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V I D A D E I N D I O
V I D A D E I N D I O
V I D A D E I N D I O
E-book209 páginas1 hora

V I D A D E I N D I O

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Sobre este e-book

Além da história real que aconteceu entre o desterrado Afonso Ribeiro e a bela índia Uaricaá cujo casamento deu origem ao primeiro brasileiro fruto dessa miscigenação, temos que o livro conta a história de um desencontrado indio que se apaixona perdidamente pela filha do chefe dos Calças-Molhadas, Nanico-sou-chegado-na-égua, esposo da fogosa Dormindo-de-cuia-pra-cima que, desencantada com o folguedo do seu marido, decide se envolver com Cheiro-de-vela-apagada, mãe do mancebo apaixonado.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento10 de jun. de 2014
V I D A D E I N D I O

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    V I D A D E I N D I O - Romeu R. De Lima

    1

    2

    ROMEU R. DE LIMA é escritor com diversos livros publicados

    e recebeu o Prêmio de MÉRITO CULTURAL pela publicação do

    livro "OCÊ QUÉ SABÊ? – processo 1046/2007 da

    SECRETARIA DA CULTURA DO ESTADO DE SÃO

    PAULO.

    DEVIDAMENTE REGISTRADO NA FUNDAÇÃO

    BIBLIOTECA NACIONAL.

    REGISTRO: 673.055 Livro 1.297 folha: 326

    de 10 de março de 2015.

    3

    Dados Internacionais de Catalogação na

    Fonte.

    R103 R. de Lima, Romeu.

    Vida de Índio / Romeu R. de Lima. – 2014

    146 p.; 21cm.

    ISBN 978-15-0015-170-6

    1. vida, som, roberto. I. Título

    CDD: B869.3

    CDU: 82.7

    4

    ROMEU RODRIGUES LIMA, nome oficial, possui diversos

    diplomas e condecoraçoes. Dentre eles menciona-se:

    S.B.E.I. – Sociedade Brasileira de Educaçao e Integração;

    S.B.E.M. – Sociedade Brasileira de Estudos Municipalistas;

    Nonagésimo Aniversário da Imigração Japonesa no Brasil;

    Honra ao Mérito Campanha de Alimentação Complementar;

    Programa de Ação Cultural do Governo do Estado de São Paulo;

    Diploma da Secretaria de Esportes do Estado de São Paulo;

    Título de DOM ROMEU R. de LIMA – dec. 1826/83 –

    República Argentina.

    5

    6

    Vida de índio

    Estória contada pelo grande índio Fumando-sozinho-

    no-pasto, pesquisador dos povos das matas e arredores.

    (A forma preferida é história - Nota do Autor).

    Primeiramente quero contar como surgiu o primeiro

    brasileiro oriundo da miscigenação entre um português e uma

    índia. (Do livro do Dr. Paulo Saab – 1500 A Grande Viagem – Editora

    Augustus 1994-ISBN 85-85497-23-8).

    Chamava-se Afonso Ribeiro, o português, e a bela índia

    levava o nome de Uaricaá e tudo começou assim:

    7

    Era ele, Afonso Ribeiro, um dos criados de Dom João

    Telo, homem de muito saber e de confiança na tesouraria real.

    Ajudava Dom João Telo na escrituração dos bens pessoais de

    Dom Manuel, Rei de Portugal e, não raras vezes, acompanhava

    seu amo à Casa Real onde, na câmara reservada e de acesso a

    poucos, procedia à contagem numérica das peças de ouro de

    Sua Majestade.

    Devido a esse grau de confiança, Afonso Ribeiro, jovem

    de vinte e seis anos, que se criou na casa de Dom João Telo,

    filho de uma ama de sua senhora, Dona Joaquina Telo, tinha

    livre circulação na casa do patrão. A atribuição dessa

    paternidade de um aventureiro que de passagem se aproveitara

    de sua jovem mãe, a criada Alva Ribeiro, evitara que se

    propagasse, com intensidade inconveniente, a verdadeira

    história, de que o pai real do rapaz era o dono da casa.

    Acostumado a uma liberdade não comum aos

    empregados, Afonso Ribeiro furtou, inicialmente, uma peça de

    marfim, que servia de apoio a um prato de estante na cada de

    Dona Joaquina Telo. O feito passou despercebido e rendeu ao

    ladrão, bons réis no mercado do povo, onde um mercador

    interessou-se pela peça sem fazer perguntas.

    O dinheiro parou por instantes nas mãos de Ribeiro. No

    mesmo mercado, comprou uma capa de pano verde, que jogou

    sobre os ombros da jovem Ernanda Telo, filha de Dona

    Joaquina e Dom João Telo, três anos mais novo que ele.

    8

    Estavam apaixonados, embora Ernanda estivesse prometida,

    por seu pai, para casar-se com o primogênito de Dom Leonardo

    Campos, conselheiro do rei para assuntos agrícolas.

    Juntar dinheiro e fugir era a meta dos jovens, quando a

    notícia da promessa de matrimônio foi comunicada pelo pai à

    filha. Afonso Ribeiro, que dava presentes escondidos à amada

    com o fruto de seu trabalho e mais o que trabalhava

    escusamente, perdeu qualquer tipo de cautela, ao deparar com

    a necessidade de andar mais depressa com seus projetos.

    Ernanda Telo não o desestimulou. Ao contrário,

    dissidente do comportamento imposto pela mãe e assimilado

    pelas duas irmãs, Margarida e Eleonora, de quem sempre

    divergia, não temia o escândalo e esperava a oportunidade de

    fugir com Afonso Ribeiro em direção ao Vigo, onde podiam

    casar-se e montar uma banca de comércio, com o que

    pretendiam juntar.

    Quando Dom João Telo chamou-o para o interior da

    câmara reservada, Afonso Ribeiro seguiu-o, certo de que teriam

    nova sessão de listagem dos bens de Dom Manuel, pois a

    guarda costumeira já estava à porta da antecâmara, onde não

    havia viva alma que se arriscasse a entrar sem autorização

    prévia. Pensou também que seria a oportunidade de levar nas

    meias, mais uma ou duas moedas de ouro, que depois

    registraria nos livros como se lá estivessem. O que de fato fez

    tão logo Dom João deu-lhe oportunidade.

    9

    - Tenho notado a ausência de alguns objetos de valor em

    minha casa. Não saberias, por acaso, o que se está passando?

    - Nada sei a respeito, meu senhor, pois só cuido de

    cumprir as suas prezadas ordens.

    - Pior ainda, conferindo os livros das moedas de Sua

    Majestade, de quinze dias para cá, vi que faltam dois mil réis,

    cunhados em ouro, que serviriam para começar a fazer a

    fortuna de qualquer um que deles dispusesse.

    - Meu senhor sabe de sua confiança em minha pessoa. E

    por que haveria eu de desapontá-lo?

    - Pois vou dizer-te. E trata de confessar, porque, se o

    fizeres, o castigo será menor, e minha desgraça pessoal ficará

    restrita ao rei, de quem ainda não se se perdei o título e o

    cargo, por tua causa!

    - Meu senhor, por que me acusa se não tem prova de que

    fiz o que me atribui?

    - Saibas que constatei outro dia, na quinta de Dom

    Carlos Dias, uma peça de marfim sobre uma instante, que

    despertou minha curiosidade, já que se assemelhava à de minha

    casa. Esta não encontrei e, tomando a Dom Carlos, indaguei

    sobre a origem da peça. Este consultou sua senhora, Dona

    Teresa, que chamou a ama que havia feito compras no mercado.

    A ama indiciou o mercador, e ele descreveu o comprador como

    sendo alguém de tua semelhança. O que me dizes agora?

    10

    Afonso Ribeiro ficou sem saída. E fez a confissão,

    tentando sensibilizar seu amo para amenizar a culpa.

    - Meu senhor há de perdoar-me. Confesso, sim, que o fiz,

    e tudo, menos a peça de marfim, que não possuo, hei de

    devolver, porque tenho comigo.

    - Por que fizeste isso?

    - Foi por amor, meu senhor. Amo desesperadamente

    uma jovem e a ela dedico o que pude obter, na esperança de

    fazê-la feliz.

    Dom João Telo já se sentia mais aliviado, pensando

    tratar-se apenas de um arroubo juvenil, de paixão de seu criado

    por alguma de sua espécie.

    - E quem é essa infeliz que te fez roubar a quem mais em

    ti confia?

    - Não posso dizer-lhe, senhor. Devolverei o que peguei e

    me submeterei ao seu castigo, mas não devo dizer seu nome.

    - E por que não podes dizer o nome dessa criada?

    - Não posso senhor. E peço que me castigue, mas não

    insistais.

    11

    - Que saber, já.

    - Ela me ama senhor.

    Exaltado, Dom João Telo já ofegava. Gordo, pouco mais

    de um metro e sessenta, apertado no colarinho duro de sua

    camisa, sentia falta de ar e falava alto, atraindo a atenção dos

    guardas na antecâmara, os quais, não obstante, nada podiam

    entender.

    - Quem é a infeliz? – esbravejou Dom João Telo,

    batendo na escrivaninha ao seu lado, atrás da qual estava

    Afonso Ribeiro. Assustado, o criado não mais se calou.

    - Ela não é uma infeliz, meu senhor. É a mais formosa

    das jovens de Lisboa. É Dona Ernanda Telo, sua filha.

    Dom João sentiu-se sufocar. O ar faltou-lhe e uma dor

    no peito, causada pelo choque da notícia, deixou-o sem forças.

    Veio à sua mente o fato de ambos, Afonso e Ernanda, serem

    irmãos, por sua paternidade, antes de desabar pesadamente

    sobre a escrivaninha e bater a cabeça com força, no chão. O

    barulho atraiu a guarda. Dois soldados do rei entraram

    imediatamente na câmara, no exato momento em que Afonso

    Ribeiro, levantava a cadeira que ao cair Dom João Telo fizera

    virar.

    - Para, o que fazes?

    12

    Ao ver a cena, os guardas concluíram que ribeiro havia

    acertado a

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