E os oito bisavós?: O vírus da genealogia
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E os oito bisavós? - Décio Martins de Medeiros
O vírus da genealogia
Cuidado! O vírus da genealogia é muito contagioso!
Se você sabe os nomes e sobrenomes de seus avós, então, a qualquer momento vai surgir a pergunta E os bisavós?
Pronto! Se você for pesquisar os nomes, locais de casamento e de nascimento de seus bisavós então você começou a preencher o álbum de figurinhas
onde a cada figurinha preenchida se abrem mais dois espaços a preencher, os pais da figurinha!
O vírus me pegou em 1997 (e também ao meu filho de 17 anos na época) durante uma festa de dia das mães. Alguém perguntou se sabíamos os nomes de nossos avós...
Sim, eu sabia os nomes de meus avós e tinha suas fotos, mas não sabia nada dos antepassados deles, meus oito bisavós, dezesseis trisavós e assim por diante. Um desafio!!!
Avô paterno: Antonio Martins de Medeiros Antonio Martins de Medeiros Junior
Avó paterna: Julieta Machado Silveira
Julieta Silveira MachadoAvô materno: Andrea Puccinelli/André Pulcineli
Andrea PulcineliAvó materna: Ignez Ciuffi
Ignez CiuffiE os oito bisavós?? Quais as árvores de costados deles? Que particularidades históricas vão surgir das pesquisas?
E para que serve a genealogia? Descobrir parentesco, interesses comuns, o que mais?
Fazendo um retrospecto desde o ano de 1997 quando comecei a pesquisar a familia, com a ajuda prestimosa de varios colegas, além das descobertas emocionantes das histórias de varios antepassados, acabei descobrindo relações de parentesco entre alguns de meus bisavós e interesses comuns com varios colegas dentro e fora das listas de genealogia.
Gostaria de compartilhar com vocês estas relações:
Ana Marcondes: interesse comum por Passos, MG.
Antonio Cesar Xavier: interesse comum pelo Sul de Minas.
Antonio Theodoro Grilo: interesse comum pela colonização da região de Passos, MG.
Ary de Almeida Santos: interesse comum pelos Açores.
Bartyra Sette: parentesco através de Francisco Alves Correa cc Guiomar de Alvarenga.
Claus Rommel Rodarte: parentesco através dos Barbosa, de Jacui, MG.
Geraldo Aparecido de Medeiros, o Titido, neto do Domingos Ferreira de Medeiros irmão da minha trisavó Anna Rita de Jesus de Medeiros.
Helder Manuel de Oliveira: interesse comum por Açores, Medeiros.
Lea Silveira Beraldo: interesse comum pelo Colegio Estadual de Sao Paulo.
Luis Alberto Franco Junqueira: interesse comum pelos Silveira Fernandes, de Candeias, MG.
Nilson Cardoso de Carvalho: interesse comum por Barretos, SP.
Nilza Cantoni: interesse comum pelo Sul de Minas.
Regina Maria de Sousa Moraes Junqueira: parentesco através dos Moraes, de Portugal.
Renata Gagliardi Dias: interesse comum por Passos, MG.
Ruy Furquim Werneck: parentesco através dos Furquim, da França.
Valderez Rosa Garcia: interesse comums por Minas Gerais, Medeiros.
Wanda Maria Bortolloto Soares: parentesco através dos Toledo Piza, de Portugal.
E muitas outras pessoas me ajudaram com a pesquisa, como por exemplo, a Silvia Buttros, o Rodnei Brunete da Cruz, Elpidio Novaes, William Horst Richter, Ana Maria Souza, Niusa Regina Dainese Varela. Se esqueci de alguém, por favor, me desculpe e me envie um e-mail para refrescar a minha memória.
Em busca de lista de parentes meu filho viajou para Passos e Presidente Prudente, e minha esposa e eu viajamos para Amparo e Aguas de Santa Barbara.
Participamos de grupos de genealogia virtuais como as listas de genealogias por e-mail ou os grupos de genealogias no Facebook. Participamos de alguns almoços e jantares da ASBRAP.
Consultamos cartórios, arquivos, cúrias, e livros de genealogia e história.
No início das pesquisas, e por muitos anos, visitamos o CHF (Centro da História da Família) da Av. Francisco Morato, onde consultávamos microfilmes de registros paroquiais de batismo, de matrimonio e de óbito, bem como microfilmes de registros civis de nascimento, de casamento e de óbito, das cidades de interesse. Atualmente a grande maioria destes registros microfilmados está disponível online na internet no site www.familysearch.org/pt/
***
Muitas vezes chegamos a uma situação que consideramos fim de linha por não conseguir avançar mais, mas de repente consultando as fontes certas temos a alegria de encontrar a figurinha
difícil. Um exemplo é o caso de meu bisavô italiano Vicente Pulchineli, como assinava aqui no Brasil. Foi muito difícil encontrar seu registro de entrada na Hospedaria dos Imigrantes pois a sobrenome estava escrito de uma maneira bem diferente que só conseguimos descobrir ao olhar um a um dos registros de entrada nos microfilmes do CHF.Além disso, em todos os registros de batismo e de nascimento dos filhos do Vincenzo ele se dizia italiano mas não dizia a cidade onde nasceu. Levei mais de dez anos para descobrir. A solução veio da inspiração de procurar nos registros das cidades com maior probabilidade de encontrar os sobrenomes que ele havia mencionado nos registros dos filhos: Pulcinelli ou Puccinelli e Buchigualli ou Buchignani.
Depois do sucesso nesta busca, e para ajudar outros genealogistas, publiquei o seguinte artigo:
***
Pesquisa genealógica com base na estatística
Quando fazemos pesquisa genealógica tratamos de reduzir a enorme quantidade de possibilidades a algumas poucas possibilidades de alta probabilidade. Não é um caminho garantido, mas é o mais provável.
Vou descrever minha experiência bem sucedida no uso da estatística quando tudo o mais falhou. Eu buscava há mais de 10 anos o registro de nascimento de meu bisavô italiano, mas não tinha pista alguma sobre a cidade onde ele nasceu. Com base na pesquisa de documentos relativos à sua vida no Brasil eu sabia que o ano de nascimento mais provável seria 1871 e que ele teria nascido na região da Toscana, mas não obtive nenhuma pista da província nem do comune de nascimento. Eu já havia pesquisado o seu registro de casamento, os registros de nascimentos e batismos de todos seus filhos, o registro de óbito, mas em todos ele dizia ser italiano, sem revelar a cidade de nascimento. Não consegui localizar seu processo de habilitação ao casamento nem qualquer outro documento que desse qualquer pista sobre que cidade pesquisar na Italia. O caminho que encontrei, para chegar à cidade de origem do meu bisavô italiano, foi procurar as cidades onde havia a maior probabilidade de encontrar famílias com os sobrenomes dos pais dele. A família do pai era Puccinelli e a família da mãe era Buchignani. Na data em que a pesquisa foi feita (setembro de 2011) foi possível encontrar na internet alguns sites que mostravam a distribuição de sobrenomes de famílias pelas cidades, províncias e regiões da Italia. O site que utilizei, oferecia a vantagem de não só indicar a distribuição gráfica mas também numérica. A url do site é
http://www.italianames.com/italian-last-names-maps/
Utilizei o seguinte método para procurar a maior incidência de Puccinelli e Buchignani:
Digitando Puccinelli, no site acima, encontramos 346 na região da Toscana, 22 na região do Lazio,etc. Clicando em Toscana encontramos 218 na província de Lucca, 60 na província de Pisa, etc. Clicando em Lucca encontramos 99 na cidade de Lucca , 47 em Viareggio, etc. Digitando Buchignani, no site acima, encontramos 72 na região da Toscana, 7 na região de Piemonte,etc. Clicando em Toscana encontramos 58 na província de Lucca, 7 na província de Pisa, etc. Clicando em Lucca encontramos 45 na cidade de Lucca , 8 em Massarosa, etc. Com base nas informações acima fica evidente que a maior probabilidade de encontrar Puccinelli casado com Buchignani é na cidade de Lucca. Foi onde pesquisei e encontrei em 1871 o registro de nascimento de meu bisavô. Poderia não ter encontrado, e então eu partiria para a segunda maior probabilidade, e assim por diante.
Não é um método garantido, mas de alta probabilidade.
***
Em outras ocasiões encontramos o prazer de estar em um local onde viveu nosso antepassado.
O episódio ocorreu por volta de 2006, quando fomos, minha esposa e eu, à cidade de Águas de Santa Barbara (antiga Santa Barbara do Rio Pardo) em busca de informações sobre meu bisavô Antonio Martins de Medeiros que, segundo descobri, lendo alguns livros, tinha sido o primeiro prefeito
daquela cidade, no período de Janeiro de 1896 a 21 de Setembro de 1897.
Infelizmente, durante a visita àquela cidade, não encontrei nem fotos, nem relatos… Ninguém tinha estas informações sobre o primeiro prefeito da sua cidade. Nem mesmo a prefeitura da cidade soube me informar nada.
Foi então que, visitando a Casa da Cultura de Águas de Santa Barbara, vimos numa parede a lista dos prefeitos da cidade e lá estava, como primeiro da lista, o nome de Antonio Martins de Medeiros.
Ao deixar a Casa da Cultura assinei o livro de presença e ao lado de minha assinatura escrevi, com muito orgulho: bisneto do primeiro prefeito da cidade.
Quem sabe algum dia, nossos descendentes, vendo algum legado nosso também sintam orgulho de nós. Este orgulho não deve ser, obviamente, pela superficialidade de ter um nome inscrito em uma placa, mas sim pelo que se deixa de herança como boas obras. Por trás de cada nome existe uma história de vida e de contribuição deixada neste mundo.
***
Durante a pesquisa e para não perder nenhum detalhe aprendemos a colecionar todas as informações no programa PAF e a gerar relatórios de ascendentes com a numeração Ahnentafel, onde o numero do pai da pessoa é o dobro do numero da pessoa, e o numero da mãe é o numero do pai mais um.
Neste livro coloco os relatórios de ascendentes de meus oito bisavós:
Antonio Martins de Medeiros e Maria Francisca da Silva, pais de Antonio Martins de Medeiros Junior.
Antonio Caetano Machado Junior e Julia Barbosa da Silveira, pais de Julieta Machado Silveira.
Vincenzo Adolfo Puccinelli e Rosa Luigia Mazzocato, pais de Andrea Puccinelli.
Francesco Maria Ciuffi Primo e sua esposa Maria das Dores de Nazareth, pais de Ignez Ciuffi.
Nestes relatórios vamos encontrar alguns personagens que aparecem na coleção Genealogia Paulistana e nas Três Ilhoas.
A coleção Genealogia Paulistana com nove volumes, escrita por Luís Gonzaga da Silva Leme, engloba as famílias povoadoras do estado de São Paulo e cidades do Sul de Minas Gerais.
A coleção As Três Ilhoas com três volumes e cinco tomos, escrita por José Guimarães, engloba a genealogia de três irmãs açorianas que imigraram para o Brasil fixando residência em Minas Gerais: Antônia da Graça, Júlia Maria da Caridade, Helena Maria de Jesus.
Mais de um de meus oito bisavós tem antepassados que constam nestes livros e o leitor pode conferir nos relatórios de ascendentes aqui publicados.
Um exemplo de ligação com a Genealogia Paulistana:
Meu bisavô Antonio Martins de Medeiros era neto do Capitão Antonio Ferreira de Medeiros, Patriarca dos Medeiros, de Passos, Minas Gerais, que se casou três vezes. O primeiro casamento do Capitão Antonio Ferreira de Medeiros está registrado à pagina 6 do livro 1 de matrimonios de S.Sebastião da Ventania , bispado de São Paulo. .Casou-se aos 17 de junho de 1825 na freguesia de São Sebastião da Ventania, com Maria do Rosário Alves. Ambos declararam terem nascido e batizado na Villa de São Carlos de Jacuhy, bispado de São Paulo. Com esta esposa teve oito filhos (Maria Luiza, Maria das Dores, Joaquim Alves, Anna Rita, Escolastica, Mizael, Jose e Domingos).Sua primeira esposa Maria do Rosario Alves de Moura era filha de Joaquim Alves de Moura e Rita de Cassia Ozorio.
Rita de Cassia Ozorio era filha de Manoel Cardoso Osorio e Arcangela Xavier Furquim.
No microfilme do Centro da Historia da Familia, numero 1285394 item 6 , a pesquisadora Renata Gagliardi Dias encontrou ,o registro de casamento de Archangela Furquim Xavier e Manuel Cardozo Osorio,realizado em Jacui aos 18/01/1778. No registro consta como pais da Archangela Furquim Xavier, o casal Francisco do Rego Barros e de sua mulher Amatildes Alvares Jacintha
No livro Nobiliarquia Paulistana Historica e Genealogica, de Pedro Taques de Almeida Paes Leme,
na pagina 236 traz : D.Amatildes Alves Jacintha , casou com Francisco do Rego Barros , filho do sargento-mor Francisco do Rego Barros e de d.Arcangela Forquim da Luz
Nas paginas anteriores estao os ascendentes da Amatildes.
No livro Dois Velhos Troncos Mineiros, de Jose Batista de Alvarenga Coelho, temos o casal Francisco do Rego Barros e da Arcangela Forquim da Luz, (la' chamada de Arcangela Furquim Xavier) casados em 1726 em Ribeirao do Carmo(Mariana). Na pagina30, temos os ascendentes deles. Na pagina 34 temos os descendentes.
Na Genealogia Paulistana, de Luiz Gonzaga da Silva Leme, temos mais ascendentes do casal.
Nossa arvore de costados inclui nomes históricos da Genealogia Paulistana tais como João Ramalho (nascido antes de 1485) e a índia Bartira (filha do Cacique Tibiriçá) ; Baltazar de Moraes de Antas (que é um portal de entrada à Genealogia Portuguesa , principalmente às genealogias dos Reis Afonso Henriques e Afonso VI e daí até os Reis Visigodos) e Jerônimo de Albuquerque ( que por sua vez é , conforme nos ensina o Prof. Francisco Antonio Doria , um portal para a genealogia da Idade Média , pois é descendente do Rei D.Diniz ;Rei Ramiro I ;Rodrigo Diaz de Vivar (El Cid) ; Cunhas ; Melos ; Meneses ; família da Maia e daí a Maomé).
Um exemplo de ligação às Três Ilhoas:
O meu bisavó Antonio Martins de Medeiros também conhecido como Antonio Martins (do Carmo) de Medeiros, nasceu em 12 de agosto de 1853 em Passos, MG e foi batizado em 21 do mesmo mês e ano. Era filho de Francisco Martins do Carmo e Anna Rita de Jesus Ferreira de Medeiros. Ele faleceu em 26 abril 1909 em São Paulo, SP, Brasil e foi enterrrado em 27 abril 1909 em Cemitério do Araçá, SP, Brasil. Ele casou-se em 25 de setembro de 1878 em Passos,MG com Maria Francisca da Silva (vovó Cota) nasceu em 30 março 1864 em Passos, MG, Brasil e foi crismada em 18 abril 1864 em Passos, MG, Brasil . Ela faleceu em 24 maio 1942 em Passos, MG, Brasil.
Maria Francisca da Silva era filha de Domingos Teixeira de Carvalho (nascido cerca de 1824 e falecido cerca de 1865 em Passos, MG) e de Maria Jacintha da Silva ( falecida depois de dezembro 1891 provavelmente em Passos, MG).
Domingos Teixeira de Carvalho era filho de José Teixeira de Carvalho (nascido cerca de 1798 e falecido cerca de 1865 em Passos, MG) e de Maria Francisca de Souza Vieira (nascida cerca de 1809).
José Teixeira de Carvalho era filho do Capitão-mor Domingos Teixeira de Carvalho e de Maria Francisca de Jesus Alves. Domingos Teixeira de Carvalho nasceu cerca 1755 em São Salvador de Freixo (de Baixo), Porto e faleceu em 09 outubro 1842 em Passos, MG e foi enterrrado em 10 outubro 1842 em Cemiterio da sua fazenda Formoso da Serra (parte da Fazenda Bonsucesso). Domingos Teixeira de Carvalho e Maria Francisca de Jesus Alves casaram-se em 14 fevereiro 1790 em Lavras, MG. Maria Francisca de Jesus Alves foi batizada em 14 jan 1770 na Capela da Piedade, filial de S. João del Rei . Ela faleceu em 20 junho 1843 em Passos, MG e foi enterrrada em 21 junho 1843 no Cemiterio da sua fazenda Formoso da Serra (parte da Fazenda Bonsucesso).
Maria Francisca de Jesus Alves era filha de João Francisco de Carvalho (nascido na Freguesia de S. Miguel dos Gemeos, Termo da Villa de Bastos, Bispado de Braga) e de Teresa Alves da Assumpção ( batizada em 9 out 1752 em Capela de São Miguel do Cajuru, filial da Matriz de S. João Del Rei) .
Teresa Alves da Assumpção era filha de Manuel Alves Pedrosa (nascido cerca de 1715 em São Miguel de Caldas, termo da vila de Guimarães, Arcebispado de Braga, Portugal e falecido em 07 junho 1808) e de Maria de Assunção Franca ( nascida na Vila de São José del Rei, hoje Tiradentes e falecida em 20 abril 1772 em São João del Rei).
Maria de Assunção Franca era filha de Inácio Franco (nascido em 03 abril 1695 na Freguesia de Santa Maria de Válega, Concelho de Ovar. e batizado em 09 do mesmo mês e ano. Falecido antes de 1746) e de Maria Teresa de Jesus ( nascida em 08 de julho de 1714 na Freguesia de N.S. das Angustias, Ilha do Faial, Açores e batizada em 14 do mesmo mês e ano). Inácio e Maria Teresa de Jesus casaram-se em fevereiro 1728 em São João del Rei, MG, Brasil.
Maria Teresa de Jesus era filha de Manuel Gonçalves da Fonseca (nascido na Freguesia de N.S. das Angústias, Ilha do Faial, Açores) e de Antonia da Graça , conhecida como uma das Tres Ilhoas. Antonia da Graça foi batizada em 21 de fevereiro de 1687 na Freguesia de N.S. das Angustias, Ilha do Faial, Açores. Manuel e Antonia da Graça casaram-se em 07 fevereiro 1706.
***
Dentre os vários personagens históricos que aparecem entre os antepassados de meus oito bisavós, apresento nos capítulos seguintes, um esboço da genealogia e da história de:
*El Cid Campeador – Rodrigo Diaz, de Vivar, o nobre guerreiro castelhano que viveu no século XI.
*Heliodorus Eobanus Hessus, o alemão que veio para o Brasil no século XVI, filho do famoso alemão e poeta latinista Helius Eobanus Hessus.
*Belchior de Borba Gato, o bandeirante que nasceu em Portugal e viveu em São Paulo no século XVII. Era tio-avô do famoso bandeirante Manoel de Borba Gato.
*Luiz Dias, português, avô paterno do famoso bandeirante Carlos Pedroso da Silveira do século XVII.
*João da Silveira Fernandes, português que se casou no século XVIII com Ana Silveria de Sousa, parenta do inconfidente mineiro Carlos Correa de Toledo e Melo.
1049- De El Cid Campeador – Rodrigo Diaz, de Vivar a meu bisavô Antonio Martins de Medeiros
*1049,Vivar,Burgos,Espanha
+10 de julho de 1099,Valencia,Espanha
A biografia e a genealogia de Rodrigo Diaz, de Vivar, o El Cid, apresentam dificuldades especiais para o historiador porque Rodrigo Diaz foi elevado rapidamente ao status de herói nacional de Castela e com muita lenda ao seu redor.
Para informação autentica os historiadores tem
que se basear principalmente em uns poucos documentos contemporâneos, na Historia Roderici (uma confiável, crônica latina do século 12 sobre a vida de Cid) , e pelo testemunho detalhado da conquista de Valência relatado pelo historiador
árabe Ibn 'Alqamah.
Momento Histórico e Localização Geográfica
Desde 1029 Fernando Sanchez era conde de Castela. Em 04 de setembro de 1037, o rei de Leon Vermudo III morre na batalha do vale de Tamaron. O conde Fernando era esposo de dona Sancha, irmã do ultimo rei de Leon Vermudo III. Em 22 de junho de 1038 o conde Fernando Sanchez é coroado como rei de Leon.
No reajuste territorial que se seguiu a esta coroação uma grande parte do condado de Castela foi entregue ao governo de seu irmão, o rei Garcia Sanchez, que desde a capital de Nájera, reinava em Pamplona, Nájera ou toda La Rioja. O rei Fernando I reinava no reino de Leon e em Burgos.
Em 01 de setembro de 1054 se enfrentam na fronteira de ambos os reinos, nos campos de Atapuerca, os dois reis irmãos, resultando na morte de Garcia, e com a vitoria de Fernando a conseqüente revisão da fronteira. Correspondeu a Diego Laínez (pai de Rodrigo Diaz, de Vivar) atuar como capitão de fronteira no setor norte de Burgos com o avanço e ocupação das fortalezas de Ubierna, Urbel e La Piedra, reintegrando-as a Castela.
Em 24 de julho de 1064 o rei Fernando I conquista Coimbra, em terras portuguesas.
Em 27 de dezembro de 1065 o rei Fernando I morre em Leon. O reino de Leon foi então dividido entre seus filhos, por vontade do rei Fernando I expressa em finais de 1063. Os filhos por ordem de nascimento eram: Urraca, Sancho, Elvira, Alfonso e Garcia.
A Sancho coube as antigas terras do condado de Castela.
A Alfonso coube as terras leonesas incluindo o condado de Carrion e as terras asturianas. A Garcia coube Galicia e Portugal.
Em 07 de novembro de 1067 morre a rainha dona Sancha, esposa de Fernando I e mãe dos três reis (Sancho, Alfonso e Garcia). Até esta data havia paz entre os três irmãos.
Desde o inicio de 1072, Sancho recuperara territórios e era rei de Castela, de Leon e de Galicia. Por volta de setembro de 1072 a autoridade de Sancho II era desafiada pela cidade de Zamora, que estava sob o comando de sua irmã Urraca. No domingo, 07 de outubro de 1072, um cavaleiro da cidade de Zamora, chamado Bellido Dolfos, surpreendeu e matou o rei Sancho II.
Em novembro de 1072, Alfonso é reconhecido como rei em Leon, Castela e Galicia.
Em maio de 1080 foi celebrado em Burgos um concilio presidido pelo cardeal Ricardo, delegado pelo Papa Gregorio VII. Neste concilio se aceitou o rito romano para todo o reino. Um documento de 8 de maio de 1080 registra a participação, neste concilio, do rei Alfonso e da rainha Constanza, as irmãs do rei Urraca e Elvira, vários bispos e abades, vários condes entre eles os dois irmãos de dona Jimena (esposa de Rodrigo Diaz , de Vivar) : o conde Rodrigo Díaz ( homônimo de El Cid) e Fernando Díaz. Participaram também outros magnatas, entre eles Rodrigo Diaz, de Vivar.
Em 05 de dezembro de 1082 ocorre a morte violenta de Ramón Berenguer II, o chamado Cabeza de Estopa
. Os autores do crime nunca foram descobertos, mas a historia tem atribuído o assassinato a seu irmão Berenguer Ramón, que foi vencido na batalha de Almenar, e que passou a ser chamado, pela historia, de o Fraticida
.
Em 06 de janeiro de 1083, o rei Alfonso VI sofre em Rueda, fortaleza próxima à Zaragoza, a traição de Albofalac que era responsável pela fortaleza e quase consegue colocar o rei Alfonso VI em uma emboscada. Durante a armadilha de Rueda, faleceu o infante Sancho Garcia, cujo filho Ramiro viria a se casar com Cristina, a filha mais velha de Rodrigo Diaz, de Vivar. Este Sancho Garcia acompanhava o irmão Ramiro na expedição enviada por Alfonso VI à Rueda. Este Sancho Garcia era filho ilegítimo do rei Garcia de Nájera e irmão do rei Sancho de Penalen.
Em 25 de maio de 1085 o rei Alfonso VI conquista Toledo.
Em fins de 1085 ou inicio de 1086 morre o rei amigo de El Cid Rodrigo Diaz de Vivar, al-Mutamin , rei de Zaragoza, sendo sucedido pelo filho, Ahmad al-Mustain.
Em fevereiro de 1086, al-Qadir é entronizado em Valência.
Em junho de 1086, o rei Alfonso VI sitia Zaragoza.
Em 30 de junho de 1086 os primeiros almoravidas ocupam Algeciras e em 03 de julho de 1086 o próprio emir Yusuf desembarca.
Na sexta-feira, 23 de outubro de 1086, o exercito de Alfonso VI enfrentou o exercito almoravida, no campo de al-Zallaka, que os cristãos chamavam de Sagrajas. Os cristãos sofreram dura derrota e o próprio rei Alfonso VI saiu ferido.
Durante o ano de 1088 temos a segunda vinda do emir Yusuf à Espanha.
Em junho de 1090 o emir africano Yusuf ibn Texufin aparece pela terceira vez na Espanha, e desembarca em Algecira.
Em 08 de setembro de 1090 o emir Yusuf já se encontrava às portas de Granada. Depois de ocupar a cidade, deixou seu primo Sir ibn Abu Bakr como governador, e regressou à África.
Por volta de junho de 1091 os muçulmanos ocupam al-Andalus. Ante o pedido de socorro de al-Mutamid, o rei Alfonso VI enviou um exercito sob o comando de Alvar Fanez, que chegou até Almodovar del Rio, onde foi derrotado pelos muçulmanos. No castelo de Almodovar se havia refugiado a famosa moura Zayda, viuva do filho de al-Mutamid, o chamado al-Mamun ibn al-Mutamid, que havia caído defendendo Cordoba frente aos muçulmanos; Zayda logrou refugiar-se entre as forças cristãs. Acolhida por Alfonso VI e tendo recebido a fé cristã, se converteu em esposa deste, sob o nome de Isabel, de cujo enlace nasceu o infante Sancho, que morreria ainda moço na batalha de Uclés em 1108.
Em 28 de outubro de 1092 os almoravidas tinham entrado em Valencia e o rei al-Qadir, traído por alguns valencianos, foi assassinado. Cresce o poder do cadi Yafar ibn Yahhaf.
Em agosto de 1094, Yusuf Ibn Texufin decide enviar suas forças contra El Cid. As tropas concentradas em Ceuta começaram a atravessar o estreito e desembarcar na Península.
Em 14 de outubro de 1094 os muçulmanos já acampados entre Cuarte e Mislata, celebraram a festa da ruptura do ramadã.
Em 26 de novembro de 1096, o rei de Aragão, Pedro I, conquista Huesca.
Em dezembro de 1096, evidencia-se a ameaça almoravida sobre Valencia.
Em janeiro de 1097, derrota do exercito almoravida em Bairén.
Em março de 1097, poucos meses depois da derrota de seu exercito em Bairén, o emir Yusuf ibn Texufin cruza o estreito de Gibraltar pela quarta vez para comandar pessoalmente suas tropas.
Em 15 de agosto de 1097 acontece em Consuegra, o choque bélico entre o exercito almoravida sob comando de Muhammad ibn al-Hayy e o exercito cristão sob o comando do rei Alfonso VI. A batalha de Consuegra foi a segunda grande derrota pessoal de Alfonso VI frente aos almorávidas.
No segundo semestre de 1097, depois da batalha de Consuegra, as forças do emir Yusuf alcançaram uma segunda vitória sobre os cavaleiros de Alfonso VI, vencendo em Cuenca ao cristão Alvar Fañez. Em seguida marcharam em direção a Alcira onde encontraram e quase exterminaram uma divisão do exercito de El Cid, o qual não estava presente.
Em fins de 1097 o emir Yusuf ibn Texufin regressava a Marrocos satisfeito com as suas três vitórias: Consuegra, Cuenca e Alcira. Embora de alcance limitado, estas vitórias serviram para restauram seu prestigio que fora abalado pelas duas grandes derrotas para El Cid: em Cuarte e em Bairén.
Em 15 de julho de 1099 as cruzadas conquistam Jerusalém.
Em 29 de julho de 1099 morre o Papa Urbano II.
Em fins de agosto de 1101 os almoravidas avançam em direção a Valencia.
Em março de 1102 o rei Alfonso VI recebe pedido de socorro e se põe em marcha rumo a Valencia, que estava sitiada a sete meses pelos almoravidas..
Em abril de 1102 depois de lutar contra os almoravidas, o rei Alfonso VI decide abandonar a cidade de Valencia e ordenar a retirada para Castela.
Em 05 de maio de 1102 Valencia é ocupada pelos almoravidas.
Região de Origem, Nascimento, Ascendência
RODRIGO DÍAZ, nasceu cerca de 1049 em Vivar, Burgos, Espanha.
Rodrigo Díaz passou depois a ser chamado de Rodrigo Diaz de Vivar, para diferenciar do homônimo e cunhado Rodrigo Diaz, irmão de Jimena Diaz.
Cerca de 1054, Diego Lainez, pai de Rodrigo Diaz de Vivar, recupera do poder dos Navarros o castelo de
Ubierna, e Urbel e La Piedra. Êle lutou com os Navarros em luta aberta e os venceu.
Cerca de 1058 morre Diego Lainez, e então Rodrigo Diaz de Vivar passa a criar-se no Palacio com os
filhos do rei Fernando I. Rodrigo desenvolve uma boa amizade com o principe Sancho, filho do monarca.
Ascendência de Rodrigo Diaz, de Vivar:
Para a indicação da ascendência, a numeração utilizada é a Ahnentafel, onde o numero do pai é o dobro do numero do