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O Fantasma da Memória: Entre o Espetacular e o Ficcional
O Fantasma da Memória: Entre o Espetacular e o Ficcional
O Fantasma da Memória: Entre o Espetacular e o Ficcional
E-book280 páginas3 horas

O Fantasma da Memória: Entre o Espetacular e o Ficcional

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Sobre este e-book

Não foram raras as ocasiões em que os estudos da Comunicação aprofundaram o olhar da investigação científica para a memória, já que ela é comunicada coletiva e subjetivamente o tempo todo pelo indivíduo em sua interioridade, pelas diferentes gerações de uma família, pela escola, pela Igreja, pela cidade, pela literatura e pela mídia. Inclusive, o passado de nossa cultura e espécie biológica também é transmitido consciente e inconscientemente, por meio da memória. Sob esse prisma, comunicação e memória existem em razão de considerável reciprocidade.

O Fantasma da Memória pretende somar nova perspectiva a essa literatura, ao lançar mão de reflexões pertinentes e atualizadas sobre identidade, morte, eternidade e a contradição que marca o indivíduo contemporâneo. Afinal, ora se difunde uma cultura de amnésia dada à instantaneidade e ao imediatismo do processo massivo de produção e consumo da informação em pleno capitalismo, ora a sociedade se vê acometida por um interesse quase obsessivo por monumentos, museus, registros, rememorações, testemunhos, biografias etc.

Ao que tudo indica, há um esforço pungente de espetacularização da memória no convívio social que se expressa, entre outros modos, pela disseminação de espaços dedicados às representações do passado. Contudo, ainda que paradoxalmente, mesmo ante a espetacularização, a memória se destaca por seu poder de autonomia e inovação frente à homogeneização dos discursos memorialistas e – por que não dizer – ficcionais, impostos por relações maniqueístas de poder ou por mera traquinagem do inconsciente.

Como se pode inferir, na travessia desta intrigante leitura, emerge o imbricado dualismo "memória versus lembrança", no qual se reitera a relação indissociável e simbiótica entre a memória e o viver, já que não somente a memória é vivência, mas a vivência é em si a própria memória. Amparada por texto fluido e intrigante, a autora deixa transparecer – sem o pudor cartesiano dos cientistas ortodoxos – a densidade antropológica do conceito de comunidade a partir de experiência pessoal junto à sua dileta Zona Leste, tornando-se, assim, fonte aos moradores da região e aos que se dedicam a compreender a memória numa perspectiva crítica e complexa.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento1 de jul. de 2019
ISBN9788547312046
O Fantasma da Memória: Entre o Espetacular e o Ficcional

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    O Fantasma da Memória - Regina Tavares de Menezes dos Santos

    COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO CIÊNCIAS DA COMUNICAÇÃO

    Ao vô Zezinho (Sr. José Bráulio de Menezes)

    e à sua saudosa e iluminada presença em minha vida.

    A ti, minha eterna e devotada admiração.

    AGRADECIMENTOS

    Como agradecer sem incorrer na leviandade ou na displicência, se o bem mais valoroso para mim é a gratidão. Sou extremamente grata ao universo e a Deus, por terem possibilitado a conclusão desta importante etapa de minha vida, apesar das adversidades e contradições.

    Agradeço, em especial, às professoras doutoras Eliane Hojaij Gouveia e Lucrécia D’Aléssio Ferrara, pela forma virtuosa como acolheram e conduziram a orientação de meus estudos pós-graduados, na ocasião do mestrado e do doutorado, que originaram a presente publicação. Tê-las como orientadoras foi um verdadeiro privilégio.

    Sou grata pelo amor e o apoio de minha família que, ciente de minha ausência ressentida, soube imprimir compreensão, generosidade e afeto ao meu cotidiano. Portanto meus pais, Sr. José Antônio de Menezes e Sr.ª Maria Lúcia Tavares de Menezes, e minhas irmãs, Lárissa Tavares de Menezes e Nair Tavares de Menezes, merecem menção de destaque.

    Ao meu marido, Ricardo José dos Santos, pela forma como preservou nossa relação durante esses anos. Não saberia pontuar as inúmeras vezes em que suas palavras e ações renovaram minha determinação.

    Ao meu filho, Heitor Tavares de Menezes dos Santos. Seu nascimento coincide com o florescer da presente publicação e, sem dúvidas, caracterizou-se como o maior incentivo para a conclusão desta empreitada de forma digna e dedicada.

    Aos diversos amigos, alunos e parceiros profissionais e afetivos desta longa jornada, meus sinceros agradecimentos.

    À Zona Leste e seus moradores, que – direta ou indiretamente – lisonjearam-me com suas memórias e lembranças ímpares.

    É impossível viver sem esquecimento.

    Friedrich Nietzsche

    APRESENTAÇÃO

    Desde a infância, ouvia com curiosidade quando os meus pais lamentavam cumprir determinadas agendas na dita Cidade. Fossem emissões de documentos ou visitas a determinados consultórios médicos especializados, qualquer pretexto parecia irritá-los ao exigir o deslocamento para um espaço tão distinto do que estavam habituados, a Zona Leste.

    Com o passar dos anos, como moradora de lá desde que nasci, notei novos indícios da fronteira que dividia a Cidade da Zona Leste. Costumeiramente, a região era referenciada por moradores de diversos cantos de São Paulo apenas como ZL (ZêÉle).¹ Julguei, precipitadamente, que a Grande Mídia também adotara a mesma denominação e a ela atribuíra traduções como: baixa escolaridade, violência, cultura inferior, entre outros adjetivos pejorativos. Assim como também, paradoxalmente, fez questão de cultivar a imagem de que ali havia um povo guerreiro, digno, batalhador e incansável.

    Cresci, viajei para outras cidades, outros países, tornei-me jornalista, docente do ensino superior e vi reforçar em mim a suspeita de que não somente a mídia concebera uma Zona Leste imaginada, abstrata, mas também sua população. Simultaneamente, por um prisma particular, convencia-me de que desvendar tal inquietação era lançar olhos para o meu interior. É reconhecido que toda pesquisa é matriz produtora de sentidos, inclusive para o seu pesquisador. Isso porque não há isenção ou neutralidade capaz de minar parcelas de subjetividade que compõem toda e qualquer pesquisa. Entender o constante desejo de memória que se tem na Zona Leste é compreender parte de minha identificação com essa comunidade imaginada e ficcional também.

    Foi, então, que resolvi tomar tal localidade como objeto de uma pesquisa científica que deu origem ao meu mestrado, defendido no Programa de Estudos Pós-Graduados em Ciências Sociais, da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), em 2007. O estudo teve como foco a memória do bairro São Miguel Paulista, situado na Zona Leste, a partir da análise do jornal impresso e quinzenal Grita Povo (1982-1991) e da pesquisa oral empenhada junto aos sujeitos produtores do veículo. A trajetória vivida ao longo desse trabalho permitiu, entre outros aspectos, compreender o relevante papel da comunicação popular e alternativa no contexto adverso da ditadura militar (1964 - 1985) e da redemocratização nacional.

    Nesse estudo pude depreender a existência do antigo desejo de alguns moradores daquele bairro e de outros da região em constituírem suas ditas memórias, individual e coletiva, a partir de marcos, mártires e patrimônios culturais e arquitetônicos representativos para o que denominavam em uníssono como sendo identidade.

    Naquela ocasião, acreditei que um dos méritos da minha pesquisa teria sido a reunião, a limpeza, a restauração e a digitalização de todas as edições do jornal Grita Povo. E fui conduzida por uma gama de sentimentos advindos de uma espécie de memória coletiva e inconsciente, a crer que o trabalho seria pleno, caso todos conhecessem – principalmente, os moradores da Zona Leste – as páginas daquele veículo tão combativo para a sua época.

    Sendo assim, empenhei-me, na carreira docente, em disseminar os resultados da pesquisa realizada na ocasião do mestrado entre os estudantes universitários do curso de Comunicação Social, especialmente ao ministrar a disciplina Comunicação Comunitária. Todavia julgava o alcance de tal ação ínfimo e pouco eficiente.

    Até que, em 2011, fui surpreendida pelo Grupo de Memória da Zona Leste para compor a comissão que deveria conceber um possível memorial da região apto a eternizar ‘heróis’ e ‘vilões’ nos anais de uma pretensa história. Naquele período, o jornal Grita Povo seria o mote de uma exposição capaz de demonstrar o ímpeto dos movimentos sociais e populares da região durante o Estado ditatorial. Eis que vislumbrei a possibilidade de ampliar a divulgação do jornal Grita Povo extramuros acadêmicos.

    Após frequentar algumas reuniões naquele grupo, vivenciei inúmeras inquietações, entre elas a noção de que os espaços dedicados à memória possuíam um elo estreito e considerável com a comunicação midiática e que, ali e em outros projetos similares na região, conviviam identidades que se retroalimentavam, intercambiavam espaços e discursos, disputavam legitimação e insistiam em lembrar para enfim esquecer suas memórias mais subterrâneas.

    Diante de demais iniciativas semelhantes na região, sob a minha perspectiva, a intenção de criar, preservar, resgatar, evocar – ou outro verbo equivalente – a memória dos moradores e do lugar, com base material, crescia em um ritmo frenético e inquietante. Curiosamente, a constância da lembrança deixava a imagem do passado um tanto turva e suscetível a relações de poder estabelecidas no tempo presente. Em suma, à medida que se intensificava a lembrança, a Zona Leste esquecia sua memória e indissociável identidade.

    Nessa imbricada jornada, deparei-me com a densidade antropológica do convívio em comunidade e com a saudosa memória do conceito de comunidade em si. Muito mais atenta ao que sobrevivera como sintoma ou fantasma – parafraseando Didi-Huberman (2013) – e não ao que se pretendia condicionar ao título de arquivo de um tempo, deparei-me, incondicionalmente, com a diferenciação dos termos memória e lembrança.

    Nesse cenário de desassossego, em 2012 optei por iniciar novos estudos científicos em nível de doutorado no Programa de Estudos Pós-Graduados em Comunicação e Semiótica pela PUC-SP acerca das temáticas memória e comunicação, e os concluí em 2015. De lá para cá, 2018, continuo a lavrar reflexões contínuas subjacentes a esse tema a partir do ‘estado da arte’ em Comunicação e Ciências Sociais, sendo as mais pertinentes compartilhadas agora, em memória e lembrança, com você, meu caro e confidente leitor.

    PREFÁCIO

    Entre 2012 e 2015, tive o prazer de orientar a pesquisa que sustenta a obra que Regina Tavares de Menezes dos Santos nos oferece e com a qual alcançou o título de doutora junto ao Programa de Pós-Graduação em Comunicação e Semiótica da PUC-SP.

    Ao apresentar o livro inspirado pela pesquisa desenvolvida, vejo-me impelida a uma troca de papéis: primeiro, devo substituir a posição de orientadora, pela da crítica que apresenta o trabalho a fim de recomendá-lo a outras leituras; a segunda exige que a releitura do texto seja contida pelo estranhamento de quem, afastado dos passos originais da pesquisa, encontra-se em condição de descobrir e evidenciar os pontos que poderão inspirar outras leituras e, talvez, novas pesquisas.

    Desde o primeiro capítulo, a pesquisa apresenta seu elemento básico: a apresentação e discriminação analítica das características empíricas que decorrem do levantamento das atividades políticas do jornal Grita Povo, desenvolvidas pela comunidade de São Miguel Paulista, na Grande São Paulo, durante o período que marcou os limites extremos da ditadura militar iniciada, no Brasil, pelo que se designa como Revolução de 64.

    Essa base empírica, amplamente documentada pelos arquivos do jornal e, sobretudo, pela experiência da própria autora do trabalho enquanto pesquisadora e responsável pela recuperação dos documentos, levar-nos-ia a esperar mais um trabalho que, entre muitos outros, iria se ocupar da divulgação dos dados que evidenciam a participação popular como ação de resistência ante as características totalitárias do período político em questão. Naturalmente, o interesse pelo acesso a essa documentação que assinala a ação popular em um bairro de expressiva ação política local e, posteriormente, em relação ao próprio movimento operário em geral, sustenta o primeiro e imediato interesse pela pesquisa e leitura da obra, agora publicada por Regina Tavares.

    Entretanto a continuação da leitura nos leva aos passos seguintes da análise dos dados e chegamos ao núcleo central que alicerça a argumentação interpretativa do trabalho. A partir do levantamento e análise empírica, a autora atinge sua questão básica de investigação: trata-se da complexa relação entre ação social e valores individuais, entre marcas subjetivas e memória social e coletiva, mesmo quando filtradas pela espetacularização midiática destinada às representações da memória e interessada em enaltecer as assinaturas do poder público e/ou de grandes corporações econômicas ou sociais.

    Dessa interpretação chega-se à evidência de que, mais do que a conservação da lembrança afetivo-emocional, o que importa, do ponto de vista social, é o modo como são enunciados os traços memoráveis da experiência coletiva. Estuda-se, portanto, o complexo conceito de memória coletiva que tem atraído, direta e indiretamente, vários estudiosos de distintas áreas científicas, amplamente apresentados e relacionados pela pesquisadora. Desse modo, redireciona-se a reflexão do leitor, conduzindo-o a observar, na base empírica, a questão social subjacente e, talvez, instigadora do interesse por aqueles dados, além da indispensável argúcia comparativa, exigida por uma investigação metodologicamente orientada.

    O trabalho que tenho o prazer de apresentar é, portanto, um exercício de leitura de descoberta das direções teóricas das matrizes contemporâneas da memória coletiva, que só pode ser rigorosamente entendida tendo como base a documentação empírica cuidadosamente coletada: redescobrem-se a análise empírica e a interpretação da teoria, a lembrança afetivo-emocional e a memória, o subjetivo e o coletivo. O interesse por esse foco de pesquisa justifica minha apresentação, que recomenda a leitura da obra de Regina Tavares de Menezes dos Santos.

    janeiro de 2017

    Lucrécia D’Alessio Ferrara

    Doutora em Literatura Brasileira

    Professora titular emérito da PUC/SP

    Professora titular aposentada da USP

    Professora livre-docente da Faculdade de Arquitetura e Urbanismo (USP)

    Professora titular do Programa de Pós-Graduaçãoem Comunicação e Semiótica PUC/SP

    Sumário

    INTRODUÇÃO

    1

    DESVENDANDO O CENÁRIO

    1.1 A ZONA LESTE E A INVENÇÃO DA ZÊÉLE 

    1.2 NO OLHO DO FURACÃO 

    1.2.1 Cemi: a documentação como resistência 

    1.2.2 A experiência do Grita Povo

    1.2.3 A comunicação popular como amplificação das vozes 

    1.3 O DESPERTAR DO MEMORIAL 

    1.4. OUTRAS INICIATIVAS 

    2

    AS TESSITURAS DA MEMÓRIA

    2.1 À PROCURA DE DEFINIÇÕES 

    2.1.1 Lembrança: entre o esquecimento e a reminiscência 

    2.1.2 Memória viva 

    2.1.3. Memória midiatizada?! 

    3

    AS MÚLTIPLAS FACULDADES DA MEMÓRIA

    3.1 DE VOLTA PARA O PASSADO 

    4

    CONFRONTO CONTÍNUO, CONCLUSÃO IMPROVÁVEL

    4.1 SEDUZIDOS PELA MEMÓRIA 

    4.1.1 Cemi 

    4.1.2 Centro 

    4.2 A MEMÓRIA SOB A MIRA DA ESPETACULARIZAÇÃO 

    4.3 REGIMES DE FICCIONALIZAÇÃO EM LEMBRANÇAS E MEMÓRIAS 

    ANEXOS

    Anexo 1 

    Anexo 2 

    Anexo 3 

    Anexo 4 

    Anexo 5 

    Anexo 6 

    Anexo 7 

    Anexo 8 

    Anexo 9 

    Anexo 10 

    REFERÊNCIAS

    FONTES DOCUMENTAIS – GRITA POVO

    INTRODUÇÃO

    A memória é suscitada a todo o momento, seja em projetos políticos e urbanísticos (É preciso construir um memorial neste município!), em conversas entre amigos (Você se lembra?), em íntimas elucubrações (Onde eu estou com a cabeça?) ou, ainda, nas mais variadas formas de arte.

    A incomensurável fragilidade humana perante o tempo, a memória e o esquecimento não é recente e sugere muito mais do que uma discussão branda. Na verdade, sempre foi motivo de tensão e inspiração para as artes, as literaturas, as religiões e o senso comum. Esse tema coexiste em Salvador Dali, Goethe, Cristo, fábulas seculares e em outras inúmeras narrativas e imagens constituintes de nossa humanidade.

    Na revisão da literatura sobre esse tema convivem estudos centrados na memória que habita o cérebro e na que ilumina o espírito, ora reforçando o quórum do discurso cartesiano – defensor da cisão entre mente e corpo – ora apregoando a totalidade humana como bandeira intelectual. Nota-se, ainda, visões funcionalistas que compreendem, como memória, apenas os patrimônios culturais reconhecidos pelo Estado, ou visões mais críticas, que consideram como memória o que foi tornado invisível pela e para a história oficial, os restos, os vestígios, os pesadelos, os fantasmas, o silêncio etc.

    Nas peculiares tramas do campo científico da Comunicação, diversos estudos anteriores a este livro já dedicaram seus esforços a entender o impacto da Indústria Cultural e da Sociedade da Informação para o indivíduo, o coletivo e, por conseguinte, a memória. Eles alegam que a comunicação midiática trouxe benefícios expressivos, como a possibilidade de novas formas de sociabilidade, porém também advertem para a imposição de uma relação desafiadora para com o tempo e o espaço e, consequentemente, para com a história e a memória.

    Deste modo, esse estudo se insere no campo da Comunicação a partir de um viés transdisciplinar, portanto apto a reconhecer relevância e hibridizações entre diferentes ciências, áreas e campos científicos. Na particularidade deste livro, isso se tornou relevante ao trazer à tona intersecções teóricas importantes entre a História, a Sociologia, a Filosofia e a Antropologia, especialmente ao versar sobre autores e conceitos relacionados com a memória e sua dimensão comunicacional ou tangenciar formulações conceituais distintas, a exemplo de memória sócio-histórica, memória coletiva, lugar de memória, memória midiatizada, entre outras.

    Metodologicamente, cabe esclarecer que, durante o mestrado, a coleta e a análise dos dados tomaram como base a pesquisa qualitativa e a pluralidade metodológica, tendo como unidade de análise o estudo de caso e as técnicas de história oral, especialmente na modalidade correspondente à história de vida. Portanto além de utilizar o jornal Grita Povo como fonte, procurei sujeitos da época, a fim de valorizar as lembranças e memórias no período exploratório do estudo. Já nas circunstâncias do doutorado, além da implementação dos tradicionais métodos de estudo de caso, pesquisa de campo, documental e bibliográfico, o trabalho qualitativo contemplou o método indiciário (GINZBURG, 1990).

    Para manejar as regras do jogo presentes no(s) objeto(s) da minha

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