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Miglioranzi e Pinheiro: Ancestralidade, História e Afeto
Miglioranzi e Pinheiro: Ancestralidade, História e Afeto
Miglioranzi e Pinheiro: Ancestralidade, História e Afeto
E-book143 páginas1 hora

Miglioranzi e Pinheiro: Ancestralidade, História e Afeto

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Sobre este e-book

ZITA MIGLIORANZI nos brinda com um presente literário sensível, amoroso e de valor inestimável. Somente uma pessoa com muito amor no coração faz um livro desta natureza.
A obra merece ser lida e revela acima de tudo, o valor dos nossos antepassados para que possamos neste momento ler isto.
Politicamente consciente, humana e com grande senso de justiça social, Zita nos apresenta preciosas informações, pesquisadas com cuidado e sutileza raros.
Falando dos seus afetos, passados e presentes sempre com admiração e respeito, sua atitude exemplar nestes tempos desafiadores em que vivemos é útil para todos nós. Ao honrarmos e valorizarmos nossos predecessores, seus sofrimentos e enfrentamentos todo nosso sistema familiar de origem recebe luz e se acalma. Somos resultados dos que vieram antes de nós, suas lutas e suas glórias.
A justa homenagem que faz aos seus ancestrais, bem como aos que antecederam Regis, revelam a caminhada de uma mulher atenta ao seu tempo. Sua responsabilidade social nos mostra que sabe cultivar seus afetos, valorizando o sagrado legado da vida que recebeu.
O livro possui pérolas de sabedoria que vão desde a força das benzedeiras, o branqueamento populacional, a fase áurea do transporte ferroviário de Santa Maria (RS), aos doces irresistíveis da vó Luiza.
Com emoção e minha reverência à ancestralidade de Zita, agradeço a honra da leitura antecipada e a partilha desta apreciação.
Boa leitura a todos, principalmente às mulheres e aos homens citados nesta obra!
Beatriz Maria Berghahn - Escritora e Consteladora Familiar
IdiomaPortuguês
EditoraViseu
Data de lançamento21 de fev. de 2022
ISBN9786525407180
Miglioranzi e Pinheiro: Ancestralidade, História e Afeto

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    Miglioranzi e Pinheiro - Zita Miglioranzi

    Prólogo

    Entre conversas despretensiosas sobre laços consanguíneos mais antigos, fui descobrindo novos e interessantes fatos, que ainda me eram desconhecidos, aguçando assim uma curiosidade inquietante juntamente com um desejo latente de resgatar o passado da família e consequentemente minha própria identidade.

    Nestas buscas frenéticas e garimpando mais a fundo, fui reencontrando e identificando-me em cada retalho encontrado, que nada mais são que o nosso autorretrato e a construção da nossa felicidade.

    Ao resgate destes fatos de um tempo tão longínquo fiz muitas viagens, visitas a vários cartórios e pesquisas nos próprios livros das Paróquias de Jaguari, de Nova Palma e do Bispado de Santa Maria. Não posso deixar de mencionar as visitas aos cemitérios antigos, onde fiz vários registros fotográficos das lápides de muitos parentes. Ademais, fiz mais pesquisas em outros livros e pela rede mundial de computadores, faltando ainda diversas pesquisas datando do início da junção familiar.

    Sempre que possível, para registro, procurei basear-me em documentos oficiais. Sendo que os mais recentes foram obtidos através de parentes próximos ou dos meus próprios documentos.

    Quanto aos registros de outrora, sabe-se da dificuldade para resgatá-los, pois surgiram problemas variados, desde a ação do tempo nos papéis até mesmo as queimas das igrejas pelos revolucionários. Assim como a falta de profissionais habilitados de acordo com suas funções trabalhistas, o que os levavam a fazerem registros com pouca clareza e fidelidade aos verdadeiros dados. Alguns pais registravam os filhos de uma só vez, em virtude das distâncias e dificuldades de trajetos de suas residências até os povoados ou municípios da Colônia. Entretanto, por vezes, os progenitores esqueciam as datas de nascimento das crianças e trocavam os nomes ou até suprimiam os sobrenomes das mães. É importante frisar que a falta de instrução também foi fator determinante para algumas imprecisões históricas. Na minha pesquisa sobre os antepassados, encontrei vários obstáculos como os acima citados. Observei ainda que muitas vezes as grafias dos nomes estrangeiros eram feitas conforme falava-se.

    Se meus antepassados previssem que hoje eu estaria à procura de saberes tão detalhados referentes às suas vidas, talvez pudessem ter tomado um pouco mais de zelo com a realidade histórica. Ou não. Talvez o que torne essa busca tão instigante é o fato de ainda haver alguns mistérios e equívocos.

    O que mais entusiasma ao escrever sobre a genealogia e a história da minha família é a alegria de conhecer antigos laços da minha linhagem e suas trajetórias. Que fique claro: meu enfoque é pessoal e sem a pretensão de saber ou julgar e ciente de que muitas vezes posso ter fugido à realidade conhecida por outros familiares.

    Por fim, deixo este singelo resgate, em especial à minha amada e pequena família e aos queridos consanguíneos bem como, aos demais leitores esperando também que se encontrem e deleitem com este livro.

    Compartilhando lembranças:

    As histórias de cada um tocaram-me de tal forma que me embelezaram alma e coração!

    Zita Miglioranzi

    Capítulo 1

    O início da história: pais de Luiza

    Quando falava-se sobre a família, o que eu sabia até então eram relatos contados por parentes. O que foi passado de geração para geração pela oralidade, diferentemente do que era ensinado nas escolas.

    Os fatos e histórias sobre os usos, os costumes, as crenças, os conhecimentos práticos e empíricos, rezas e bençãos com benzedeiras com os estudos adicionados à esta sapiência transmitida verbalmente, transformaram-se em verdadeiros códices. As benzedeiras são provenientes de uma cultura milenar e fazem parte da sabedoria popular.

    Minha mãe costumava nos levar à estas senhoras pois acreditava serem excelentes combatentes de doenças e de afastamento de más energias. Esta confiança perdura até hoje, sendo que as mesmas são bem acolhidas nas comunidades uma vez que ainda despertam a fé e o misticismo em meio à modernidade e tecnologia presentes. Fazer o bem sem olhar a quem ainda está na moda.

    A partir de muitas conversas, depoimentos, fontes documentais, análises e pesquisas deu-se a construção dessa família e uma parte dos seus descendentes.

    A árvore genealógica é iniciada a partir de ancestrais do lado materno: bisavós Fortunato Miglioranza e Serafina Bampa e dos avós Luiza Miglioranza e Laureano Diniz Pinheiro.

    Passemos agora à nossa pretendida busca de sentimentos perdidos. Nosso tempo, neste ensaio, é o último quartel do século XIX e o panorama, uma Itália que não era um país, mas uma colcha mal costurada de cidades-estados, províncias, ducados e terras ocupadas por potências estrangeiras. Nesse período ocorre uma sincronicidade histórica entre Brasil e Itália, do tipo mão e luva. A Itália expele seus excedentes demográficos, e o Brasil precisa de mão de obra em condições de vender sua força de trabalho.

    Gambini, 2006.

    Viajando mais no passado descobri que Fortunato Miglioranza era filho de Luigi (Luiz) Miglioranza e Luigia (Luiza) Zanarella. Sua esposa Serafina Rigossi Bampa era filha de Gio-Battistta (João Batista) e Giusepa Rigossi (Josefina Rigossi). Pelo que foi descoberto, os mesmos permaneceram na Itália.

    Miglioranzi é a grafia correta do sobrenome dos meus antepassados, verificado após farta pesquisa.

    Muitos imigrantes ao desembarcarem tinham seus nomes aportuguesados, consequentemente resultando nas variações de registros.

    Levei em consideração também as provas testemunhais passadas de geração para geração, visto que, os registros documentais nem sempre retratavam a verdade, considerando-se que, as datas e as grafias dos nomes na maioria das vezes estavam divergentes e/ou ambíguos nos registros encontrados.

    Vale salientar que, nos tempos de imigração (meados do século XIX) os registros civis eram feitos pela Igreja Católica do Brasil e que só a partir de 1888 foi instituída a universalização do Registro Cível pelo Estado (baseado em pesquisas A universalização do registro civil foi imposta pelo decreto 9886 de 07 de março de 1888). O Registro Cível demorou realmente a acontecer principalmente no interior, em áreas rurais que ficavam distante dos cartórios e onde a igreja ainda exercia forte influência. Desta forma, justifica-se a presença de dois registros dos imigrantes e seus descendentes no Brasil Colônia: um público e outro da igreja. Pude constatar que grande parte dos registros das paróquias eram mais fidedignos à realidade da pessoa

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