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Imprensa e instrução na Parahyba do norte (1858-1889)
Imprensa e instrução na Parahyba do norte (1858-1889)
Imprensa e instrução na Parahyba do norte (1858-1889)
E-book984 páginas1 hora

Imprensa e instrução na Parahyba do norte (1858-1889)

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Sobre este e-book

A Sociedade Brasileira de História da Educação, desde a sua fundação em 1999, vem mantendo o compromisso com a publicação da série Documentos da Educação Brasileira. Inaugurou a coleção em 2000 e, desde então, segue com regularidade na publicação de conjuntos de fontes, de tipologias variadas, que permitem o estudo da história da educação e da cultura no Brasil. A publicização desses documentos tem como objetivo principal o estimulo à pesquisa histórica, favorecendo o acesso às fontes, apresentadas de forma organizada para a comunidade de historiadores da educação. Nessa oportunidade, apresentamos o trabalho realizado pelos pesquisadores sediados na Universidade Federal da Paraíba como parte das atividades do IX Congresso Brasileiro de História da Educação (CBHE), realizado em João Pessoa, em agosto de 2017. Este corpus documental, vultuoso e complexo, foi organizado em dois volumes: Fontes para a História da Educação da Paraíba Imperial: Documentos diversos (Parte II - 1861-1889) e Imprensa e Instrução na Parahyba do Norte (1858-1889). Carlos Eduardo Vieira: Presidente da Sociedade Brasileira de História da Educação
IdiomaPortuguês
Data de lançamento8 de out. de 2018
ISBN9788546212811
Imprensa e instrução na Parahyba do norte (1858-1889)

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    Imprensa e instrução na Parahyba do norte (1858-1889) - Rose Mary de Souza Araújo

    JORNAIS DA PROVÍNCIA DA PARAHYBA DO NORTE OITOCENTISTA: FONTES PARA A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO

    Thiago Oliveira de Souza - UFPB

    Rose Mary de Souza Araújo - UFPB

    A organização de notícias de jornais que trazemos a público tem como finalidade divulgar e democratizar informações pertencentes ao universo da instrução na antiga Província da Parahyba do Norte. O trabalho é resultado de levantamento documental¹ que vem sendo empreendido pelo Grupo de Pesquisa em História da Educação no Nordeste Oitocentista – GHENO.

    O material aqui disponibilizado foi coletado em várias instituições, tais como: no Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP², no Arquivo dos Governadores, vinculado à Fundação Casa de José Américo, ambas sediadas na cidade de João Pessoa e na Biblioteca Nacional, no Rio de Janeiro.

    Cada uma dessas instituições guarda, dentre outros documentos, uma valiosa e grande quantidade de material jornalístico. Entretanto, é importante ressaltar que cada um dos acervos acima mencionados apresenta uma estrutura própria em sua organização, como também a forma de acessá-lo guarda as suas peculiaridades com as quais o pesquisador precisa se familiarizar para não correr o risco de deixar passar algum documento. Associado às suas especificidades, necessário se faz destacar que boa parte dos jornais neles acondicionados se encontra em precário estado de conservação. Além do desgaste provocado pelo próprio tempo (papel quebradiço, cor amarelada, fungos, poeira, ou conteúdo escrito quase apagado), muitos jornais sofreram ação depredatória pelos seus antigos usuários, tais como: páginas e/ou notícias arrancadas, recortadas, riscadas à tinta, sublinhadas etc.

    Após essas observações, consideramos importante indicar alguns procedimentos que adotamos durante o processo de coleta. Iniciamos pelo IHGP, consultando os seus catálogos, que dividem o seu acervo nas seguintes categorias: livros raros, jornais antigos e revistas e boletins antigos. Após uma rápida observação nos catálogos, detivemo-nos no específico sobre os jornais. Nele, constatamos um número bastante significativo de exemplares que foram produzidos no período imperial. Boa parte deles se encontra encadernada e os mais volumosos, especialmente do período republicano, estão separados por tomos. Feita uma primeira leitura, procedemos a seleção e a solicitação dos mesmos para iniciarmos a procura de notícias sobre a instrução para, em seguida, fotografá-los. A opção pela fotografia foi realizada em virtude da considerável quantidade de matérias publicadas sobre instrução, sem contar que há um significativo número de matérias muito extensas. Nesse sentido, transcrevê-las demandaria muito tempo e talvez não conseguiríamos abarcar um número tão significativo de jornais, os quais estamos aqui disponibilizando aos pesquisadores e, particularmente, aos estudiosos da história da educação.

    Mesmo considerando que há uma polêmica historiográfica acerca de qual foi, de fato, o primeiro jornal paraibano, temos, todavia, a informação de que o primeiro, possivelmente, intitulava-se O Português e que tenha circulado em 1818. Sobre o segundo, publicado em 1826 e intitulado Gazetta do Governo da Parahyba do Norte, encontramos um exemplar fotocopiado no IHGP³. Temos a informação de que o seu fundador foi o então presidente da Província da Parahyba do Norte, Alexandre Francisco de Seixas Machado, e serviu, prioritariamente, para divulgar os feitos da sua administração. Prática essa bastante recorrente no período imperial, daí uma possível explicação para a efemeridade⁴ dos periódicos que circularam no período. Muitos deles não sobreviveram para além de seu primeiro número.

    Quantos aos jornais publicados nas décadas de 1830 até a primeira metade da década de 1850, cabem alguns esclarecimentos. Vejamos: o jornal O Republico (1832) foi identificado por meio de referências bibliográficas, contudo não o localizamos nos acervos visitados. Em relação ao jornal O Raio da Verdade (1833), há alguns números, entretanto não trazem matérias sobre instrução. No caso dos jornais O Reformista (1849/1850) e O Governista Parahybano (1850/1851), encontrados nos microfilmes indexados no site https://goo.gl/TxYqm5⁵, eles se apresentam de difícil leitura e, quando as páginas são legíveis, não há referências sobre a instrução.

    O segundo acervo visitado foi o do Arquivo dos Governadores,⁶ especificamente a Coleção Eduardo Martins⁷. Nela, encontramos os jornais O Publicador e o Diario da Parahyba. Quanto ao primeiro, encontra-se em precárias condições de manuseio e, em relação ao segundo, são aqueles que aqui se encontram disponibilizados.

    Como última etapa do trabalho de levantamento e de catalogação, fomos até a Biblioteca Nacional, em 2009, para realizarmos a identificação de possíveis jornais que ainda não havíamos catalogado. Lá, consultamos o acervo que se encontra microfilmado e constatamos que a grande maioria já havia sido catalogada por nós a partir dos acervos consultados na Paraíba.

    O procedimento adotado para essa publicação foi o de registrar todas as notícias na íntegra, inclusive os editoriais, indicando as páginas, quadrantes, seções e títulos das matérias. Sobre os editoriais, realizamos o seguinte mapeamento:

    Quadro 1. Editoriais identificados nos jornais

    Fonte: Quadro elaborado por Souza (2012).

    Considerando, ainda, a diversidade de assuntos e temas publicados acerca da instrução paraibana, organizamos as matérias, primeiramente por jornais, colocando-as por ordem cronológica de publicação.

    O levantamento e a catalogação dos jornais ora disponibilizados neste livro iniciam-se tomando o ano de 1858, quando encontramos matérias sobre instrução na Parahyba do Norte, seguindo até o ano de 1889, quando um novo momento da história política institucional brasileira se instaurou com o advento da República. Assim, conforme mencionamos anteriormente, os jornais publicados a partir de 1818 até a primeira metade da década de 1850 não foram catalogados neste trabalho, pelas razões que foram apontadas acima.

    As notícias que ora disponibilizamos para consulta são dos jornais: A Imprensa (1858), A Regeneração (1861/1862), O Imparcial (1861), O Despertador (1869), A Opinião (1877), A União Liberal (1879), Jornal da Parahyba (1881/1882/1883/1886/1887), Diario da Parahyba (1884/1885), O Publicador (1884/1885/1886), Arauto Parahybano (1888) e a Gazeta da Parahyba (1888/1889).

    Breves apontamentos sobre os jornais paraibanos

    É difícil indicar um número preciso de jornais que circularam ao longo dos anos de 1822-1889, tendo em vista que as informações disponíveis na historiografia são muitas vezes contraditórias. Nesse ponto, os historiadores que se propuseram a fazer esse levantamento indicaram números bem distintos. Araújo (1986), por exemplo, informa que circularam na Província da Parahyba do Norte, até o fim do Império, cerca de 50 periódicos. Leal (1962), por sua vez, aponta um número bem maior, 80 periódicos. Nós, a partir do levantamento que realizamos, identificamos pelo menos 87 títulos de jornais que circularam na Província da Parahyba do Norte, durante o período imperial. (Anexo 1).

    De uma maneira geral, os textos publicados nos jornais eram escritos por membros pertencentes à elite letrada local, tais como: comerciantes, profissionais liberais, médicos, professores, especialmente do ensino secundário⁸, homens letrados, deputados, juízes, promotores, além dos próprios presidentes da província, que utilizavam a imprensa para divulgar aspectos de suas administrações, conforme já mencionamos anteriormente.

    Debruçar sobre esse tipo de fonte nos sugere uma infinidade de questões que podem provocar ou induzir perguntas ao passado. Elas possibilitam, por exemplo, perceber as mediações socioculturais, econômicas e políticas que os letrados exerceram nas relações entre os poderes locais e os emanados da corte bem como acerca da circulação de ideias, sobre as questões instrucionais e educacionais no seu sentido mais amplo, além de debates sobre os rumos da educação no Brasil.

    Há, hoje, nacionalmente, significativos estudos sobre a imprensa enquanto objeto de pesquisa, sem falarmos da sua adoção como fonte. Na Paraíba, podemos indicar as obras de Leal (1962), Martins (1978), Araújo (1986) e Barbosa (2009), pesquisadores que se dedicaram aos estudos da imprensa paraibana. Regra geral, esse tipo de documento (imprensa regular)⁹ narra aspectos do cotidiano provincial, entretanto, neles, também encontramos notícias sobre as outras províncias e oriundas da corte.

    No período imperial, havia a prática do anonimato ou do uso de pseudônimos, entretanto boa parte deles nós conseguimos identificar, a partir dos estudos realizados por Leal (1962), Martins (1978) e Araújo (1986).¹⁰

    Finalmente, desejamos concluir esta apresentação agradecendo a atenção e o profissionalismo dos funcionários das instituições visitadas e, ao mesmo tempo, esperamos que as fontes aqui organizadas proporcionem a construção de novos objetos e problemas a serem investigados, de modo que possam contribuir para a reconstituição e para a preservação da memória da educação paraibana e brasileira nos oitocentos.

    Referências

    ARAÚJO, Fátima. Paraíba: Imprensa e vida. 2ª ed. João Pessoa, PB: Grafset, 1986.

    BARBOSA, Socorro de Fátima Pacífico (org.). Pequeno dicionário dos escritores / jornalistas da Paraíba do século XIX: de Antonio da Fonseca a Assis Chateaubriand. João Pessoa, 2009. Disponível em: https://goo.gl/QdKN1P.

    FERRONATO, Cristiano de Jesus. Das aulas avulsas ao Lyceu Provincial: as primeiras configurações da instrução secundária na Província da Parahyba do Norte (1836-1884). João Pessoa, PB: UFPB/PPGE, (Tese de Doutorado em Educação), 2012.

    LEAL, José. A imprensa na Paraíba. João Pessoa, PB: A União. 1962.

    LUCA, Tânia Regina. História dos, nos e por meio dos periódicos. In: PINSK, Carla Bassanezi (org.). Fontes históricas. São Paulo, SP: Contexto, 2005.

    MARTINS, Eduardo. O primeiro jornal paraibano: apontamentos históricos. João Pessoa, PB: A União, 1976.

    MARTINS, Eduardo. Tipografia do Beco da Misericórdia. João Pessoa, PB: A União. 1978.

    SOUZA, Thiago Oliveira de. Imprensa e instrução na Parahyba do Norte: cultura educacional e culturas políticas nos anos de 1880. João Pessoa, PB: UFPB/PPGH, (Dissertação de mestrado em História), 2012.

    Notas

    1. A seleção e o levantamento das fontes jornalísticas aqui organizadas foram realizados entre os anos de 2009 a 2012.

    2. Esse Instituto foi criado em 07 de setembro de 1905.

    3. Neste exemplar não foi localizada nenhuma matéria que fizesse menção a instrução paraibana.

    4. Fato recorrente e não exclusivo apenas na Província da Parahyba do Norte.

    5. Site organizado pela professora Socorro Barbosa.

    6. Esse Arquivo é um prédio moderno que se encontra nos fundos da Fundação Casa José Américo. Essa casa foi moradia de veraneio do referido intelectual e político. Nela, também há uma parte da biblioteca particular de José Américo bem como móveis e utensílios que pertenceram à família, ou seja, trata-se de uma casa-museu.

    7. Eduardo Martins foi um reconhecido jornalista paraibano e membro do Instituto Histórico e Geográfico Paraibano – IHGP. Dedicou sua vida, entre outras coisas, a escrever sobre a imprensa paraibana. Autor de livros como O primeiro jornal paraibano (1976) e Tipografia do Beco da Misericórdia (1978), considerado uma importante referência para quem deseja estudar o periodismo paraibano. O material que serviu de base para suas pesquisas foi doado por seus familiares, por ocasião da sua morte, ao Governo do Estado da Paraíba, que por sua vez encontra-se depositado no referido Arquivo.

    8. A única instituição pública, em todo o período imperial na Parahyba do Norte, responsável pelo ensino secundário foi o Lyceu Provincial, mais conhecido como Lyceu Parahybano. Sobre a referida instituição, recomendamos a leitura da tese de doutoramento de Ferronato (2012).

    9. Utilizamos a palavra regular para designar uma imprensa que não estava restrita aos temas educacionais, mas abrangia todo tipo de conteúdo.

    10. Durante a primeira metade do século XX, a utilização da imprensa como fonte era vista com ressalvas, mas aos poucos a consulta aos periódicos se tornou um procedimento quase corriqueiro, entre os historiadores, educadores, sociólogos, sobretudo a partir dos trabalhos realizados por Stanley J. Stein, Emilia Viotti da Costa e Nelson Werneck Sodré, que realçaram esse tipo de fonte como importante subsídio para pesquisas historiográficas. Nessa perspectiva, Luca (2005, p. 118) assinala que: O estatuto da imprensa sofreu descolamento fundamental ainda na década de 1970: ao lado da história da imprensa e por meio da imprensa, o próprio jornal tornou-se objeto de pesquisa histórica

    Anexo 1. Jornais publicados na Província da Parahyba do Norte, no período imperial

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