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A literatura social em a hora e a vez de Augusto Matraga
A literatura social em a hora e a vez de Augusto Matraga
A literatura social em a hora e a vez de Augusto Matraga
E-book86 páginas1 hora

A literatura social em a hora e a vez de Augusto Matraga

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Sobre este e-book

O valor social da literatura, o contexto histórico, cultural, linguístico, sociológico demonstram a validez e fluência de A hora e a vez de Augusto Matraga. Por sua atemporalidade, a ciência descortina no conto um universo de valores éticos, morais, humanitários, religiosos vividos pela personagem central, que, para garantir sua sobrevivência, renuncia a vida social de coronel. O sertão e sua gente, ricos em detalhes, deixam qualquer teórico a divagar na leitura.
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento30 de mai. de 2021
ISBN9786559853489
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    A literatura social em a hora e a vez de Augusto Matraga - Nilza Melo Oliveira

    AMEIXA

    Especial agradecimento

    Ao mestre Silvio Holanda, cátedra em pesquisa nas obras de Guimarães Rosa, meu especial agradecimento pela ampliação dos horizontes em Teoria Literária, e por me apresentar o universo rosiano, pela plena paciência, organização e dedicação ao longo do curso de Letras na UFPA.

    Apresentação

    Guimarães Rosa é destes autores intrigantes, grandioso, que aguça a sinestesia no leitor. Suas obras levam a uma lembrança da infância, um cheiro, o olhar para o verde, para o sertão.

    Não olvide de alguém relatar o quão difícil a leitura de suas narrativas. E foi justamente por este motivo que nasceu esta análise. Ler Rosa é ter percepção do mundo por meio de frames. É entender o porquê de muitos críticos importantes relatarem em seus estudos ser tão difícil e complexa a leitura das obras deste autor brasileiro.

    Rosa, em suas narrativas, leva o leitor a um contexto sertanejo descrito de forma bruta, severa, com grande influência ambiental no homem, mas também como um mistério da vida descrito de várias maneiras, ora filosofal, ora sociológica, ora histórica dentro da estória, ora mística, ora religiosa.

    E Sagarana é uma destas leituras. Ela apareceu como primeira sugestão, obra de estreia do autor, aclamada pela crítica: funda o gênio Guimarães Rosa em sua estreia literária - embora já tivesse feito estreia em Mistério de Highmore Hall.

    A obra traz diversas narrativas, ou novelas, tendo como espaço o sertão mineiro. Dentre estas novelas, a última narrativa A Hora e a Vez de Augusto Matraga chama atenção, pois nela observamos o quanto está enraizado o aspecto social do contexto sertanejo brasileiro.

    Diante do anseio da leitura, para uma melhor compreensão, será necessário desdobrar a análise em partes, para então se chegar a uma composição final que leve a grandiosidade que tanto se espera da última narrativa da obra Sagarana.

    Para que a leitura surta um efeito ainda melhor, também se fará necessário considerara infância e a vida de Guimarães Rosa. A primeira parte da análise trará algumas palavras sobre a vida Guimarães Rosa, desde quando ainda residia em Curvelo, sua cidade natal, seu trabalho como Médico e como Diplomata, além de sua trajetória para se tornar um grande autor, não só no cenário literário brasileiro, como também no cenário literário mundial.

    A segunda parte pontuará como Sagarana chegou ao cenário literário brasileiro, como e quando foi escrita, a história do concurso e como se tornou um sucesso de crítica.

    A terceira parte apresentará a leitura da novela A Hora e a vez de Augusto Matraga, tendo como norte a Literatura Social, já que esta nos contempla como a chave de compreensão da narrativa.

    A quarta parte nos levará às variadas formas de leitura da narrativa, que se apresenta não somente com um valor estético e social, como também um valor documental plurissignificativo que a crítica contemporânea não conseguiu ainda saturar.

    A análise foi embasada em leituras teóricas. Os autores âncora foram Roberto da Matta, Antonio Candido e Maria Sylvia Franco. O objetivo maior é levantar o valor social da literatura projetado na narrativa, a partir de dados do contexto histórico, social e documental da zona sertaneja, pois é neste espaço que a personagem absorve valores éticos, morais e humanitários. É também onde se aprofundam os laços de solidariedade e a garantia de sua sobrevivência enquanto pessoa social, capaz de evoluir e transcender barreiras, bem como de sua inserção neste contexto. Assim, por meio destes fatores, se chegará à finalidade maior que é de compreender os ciclos pelos quais passa a personagem Augusto Matraga.

    É de grande importância para a análise da última novela de Sagarana, o conhecimento sobre a organização social do sertão, enfatizado no papel de grupos paralelos, tal qual o coronelismo e o jaguncismo, como mantenedores e responsáveis pela ordem social sertaneja de outrora - muito embora não se utilizem estas nomenclaturas hoje, ainda existem grupos nas zonas sertanejas com poder de mando.

    A priori, embora seja possível se pensar numa regionalização simplista como pano de fundo literário, será possível demonstrar que este regional vai mais além do que se possa prever de maneira simplória e caricata.

    Diante da proposta, espera-se atingir assim o aspecto universal e atemporal, em que a crítica tanto destaca nas narrativas do majestoso Guimarães Rosa, que lança em suas obras a vida, a arte, o meio ambiente, influenciador severo e magnífico ao mesmo tempo, a filosofia, a sociologia, instigando o leitor a uma reflexão.

    Sobre João Guimarães Rosa

    O ano de 1908 para o cenário literário brasileiro é bastante representativo. Morre em setembro, na cidade do Rio de Janeiro, Joaquim Maria Machado de Assis, considerado por unanimidade como o maior escritor brasileiro em prosa. Mas, neste mesmo ano, em Julho, um mês antes de sua morte, já havia nascido, em uma cidadezinha mineira longínqua, um menino chamado João Guimarães Rosa.

    Guimarães Rosa, assim como Machado de Assis, é considerado como o maior criador em prosa. Ele é avaliado como um divisor de águas na ficção brasileira por vários aspectos: inovou na linguagem literária através de neologismos; inseriu uma linguagem totalmente regionalista; adaptou termos e expressões extraídas de várias línguas; introduziu em suas narrativas um universo linguístico riquíssimo, até então desconhecido, ou menosprezado, por se afastar de um padrão social preestabelecido. Mas o valor de suas obras não se limita apenas ao aspecto formal. Há, também uma profunda visão da existência humana. Ele universalizou em suas estórias e personagens problemas inerentes ao homem de qualquer espaço, como: morte, traição, vida espiritual, vida social, moral.

    Na infância, a cidade de Cordisburgo, que significa burgo do coração do latim cordis (genitivo de cor, coração) e o sufixo Anglo-saxônico burgo (vila, aldeia), situada entre Sete Lagoas e Curvelo, não só o abriga durante os dez primeiros anos de sua vida. Este mesmo local em que mesclava a convivência com a natureza e as primeiras letras apreendidas, também vai lhe servir de vasto material para a elaboração de suas estórias.

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