Ilha Invisível: A População de Rua em Pauta

De Lorena Araújo e Matheus Coimbra

Ilha invisível: a população de rua em pauta propõe uma reflexão sobre as formas tradicionais de se fazer notícia, os critérios de noticiabilidade e os diferentes formatos para se explorar temáticas de interesse do público. Nesse sentido, este livro constrói uma narrativa jornalística de caráter humanizado sobre a população em situação de rua que convive no Centro Histórico de São Luís, capital do estado do Maranhão, de modo a denunciar o descaso, as falhas nas políticas públicas de assistência e o peso da normatividade, que exige dessas pessoas um encaixe social ou as condiciona à exclusão. Incluindo levantamentos e interpretações de dados oficiais do poder público, Ilha Invisível: a população de rua em pauta apresenta a ocupação das ruas como um fenômeno multifacetado, resultado de processos sociais, políticos e econômicos, mas sem relações óbvias de causas e consequências. Desse modo, destacam-se as subjetividades e experiências particulares de cada um que o vivencia, entre aqueles que saíram de casa devido ao rompimento com vínculos familiares, os "malucos de BR" ou quem escolheu viver um "grande amor". Assumindo a forma de um livro-reportagem interpretativo, são compilados depoimentos e fotografias de pessoas em situação de rua, além de comerciantes, moradores e turistas que compõem o cenário histórico da cidade. Assim, "pessoas invisíveis" tornaram-se pauta e protagonistas dessa grande reportagem, evidenciando seus modos de vida, suas condições, alegrias, sonhos e frustrações. Por fim, este livro oferece aos seus leitores a sensação de viver um pouco de cada história, promovendo a sensibilização e o incentivo à mobilização social.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Appris
• Data de lançamento: 3 de mai. de 2021
• ISBN: 9786558200086

Pré-visualização do livro

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COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

AGRADECIMENTOS

Às pessoas protagonistas desta narrativa, que compartilharam conosco sua sabedoria de rua, além de seus sonhos, suas alegrias e suas dores. Foram elas que, contando-nos suas vivências e histórias de vida, conduziram-nos à reflexão e à sensibilização, de modo a incentivar a publicação deste livro e, por meio deste, a mobilização social. A elas, que evidenciaram as suas condições, suas possibilidades, e avaliaram a si mesmas – não mais invisíveis, mas notórias.

Ao corpo docente do curso de Comunicação Social da Universidade Federal do Maranhão, pelos ensinamentos, pelo convívio, pelo apoio e pela amizade durante os quatro anos de graduação. Em especial à professora Mary Áurea Costa, que não mediu esforços em nos ensinar e encorajar a produção para além dos muros da universidade, e à nossa orientadora, a Prof.ª Dr.ª Jovelina Maria Oliveira dos Reis, pela paciência, suporte, incentivo e aprendizado partilhado.

Aos nossos pais e demais familiares que, com muito carinho, estimularam o alcance de mais esta conquista em nossas vidas, juntamente aos nossos amigos, com quem partilhamos a trajetória de realização deste trabalho – em especial a Sabryna Rosa Mendes, Raimundo Nonato Penha e Ana Paula Maia Soares, Wladir Barreto e Tanyse Coimbra, por terem dedicado seu profissionalismo ao Ilha Invisível.

Enfim, a Deus, por ter-nos dado saúde e força para superar as dificuldades, encarar os desafios e aprender com as lições ao longo da produção.

PREFÁCIO

Uma ilha invisível que saiu da penumbra para as páginas de um livro recheado de histórias e sonhos. Este foi o resultado do trabalho de dois colegas de turma que se propuseram a abrir os ouvidos e as lentes de uma câmera para mostrar quem se camufla pelas paisagens urbanas de São Luís e quase nunca é notado.

Centro Histórico, Reviver, Praia Grande, seja qual for o nome ou a localização exata no GPS, é inegável que o maior atrativo da capital do Maranhão tem uma beleza que poucos lugares oferecem. As ruas espremidas pelos casarões, os tijolos com centenas de anos e os azulejos coloridos não foram escolhidos à toa como patrimônio cultural. Quem já caminhou por suas calçadas e perdeu o olhar na arquitetura histórica sabe que é um lugar único e especial.

Tantas particularidades não são vividas somente por turistas. Dentro daquele centro valioso vivem pessoas que não saem nas fotografias e nem nos folhetos de propaganda turística. Mas elas estão lá. Com suas roupas simples, pés descalços, sacos nas costas. Vão levando na bagagem seus sonhos e esperanças, misturados a frustrações, decepções e a um passado que só elas conhecem e viveram. Ninguém sabe por que estão ali, como chegaram, com quem chegaram, se vão embora ou se aquela esquina é a parada final. Ou melhor, não sabia.

Quando se fala em jornalismo o primeiro conceito que vem à