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Memórias de Pioneiros: Uma impressionante aventura às margens do Rio Caratinga
Memórias de Pioneiros: Uma impressionante aventura às margens do Rio Caratinga
Memórias de Pioneiros: Uma impressionante aventura às margens do Rio Caratinga
E-book268 páginas2 horas

Memórias de Pioneiros: Uma impressionante aventura às margens do Rio Caratinga

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Sobre este e-book

Memórias de pioneiros: uma impressionante aventura às margens do Rio Caratinga, é um relato baseado na história e na cultura, que busca apresentar ao leitor a importância dos pioneiros e também sua força, a partir de suas memórias, durante os seus trabalhos desenvolvidos no antigo Bananal Grande, no distrito e município de Tarumirim, no período do século XX.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento18 de fev. de 2022
ISBN9786558404330
Memórias de Pioneiros: Uma impressionante aventura às margens do Rio Caratinga

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    Memórias de Pioneiros - Mauro Bomfim

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    Copyright © 2021 by Paco Editorial

    Direitos desta edição reservados à Paco Editorial. Nenhuma parte desta obra pode ser apropriada e estocada em sistema de banco de dados ou processo similar, em qualquer forma ou meio, seja eletrônico, de fotocópia, gravação, etc., sem a permissão da editora e/ou autor.

    Revisão: Marcia Santos

    Capa: Maria Inês Bomfim

    Diagramação: Valter Guia dos Santos

    Edição em Versão Impressa: 2021

    Edição em Versão Digital: 2021

    Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP)

    Índice para catálogo sistemático

    Conselho Editorial

    Profa. Dra. Andrea Domingues (UNIVAS/MG) (Lattes)

    Prof. Dr. Antonio Cesar Galhardi (FATEC-SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Benedita Cássia Sant’anna (UNESP/ASSIS/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Carlos Bauer (UNINOVE/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Cristianne Famer Rocha (UFRGS/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. José Ricardo Caetano Costa (FURG/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. Luiz Fernando Gomes (UNISO/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Milena Fernandes Oliveira (UNICAMP/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Ricardo André Ferreira Martins (UNICENTRO-PR) (Lattes)

    Prof. Dr. Romualdo Dias (UNESP/RIO CLARO/SP) (Lattes)

    Profa. Dra. Thelma Lessa (UFSCAR/SP) (Lattes)

    Prof. Dr. Victor Hugo Veppo Burgardt (UNIPAMPA/RS) (Lattes)

    Prof. Dr. Eraldo Leme Batista (UNIOESTE-PR) (Lattes)

    Prof. Dr. Antonio Carlos Giuliani (UNIMEP-Piracicaba-SP) (Lattes)

    Paco Editorial

    Av. Carlos Salles Bloch, 658

    Ed. Altos do Anhangabaú, 2º Andar, Salas 11, 12 e 21

    Anhangabaú - Jundiaí-SP - 13208-100

    Telefones: 55 11 4521.6315

    atendimento@editorialpaco.com.br

    www.pacoeditorial.com.br

    AGRADECIMENTOS

    Familiares dos biografados pela cessão de fotos e arquivos.

    Sumário

    Folha de rosto

    Agradecimentos

    Apresentação

    Altivo Sturzeneker

    Alberone Albergaria

    Professor Antonio Guimarães

    Antonio Natividade de Sena Toniquinho

    Afrânio de Paula Bomfim

    Edgard de Mello

    Padre Geraldo Majela do Carmo

    Heli de Andrade

    Dr. Jaeder Albergaria

    João Medeiros

    João de Oliveira Netto

    Padre João Pina do Amaral

    Dr. Joaquim Nobrega da Motta Dr. Quinzinho

    José Pereira da Cunha Sobrinho Sr. Zizinho

    Dona Lubres Toledo

    Manoel Martins Toledo Manoel Albertino

    Mario Estanislau de Souza

    Mário Esteves de Sousa

    Odin Indiano do Brasil Americano

    Pedro Lima de Miranda, o Pedro Miranda

    Capitão Plautino Soares

    Raymundo Soares de Albergaria Filho

    Dr. Sebastião Anastácio de Paula

    Sebastião Augusto de Assis Tãozinho Assis

    Sebastião Victor da Rocha, Tatão Rocha

    Sílvio Claudino de Oliveira

    Sotero Ignácio Ramos

    Symphonio Vicente Bomfim Major Sinfrônio

    Pastor Waldemar Pereira Vaz

    Xenophonte Teixeira De Oliveira

    Página final

    APRESENTAÇÃO

    A história de um lugar escreve-se principalmente pela bravura indômita, pelo tirocínio, o talento e a cultura de homens e mulheres que, em tempos imemoriais, amassaram o barro para moldar o futuro e o progresso de uma cidade.

    Da simples enumeração desses homens e mulheres de fibra cívica, que fincaram raízes em nosso território no alvorecer do Século XX, até edificarem pedra sobre pedra, tijolo sobre tijolo, construindo sonhos e esperanças, sobressai a certeza inabalável de uma verdade eterna: são desbravadores, beneméritos e pioneiros.

    A força indomável de nossos pioneiros é retratada nesse livro, que aborda a saga, a epopeia, os lances dramáticos e históricos do antigo Bananal Grande, do Patrimônio do Cunha, do distrito e município de Tarumirim.

    O implacável destino que marca a hora e a vez dos homens, as vocações do serviço às grandes causas despertadas no espírito e vocação desses bravos, o testemunho pessoal de quem fala com a voz do coração.

    São esses momentos que atingem graus de celsitude na vida histórica da localidade, as circunstâncias que orientavam as ações dos homens de boa vontade, a coragem e a ousadia de penetrar um território bravio, coberto de matas e endemias, o rompimento dos diques do atraso para inundar o lugar com as poderosas correntes do progresso, são instantes que não podem ser simplesmente varridos pela poeira do tempo, sem que estejam gravados para a posteridade.

    Sem líderes, não se faz a história. São esses bravos combatentes que adubam as sementes do desenvolvimento para que as gerações vindouras as vejam florescer e dar frutos.

    O leitor tem à sua frente um painel, um mosaico, uma multifacetada vestimenta costurada e tecida pacientemente, durante mais de oito décadas, por homens e mulheres calejados pelo sol, chuva e ventanias, madrugando no serviço comunitário.

    São fazendeiros, sacerdotes, médicos, mestres de obras, magistrados, farmacêuticos, comerciantes, advogados, professores, cujos retratos se descortinam na galeria dos vultos de nossa história.

    As escusas do autor pela seleção de 30 pioneiros e beneméritos. Certamente poderiam ser 50,100 ou 200, homens e mulheres de seu tempo, que forjaram nosso passado para a modelagem do futuro. Uma produção literária tem, sim, a carga subjetiva do autor, o critério de seleção, que procurou, na série que preconizamos, ser o mais justo possível.

    São pioneiros os que sempre renovaram o compromisso de permanecer fiel às responsabilidade que se colocavam à sua frente de participar decididamente na consolidação dos valores fundamentais da formação de nosso território, de nossa emancipação e de nosso progresso.

    Os que sacrificaram seus próprios interesses pessoais, para se doarem à causa comunitária e à vida social de nosso lugar.

    São pioneiros os que jamais perderam a capacidade de sonhar com o futuro da terra que Deus criou, que o povo consagrou e que São Sebastião abençoou.

    O Autor

    Janeiro de 2021.

    Felizes nós que nos vemos, e revemos nas coisas, nelas fixamos o tempo que se escoa inexorável, na sucessão efêmera dos instantes, e podemos pela imaginação e pela memória reviver na saudade o que passou e não voltará mais... (Afrânio Peixoto).

    À minha primeira professora, Maria das Graças de Paula (filha de dona Santinha).

    ALTIVO STURZENEKER

    Sturzeneker. Um sobrenome difícil de se pronunciar, quase um palavrão no bom sentido.

    Esse clã familiar veio da Suíça, país que nos legou a expressão Cantão para designar lugares que eram verdadeiras cidades-Estado com governo e moeda próprias naquela região da Europa, os chamados Cantões Suíços.

    A primeira leva de imigrantes suíços estampando o pomposo nome Sturzeneker chegou ao Brasil nos idos de 1865 atracando de navio no porto do Rio de Janeiro.

    Altivo Sturzenecker, o Altivo Suiço, esposa Efigênia e filhos, aparecendo as gêmeas Iracema e Iracyr, irmãs de Caridade

    A explosão demográfica naquele pequeno país de dimensão territorial, as guerras napoleônicas e a terrível praga conhecida como ‘doença da batata’ que arrasou as plantações, foram os principais fatores que forçaram a imigração para a América e o Novo Mundo.

    Foi atormentado por essas enormes dificuldades naquele longínquo ano de 1865 que Johan Sturzeneker deixou o país famoso pelos seus bancos, pelo chocolate e pelos relógios e tão logo pisou no cais Pharoux, nas proximidades do Paço Imperial onde o culto imperador Dom Pedro II ainda fazia seus despachos, pensou logo como ganhar a vida nesse país tropical, ao contrário da friorenta região dos Alpes.

    No trem da Central do Brasil, embarcou no vagão de passageiros pelo ramal da Estrada de Ferro Leopoldina cujos trilhos, passando por Três Rios até Ponte Nova, já alcançavam a estação de Raul Soares e aí era vencer mais um bom trecho a cavalo para Caratinga.

    O velho patriarca suíço se estabelece em Caratinga. Ali Johan Sturzeneker se casou e teve seis filhos, um dos quais, Altivo, se mudou em 1914 para o recém emancipado distrito de Tarumirim, pertencente ao município de Caratinga.

    Já dominava a profissão de carpinteiro e por isso mesmo fácil imaginar que o novo distrito muito requisitaria seus preciosos serviços na construção de novas casas e estabelecimentos comerciais.

    Altivo Sturzeneker tinha um sobrenome tão difícil de pronunciar pela gente do lugar que logo logo virou o Altivo Suíço para o vulgo popular.

    As mãos mágicas do carpinteiro Altivo Sturzeneker, tocadas certamente pela inspiração divina, o levaram a construir a primeira antiga matriz da Igreja Católica em frente à velha cruz de madeira que Antônio Cunha plantou no largo principal onde hoje é o cartão postal da cidade, a bela Praça Monsenhor Horta.

    A velha Matriz construída por Altivo Suiço em 1910, tendo à frente o Apostolado da Oração

    A arquitetura da antiga igreja lembrava um chalé suíço, fruto talvez das lembranças dos antepassados do excepcional carpinteiro.

    Naquele tempo o primeiro padre do antigo Curato de Tarumirim era o padre Raimundo Rodolfo Corrêa e na matriz antiga se reuniam a Pia União das Filhas de Maria e o Apostolado da Oração.

    Na década de 1910, Altivo Suíço era o faz tudo e pau pra toda obra no antigo distrito: delegado, carcereiro, mestre de obras.

    Trabalhava dia e noite no lugarejo onde tudo faltava. E agia nas suas atividades com a precisão certeira dos ponteiros dos relógios suíços.

    As estradas de difícil acesso ligavam dificilmente Caratinga ao distrito de Tarumirim por velhos e tortuosos trechos. Ainda não existia a Rio Bahia e o rancho das tropas atravessava a região de Santana do Imbé, atual Imbé de Minas em direção à região da Barra e Novo Horizonte, na divisa dos distritos entre Inhapim e Tarumirim.

    Ora margeando o Rio Caratinga também chamado de Rio Cuieté, adentrando a região de Alvarenga, antiga Floresta, dali era possível alcançar a famosa região do degredo de Cuieté, transformado em destacamento militar e onde havia grande quantidade de ouro e pedras preciosas.

    Altivo Suíço chegou a trabalhar no antigo povoado do Lajão, atual município de Conselheiro Pena, nas franjas da barra do Cuieté por onde se alcança o caudaloso Rio Doce.

    No Lajão o exímio carpinteiro construiu várias casas e edificou o famoso Hotel Renascença.

    Em Tarumirim, Altivo já era viúvo e tinha o filho José do primeiro casamento, quando então se casou com Efigênia e teve mais sete filhos: Mário, casado com Raymunda Soares, a Dazinha, uma das filhas do capitão Plautino Soares e ainda os filhos: Nair; as gêmeas Iracema e Aracy, que se tornaram irmãs de caridade; Ader, bacharel em economia; Sebastião e Newton Sturzeneker, este último um dos maiores criadores de cavalo mangalarga marchador do país, proprietário do Haras Porto Azul no Espírito Santo e que faleceu em novembro do ano passado aos 91 anos de idade.

    Um velho relógio suíço, do tipo carrilhão, já era um ornamento apreciado em algumas casas do lugar. Em algum dia daquele longínquo ano de 1932, quando o relógio batia a sexta badalada anunciando a Hora do Ângelus, a morte, a indesejada das gentes no dizer do magistral Machado de Assis, rondava com sua sombra negra as poucas ruas do distrito e então levou o velho carpinteiro.

    O coração de Altivo Sturzeneker assim parou de bater como se acabasse a última corda de um relógio suíço.

    ALBERONE ALBERGARIA

    Um dos grandes vultos de nossa história, o farmacêutico e chefe político Alberone Albergaria é daqueles varões dignos de realçar seus feitos históricos, tais os notáveis homens da Grécia Antiga descrita pelo historiador Tucídides ou os heróis romanos assinalados nos Anais de Tácito.

    Imagens que ficaram imperecíveis na memória de todos os tarumirinenses.

    A família Albergaria é originária de Portugal, e presume-se que seus primeiros integrantes, no Brasil, tenham chegado a Minas Gerais, ainda no século XVIII. Um clã descendente de D. Paio Delgado, que viveu em Portugal na segunda metade do século XII e instituiu uma albergaria –como eram chamadas as casas de hóspedes naquele período medieval -, na freguesia de São Bartolomeu, arredores de Lisboa, a qual foi conhecida por Albergaria de Paio Delgado, e dela tiraram o apelido de seus descendentes.

    Os irmãos Albergaria – Dr. Raymundo, Dr. Jaeder e Alberone –, beneméritos de Tarumirim, vieram do antigo distrito de Vermelho Velho, município de Raul Soares. Estão entre os primeiros moradores e governantes de Tarumirim, que muito trabalharam pelo engrandecimento do município. Destacaram-se na política, sendo Dr. Raymundo, Dr. Jason e o sobrinho deputados estaduais e Dr. Jaeder deputado federal.

    Nascido em Vermelho Velho nos idos de 1906, filho de Raimundo Soares de Albergaria e Guilhermina de Freitas Albergaria, o farmacêutico e bioquímico Alberone Albergaria saiu do município de Raul Soares para estudar no famoso Ginásio Leopoldinense, em Belo Horizonte, ingressando, logo depois, na Faculdade de Farmácia, tendo concluído o curso, em 1924, com apenas 19 anos de idade.

    Nos anos 40 a impecável Farmácia Santa Maria

    Ao chegar a Tarumirim nos anos 30, se estabeleceu no ramo farmacêutico, e, durante muitas décadas, a famosa placa da Farmácia Santa Maria, sob o comando do novo profissional, que, por sua sabedoria e domínio da ciência, foi capaz de aliviar dores, curar doenças, salvar vidas e se revelar como lenitivo não só para as doenças do corpo, mas para as carências de muitas almas e corações. Ali, era o centro de gravidade da política local. E mais do que isso, o lócus da vida social, cultural e comunitária da pacata cidade que acabara de se emancipar em 1938.

    Um dos homens mais elegantes que já pisaram em nossa terra, a não ser no vestíbulo e na intimidade de seus aposentos, na antiga casa da Praça da Matriz, não tirava o paletó e gravata para nada. Em noites engalanadas, à luz dos velhos lampiões iluminados à base de querosene, o impecável terno de casimira inglesa e a gravata plastrom, colarinho engomado e um lenço se destacando no corte à altura do ombro esquerdo, atravessava Alberone Albergaria a praça até o casarão de Plautino Soares para declamar versos e ouvir a boa música nos saraus literários de então. Ali, era possível divisar sua elegante figura, numa noite de primavera, o ainda jovem, mas sempre sisudo Alberone Albergaria declamando suas quadrinhas e versos, apesar de sua inseparável discrição e retraimento, em homenagem à primavera cobrindo das agrestes silvas e pastagens, não mais o canto da graúna, entre a ramagem do laranjal em flor.

    Assim como seus irmãos Raimundo e Dr. Jaeder fizeram

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