Poemas inconstantes
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Sobre este e-book
Siomara Spinola
Siomara Spinola é jornalista, editora, escritora e filósofa. Nascida em São Paulo, capital, é autora dos livros História: Rio de Janeiro, Geografia: Rio de Janeiro (Ática) e Filosofia: leituras, conceitos e interação (LeYa). Já participou da antologia de textos premiados – Prêmio UFF de Literatura 2013 (Editora da UFF) e da coletânea de poemas Damas entre verdes (Senhoras Obscenas).
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Poemas inconstantes - Siomara Spinola
Apresentação
O devir... campo de multiplicidade, de desdobramento das diferenças, em que as forças se expandem, se desdobram, se multiplicam. Multiplicação de si no acontecimento, no encontro.
Os textos que compõem esta coletânea, frutos do caos, do acaso, da inconstância e da multiplicidade que me habitam, refletem as forças em devir que atravessam meu corpo, em movimento contínuo.
Estes poemas, escritos ao longo de mais de duas décadas, só agora rompem o casulo para se mostrarem publicamente, abandonam o abrigo seguro da hibernação para se lançarem, corajosos, aos ventos primaveris.
É chegada a primavera e os tímidos botões desabrocham em flores petulantes.
Primavera de 2018
Anacrônica
Prefiro ser anacrônica
a viver o tempo dos outros,
o tempo que não é meu.
Prefiro ir contra o tempo,
produzir um tempo próprio,
o próprio tempo.
Prefiro remar contra a maré
a me deixar
arrastar pela correnteza.
Prefiro a leveza
de flutuar
acima do bem e do mal.
Prefiro a liberdade
de transitar
entre o certo e o errado,
sem contrato assinado,
sem destino final.
Melhor ser ovelha negra
do que aderir à multidão.
Prefiro a solidão.
Antes ser estrangeira,
forasteira.
Melhor se desgarrar do rebanho
do que ser vulgarmente popular.
Melhor se isolar, se calar
do que compactuar
com o senso comum.
Prefiro a invisibilidade,
quem sabe, o esquecimento.
Melhor a honestidade,
o discernimento,
do que a falta de coragem
de nadar
contra a corrente.
Melhor pensar fora do tempo,
além do presente,
sem manuais de instrução,
sem relógio preso ao pulso
para controlar o impulso
da emoção.
Prefiro o obsoletismo legítimo
à falsa atualidade.
Prefiro a vagarosidade, a lentidão
o momento íntimo.
Prefiro não me conformar a aceitar
que as coisas são como são
[e que tudo vem ao seu tempo].
Prefiro burlar o tempo, zombar
se for preciso, blefar.
Prefiro dizer não.
Prefiro o silêncio ao zumbizar.
Prefiro seguir a vida em passos lentos.
Prefiro contar o tempo devagar.
Prefiro contrariar.
Transbordante
Quem sou eu
a não ser
uma multiplicidade de eus
todos eles errantes?
Por que ser uma,
por que ter