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Marcada a fogo
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E-book247 páginas3 horas

Marcada a fogo

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Sobre este e-book

Como você reagiria se descobrisse que o amor de sua vida é uma fraude? Que construiu sua família com base em uma mentira? Que a pessoa que ama esconde um segredo terrível e inacreditável? Após uma experiência de quase morte, Tamires do Valle passa a enxergar que Gustavo, o homem em quem mais confia, mente. Seu mundo perfeito rui. A relação mística com a ametista, a única peça de seu passado obscuro, se fortalece e descobrir sua origem se torna uma obsessão.

Uma mulher em chamas, consumida pela paixão e pela mentira.
IdiomaPortuguês
EditoraBookerang
Data de lançamento8 de mai. de 2013
ISBNB00CPD4X2G
Marcada a fogo
Autor

Josy Stoque

Josy Stoque is a publicist by profession and author by vocation. She has been writing since discovering poetry as a child. Her debut novel, Marked by Fire, the first book in the Four Elements saga, was nominated for the 2013 Codex de Ouro Annual Literary Prize when published in Brazil in the original Portuguese. The second title in the series has also been published in Portuguese, and the author will release the remaining two books through Amazon’s Kindle Direct Publishing platform in 2014. Marked by Fire is her English-language debut.

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    Marcada a fogo - Josy Stoque

    BIOGRAFIA

    PREFÁCIO

    Um dos direitos fundamentais do ser humano é o de ser livre. Liberdade é poder pensar sem coerção, agir de acordo com suas convicções e ser responsável por suas escolhas. É a base dos relacionamentos, o suporte no qual nossas vidas se estabelece.

    Ser livre também é um desafio.

    Conheci a Josy por um dos grandes acasos da vida, numa conversa rápida na qual de spammer se tornou amiga. Ela tinha acabado de escrever o livro que você tem em mãos agora, desejando divulgá-lo... Ao fazê-lo, chegou até mim.

    E fico grato por essa sequência de eventos.

    Veja: ela estava tornando sua narrativa livre, dando-lhe asas, permitindo que outros a conhecessem. Em suma, libertando-a.

    Quando pequeno, participei de diversos campeonatos de xadrez. Ganhei alguns, perdi outros, mas sempre deixei que a diversão pautasse as minhas partidas. Afinal, não jogava apenas pela competição, mas pela narrativa que a partida revelava: peões avançando, bispos abrindo caminho, cavalos flanqueando... E uma coisa interessante sobre o xadrez é que seu objetivo não é matar o rei inimigo, mas aprisioná-lo.

    Privá-lo de sua liberdade.

    Assim como na vida, é a liberdade que temos ou que perdemos que nos move. Ser livre ou não nos muda, transforma, permite que acreditemos em nós mesmos ou que nos rebelemos.

    Não é à toa, então, que vemos Tamires, a protagonista desta história, ter a ametista como símbolo. Considerada a pedra da transformação, a ametista tem uma origem mítica que bem reflete isso.

    Dizem que Dionísio, após ser desprezado pelos mortais, decidiu punir o primeiro que encontrasse com as mais perigosas feras que tivesse à disposição. Uma jovem, chamada Ametista, ao caminhar em direção ao templo de Ártemis para orar, foi por ele encontrada, enviando o Deus do Vinho tigres que pudessem dilacerá-la. Vendo que a jovem fugia, Ártemis apiedou-se e transformou-a num cristal, salvando-a. Dionísio, arrependido, despejou vinho sobre o cristal, tornando-o púrpura.

    Assim como Ametista, Tamires também se transforma, mas não por ação divina. Sua história é de mudança, de busca pela própria voz, de libertação. Contudo, como ser livre quando se é MARCADA A FOGO?

    Os antigos romanos, ao capturarem escravos que fugiam, impunham-lhe marcas com brasas — eram estigmatizados no corpo, para sempre lembrando-lhes de sua condição. Nos tempos da escravatura, também, para marcar os homens e mulheres adquiridos, marcas a ferro quente eram impingidas no peito...

    Marcar alguém, assim como marcar um animal, mostra que pertence a outrem.

    Mas a quem Tamires pertence? Ao destino? A Gustavo? Numa história que fala sobre transformação e liberdade, quem possui Tamires?

    Só há uma forma de responder: conhecendo a narrativa contida nas próximas páginas. É algo, garanto, que fará com que pense não apenas no desenrolar da história, mas em tudo o que a rodeia, direta ou indiretamente, tanto por meio das descrições como dos símbolos explícitos ou que possa identificar.

    É uma história sobre uma mulher. Sobre uma pedra. Sobre escolhas.

    E escolhas, bem sei, só podem ser tomadas quando somos livres.

    Boa leitura!

    Marcelo Paschoalin

    autor de Regência de Ossos

    E conhecereis a verdade,

    e a verdade vos libertará.

    João 8:32

    PRÓLOGO

    A verdade é uma faca bem afiada que fere ainda que dê esperanças. Quando se torna obcecada por ela, paga-se o preço que for, ainda que seja muito alto. No balanço geral da minha vida, ainda não sei que lado pesa mais. Perdi, mas também ganhei, como nos negócios. Mas a experiência não me serviu de nada desta vez.

    Aprendi a lição de que segredos podem custar uma vida: a minha. Em meio ao caos, nunca recebi uma rasteira tão grande, sempre me orgulhei de ser inteligente e ardilosa, capaz de superar qualquer obstáculo para alcançar meus objetivos. Porém não contava que uma mentira faria toda a diferença.

    Agora estou aqui ansiosa por um evento astrológico e agarrada à ametista. Nada antes me pareceu tão certo, tão verdadeiro, tão necessário. Sabia que uma nova eu nascia, forçada pelo destino a escolher: de um lado, o homem em quem sempre confiei, mas que mentiu para mim; do outro, um homem misterioso que ousou me proteger.

    Essa decisão, sei bem, mudará completamente meu caminho. Perdoar e esquecer, seguindo a carreira que tanto amo, ou experimentar e descobrir algo novo pelo qual viver?

    AMETISTA

    Os saltos tilintavam no piso frio, o som dos passos ecoando nas paredes sóbrias do longo corredor. Os cabelos vermelhos agitavam-se soltos contra a brisa que entrava pela janela. Os olhos verde-claros fixos em seu objetivo. Caminhava impondo todo o respeito que sua posição na empresa exigia.

    Sua beleza exótica, marcada nas curvas salientes do terninho, era sensual.

    Abriu a porta da sala indicada pela placa DIRETORA ADMINISTRATIVA — TAMIRES DO VALLE, e seus olhos crisparam para o homem sentado sobre o tampo da mesa, sorrindo de maneira maliciosa, mesmo pego em flagrante. Parecia muito à vontade, segurando o paletó na mão, ostentando toda sua autoconfiança.

    — O que está fazendo aqui? — perguntou irritada, encostando a porta atrás de si.

    Tentou ignorá-lo e dar a volta à mesa, mas foi impedida por suas mãos fortes.

    — Vim trazer um presente.

    Enquanto ele retirava uma caixa de veludo grande de dentro do bolso interno do terno, percebeu que uma centelha brilhou no olhar que tanto o enfeitiçava. Entregou-lhe o objeto, assistindo-a descobrir o colar de diamantes em seu interior.

    — Um presente? Não precisava, Gustavo — protestou, mesmo encantada com a joia.

    — Shh — silenciou-a com um dedo em seus lábios apetitosos. Sentiu o corpo dela estremecer ao seu toque e sorriu. — Quero algo em troca deste mimo, querida, não sou uma pessoa confiável. Devia saber disso antes de aceitá-lo.

    Sua mão quente escorregou para a nuca dela, aquecendo a pele exposta. Prensou seu corpo contra a mesa, impedindo-a de escapar. Inclinou-se e beijou a curva de seu pescoço, sentindo seus pelos se eriçarem.

    — Sabia que não seria boa coisa ao encontrá-lo tão cedo em minha sala. — Sua voz era um sopro frágil, sem força alguma para impedir os avanços do homem moreno, alto e musculoso que a dominava completamente apenas com algumas palavras.

    — Achei que seria excitante — retrucou Gustavo, mordicando sua orelha.

    — Com certeza inapropriado para meu local de trabalho — insistiu Tamires, porém nada fazia para impedi-lo enquanto seus beijos molhados saboreavam seu pescoço, descendo até a abertura de sua camisa. Ele desabotoou o primeiro botão sob seu suspiro hesitante.

    — Eu te dei um presente caro, querida, agora está em dívida comigo, e não sou paciente.

    Enquanto falava, suas mãos erguiam a saia justa, que não cobria nada daquelas curvas que desejava tanto. Tamires engoliu em seco, incapaz de conter a própria excitação.

    — Você já me tem, amor — mudou de tática, suavizando sua resposta.

    — Não o bastante — finalizou o moreno, impondo toda sua autoridade. Ajoelhou-se e desfez-se da peça íntima que o impedia de beber de seu elixir diário.

    A barba por fazer de Gustavo do Valle roçou em sua pele sensível, calando-a de uma vez por todas. Tamires não podia negar que o queria desde o instante em que o viu sozinho entre aquelas quatro paredes. Não importava que estivessem na indústria de bebidas da qual ele era proprietário-fundador e ela, diretora administrativa.

    Só importava seu amor, que lhe era mais caro do que a joia sobre a mesa.

    A vida de Tamires mudou radicalmente quando conheceu Gustavo, há seis anos, no Parque Nacional do Iguaçu. Naquele dia, assistia ao espetáculo natural das cataratas do rio que dá nome à reserva e marca a tríplice fronteira do Brasil com a Argentina e o Paraguai. As perguntas continuavam sem resposta.

    Quem eram seus pais? Por que fora abandonada? De onde eram? Por que nunca voltaram?

    Sendo Foz do Iguaçu uma cidade turística, sua origem poderia ser em qualquer lugar do planeta. Mas trinta anos haviam se passado desde então, e não estava mais perto da verdade do que quando tinha três anos. Houve uma busca pelo leito do rio por corpos, sem sucesso. Ninguém sabe o que aconteceu naquele dia.

    E a pequena e assustada Tamires não guardou lembranças, apenas uma pedra.

    A ametista era um símbolo, um elo, uma desculpa para voltar ao parque e ter esperanças. Era fácil se sentir bem quando olhava para ela. Sua cor lilás transmitia-lhe calma. Sua forma bruta dava-lhe coragem. E Gustavo oferecia-lhe amor profundo, fazendo-a experimentar a felicidade que jamais imaginara viver.

    Até o dia em que aquele homem entrou na sua solitária vida e deu-lhe uma filha.

    Morar em um orfanato era o mesmo que se sentir só na multidão. Mas Tamires fez uma amiga, Carolina Silva, com quem viveu até casar e se mudar para a cobertura que Gustavo comprou para eles no centro de Foz. Por ter um bom tino para negócios, passou a trabalhar na empresa, que rapidamente cresceu.

    Tamires tinha uma vida perfeita, apesar de um buraco ainda existir.

    ∆∆∆

    Anoitecia quando Alexandre do Valle se esgueirou para dentro do prédio onde Carolina morava. Cumprimentou rapidamente o porteiro ao passar por ele. Tinha a chave, portanto não precisava ser anunciado. Fora um dia estressante, precisava relaxar nos braços de uma mulher.

    A moça não era nenhuma beldade, mas não estava em condições de escolher.

    Podia ter a mulher que quisesse − tinha consciência dos pescoços virando-se quando passava −, mas nenhuma lhe atraía. Porém tinha necessidades físicas impossíveis de ignorar, e Carol o queria de qualquer jeito. Estava tão apaixonada que concordara em se encontrarem escondido, sem promessas de um relacionamento sério.

    Se Tamires ou Gustavo soubessem, Alexandre teria que ouvir um sermão injuriado.

    Nutria amor e ódio pelo irmão mais velho, que tinha uma linda mulher, uma empresa bem-sucedida e uma família com a qual compartilhar suas conquistas. Sentia-se vitorioso secretamente, por ser mais bonito do que ele, mas também frustrado, porque a mulher que tanto queria jamais poderia ter.

    O destino, há muito tempo, arrancara-lhe a esperança de ser feliz.

    Carolina estava no chuveiro quando ele entrou no apartamento. Arrancou as roupas na sala mesmo e invadiu o box sem aviso. A mulher nua soltou uma exclamação de espanto ao ser tocada inesperadamente, mas relaxou ao reconhecer o toque urgente e rude de Alexandre.

    Encaixando-se nela pelas costas, puxou seu cabelo loiro e molhado para trás, os dedos fincaram-se na carne macia e cheinha. Ambos fecharam os olhos. Carol queria aproveitar cada segundo da rápida passagem do moreno irresistível por sua pele sedenta, e Ale pensou nela.

    Ficar com Carolina era algum tipo de revolta, de vingança, de afronta.

    Podia estar agora com uma estranha, que jamais alimentaria sentimentos por ele, mas a verdade é que queria ser amado por alguém, mesmo que não fosse ela. Podia sonhar com seus lábios, enquanto beijava Carol; com seus olhos, enquanto fechava os seus; com seu corpo, enquanto se satisfazia com outro.

    Jamais saberia como era tocar aquela pele, que parecia pêssego.

    ∆∆∆

    A escuridão envolvia-me completamente. Mantinha os olhos bem abertos, apesar de não enxergar nada, e os ouvidos em alerta. O silêncio pairava no ar como uma teia invisível pronta para me prender. Meu pequeno corpo tremia. Meu queixo batia ritmado. Havia um barulho baixo e constante enquanto meus dentes chocavam-se. Minhas mãos apertavam com força minhas pernas dobradas.

    Sentia a respiração ofegante e o pulsar frenético de meu coração. Um medo aterrador do desconhecido, do que havia por trás das paredes da sala secreta do castelo. Nunca entrara antes naquele lugar. O chão de mármore parecia uma tumba fria. Não havia entrada de ar, nem janelas, nem portas; apenas as paredes de pedra.

    Não conseguia pensar muito bem. Não entendia o que estava acontecendo. Por que tinham me trancado ali? Não queria ficar sozinha, não queria ficar no escuro. Fazia muito tempo que eu estava naquela posição ao desistir de gritar por alguém. Minha garganta ardia em consequência de horas de gritos em vão.

    Ouvira o eco de meus próprios gritos em desespero. Chamara por minha mãe com uma insistência desesperadora, mas ninguém me ouvira. Somente o eco me repetira irritantemente. Depois disso, chorei por mais algum tempo. Nesse momento, o espanto e a solidão secaram meus olhos. Meus ouvidos apenas ficaram atentos para todos os sons ao redor. Não havia absolutamente nada além de minha própria respiração.

    O silêncio foi interrompido por passos abafados ecoando do outro lado da parede. Meus olhos arregalaram-se ainda mais, tentando prever o que aconteceria. Lágrimas correram por minha face sem que eu emitisse nenhum som pela boca. Os passos aproximavam-se mais e mais. Toc toc toc. Uma constante que me apavorou. Parecia que o som acompanhava o ritmo frenético de meu coração.

    Os passos cessaram abruptamente, paralisando com eles minha respiração. O que viria a seguir? Não sabia quanto tempo havia ficado naquela posição, presa naquela sala. Não sentia dor, nem fome, nem sede. O medo dominava-me completamente, e a espera era arrasadora, fria, quase um animal horrendo pronto para me matar.

    Um som agudo de pedra sendo arrastada fez com que eu voltasse a respirar. Uma luz intensa ofuscou dolorosamente meus olhos através da fresta aberta na parede. Em uma única reação, gritei com todas as forças de meus pulmões, apertando os olhos fechados e as mãos contra o corpo.

    Um vulto de baixa estatura aproximou-se apressado contra a luz e, tocando-me com afeição, denunciou sua voz infantil.

    — Não tenha medo, Tamires.

    O silêncio voltou imediatamente devido ao meu choque. Reconheci a voz de meu amigo com alívio.

    — Ah, Marcel, é você? Onde está minha mãe? Por que estou aqui?

    O rapazinho aproximou-se e pegou minhas mãos para ajudar-me a levantar.

    — Venha comigo, minha mãe vai nos levar para um lugar seguro.

    Segui Marcel pela passagem, ainda assustada e sem as respostas que queria.

    — Mas, Marcel, onde está minha mãe? Eu quero vê-la. E meus irmãos?

    Ele me guiava com firmeza pela mão. Ainda era um garotinho, não tinha mais que seis anos.

    — Vamos, Tamires, não temos muito tempo.

    Antes que eu pudesse perguntar de novo, já estávamos na metade do corredor que eu conhecia muito bem. Pude ver, através de uma abertura na parede de pedra, a grande sala principal do castelo. Meu rosto aterrorizou-se com a cena que se desenrolava: uma mulher estirada ao chão, o rosto muito pálido emoldurado por cabelos muito negros e os olhos verdes como os meus. Mas havia alguma coisa no olhar dela quando cruzou com o meu. Horror. Medo.

    Um homem com o queixo duro erguido friamente, os olhos faiscando contra a mulher ao chão, subjugava-a. Ele tinha um cajado estranho na mão direita. Quando percebeu a intromissão, olhou na direção em que a mulher fixava o olhar. A única coisa que tinha força para dizer, ela gritou.

    — Corra, Tamires!

    Minhas perninhas curtas quase teimaram em embaraçar-se enquanto eu era arrastada por Marcel pelo corredor. Íamos nos chocar contra a parede em segundos, mas meu amigo não parava de correr. No instante seguinte, ele esticou o braço e, ao seu toque, a pedra dura demoveu-se e revelou outra passagem secreta. A escuridão nos cercou novamente.

    Pisquei os olhos com força. A luz do luar entrava pela janela ainda entreaberta da suíte. O calor escaldante do verão pesava no ar da noite. Porém uma nuvem escura com muita rapidez interrompeu a claridade que vinha de fora, e um relâmpago rasgou o céu.

    Arquejando, pisquei novamente. Esses pesadelos eram exaustivos demais, mas agora fora diferente. Havia três rostos muito nítidos; um deles inesquecível, terrível e alucinado. Finalmente! Ali havia algo, uma resposta talvez. Uma parte de meu passado, esperava que sim.

    Apesar da escuridão, algo brilhava no quarto. Ainda atordoada, procurei o foco de luz e o avistei sobre a cômoda. Levantei da cama, ainda nua, e caminhei cambaleando até o móvel. Não demorou muito para reconhecer o que era.

    — Ametista — sussurrei incrédula.

    O espanto tomou conta de mim. Como ela podia brilhar sem que houvesse luz para refletir? Peguei-a na mão e notei que a luz estava dentro dela, emanando firme e ofuscante.

    O que isso queria dizer?

    Ainda sem pensar direito, com

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