Noite ardente
De Penny Jordan
4/5
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Sobre este e-book
Gwynneth nunca dera rédea solta à sua sexualidade, pois prometera a si própria nunca se transformar numa escrava da paixão…
Contudo uma noite ardente no reino de Zuran fizera com que se sentisse insegura… Passara realmente a noite a fazer amor com um desconhecido do deserto?
O que Gwynneth não desconfiava era que fora para a cama com o príncipe Tariq bin Salud… que estava empenhado em fazê-la sua para sempre.
Penny Jordan
After reading a serialized Mills & Boon book in a magazine, Penny Jordan quickly became an avid fan! Her goal, when writing romance fiction, is to provide readers with an enjoyment and involvement similar to that she experienced from her early reading – Penny believes in the importance of love, including the benefits and happiness it brings. She works from home, in her kitchen, surrounded by four dogs and two cats, and welcomes interruptions from her friends and family.
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Noite ardente - Penny Jordan
Editado por Harlequin Ibérica.
Uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Núñez de Balboa, 56
28001 Madrid
© 2006 Penny Jordan
© 2017 Harlequin Ibérica, uma divisão de HarperCollins Ibérica, S.A.
Noite ardente, n.º 1041 - abril 2017
Título original: Prince of the Desert
Publicado originalmente por Mills & Boon®, Ltd., Londres.
Reservados todos os direitos de acordo com a legislação em vigor, incluindo os de reprodução, total ou parcial.
Esta edição foi publicada com a autorização de Harlequin Books S.A.
Esta é uma obra de ficção. Nomes, carateres, lugares e situações são produto da imaginação do autor ou são utilizados ficticiamente, e qualquer semelhança com pessoas, vivas ou mortas, estabelecimentos de negócios (comerciais), feitos ou situações são pura coincidência.
® Harlequin, Sabrina e logótipo Harlequin são marcas registadas propriedades de Harlequin Enterprises Limited.
® e ™ são marcas registadas por Harlequin Enterprises Limited e suas filiais, utilizadas com licença.
As marcas em que aparece ® estão registadas na Oficina Española de Patentes y Marcas e noutros países.
Imagem de portada utilizada com a permissão de Harlequin Enterprises Limited. Todos os direitos estão reservados.
I.S.B.N.: 978-84-687-9652-9
Conversão ebook: MT Color & Diseño, S.L.
Sumário
Página de título
Créditos
Sumário
Capítulo 1
Capítulo 2
Capítulo 3
Capítulo 4
Capítulo 5
Capítulo 6
Capítulo 7
Capítulo 8
Capítulo 9
Capítulo 10
Capítulo 11
Capítulo 12
Capítulo 13
Capítulo 14
Epílogo
Se gostou deste livro…
Capítulo 1
Gwynneth suspirou de cansaço enquanto pagava ao taxista e observava o edifício impressionante que se levantava à frente dela, o edifício onde ficava o apartamento do seu pai. Não, já não era o apartamento do seu pai, recordou-se. Agora o apartamento era dela. O seu pai morrera e deixara-lhe todos os seus pertences no testamento.
E as suas responsabilidades? Embora no testamento não se mencionassem, Gwynneth sentia-se moralmente obrigada a assumi-las. A jovem endireitou os ombros esbeltos ligeiramente. As últimas semanas tinham-na deixado de rastos. O enfarte que o seu pai sofrera fora totalmente inesperado. Nunca tivera a típica relação entre pai e filha com o seu pai. Mas, afinal de contas, era o seu pai.
Sim, era verdade que depois do divórcio dos seus pais, o seu pai praticamente a deixara aos cuidados da sua mãe, do seu padrasto e de um magnata australiano. Também era verdade que o homem que lhe dera vida apenas mantivera uma relação com ela durante a sua infância e adolescência, dedicado como era à sua forma de vida hedonista e boémia, viajando por todo o mundo e desfrutando dos seus prazeres. Também era verdade que só fizera algumas visitas esporádicas ao caro internato britânico onde a sua mãe a deixara.
Mas dos dois, fora a sua mãe que mais a magoara. Porque preferira esquecer-se dela para se dedicar por completo ao seu novo marido poderoso e rico.
Ao contrário do seu pai, cuja única fortuna fora o seu grande carisma e os seus dotes de persuasão. Um sorriso curvou os lábios femininos quando Gwynneth recordou como o seu pai lhe contara que fora precisamente isso que lhe permitira comprar o apartamento em Zuran, um pequeno emirato do Golfo Pérsico.
– O edifício está no meio do novo porto desportivo. Teria podido vendê-lo por mais do dobro do que me custou – assegurara-lhe o seu pai.
Então, Gwynneth quase não sabia nada sobre Zuran, mas agora sim. E era por isso que estava ali.
Tremeu ao sentir o calor sensual da noite do Golfo Arábico que a envolvia como uma gaze de seda e lhe tocava na pele com as suas carícias subtis, como um amante misterioso com a cara oculta, umas carícias mais eróticas ainda desconhecidas. Um tremor mais potente sacudiu-a ao tentar usar as barreiras defensivas que usava sempre para bloquear aquele tipo de pensamentos sensuais. Durante toda a sua vida adulta, esforçara-se para se afastar do perigo que representava a sexualidade intensa que herdara do seu pai, algo que sempre tentara negar e ignorar.
Porque é que, sabendo disso, reagira tão emocionalmente à afirmação do seu pai de que era uma mulher sem sexualidade e, portanto, desprovida da capacidade de desfrutar do prazer sexual? Isso era o que ela queria, o que escolhera e, portanto, as palavras do seu progenitor deviam agradá-la em vez de a fazerem perceber o que estava a perder.
O stress das últimas semanas estava a debilitar as suas defesas, pensou, cansada depois da longa viagem. Já passava da meia-noite em Zuran e a mudança horário e de temperatura estava a deixá-la de rastos.
Levantou a mão para afastar os caracóis compridos e acobreados da cara e fechou os olhos, uns olhos verdes grandes e expressivos, demasiado eloquentes na sua expressão, que às vezes ainda, com vinte e seis anos, nem sempre era capaz de controlar e que facilmente denunciavam os seus pensamentos, deixando-a em clara desvantagem em relação ao seu interlocutor. Tal como as pestanas escuras e a pele cremosa, os olhos cor de jade eram herança da sua mãe irlandesa, enquanto a delicadeza da sua estrutura óssea e o corpo gracioso e esbelto eram herança da sua avó paterna ou, pelo menos, era isso que o seu pai dizia, um homem que fora sem dúvida muito atraente.
A conhecida mistura de raiva e de angústia fez com que sentisse um nó no estômago. Gwynneth abriu os olhos, que se entristeceram devido às lembranças dolorosas do passado. Quando era criança, perguntava-se com frequência o que fizera para merecer uns pais que não a amavam e nunca a amaram. Quando crescera, aprendera a dizer-se que fora a incapacidade de ambos para se amar que os impossibilitou de amarem a sua filha, uma filha que tiveram, mas que nunca desejaram.
Menos de um ano depois do divórcio, a sua mãe voltou a casar-se e foi para a Austrália com o seu novo marido para refazer a sua vida. O seu pai, livre de um casamento que nunca quisera, dedicou-se a percorrer o mundo a beber, a jogar e, muito de vez em quando, a aparecer pela Inglaterra para a ver, ocasiões em que estava sempre bêbado, drogado ou arruinado ou até mesmo as três coisas ao mesmo tempo.
Membro da geração hippie, os anos não impediram que o seu pai continuasse a ter uma vida dedicada ao «sexo, drogas e rock and roll» até um enfarte enviesar repentinamente a sua vida, Segundo a informação que o hospital dera à sua filha.
Embora não fosse a sua única filha. Como é que um homem que abandonara a sua primeira filha porque não a desejava pudera ser tão inconsciente ao ponto de voltar a conceber um filho?
Quando ele lhe telefonara, de repente, para lhe dizer que estava em Londres, num dos hotéis mais exclusivos da cidade, Gwynneth fora vê-lo directamente do banco da City londrino onde trabalhava como analista financeira e percebera que não estava num quarto normal, mas numa suíte muito luxuosa. Então, também viu que não estava sozinho, mas acompanhado pela sua namorada filipina, Teresa, e o seu pequeno filho, Anthony.
– Teresa é muito jovem! – protestara Gwynneth, incapaz de esconder o seu desagrado ao ver uma rapariga tão jovem e atraente com um homem tão velho como o seu pai.
– Tem vinte e dois anos – respondera ele, sem dar nenhuma importância à diferença significativa de idade.
Tinha menos quatro anos do que ela! A sua incredulidade devia ter-se reflectido na sua cara, porque o seu pai encolheu os ombros e acrescentou:
– Podes fazer a cara que quiseres, mas eu gosto de sexo. O que tem de mal? Nunca pensei que a minha filha seria uma puritana – comentou, com ironia. – O sexo é um apetite natural e normal que devia ser fonte de prazer, não de traumas. Não sabes o que perdes. Se eu fosse a ti…
– Não quero saber – respondera-lhe ela, gelada. – E não sou como tu.
Gwynneth sempre percebera o perigo da sensualidade herdada do seu pai, mas sempre lutara para a reprimir. Mas agora, sem o seu pai para lhe recordar os motivos que a levaram a negar a sua própria sexualidade, uma série de fraquezas inquietantes tinham começado a destruir o muro impenetrável da sua imunidade ao desejo físico.
Olhou novamente para o edifício que se levantava majestoso à frente dela e certificou-se de que era a morada correcta. Daquela vez o seu pai não exagerara ao dizer que tinha um apartamento no edifício mais exclusivo do emirato pequeno, mas próspero de Zuran.
À luz da lua, avistou os resplandecentes cascos brancos dos iates luxuosos que balançavam suavemente sobre as águas protegidas do porto desportivo. Ao longe, no final do quebra-mar, conseguiu ver o que parecia ser um restaurante todo de vidro, iluminado por baixo. Rodeado de jardins imaculados, o edifício era uma das edificações unidas entre si e a um elegante hotel por passarelas de vidro, com o porto desportivo de um lado e uma praia privada do outro. Um verdadeiro paraíso para milionários.
Mas o seu pai não era milionário. O seu pai sempre fora um oportunista que às vezes ganhava dinheiro, mas a maior parte das vezes o perdia.
Duvidando da autenticidade dos documentos que lhe foram entregues na leitura do testamento, Gwynneth levou as escrituras do apartamento à embaixada de Zuran em Londres, onde lhe garantiram que eram verdadeiras.
Infelizmente, por motivos legais, para poder registar o apartamento em seu nome teria de ir pessoalmente a Zuran ou procurar um representante nesse país para o fazer por ela. Por isso decidiu ir a Zuran para o fazer.
Tirando o cartão chave do seu pai da mala, Gwynneth caminhou com passos decididos para a entrada, meio à espera que alguém lhe impedisse o caminho. No entanto, assim que deslizou o cartão chave no sensor da entrada, verificou com grande alívio que as portas de vidro se abriam rápida e silenciosamente como se tivesse dito «Abre-te Sésamo».
Um elevador, também activado com o cartão chave, levou-a até ao último andar do edifício, a suíte das águas-furtadas. Gwynneth não conhecia o valor do apartamento, mas certamente seria uma soma importante e ela queria vendê-lo o mais depressa possível. Apesar de ganhar um salário razoável, tinha de pagar a sua hipoteca e as contas bancárias do seu pai estavam praticamente a zero, o que implicou que tivesse de pagar o funeral para além da conta do hotel. Pelo menos, estando em Zuran, Teresa e o pequeno Anthony teriam mais espaço no seu pequeno apartamento londrino, onde ela os deixara, sentindo-se obrigada a assumir as responsabilidades do seu falecido pai. Ao pensar nisso sentiu um nó no estômago.
Cada coisa a seu tempo, recordou-se com firmeza. Cada coisa a seu tempo. Pôs o cartão na fresta e suspirou aliviada ao ver que a luz verde se acendia.
As portas abriram-se e deram acesso a um corredor, onde havia outras portas. Quando as abriu, Gwynneth encontrou-se numa sala enorme, elegantemente mobilada com uma mistura de móveis modernos e reproduções de antiguidades, entre as quais havia um divã luxuoso estofado em seda e adamascado.
O seu pai dissera-lhe que ainda não vira o apartamento acabado, já que ele o comprara totalmente