A Escola Pode: Formação Continuada de Professores – Estrutura do Pensamento e Aprendizagem – e Mediação Pedagógica do Conhecimento (Aprendendo a Pensar na Escola e na Vida)
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A Escola Pode - Elizabeth de Fátima da Silva Mattas
COMITÊ CIENTÍFICO DA COLEÇÃO FORMAÇÃO DE PROFESSORES
AGRADECIMENTOS
A Deus, pelo dom da vida, a bênção da inteligência e da sabedoria que nos permite aprender e ensinar.
Ao Instituto de Jesus Adolescente, que, numa parceria com a Secretaria de Estado de Educação de Mato Grosso do Sul, viabiliza o funcionamento da Escola Estadual Coração de Maria, sujeito e espaço do trabalho realizado.
Aos professores e funcionários que, participando direta ou indiretamente do processo formativo, colaboraram para que os eventos acontecessem.
Aos educadores que investiram o seu tempo e os seus recursos nesse aprendizado, inclusive àqueles professores que estiveram juntos, mesmo não atuando na referida escola.
À Associação de Pais e Mestres da Escola, aos amigos Rodolfo Holsbach, João Rocha e Anita Zamboni, que ofereceram a sua parcela de contribuição para amenizar os custos individuais para os professores.
Aos alunos e familiares da turma piloto, bem como todos os demais alunos e seus familiares, que, mesmo não participando diretamente do projeto, fazem parte desse movimento inovador.
Ao Instituto Potencialidades Humanas, na pessoa da professora Daniela Zamboni, por abraçar conosco esse projeto significativamente ousado e exigente.
E nós, autoras, agradecemo-nos mutuamente, pois foi o profissionalismo exercido com garra e competência, na peculiaridade da função de cada uma, a amizade e o companheirismo que nos irmana, que possibilitou a concretização deste sonho.
PREFÁCIO
É com muita alegria que escrevo o prefácio deste livro idealizado já em nossas primeiras conversas sobre a possibilidade de realização do Projeto Estrutura do Pensamento e a Aprendizagem (Pepa) na Escola Estadual Coração de Maria. Ter participado desse projeto inovador e de vanguarda foi desafiador e, ao mesmo tempo, extremamente motivador. A possibilidade de materialização da ideia de que seria possível acessar a porta de entrada
de aprendizagem dos alunos a partir da identificação de sua estrutura cognitiva e, com isso, traçar estratégias em como potencializar sua aprendizagem foi uma jornada fantástica na implementação das bases teóricas propostas por Reuven Feuerstein.
Tenho certeza de que o que nos uniu neste projeto foi a inquestionável crença no ser humano, na sua modificabilidade, no seu potencial, muitas vezes desconhecido, mas que tem força e poder transformador. Em um mundo onde e o foco encontra-se em transtornos, déficits, deficiências e síndromes, caminhamos no sentido contrário, buscando identificar o potencial, como porta de resgate para as possíveis dificuldades dos alunos, ou mesmo a potencialização e correto direcionamento de habilidades já existentes.
Sem dúvidas, o sucesso do Projeto Estrutura do Pensamento e a Aprendizagem (Pepa) deu-se pelo engajamento da equipe da Escola Estadual Coração de Maria, em especial a Ir. Neiva Maria de Mattos, diretora da unidade escolar, e da coordenadora pedagógica Nara Cristina Rodrigues Pedroso, duas profissionais de alta competência que se dedicaram ao estudo profundo das teorias de Reuven Feuerstein, participando de formações específicas no Método Feuerstein e que realizaram todo o esforço possível para organizar sua implantação como ferramenta técnica possível de ser inserida na realidade escolar.
A visão de Feuerstein de que a inteligência é plástica, moldável e flexível permeou todo o trabalho e as incansáveis discussões com a equipe. O entendimento de que é a estrutura cognitiva que gera a interpretação dos dados provindos das entradas multissensoriais, gerando a forma como a pessoa processa a informação, trouxe novo entendimento sobre a forma como cada um aprende. O conhecimento advindo da neurociência referente às preferências cerebrais oriundas da forma da pessoa pensar, também permitiu expandir as inter-relações entre o processamento da informação e as preferências cerebrais.
A intenção de que esse projeto piloto realmente atingisse seu objetivo fez com que discutíssemos a melhor maneira de sua implantação. Decidiu-se, então, que o projeto teria duração de três anos, com etapas muito bem demarcadas: o primeiro ano (2018) seria dedicado à capacitação de toda a equipe da escola com estudos das teorias que embasavam o projeto e a escolha da turma-piloto para implementação da metodologia estudada; o segundo ano (2019) seria destinado à aplicação da Avaliação da Modificabilidade Cognitiva Digital® (AMC-D) na turma-piloto e, a partir dos resultados obtidos, aplicação do Programa de Enriquecimento Instrumental® (PEI) para calibragem das funções cognitivas identificadas como ineficientes. E, finalmente, no terceiro ano (2020), após análise dos resultados alcançados pelos alunos da turma-piloto, seria analisada a possibilidade de implantação da metodologia na escola como um todo.
A extensa capacitação realizada durante o primeiro ano permitiu que a equipe conhecesse e estudasse as Teorias da Modificabilidade Cognitiva Estrutural e Teoria da Experiência de Aprendizagem Mediada desenvolvidas por Reuven Feuerstein, estudando a fisiologia da cognição, suas repercussões no processo de ensino-aprendizagem e a mediação como caminho para busca da modificabilidade. A Teoria do Whole Brain trazida pela neurociência também contribuiu grandemente para que a equipe pudesse perceber que a forma como pensamos gera preferências cerebrais. E, nesse ponto, ressalto a valiosa contribuição da professora Elizabeth Mattas que, juntando-se à equipe pedagógica da escola, agrega a esta obra o relato do percurso de estudos realizados pelos professores na etapa de formação continuada.
No segundo ano do projeto, nosso grande desafio foi realizar a primeira experiência no Brasil da aplicação da Avaliação da Modificabilidade Cognitiva Digital® (AMC-D), organizando toda estrutura física e tecnológica para que os 25 alunos da turma-piloto fossem avaliados de forma simultânea, com transmissão de dados em tempo real para o Instituto Feuerstein, em Israel. A avaliação teve sua organização minuciosamente pensada pela escola e a aplicação mediada por mim, enquanto examinadora autorizada do Instituto Feuerstein, além da supervisão direta da equipe de Israel, realizando as orientações para ajustes técnicos necessários visando garantir o envio correto de dados. Os resultados obtidos foram discutidos individualmente com cada aluno e, posteriormente, de forma exaustiva com a equipe pedagógica da escola, onde todos puderam ver na prática a aplicação da teoria estudada no ano anterior. Muitas foram as reuniões com discussões riquíssimas e aprofundadas buscando facilitar o entendimento e alinhamento da equipe em sua atuação em sala de aula.
O cotejo entre os resultados da avaliação, a intensidade e frequência da aplicação do programa de intervenção do Programa de Enriquecimento Instrumental® (PEI) visando à calibragem das funções cognitivas identificadas como ineficientes foi de grande preocupação para direção e coordenação da escola, a qual brilhantemente conduziu, além da aplicação prática com seus mediadores devidamente formados pelo Instituto Feuerstein, reflexões práticas semanais junto aos professores nas reuniões pedagógicas.
Os resultados obtidos neste projeto mostram que a identificação do potencial cognitivo como porta de entrada
para que novas aprendizagens possam ser realizadas, é instrumento de resgate frente a algumas dificuldades encontradas no contexto escolar. A intencionalidade sadia por parte da equipe diretiva da escola, o estudo técnico da equipe e o uso das ferramentas adequadas são fatores propulsionadores de mudanças significativas na vida escolar, permitindo aos alunos e professores melhor autocompreensão e manejo sobre sua forma de aprender e ensinar, assim como à coordenação pedagógica a elaboração de estratégias de ensino-aprendizagem mais eficientes.
Que o vanguardismo deste projeto promova em você leitor, reflexões profundas sobre o POTENCIAL humano e a sua infinita capacidade de mudança e adaptabilidade.
A inteligência não é fixa, nem estática, ela é modificável
(Reuven Feuerstein)
Daniela Zamboni
Especialista em Educação Cognitiva,
Trainer-Feuerstein Institute, Israel. Diretora do Instituto de Potencialidades Humanas.
Sumário
INTRODUÇÃO 13
1
Primeiros percursos para a implantação do curso de formação de professores em serviço 21
1.1 O Projeto 25
1.2 Como? Onde? Quando? De que forma? Com que recursos? 26
2
Teoria e aplicação dos estudos em cada módulo 31
2.1 Modificabilidade, Cognição e Estrutura do Pensamento 32
2.2 Funções Cognitivas e reflexos na aprendizagem 35
2.3 Reflexos das funções cognitiva deficientes na aprendizagem 40
2.3.1 Na Fase de Entrada (Input) 40
2.3.2 Fase de Elaboração 45
2.3.3 Fase de Saída (Output) 51
3
A Estrutura do Pensamento e a Aprendizagem em Módulos 55
3.1 Módulo I – A Estrutura do Pensamento 55
3.2 Módulo II – Os perfis de aprendizagem 59
3.3 Módulo III – A mediação nos perfis de aprendizagem 64
3.4 Módulo IV – A Estrutura do Pensamento nas atividades escolares 73
3.5 Módulo V – Mapa Mental como ferramenta para aprendizagem 79
3.6 Módulo VI – Seminário 83
4
Mediação da aprendizagem 85
4.1 Sistemas Aplicativos de Feuerstein no espaço da Escola 88
4.1.1 Avaliação da Modificabilidade Cognitiva® (AMC) 92
4.1.2 Programa de Enriquecimento Instrumental (PEI)® ٩٦
4.2 Panorâmica da aplicação do PEI® ١٠٢
5
A Experiência de Aprendizagem Mediada como princípio educacional no trabalho do coordenador pedagógico 115
5.1 Critérios mediacionais de Feuerstein empreendidos em coordenação
pedagógica 117
Considerações Finais 133
REFERÊNCIAS 135
INTRODUÇÃO
A sociedade plural do século XXI clama por uma educação cada vez mais dinâmica, aberta, voltada ao saber pensar com autonomia, do fazer e do buscar as informações que agregam valores à pessoa humana e à sua evolução. Uma radical transformação da pedagogia que vem redefinindo seus limites e seus aportes para respaldar um saber pedagógico plural e aberto, menos filosófico e mais experimental, científico e pragmático, aberto à evolução dos seus sujeitos. Segundo Arnould Clausse (1972 apud CAMBI, 1999, p. 595), a transformação da pedagogia,
[...] ocorreu por razões não só epistemológicas ligadas as transformações dos saberes, mas também e sobretudo por razões histórico-sociais: com o advento de uma sociedade cada vez mais dinâmica e aberta, que reclama a formação de homens sensivelmente novos em relação ao passado; homens-técnicos e homens-abertos capazes de fazer frente às inovações sociais, culturais e técnicas.
Assim, a contribuição das ciências da educação no respaldo das questões da educação escolar passa a ser uma realidade e uma necessidade para que o trabalho educativo alcance e agregue a solução das problemáticas vividas, na dinâmica das inter-relações dessa sociedade contemporânea, modulada pelas redes de conhecimento assentadas numa estrutura tecnológica que levam jovens à necessidade de saber filtrar as informações prioritárias usando, ao máximo, autoconsciência e reflexão sobre sua capacidade cognitiva para o desenvolvimento de competências e habilidades.
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