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Renascer: pessoas não são e não podem ser apenas estatísticas
Renascer: pessoas não são e não podem ser apenas estatísticas
Renascer: pessoas não são e não podem ser apenas estatísticas
E-book96 páginas58 minutos

Renascer: pessoas não são e não podem ser apenas estatísticas

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Sobre este e-book

"Renascer" é um livro-reportagem que tira o olho da doença para colocar no paciente. A obra conta as histórias de mulheres que dizem ter renascido depois de vivenciar um câncer. Uma delas superou a doença por sete vezes.
Dividido em quatro capítulos, o livro vai além da apresentação de casos de superação. Entrega ao leitor uma mala recheada de conteúdo informativo sobre a doença e seus diversos tipos, as mudanças nas vidas das pacientes e no núcleo familiar. Aborda ainda questões relacionadas ao autoconhecimento, autocuidado e amor genuíno.
Construída também com embasamentos científico e filosófico, toda a obra é narrada por quem viveu a doença na pele. As personagens relatam os momentos mais difíceis ao longo do tratamento e falam sobre técnicas que podem ajudar nos processos de cura física, mental e espiritual.
"Renascer" é um livro-reportagem para quem não entende nada sobre câncer e quer aprender, para quem tem ou já teve, para quem cuida de quem tem e para quem teme um dia ter.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento23 de set. de 2021
ISBN9786525213651
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    Renascer - Rayllanna

    parte-1

    1. SETE VEZES RENASCER

    O que é o corpo se não uma finitude de organismos vivos, envoltos em uma estrutura magnífica, que o homem ainda não conseguiu desvendar por completo? Um conjunto de massas repleto de funções, com órgãos que se regeneram e células que se reproduzem. Cada célula do corpo atua como se tivesse uma espécie de manual. Ela cresce, divide-se e funciona perfeitamente bem, até o momento em que se esvai e morre. Mas, quando a célula não está sadia, ela pode se transformar em cancerosa. É como se essa fuga do roteiro desestruturasse o organismo: a célula se multiplica sem ordenamento, vai se expandindo e invadindo outros espaços que não têm capacidade para suportar as alterações. E, assim, o corpo adoece.

    Aos 12 anos de idade, Romilza Medrado se deparou, pela primeira vez, com as aflições de um corpo doente. Sua mãe, Vera Ilza Medrado, recebeu em sua casa uma menina de 14 anos, que havia saído da Chapada Diamantina, no interior da Bahia, e ido para Salvador em busca de tratamento. Uma mudança de vida que ocorre anualmente com centenas de famílias que não conseguem tratamentos adequados para doenças em suas cidades natais, tendo que migrar para a capital. Em 2019, por exemplo, o Grupo de Apoio à Criança com Câncer (GACC) recebeu, sozinho, centenas de pessoas de municípios do interior.

    Moradora do bairro da Saúde, em Salvador, Romilza Medrado percorreu por longos meses o caminho de sua casa até o Hospital Santa Izabel, em Nazaré, para visitar essa amiga. Em meio às visitas, conheceu muitas outras pessoas que buscavam curar as dores de seus corpos. Mesmo após a morte dessa menina, ela permaneceu visitando a unidade hospitalar. Conquistou a confiança dos profissionais que lá atuavam e que passaram a permitir e conviver com a pequena pelos corredores durante os horários de visita. Com a presença dela, os olhares entristecidos dos que ali estavam internados eram tomados por faíscas de alegria; fosse por uma contação de história, por um abraço, uma brincadeira ou mesmo uma maçã que ela levava escondida de sua mãe.

    Desde pequenina, Romilza viu na ajuda ao outro uma espécie de força para si. Quanto mais ajudava, mais vontade tinha de viver e mais ainda de ajudar. Dos amigos que pelo hospital nutriu, viu muitos receberem alta da unidade, mas não do tratamento. E, assim, foi juntando forças e apoio para, aos poucos, construir o abrigo que hoje chama de Núcleo Assistencial para Pessoas com Câncer, o Naspec.

    A trajetória de criação do instituto funde-se com a própria história de vida de Romilza. Quem, vendo aquela criança, poderia imaginar que, aos 17 anos, ela já teria abrigado seu primeiro hóspede com câncer em um espaço com quase nenhuma estrutura? E que, depois dali, estaria construindo leitos em uma garagem para abrigar e cuidar dos enfermos que vinham do interior para a capital em busca de tratamento? E quem diria que, em 2020, ano em que completou 62 anos, já teria renascido sete vezes?

    Sim, por sete vezes Romilza Medrado teve câncer e conseguiu se fortalecer para encarar todos eles até que não mais existissem. Uma mulher que nunca mediu esforços para ajudar o outro encontrou, junto à instituição, forças para cuidar das dores do seu próprio corpo. Por ter passado por toda essa vivência, lidando diretamente com diversos tipos da doença, ela possui uma rica bagagem motivadora para oferecer a quem descobre que desenvolveu um câncer ou está em processo de tratamento.

    Ela, que gosta de contar casos, semeia por onde passa sua sabedoria sobre a dor do corpo do outro e do seu próprio. E é firme ao dar seu primeiro recado para quem está começando a vivenciar um câncer: Se fortaleça e confie. E, se isso não for suficiente, ela desafia: Se a própria medicina não sabe nem o que é que vai dar daquilo, quem é você para desistir?.

    A batalha é árdua. E a cura nem sempre é certa. Mas o tentar muitas vezes já é uma vitória, visto que, para essa tentativa, foi preciso enfrentar suas próprias limitações. Romilza incentiva o levantar, caso chegue o momento de fraqueza fazendo cair. Incentiva o chorar para aliviar a dor e, assim, continuar. Ela incentiva o seguir. Seguir, ainda que um diagnóstico chegue e paralise. Não que tenha paralisado quando descobriu pela primeira vez que estava com um tumor. Pelo contrário, ela conta que nem tempo teve para dar ao tempo. Quando tinha em torno de 30 anos, sempre muito ativa, estava dedicando sua vida a alguns trabalhos. Entre uma reunião e outra, recebeu o primeiro diagnóstico de câncer de mama no ano de 1990. "A minha preocupação com tudo isso era tamanha que eu não tinha muito tempo para pensar que poderia morrer, que o cabelo poderia cair, que eu ficaria sem mama. Eu não tive

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