram os quartos desocupados e indefesos que cercavam o enorme edifício central, ao mesmo tempo que exterminavam todos os seres vivos que se interpusessem em seu caminho. O homem encapuzado, fez um leve gesto de desagrado ao ver a primeira coisa, sem se perturbar nem um pouco com a segunda, e assim disse ao seu capitão, que o seguia em silêncio a apenas um metro de distância:

    — Você já sabe o que fazer com quem roubar. — Sibilou o general.

    O geruk assentiu rapidamente e lançou um grunhido de advertência dirigido a todos os subordinados que estavam no pátio nesse instante. Mais de um deles lançou no chão os objetos que levavam nos braços quando o ouviram, porém outros não. O chefe geruk grunhiu novamente, desta vez para si mesmo. Deveria castigar mais um e rápido.

    Lentamente e depois de reagrupado, o pequeno batalhão liderado pelo general das trevas entrou no castelo, empurrando sem esforço as portas decoradas com madrepérola e prata. Eles subiram a grande escadaria e viraram a esquerda, contornando vários corredores até encontrarem a porta que estavam procurando. Uma galeria silenciosa e iluminada pela luz da lua de uma arcada à esquerda, sobre um pátio, apareceu diante deles. Sem ficar para admirar o espetáculo, enquanto alguns geruk invadiam o andar inferior destruindo tudo em seu caminho, os assaltantes guiados pelo mestre de toda aquela destruição avançavam sem medo e sem olhar duas vezes ao redor, para a outra extremidade da varanda. Eles finalmente alcançaram a fortaleza real.

    O general encapuzado fez um sinal para o geruk à sua esquerda, seu carrasco pessoal, e indicou a porta à sua frente com uma sacudida brusca de cabeça. A criatura questionada, sem pisca, deu um passo à frente e chutou a madeira com força, estilhaçando-a e também fazendo tremer as paredes ao seu redor. Mas nenhum dos presentes pareceu notar enquanto entravam na escada em espiral escura que levava até o outro lado.

    Conforme avançavam, os soluços de uma mulher eram ouvidos mais claramente acima de suas cabeças. Quando chegaram ao patamar do quarto real, a porta estava trancada. O da frente, decorado com hera e plantas exóticas, pareceu mover-se por um momento enquanto eles o observavam com desconfiança. Havia algo estranho do outro lado da porta, podiam perceber. Mas as esculturas permaneceram imóveis enquanto eles olhavam mais de perto, e o general bufou alto para esquecer aqueles pensamentos desconfortáveis. Tinha certeza de que, se a garota estava em algum lugar, era com sua mãe. Por isso, repetiu o gesto que já tinha feito ao seu algoz ao pé da torre e procedeu da mesma forma.

    Quando a madeira soltou, um grito não natural foi ouvido de dentro do quarto, mas os invasores não se intimidaram. A rainha, por sua parte, abriu muito seus olhos e boca quando reconheceu o líder do grupo e, em seguida, seu um sorriso agressivo.

    — Você... — sibilou.

    O homem, por sua vez, mostrou um sorriso malicioso sob o capuz.

    —  Uau, Alia. Você se lembra de mim.

    A rainha, por sua vez, levantou-se e rastejou até os pés da enorme cama de dossel, puxando algo com esforço. O metal da espada rangeu ao roçar na pedra do chão do quarto, pouco antes da rainha Alia de Gadar tentar jogá-la sobre sua cabeça; sem muito sucesso, mas pronta para se jogar, fosse o que fosse, em seu oponente sombrio. Quem, sem vacilar, ergueu a mão e pronunciou uma série de palavras. Em instantes a Rainha Alia se viu desarmada, indefesa e puxada bruscamente em sua direção.

    — Onde estão seus modos, majestade? — riu um segundo antes de cravar um punhal em seu estômago.

    Os olhos da mulher se arregalaram em surpreendida, mas ela não podia fazer nada para evitar seu destino. Segundos depois, seu corpo sem vida caiu como um pacote no chão, com o rosto voltado para cima. Seu assassino a observou por um instante antes de murmurar:

    — Deveria ter sido mais razoável, Alia — e balançou a cabeça fingindo desgosto antes de acrescentar zombeteiramente — Agora, você fará companhia ao seu amado marido.

    O homem então guardou a adaga em sua capa e se dirigiu para o berço no canto mais distante do quarto. Foi simples. Só apareceu coberto por mantas brancas, bordadas com a letra E em verde e dourado. O intruso franziu os lábios. Só mais um passo... Só mais um pouco e seu pesadelo estaria acabado. Rapidamente, ele estendeu a mão e puxou os lençóis que cobriam o pacote dentro.

    Mas o berço estava vazio.

    O general ficou em sem fala por um segundo e então soltou um uivo raivoso que foi ouvido por toda a cidade, silenciando-a ainda mais. A luta havia parado do outro lado da janela, não havia sobreviventes. Não havia

    gadarath vivo que pudesse dizer o que acontecera lá. Mas tudo foi em vão.

    O general apertou os punhos até que os nós dos dedos estivessem brancos antes de se virar para seus capangas, que permaneciam parados junto à porta.

    — Encontrem-na — murmurou em um rosnado rouco — Quero o cadáver dessa garota aos meus pés custe o que custar. Entenderam?

    Os dois geruk assentiram rapidamente e saíram do quarto sem fazer barulho. Seu líder, por outro lado, ficou por um segundo pensativo, parado no centro da sala, e depois, tomou uma decisão. A princípio, ele caminhou lentamente até a varanda e olhou para fora. Todos os seus capangas estavam reunidos no pátio e o saudavam com vozes que pareciam vir das próprias entranhas da terra. Ele se permitiu ser aclamado enquanto sua mente corria. Ele tinha que encontrar uma maneira de se certificar de que a princesa não voltasse a ser um problema, caso seus geruk não a encontrassem... e sorriu maliciosamente ao encontrar uma solução que sem nenhum pretexto.

    Então vou me livrar de outro problema, ele pensou depois de um tempo, enquanto avançava à frente de seu exército, pelos campos de Gadar e deixando para trás a cidade de Mehyan, que foi a orgulhosa capital do reino, queimada e devastada. Ela se renderá às minhas ordens. Você não terá escolha.

    Diga-me quem eu sou

    15 anos depois

    Aldin voltava para casa, chutando furiosamente as pedras que encontrava no caminho. Seu rosto azul celeste, característico da raça de oráculos a qual pertencia, estava naquele momento contorcido em uma careta de raiva. Seus olhos verdes brilhavam de raiva e seu cabelo preto como azeviche, puxado para trás em um rabo de cavalo, balançava violentamente a cada passo que ela dava.

    Ela não podia acreditar. Isso, definitivamente, foi a gota d'água. De manhã ela tinha ido à Casa das Mulheres como qualquer outro dia, ela cumprimentou uma de suas colegas com sua timidez de sempre e foi para a sala de aula no segundo andar para assistir à sessão de bordado. Mas é claro, lá, como sempre, seu executor particular estava esperando por ela.

    Aelhia era a filha do senhor da vila, Lord Karan; um elfo moreno com o rosto pálido e olhos castanhos que, embora não fosse um déspota, também não era particularmente agradável de se lidar. Sempre que Aldin o via sair da vila em uma de suas viagens diplomáticas — a estrada inevitavelmente passava pela fazenda onde morava com seus pais —, ela pensava ver uma tristeza eterna em seu rosto. Mas nunca parou para pensar o por quê; principalmente, porque todos os dias tinha outras coisas com o que ocupar a cabeça.

    Sua filha, por outro lado, era uma imagem de seu desprezo pelo resto dos habitantes de Landeron. Lar foi, por gerações um refúgio para membros de outras raças que fugiam da miséria e da guerra que costumava atingir seus respectivos países em intervalos de poucos anos. E o elfo, altruístas por natureza, nunca se negaram a aceita-los. O que significa que o tratamento dado aos forasteiros sem foi cordial.

    A careta que a jovem nobre deu à garota gulin naquela manhã, como os oráculos eram chamados em seu próprio dialeto, estava longe de ser amigável, como de costume, mas Aldin percebeu algo mais por trás de seus olhos negros. Aelhia estava tramando alguma coisa, ela tinha certeza. Mas quando a elfa desviou o olhar para cochichar com suas amigas, a jovem oráculo tentou tirar aquela suspeita obscura de sua mente e se concentrou em seu trabalho. Silenciosamente, ela o tirou de sua bolsa e o estudou cuidadosamente antes de decidir dar o primeiro passo.

    Mas sua tranquilidade foi interrompida minutos depois quando uma grande mão branca agarrou seu bordado e puxou-o para cima, arrematando-o.

    — Ei!

    Aldin levantou-se rapidamente, irritada e pronta para esclarecer algumas coisas para quem ousou interromper seu trabalho, mas ficou paralisada ao ver de quem se tratava.

    — Uau Aldin, sinto muito — Aelhia se desculpou falsamente enquanto segurava o tecido bordado o mais longe possível de seu corpo — Eu só queria admirar isso... — a elfa então observou o trabalho de Aldin com algo parecido com nojo distorcendo suas feições — ... que você estava bordando.

    — Me devolve Aelhia — bufou Aldin sem pensar — Já.

    Mas quando a elfa virou-se em câmera lenta, a encarando, a gulin sabia que tinha cometido um erro que poderia custar caro. A filha do Lord Karan moveu-se muito lentamente em sua direção, seus olhos se estreitaram, enquanto o rubor de ser insultada se espalhava por suas orelhas pontudas.

    — Como disse? — Silvou.

    Sua oponente pareceu murchar em um instante, antes de abaixar a cabeça enquanto murmurava, em voz baixa:

    — Me desculpe, minha senhora. Poderia gentilmente me devolver meu bordado, por favor?

    Aelhia levantou-se então com um sorriso triunfante, mas sem responder nem atender ao pedido educado.

    — Boas maneiras são o que te faltam, pequena inútil.

    Aldin com o ego ferido, se encolheu com o apelido, depois recuou. Aelhia, no entanto, ao em vez de deixá-la sozinha, avançou e a empurrou fazendo com que a jovem caísse sentada na cadeira abruptamente, causando risos entre os seguidores da nobre moça. Mas então, em voz se levantou perto da porta da sala que fez todos os presentes pularem:

    — O que está acontecendo aqui?

    Tanto Aelhia quanto Aldin ergueram rapidamente suas cabeças e a primeira empalideceu — para diversão da segunda —, ao verem a severa professora parada na porta com os braços cruzados, esperando uma explicação. Mas tinha sido muito rápido e a jovem elfa recuperou rapidamente a compostura.

    — Perdão professora — ela se desculpou com uma polidez primitiva — Eu estava apenas elogiando... o trabalho de Aldin.

    Seu sorriso foi tão falso que a mencionada teve que suprimir a ânsia de vômito que lhe causou. Como uma elfa podia ser tão... tão...? Mas para seu desespero, a professora acreditou em seu teatro, voltando-se imediatamente para a gulin.

    — Isso é verdade Aldin?

    — Professora! — Aelhia ficou escandalizada, sem dar-lhe tempo para responder, incomodada — Não pode questionar...

    — A nobreza. Eu sei Aelhia — respondeu a professora com calma, ignorando a boca aberta da pupila ao ser tratada pelo primeiro nome — Mas aqui o que importa não são os seus títulos, sim as suas capacidades de realizarem as tarefas que futuramente serão responsabilidades suas como mulheres. E imagino — acrescentou, antes que a jovem pudesse dizer alguma coisa — Que se Lord Karan a enviou para cá, foi por um bom motivo.

    A garota franziu os lábios enquanto seu corpo todo ficava tenso com a reprimenda. Sim, era verdade que seu pai decidiu que sua filha rebelde precisava de mais disciplina e precisava aprender a ser uma boa mulher, mas insolência era algo que ela não estava disposta a permitir, mesmo vinda de sua professora. No entanto, seu olhar gélido, pareceu dissuadi-la de fazer algo que comprometesse ainda mais sua reputação e, por isso, ela optou por morder a língua e inclinar levemente a cabeça,

    ainda olhando com certo desprezo para Aldin. Que, humilhada, retribuiu o olhar sem ter consciência de sua atitude, o que fez a voz da professora ser ouvida novamente, constrangendo-a ainda mais.

    — Aldin! Não vou permitir falta de respeito! — falou a alta elfa com ela — Desculpe-se.

    Inconscientemente, a garota abaixou a cabeça em submissão.

    — Sinto muito, minha senhora.

    Aelhia, por sua vez, sorriu e a

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