O Metro Do Amor Tóxico - Romance: Com O Apêndice De: Il Fu D’aiazzo – Conto
()
Sobre este e-book
Entretanto também na América alguém tenta, mais vezes, de matar o poeta, sempre mascarando as próprias tentativas por fortuitos incidentes; por último é o condutor dum pesado autocarro que tenta assassina-lo procurando de gritar e deitar abaixo para um viaduto o automóvel sobre o qual Norma o levava à cerimónia da entrega de prémios; e se Ranieri consegue ainda uma vez escapar à morte, são todavia atingidas, de varias formas, outras pessoas, primeiro John Crispy, grande corretor dos Estados Unidos que manobra as finanças internacionais e administra os bens de Donald Montgomery, jovem director do FBI de New York de carácter álgido, que se revelará alias erotomaníaco; este é candidato do próprio partido para o senado dos Estados Unidos: ele talvez odeia o seu administrador porque está prestes a casar com a sua mãe, a mulher mais rica da América, almejando verosimilmente a disputar a herança da mulher. Enquanto se procuram os mandantes das tentativas criminosas contra Ranieri e do delito Crispy, um facto aparece a um certo ponto seguro, que o poeta transformou-se, contra a sua vontade, um peão dum jogo de xadrez criminal internacional, que diz respeito particularmente a Itália, país aliás presa, naquele 1969, por violências sociais e desordens civis. Numerosos são os lances teatrais no decurso do romance, entre outras pessoas julgadas certamente defuntos reaparecem em cena vivas, enquanto figuras julgadas honestas revelam-se repugnantes e niilistas. O comandante adjunto da polícia Vittorio D’Aiazzo, fraterno amigo de Ranieri Velli, é ordenado pelos seus superiores para ocupar-se do caso e desloca-se para New York para investigar ao lado de Donald Montgomery. O polícia italiano será determinante na solução do caso; será ainda mais um dos salvadores da vida do poeta, entretanto raptado e brutalmente violentado pelo imprevisível artífice do gigantesco plano criminoso. Em apêndice o conto “Il fu D’Aiazzo”, cujas vicissitudes dizem respeito as mesmas personagens Velli e D’Aiazzo e são sucessivamente poucas daquelas do romance.
Guido Pagliarino
Guido Pagliarino è laureato in Economia e Commercio all’Università di Torino con una tesi di ricerca storica pubblicata a cura dell’Istituto di Storia Economica e Sociale. Di particolare interesse durante i suoi studi erano state la medesima disciplina e la Storia delle dottrine economiche e sociali, sotto le guide dei compianti professori Carlo Cipolla e Mario Abrate. Negli anni, insieme ad altri interessi culturali, è continuato quello storico e Pagliarino ha pubblicato diversi saggi su pensiero e storia cristiani. È autore inoltre di romanzi e versi. Per la sua opera edita fin al 1996, nel 1997 gli è stato assegnato il "Premio della Cultura della Presidenza del Consiglio dei Ministri". Trascurando i volumi più antichi, l'autore ha pubblicato negli anni 2000 i seguenti libri, in parte scritti nel decennio precedente: a) Editi dalla 0111 Edizioni: Il mostro a tre braccia e I satanassi di Torino, due romanzi brevi, 2009 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) ISBN 978-88-6307-195-5 - Svolte nel tempo, 2011 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) (PRIMO ASSOLUTO sezione "Narrativa edita" al Premio Creativa VI Edizione : http://www.edizionicreativa.it/content/cms/db/pages/54/risultati%20premio%20creativa.pdf ) libro: ISBN 978-88-6307-350-8 e-book: ISBN 978-88-6578-039-8 b) Editi da GDS Edizioni: - Vittorio il barbuto, romanzo breve, 2010 ISBN 9788896961537 - Creazione ed Evoluzione, saggio, 2011 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) (MENZIONE SPECIALE DELLA GIURIA al "Premio Nazionale di Arti Letterarie 2010, sezione inedito": http://www.pagliarino.com/images/premio_10_arti_letter_500x364.JPG ) Edito, FINALISTA premiato con diploma al "Concorso Mario Pannunzio 2011": ( http://www.pagliarino.com/premio3_Pannunzio_finalista_2011.htm ) Edito FINALISTA premiato con medaglia e diploma al "Premio Marchesato di Ceva 2014" ( http://www.pagliarino.com/premio_Marchesato_Ceva_finalista_2014.htm ) libro: ISBN 97888896961759 e-book: ISBN 978-88-96961-82-7 - Il terrore privato, il terrore politico, romanzo, 2012 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) (ROMANZO 2° CLASSIFICATO al Premio internazionale Marguerite Yourcenar 2013 Punctum Literary Agency.eu : http://www.pagliarino.com/images/Premio_Yourcenar_Pagliarino_tra_i_5_finalisti.jpg ) libro ISBN 978-88-97587-62-0 e-book ISBN 978-88-97587-71-2 - Sindòn la misteriosa Sindone di Torino, saggio, 2013 (© Editrice GDS) (("Menzione d'onore della Giuria" al "Premio Nazionale di Arti Letterarie Città di Torino" - X Edizione: http://www.pagliarino.com/Sindon_segnalazione_pr_Arti_letter.htm ) libro ISBN 978-88-67820-55-9 e-book ISBN 978-88-67820-88-7 c) Editi dalla Prospettivaeditrice: - La vita eterna; sull’immortalità tra Dio e l’uomo, 2002 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) (PRIMO ASSOLUTO AL "PREMIO CITTA' DI TORINO 2003": http://www.pagliarino.com/premio2003_c_torino.htm ) ISBN 88-7418-106-X - Gesú, nato nel 6 ‘a.C.’ crocifisso nel 30, 2003 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) ( Segnalazione di Merito al "PREMIO PER LA PACE 2004" del Centro Studi Cultura e Società : http://www.pagliarino.com/premio_pace-2004_gesu'.htm ) ISBN 88-7418-072-1 - Cristianesimo e Gnosticismo; 2000 anni di sfida, 2003 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) Secondo Premio Saggistica al Concorso "Città di Salò" 2005 : http://www.pagliarino.com/premio_salo'_2005.htm ) ISBN 88-7418-177-9 - Il giudice e le streghe, romanzo, 2006 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) (Targa e diploma - Menzione d'onore al "Premio Letterario Nazionale Di Benedetto 2009" :http://www.pagliarino.com/prem_De_Bened-09.htm ) ISBN 978-88-7418-359-3 - Le indagini di Giovanni Marco cittadino romano, romanzo, 2007 (FUORI CATALOGO © GUIDO PAGLIARINO) (Premio Speciale della Critica al Premio Letterario Nazionale "Alfonso Di Benedetto" 2008 : http://www.pagliarino.com/premio-A-Di-Benedetto-2008_indag-Giov-Marc.htm Premiato al Premio "Aldo Cappelli - Romanzo storico" - Concorso Nazionale Letterario GARCIA LORCA : http://www.pagliarino.com/pr_g_lorca-2_capelli_giov_marco.htm ) ISBN 978-88-7418-343-7
Leia mais títulos de Guido Pagliarino
Criação E Evolução: Um Confronto Entre Evolucionismo Teísta, Darwinismo Casualista E Criacionismo - Ensaio Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVittorio O Barbudo: Romance Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Investigações De João Marcos Cidadão Romano: Romance Histórico Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Relacionado a O Metro Do Amor Tóxico - Romance
Ebooks relacionados
Ransom, Detetive Privado Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAté você saber quem é Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAs Vii Mona Lisas Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs Primeiros Amores de Bocage Comedia em Cinco Actos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSol de Inverno ultimos versos : 1915 Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Sombra Da Torre Do Sino: A Impressora - Primeiro Episódio - Segunda Edição Nota: 0 de 5 estrelas0 notasUma luz na noite de roma Nota: 0 de 5 estrelas0 notasViagens sem pressa pela Espanha Nota: 0 de 5 estrelas0 notasO homem do casaco vermelho Nota: 0 de 5 estrelas0 notasOs melhores contos de Edgar Allan Poe Nota: 0 de 5 estrelas0 notasComo ler Maquiavel: A arte da política Nota: 0 de 5 estrelas0 notas7 melhores contos de Artur de Azevedo Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVitória Nota: 4 de 5 estrelas4/5O espírito da prosa: Uma autobiografia literária Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVerão Perigoso [The Dangerous Summer] Nota: 0 de 5 estrelas0 notasMinha guerra alheia Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSá de Miranda Com uma carta ácerca da "Bibliographia Camilliana" de Henrique Marques Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSol De Inverno Nota: 0 de 5 estrelas0 notasFrankenstein: ou o Prometeu Moderno Nota: 0 de 5 estrelas0 notasContos de Imaginação e Mistério Nota: 0 de 5 estrelas0 notasAS ASAS DA POMBA Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDespedidas: 1895-1899 Nota: 0 de 5 estrelas0 notasWalter Benjamin: os cacos da história Nota: 5 de 5 estrelas5/5Em defesa do fervor Nota: 0 de 5 estrelas0 notasDe Paris: Domício da Gama, estabelecimento do texto, notas e introdução Franco Baptista Sandanello Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSá de Miranda e a sua Obra Nota: 0 de 5 estrelas0 notasBartleby, o escriturário Nota: 0 de 5 estrelas0 notasCentro Histórico – Porta Palazzo E Arredores 1990: Conto Coral Em Versos Nota: 0 de 5 estrelas0 notasSherlock Holmes - Obras Extracanônicas Nota: 2 de 5 estrelas2/5Singularidades de uma Rapariga Loira Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Investigações Policiais para você
Atraídas (Um Mistério de Riley Paige – Livro#4) Nota: 5 de 5 estrelas5/5A mentira mora ao lado (Um mistério psicológico de Chloe Fine – Livro 2) Nota: 3 de 5 estrelas3/5Cálculo mortal Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sem Pistas (um Mistério de Riley Paige –Livro 1) Nota: 4 de 5 estrelas4/5Celebração Mortal Nota: 5 de 5 estrelas5/5Sem Saída (Um Mistério de Riley Paige—Livro 13) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Perdidas (Um Mistério de Riley Paige – Livro 10) Nota: 5 de 5 estrelas5/5A próxima porta (Um mistério psicológico de Chloe Fine – Livro 1) Nota: 5 de 5 estrelas5/5O Jogo do Assassino (Clube do crime) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasVizinho Silencioso (Um Suspense Psicológico de Chloe Fine – Livro 4) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Abatidos (Um Mistério de Riley Paige—Livro 9) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Assassinatos Na Igreja Nota: 5 de 5 estrelas5/5A Espera (Os Primórdios de Riley Paige—Livro 2) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Se Ela Soubesse (Um Enigma Kate Wise—Livro 1) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA Mão Que Mata Nota: 3 de 5 estrelas3/5Antes Que Ele Peque (Um Enigma Mackenzie White—Livro 7) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Um Rastro De Esperança (Um Mistério de Keri Locke — Livro 5) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Razão Para Matar (Um mistério de Avery Black – Livro 1) Nota: 3 de 5 estrelas3/5O mistério da cruz egípcia (Clube do crime) Nota: 0 de 5 estrelas0 notasA corda do Diabo (Os Primórdios de Riley Paige—Livro 3) Nota: 4 de 5 estrelas4/5Razão Para Temer (Um mistério de Avery Black – Livro 4) Nota: 3 de 5 estrelas3/5Perseguida (Um mistério de Riley Paige—Livro 5) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Antes Que Ele Cobice (Um Enigma Mackenzie White—Livro 3) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Razão para Salvar (Um Mistério de Avery Black – Livro 5) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Esquecidas (Um Mistério de Riley Paige—Livro 8) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Arrebatadas (Um Mistério de Riley Paige—Livro #3) Nota: 4 de 5 estrelas4/5O Prédio Perfeito (Um Thriller Psicológico de Jessie Hunt—Livro 2) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Razão para Correr (Um mistério de Avery Black —Livro 2) Nota: 5 de 5 estrelas5/5Ilusão mortal Nota: 5 de 5 estrelas5/5Arsène Lupin: Cavalheiro Ladrão Nota: 0 de 5 estrelas0 notas
Categorias relacionadas
Avaliações de O Metro Do Amor Tóxico - Romance
0 avaliação0 avaliação
Pré-visualização do livro
O Metro Do Amor Tóxico - Romance - Guido Pagliarino
Índice
O Metro do Amor Tóxico - Romance
I Capítulo
II Capítulo
III Capítulo
IV Capítulo
V Capítulo
VI Capítulo
VII Capítulo
VIII Capítulo
IX Capítulo
X Capítulo
XI Capítulo
XII Capítulo
XIII Capítulo
XIV Capítulo
XV Capítulo
XVI Capítulo
XVII Capítulo
XVIII Capítulo
XIX Capítulo
XX Capítulo
XXI Capítulo
XXII Capítulo
XXIII Capítulo
XXIV Capítulo
XXV Capítulo
O Defunto D’Aiazzo - Conto
Guido Pagliarino
O Metro do Amor Tóxico
Romance
(© 1992 - 2019)
I Capítulo
Era 1 de Julho de 1969, uma terça-feira regressando no fim da tarde, tinha retirado um envelope grande no marco do correio. No momento tinha apenas observado que chegara via aérea duma desconhecida Alfio Valente Cultural Foundation – New York. Não tinha dado a devida importância àquele maço, sem pressa tinha subido em casa, um modesto apartamento no último andar dum velho prédio do centro histórico, pusera-me em liberdade e, finalmente, sentado na escrivaninha do quartinho que servia-me de escritório, tinha aberto o envelope. Tivera uma exaltante surpresa. Tinham-me atribuído o Brooklyn Alfio Valente Poetry Award pela minha obra poética traduzida e publicada nos Estados Unidos: um premio em dinheiro, nada menos de 5.000 dólares, um montante chorudo naqueles tempos; as despesas de estadia estavam pagas. Aqueles senhores americanos deviam nutrir grande confiança nos serviços dos correios, visto que não tinham-me advertido por registo internacional. Pediam-me, a assinatura do presidente Albert Valente, que tinha imaginado parente e teria sabido do filho defunto titular da Fundação, para confirmar telefonicamente a aceitação do premio e a minha presença à cerimonia da entrega. Tinha considerado, depois de ter dado uma olhadela no relógio e ter subtraído 6 horas às 17 e 38 minutos que marcava, que por causa da diferença do fuso horário em New York ainda era manhã. Tinha ligado para a central telefónica da única sociedade telefónica italiana daqueles tempos, a SIP, para que me conectassem à fundação: quanto à celeridade de chamadas internacionais, eram tempos de mamute, o utente devia recorrer a uma das telefonistas SIP e esperar que ela, depois de tantos minutos de espera como mínimo, no fim o conectasse com o distante numero graças a um circuito de comunicação operado a mão. Tinha pegado de novo e, esperando que o aparelho tocasse para advertir que estava em linha, tinha-me cozido ao fogo lento pela ideia do inesperado ganho que estava para chegar, realmente providencial porque a arte poética, como na sua natureza, não me rendia quase nada e vivia graças às contínuas colaborações num diário de Torino, La Gazzetta del Popolo, e à incerta posição de tradutor e editor duma casa editora, retribuído por empreitada por cada l4ivro. Pela verdade tinha também redigido um romance, potencialmente muito mais comercial que as obras em versos, e tinha até conseguido publicá-lo com a mesma casa editora de Torino pelo qual trabalhava, não sem o desgaste de umas tantas aproximações ao Khan dos Khan, como ousamos chamar entre nós o altivo e às vezes caprichoso proprietário: tinha tido muitos elogios da crítica, que não tinham enchido a minha carteira, e nenhum sucesso mercantil, tratando-se de uma obra de prosa poética mais que dum romance narrado
como editor, já hesitante em publicá-lo, tinha-me enfim comunicado, frisando o tom sobre a última palavra. É bom que eu antecipe alem de mais, não apenas tratando-se dum caso ligado à minha miséria condição económica daqueles tempos mas porque, como veremos, se teria revelado dramático para mim e até fatal para muitos cidadãos dos Estados Unidos e da Itália, que seis meses antes de receber o premio Brooklyn Alfio Valente, ao desejar mais dinheiro teria colhido a improvisa ocasião a mim oferecida por um poderoso para compor-lhe e vender-lhe, por uma relevante soma, uma vintena de sonetos em honra da sua querida, poesias que ele tinha a declarada intenção de fazer passar por fruto do seu talento com a namorada. Digo sem hesitação, sinto ainda hoje amargura por ter vendido a minha arte e, por um conjunto de circunstâncias derivadas, até dignidade e liberdade, ainda que, como melhor narrarei no seu devido tempo, teria sido punido moralmente e fisicamente.
Enquanto esperava de ser posto em comunicação com a fundação, a alegria tinha-me reduzido imediatamente: lendo de novo com mais atenção a carta, tinha notado que a data da entrega dos prémios estava próxima, nem sequer uma vintena de dias, e tinha verificado logo depois que o meu passaporte tinha inspirado validade. Um arrepio longo na coluna, textualmente, depois um acesso de ira: porquê tinham-me avisado no último momento? ! Dirigido portanto uma olhadela à data da expedição no envelope, tinha percebido que a fundação não era a culpada pelo atraso, a carta tinha partido a partir de New York há mais de duas semanas. Eh, sim, mas pelo menos de não ter enviado como carta com valor declarado isso sim, culpado, tinha-as de todas as formas lançado idealmente; e logo depois estava possuído com o incógnito descuidado – dos correios? Dum aeroporto? – Cujo devia a sucessiva complicação; para terminar tinha-me questionado se poderia obter a tempo a renovação do passaporte no comando da polícia, apesar de tudo, e, considerado que os prudentes Estados Unidos tinham-me exigido também um visto consular preventivo, tinham-me respondido: quase precisamente não; mas eis que tinha-me fulgurado uma esperança: … mas sim, pedirei ajuda ao Vittorio!
Comandante adjunto da polícia, Vittorio D´Aiazzo servia no comando policial de Torino, onde mesmo eu tinha operado às suas ordens antes de demitir-se poucos anos antes. Era um queridíssimo amigo, ou melhor o único que poderia ter; e sabia dele que eu mesmo, ambos de alma reservada, era o único verdadeiro amigo seu.
Imagina um pouco, tinha-me cada vez mais confortado, se, vista a importância da coisa, não se prodigalizará!
Certo, mas como alguma vez um indivíduo tranquilo como eu, antes longe disso que levado a um ofício armado, tinha entrado na polícia? Uma pessoa que tinha-se dedicado à arte métrica e a frequentíssimas leituras desde as medias, inspirada pelas traduções de Iliade del Monti e da Odisseia de Pindemonte – medias - ginnasio daqueles tempos -, um homem desejoso de alcançar a licenciatura em letras? Muito em breve dito: o clima familiar dos anos ᶦ40 do passado século era bem diferente daquele actual, era imprescindível pois para um rapazito o respeito da vontade de pai e mãe, e os meus pais não tinham-me absolutamente permitido de seguir aos ambicionados estudos clássicos e, com o seu sacrifício grande e enorme incompreensão, tinham-me encaminhado ao liceu secção de ciências, ilusão de fazer-me engenheiro e dedicar-me na mesma indústria automobilística da cidade onde trabalhavam eles mesmos como operários. Eu odiava a matemática e disciplinas científicas e tinha negligenciado aqueles estudos, tanto até para repetir o primeiro e o terceiro ano. Quase com os seus dezanove pois, lá para o meio daquele mesmo terceiro ano repetido, era 1952, não desejando sobrecarregar alem dos seus pais que estavam sacrificando-se inutilmente, tinha abandonado a escola e tinha entrado na Policia de Segurança Publica, como se chamava naquela altura a policia, desempenhando antes o serviço militar e depois ingressando no quadro permanente. Só muitos anos depois, expulsando o medo de ficar sem dinheiro tinha-me finalmente demitido, não deduzido o facto de ter que ganhar o grau e o melhor salário de vice brigadeiro. Permanecia aquela, efectivamente uma actividade que, com o seu perigo e os seus desordenados horários, estorvava a minha paixão pelas letras. Tinha sido movido de ter tido um discreto sucesso. Desde Dezembro de ᶦ57 tinha publicado o meu primeiro livro de líricas junto duma grande editora – revelarei depois o mistério dum acontecimento tão improvável – com sucesso da critica e a atribuição à antologia do celebre premio Versilia, secção estreia, graças a qual tinham-se vendido nada menos que trezentos e vinte e cinco copias; coisa muito importante, seguidamente ao premio tinha obtido, como jornalista publicista, colaborações literárias na Gazzetta del Popolo (jornal do povo) de Turim e a um par de notas semanais, com o crescimento da minha notoriedade. As minhas demissões tinham-me trazido posteriores frutos. Graças ao repleto tempo e as minhas frequentes colaborações, tinham sido publicados um poema e outras duas antologias de versos, estas compostas no decurso dos anos precedentes, àquele depois da minha demissão, e os meus versos tinham sido traduzidos em inglês e francês e publicados nos países europeus anglófonos e francófonos, nos Estados Unidos e em Canada. Sem largar o serviço, a vida de Ranieri Velli, a minha vida, provavelmente teria continuado a desenrolar duma à outra investigação sob as ordens do amigo, naquele tempo comissário, Vittorio D’Aiazzo, com poucas pausas de alegria literária, e não teria alcançado a verdadeira fama; pelo contrário contudo, não me teria encontrado nos últimos meses de ᶦ69, como veremos, entre os tristes protagonistas dum caso criminal internacional, pelo qual a Itália teria arriscado de cair, ainda uma vez, sob um regime ditatorial.
Tinha tocado o meu telefone. Era a comunicação com New York. Conhecia bem a língua inglesa, graças não só à escola mas a um curso intensivo de aprendizagem em Londres, muito cheio de termos judiciários, cujo tinha sido encaminhado pelo Vittorio num intercambio com oficiais inferiores de Scotland Yard. Não tinha tido nenhuma dificuldade em deixar-me compreender pela interlocutora americana: tinha pedido para falar com o senhor Valente explicando o motivo da chamada; não estava na sede e tinha-me passado a uma dirigente, lhe tinha confirmado a aceitação do premio e a minha presença à cerimonia da entrega dos prémios; e pelo menos esta tinha sido feita.
Agora a questão de fundo, o passaporte.
II Capítulo
Oh amicíssimo! Come é que vai a tua investigação sobre a poesia?
tinha-me saudado expansivo o doutor D’Aiazzo no seu forte sotaque napolitano, depois que tinha conseguido tê-lo em linha a partir da central telefónica do comando policial.
O premio chegou e poeta exige
tinha respondido com um improvisado hendecassílabo engraçado; e tinha precisado: venci um premio importante em New York.
Em tom comparticipante tinha-se felicitado, pois, intercalando alguma palavra no seu dialecto como às vezes fazia, e interpelando-me com o diminutivo que ele mesmo tinha a seu tempo inventado, tinha-me questionado: "va bbuo’¹ , Ran, felicitações a parte, o que precisa o´ poeta?² "
Seria pela data da entrega do premio que está próxima e pelo meu passaporte expirado.
"Não há problema. Deixa-mo ter