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Já Faz Parte de Mim 2
Já Faz Parte de Mim 2
Já Faz Parte de Mim 2
E-book195 páginas2 horas

Já Faz Parte de Mim 2

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Sobre este e-book

Graças à publicação do diário descoberto pelos Mascarenhas, uma inesperada investigação sobre um acidente fatal vem à tona, diante da possibilidade de não ter sido uma mera fatalidade. Ao lado de Ana, que agora mora com o escritor, farão o possível para administrar o recente sucesso e encararem seus maiores medos, enquanto a delegacia local e os pais de Sophia dedicam-se a localizar os verdadeiros responsáveis pela morte de sua filha.

IdiomaPortuguês
Data de lançamento16 de jun. de 2021
ISBN9786500156089
Já Faz Parte de Mim 2

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    Pré-visualização do livro

    Já Faz Parte de Mim 2 - Alan Pereira

    JÁ FAZ PARTE DE MIM 2

    o mistério, a voz e um sonho.

    ALAN PEREIRA

    ficha técnica

    Proibida a reprodução, no todo ou em parte, sejam quais forem os meios empregados. Os elementos técnicos desta obra foram produzidos pelo autor, englobando capa, contracapa, diagramação, projeto gráfico, sinopse e biografia.

    Colaboradores

    Danubia Boralli Luppi

    Karina Ribeiro

    Nicole Martins Teixeira

    Carlos Eduardo Simões

    Samira Santolaia

    ISBN: 978-65-00-15608-9

    Todos os direitos desta edição reservados a

    ALAN PEREIRA REGO

    E-mail: alanpereira.sp@outlook.com

    Novidades: instagram.com/jafazpartedemim

    Vídeos: www.youtube.com/oprimeirosolnascente

    sobre o autor

    Alan Pereira Rego é paulistano, nascido em 1989 e formou-se em Sistemas de Informação pela UNINOVE - Universidade Nove de Julho. Nasceu em Itaquera e cresceu em Artur Alvim, zona leste de São Paulo. É profissional de Tecnologia da Informação e escreve livros por prazer há quase uma década.

    Seu primeiro livro, Caminhos Opostos (originalmente lançado como Paz em Ciclos), foi publicado em 2013 e teve baixa repercussão. Já Faz Parte de Mim veio em 2018 e permaneceu durante quatro meses consecutivos no top 10 da Play Store, alcançando o terceiro lugar geral entre os livros gratuitos. Esta obra possui mais de 80 mil leitores em três anos de publicação, e encontra-se periodicamente no top 100 de livros gratuitos da Amazon na categoria romance. 

    O conto Parte de Mim Quer Voltar: O Prelúdio foi lançado em 2019, alcançando 10 mil leitores e pavimentando o percurso para a publicação de Já Faz Parte de Mim 2 em 2021, dando sequência à jornada.

    carta do autor

    Olá leitor,

    Seja bem-vindo (a) ao livro Já Faz Parte de Mim 2: O Mistério, A Voz e Um Sonho. Espero que tenha uma linda e intensa jornada. Antes de começar, algumas informações importantes.

    Esta história começa seis meses após o final de Já Faz Parte de Mim. Porém, há várias passagens de tempo ao longo dos capítulos. Esteja atento aos períodos descritos nos cabeçalhos das divisões durante o curso da obra.

    Se você leu Parte de Mim Quer Voltar: O Prelúdio, talvez queira pular diretamente para o início do Primeiro Ato, onde a ação começa de fato. Se não leu O Prelúdio, recomendo intensamente que se aprofunde neste conteúdo inicial, pois ele é importantíssimo para entender a história principal retratada neste livro.

    Já Faz Parte de Mim 2 foi construído de uma forma que pode ser lido de maneira independente, sem o entendimento de seu antecessor. Porém, indico a leitura de ambos em seu ciclo natural — primeiro o anterior, e depois este. São livros com tempos verbais diferentes. No primeiro, o personagem principal não tem nome e narra todos os fatos em primeira pessoa; no segundo, praticamente tudo está em terceira pessoa e o protagonista é o escritor Martín, devido ao aprofundamento em personagens paralelos. Porém, obviamente são o mesmo personagem em ambas histórias. Espero que entendam.

    Um abraço a todos e boa leitura.

    Alan Pereira Rego

    03 de janeiro de 2021

    recomendações

    Este livro possui fontes embutidas no arquivo, para proporcionar a melhor experiência possível ao leitor, além de aproximar este produto às características da versão física.

    Para que a diagramação especial carregue corretamente, será necessário desabilitar as configurações de texto personalizadas em seu aplicativo ou leitor de e-book. Como exemplo, no aplicativo Google Play Livros, devem ser utilizadas as opções demonstradas na imagem abaixo.

    leitorpadrao

    00

    Dezembro 10, 2013.

    CARREGO EM MINHAS MÃOS uma pequena maleta com os itens que irei precisar para o momento. São nove horas da manhã de uma terça-feira sem novidades. A rua está começando a ser preenchida por pessoas descompromissadas, gente que acabara de deixar suas casas, mães aposentadas, senhores oferecendo pequenos serviços. É tudo monótono neste momento; há pouca absorção em meu peito. Sinto atravessar o calvário das horas que precisam ser preenchidas pela necessidade de continuar a caminhada.

    Marquei com o senhor Djalma às dez horas e cá estou eu, vinte minutos adiantado, há dois quarteirões de sua residência. Ainda estranho a luz do dia. Os cheiros não são os mesmos de outrora, o ar está mais pesado. Talvez seja o objeto cheio de ferramentas de reparo que me torna ofegante, impreciso. Talvez seja eu mesmo, naturalmente reagindo às dificuldades do momento. A esta altura, tanto faz.

    Depois de dobrar a última esquina e caminhar um pouco mais, avisto o portão da garagem de Djalma. Deposito a maleta no chão, localizo o interfone. Pressiono o botão com certa gentileza. O equipamento emite um silvo breve e silencia em seguida. Ouço ruídos no interior da casa enquanto observo a picape estacionada na área interna.

    Enquanto arrumo a gola da camisa preta e passo rapidamente as mãos nos cabelos já embaraçados, uma porta interna é aberta. Surge dali um senhor calvo, óculos remendados, camisa desabotoada. Sandálias em tonalidade marrom. O ruído delas encontrando o chão me distrai por alguns segundos. Ele se aproxima do portão de entrada e destranca a fechadura.

    — Olá, jovenzinho. Como você está?  — Djalma se apresenta.

    — Estou bem, senhor. Trouxe as ferramentas hoje — respondo, enquanto lhe estendo a mão.

    — Ótimo. Vamos entrar, fique tranquilo. Esteja à vontade, venha por aqui — responde.

     Solícito, o senhor Djalma retira de minhas mãos a pesada maleta e a deposita na entrada da sala de estar. Ao observar que alguns calçados estão separados em um tapete ao lado da porta, peço licença ao anfitrião e retiro os meus rapidamente, guardando as meias em seguida dentro do sapato.

    Vejo meu ansioso reflexo na enorme e antiga televisão de tubo. Vestimenta toda preta, postura desengonçada. Sinto cheiro de objetos velhos. Um breve silêncio penetra o local e me dói profundamente. Fico desconfortável com a cena e desfaço o olhar do aparelho, observando a larga cortina que decora aquele ambiente.

    — Aceita um café, Martín? Está fresquinho, tem pão também — oferece Djalma.

    — Obrigado, senhor. Comi um pouco antes de sair, está tudo bem — respondo.

    — Tudo bem, então. Sente-se aqui, vou trazer o computador para você dar uma olhada — ele conclui.

    Observo mais detalhes do ambiente ao redor enquanto sento num sofá. Apoio as mãos em minhas coxas e retraio-me um pouco. Não estou totalmente à vontade, mas não entendo por que o esforço em demonstrar paz neste momento. Ele sabe o que acontecera comigo. Todos sabem — a notícia percorreu a vizinhança de forma implacável. Minha mãe impedira que eu fosse incomodado por curiosos, mas é impossível ser blindado por algo tão impactante.

    — Depois que você trocou as peças, ficou bem melhor, Martín. Mas minha filha está reclamando que precisa de mais desempenho. O que acha disso? — diz Djalma, enquanto exibe o gabinete de computador disposto na mesa de centro.

    — Vou dar uma olhada, senhor. Vamos ligá-lo, deve ter algum ponto de energia aqui.

    — Tá certo. Ele só está desta forma pois a Claudia utiliza o PC apenas na casa dela. Passou aqui e deixou assim — explica.

    — Não tem problema, trouxe alguns cabos. Vamos lá — respondo prontamente.

    Diante do corredor de acesso ao quarto, um calendário de parede com uma ilustração de tubarão chama a minha atenção. É dezembro de 2013. Seis meses antes, acontecera o acidente onde Sophia perdeu a vida. Abaixo a cabeça e respiro fundo.

    Djalma não percebe a lágrima que seco rapidamente com o dorso da mão. Engulo seco a sensação de aperto no peito, desfaço o olhar do calendário e ergo novamente a face, retomando os passos até o quarto onde o simpático senhor me aguarda.

    Maio 23, 2015.

    MADRUGADA DE SEGUNDA-FEIRA, quase manhã. Algumas pichações pelo caminho, lixo abandonado nas sarjetas. A rotina recomeça num acanhado ponto de ônibus, velho e sujo, distante apenas duas quadras da área residencial. Sem transeuntes, sem holofotes. Não via problema em estar naquele lugar, mas seu pensamento sempre vagava distante dali.

    Naquele típico dia de outono, o ônibus coletivo já balança e balança, e Ana está cuidadosamente encostada com a cabeça na janela, com cautela para não se machucar com o constante vai-e-vem de movimentos. O condutor do veículo parece não possuir habilidade alguma na profissão a qual exerce, executando bruscas trocas de marcha e freadas inconsequentes nos pontos de parada e semáforos. Os passageiros resmungam entre si frequentemente — o motorista jamais reage. Seu colega cobrador permanece de cabeça baixa num banco exclusivo, observando as moedas que acabara de receber de uma passageira e prestes a tirar novo cochilo.

    Ana retira o smartphone do bolso de sua calça jeans e observa a hora rapidamente. Em seguida, calmamente começa a folhear fotografias diversas em uma rede social. Se distrai com o olhar expressivo e marcante de um garoto que conhecera semanas antes no mesmo website. Cabelos levemente cacheados, lábios carnudos. Sua linguagem corporal passa a impressão de estar sempre desconfortável — à procura de algo.

    Viu naquele homem uma pessoa singela. Misteriosa, talvez. Visivelmente faltava alguma coisa deveras importante em seu pequeno-grande mundo — algo que ainda não criara coragem em questionar. É apenas a terceira conversa, ela pensa. Seriam todos os paulistanos daquela forma? Acostumada com constante calor e sorrisos fáceis, a carioca do sotaque carregado nunca saíra de seu local de nascimento. Não sabia o que encontrar num ambiente que não o próprio.

    Também, não sabia descrever as características daquele rapaz de uma forma singela. Ligava os pontos daquelas expressões com a bela estranheza da própria conversa que iniciara há pouco tempo. Tinha certeza que algo não corria bem naquele mundo misterioso. Mas havia uma espécie de magia no ar. A leveza das palavras.

    A estudante abre a carteira e observa um bilhete de passagem com vigência de 2015. Ana Silveira Costa, 30/05/1994. Quase 21 primaveras vencidas. A vida andava bem, monótona, sem chamegos. Cursinho, trabalho e casa. Trabalho, casa e cursinho. Como meta, concluir o curso técnico em Turismo e partir para a universidade. Faltam apenas dois semestres — o atual e o subsequente. A estrada fora muito bem percorrida. Boas notas, bons amigos. Orgulho dos pais, sempre. Cheia de vida, cheia de esperança. Sua melhor fase em muito tempo. Mas sabia que ainda era muito jovem para afirmar aquilo de forma veemente.

    A canção em seus fones de ouvido agora fazia mais sentido. Havia algo de diferente nele. Mas mal podia falar o que pensava — era tudo tão breve. E tão distante, como aquela simples estrofe. Uma mensagem não fará mal algum, Ana pensa. Uma mensagem é tudo o que ela precisa fazer neste momento. E pode ser tudo que ele precisa.

    Bom dia, moço!

    Breve intervalo. 

    Mensagem entregue, não visualizada. 

    Ana continua.

    Como você está hoje?

    Dois, três minutos. Dez minutos. Sem resposta.

    Mais aliviada, igualmente ansiosa, ela insiste.

    Tô passando aqui para te desejar um bom trabalho e espero que esteja se sentindo melhor agora. Já sabe o que lhe causou o mal-estar de ontem?

    A genuína preocupação de Ana a faz titubear novamente. Droga, não deveria estar perguntando esse tipo de coisa. Eu mal o conheço. Tentara cuidar dele no dia anterior, pois rapidamente se entregara à conversa envolvente de Martín, mas disfarça cautela. Não fazia muito sentido, mas cabia com o comportamento de tantas mulheres.

    Sentia um estranho incômodo. A incerteza das respostas a perturbava sempre. Via as conversas já arquivadas com extrema ansiedade, sorrindo gentilmente em determinados momentos, lamentando não ter dito o que realmente pensava em outros. Martín, apesar de soar enigmático e impreciso, era extremamente fácil de lidar. Correspondia com atenção a ela, e de certa forma retribuía o carinho. Mas ainda não sabia o que pensar sobre seu comportamento. Estaria o paulistano realmente envolvido? Ou estaria ela alguns passos à frente?

    Após solicitar parada e esquivar-se da multidão para descer do ônibus, Ana caminha a passos apressados rumo à Avenida Rio Branco, centro do Rio de Janeiro, onde trabalha como assistente em um escritório de contabilidade. Olha o celular rapidamente, constata que não houvera resposta de Martín, suspira profundo e guarda o aparelho. Deduz que ele deveria estar a caminho do trabalho também, provavelmente exausto e abarrotado num trem lotado, como descrevera em tom de desabafo na última conversa.

    Já na recepção do edifício onde trabalha, pressiona ansiosa o botão de subir do elevador, observa o semblante no espelho e respira fundo mais uma vez, aguardando a abertura da porta metálica. Enquanto isso, se distrai com o movimento de funcionários no hall, admirando a pressa daquelas pessoas que ansiavam chegar a seus escritórios o mais rápido possível.

    Um jovem franzino ajeita a gravata e olha para Ana rapidamente, garboso, com expressão facial de quem deseja certa aprovação social — ou dela própria. Ela dá de ombros como se nada houvesse acontecido, acelera o passo e entra no elevador assim que as portas são abertas, pressionando ferozmente o botão do décimo sexto andar. Acanhada, dirige-se ao fundo do equipamento e ali permanece. 

    Em segundos, a porta se fecha. Um constrangedor silêncio toma conta do local. Andar por andar, as pessoas vão ficando para trás até restar apenas Ana e suas aflições no elevador. Com as portas abertas e sentindo-se aliviada, observa o relógio e sorri por não estar atrasada mais uma vez.

    Após cumprimentar seus colegas de trabalho e deixar os pertences em sua mesa, dirige-se à área de convivência para fazer a primeira refeição do dia. De acordo com as regras da empresa, tinha vinte minutos à sua disposição para cumprir o café da manhã, desde que chegasse no horário. Apesar da correria, Ana registrara o ponto às 8h01min, tranquilizando-a para aquele momento. Retira o celular do bolso e o dispõe no balcão enquanto prepara um pão com margarina.

    Com expressão

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