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Isabella
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E-book168 páginas2 horas

Isabella

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Sobre este e-book

Isabella é uma história onde os personagens nem sempre são o que aparentam ser. Um romance passional onde a linha entre bons e maus é tênue e alternada conforme a situação, mostra que pessoas são capazes de ultrapassar, sem pudores, as barreiras impostas pela sociedade para atingir seu objetivo. Surpresas e segredos aguardam o leitor
IdiomaPortuguês
Data de lançamento21 de set. de 2015
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    Isabella - Paula Vaz

    Paula D´Alberton

    ISABELLA

    1ª Edição 

    2015

    2015

    Copyright by Paula Maria A. Vaz

    Capa: Gian Felipe, designer

    Identidade Visual: Ananda Nogueira Sander

    Revisão e Diagramação: Roque Aloisio Weschenfelder

    Todos os direitos reservados à autora.

    É proibida a cópia por qualquer forma ou meio desta obra, sem a expressa autorização da autora, por escrito.

    All rights reserved – Todos os direitos reservados

    V393i   Vaz, Paula

           Isabella. / Paula Vaz. 1ª ed. – São Paulo: Edição do Autor, 2015.

            212 p. 

            ISBN: 978-85-920294-1

    1. Literatura Brasileira  2. Romance brasileiro   I. Título. 

    CDU: 821.134.3(81)-31

    Catalogação na Fonte: Kelly M. Bernini – CRB-10/1541

    Meus carinhosos agradecimentos a minha mãe pelo apoio ao projeto, aos meus amigos e incentivadores Cristina Sander, Sérgio Corredato e Káthia Autuori e, por fim, a Luis Matos por suas dicas e direcionamentos preciosos.

    Prefácio

    Isabella é um romance policial no qual os personagens nem sempre são o que aparentam ser. A linha entre os considerados ‘bons’ e ‘maus’ é tênue.

    Trata-se de uma trama em que os personagens apresentam princípios morais sujeitos à revisão, moldáveis segundo os próprios objetivos.

    E a pergunta implícita é: até onde as pessoas vão para realizar um sonho e alcançar seu objetivo de vida? No romance, não se determina uma época exata, mas percebe-se, pela narrativa, que a trama ocorre no início do século XX em algum lugar da Europa e, no desenrolar dos acontecimentos, entre os episódios narrados e os sonhos de Isabella, sugere-se ao leitor que as personagens principais Isabella, Marco e Rubens (que formam um triângulo amoroso), estão ligadas por acontecimentos de vidas passadas.

    Seria esse um fato ou apenas a criação mental de uma mente feminina que se sente culpada perante a sociedade?

    Quem são, afinal, essas pessoas? Que segredos estão ocultos?

    Isabella Fernandez de Galvéz: é uma mulher que guarda mistérios e segredos em sua alma. É casada, subjugada pelo marido tirano e deseja ardentemente ser mãe.

    Presa a um casamento infeliz, tem um encontro imprevisível em uma agradável tarde de primavera e, a partir de então, se vê inexplicavelmente interessada  por  um  desconhecido  que  se tornará seu amante.

    Marco Antônio Galvéz: é marido de Isabella. Um homem invejoso e imoral.

    Casou-se apenas para tentar agradar ao pai e dar-lhe um neto, mas não consegue engravidar sua esposa e desconta nela a frustração e a raiva que sente pela situação em que ele mesmo se colocou. É um homem perdulário, que gasta a fortuna com jogos e mulheres.

    Detesta Augusto, o irmão primogênito e, para prejudicá-lo, sabota os negócios herdados do pai, dos quais também é um dos sócios. Quer anular o irmão como empresário e provar à sociedade local que Augusto é uma farsa como administrador, mostrando, em contrapartida, que é ele quem deveria ter assumido o controle do patrimônio da família Antônio Galvéz.

    Tem por comparsa e melhor ‘amigo’, Nestor, um homem sem escrúpulos e, por amante, Dora, prima de Nestor, neta de Olga, a serviçal do banqueiro da cidade.

    Rubens Ledier Vidar Aliseda: amante de Isabella. É advogado e administrador.

    Sobrinho de Otávio, o banqueiro da cidade, muda-se para a cidade para tomar parte nos negócios do tio, de quem se tornará herdeiro um dia.

    O acaso o leva a conhecer Isabella em um episódio inusitado durante um breve passeio no lago e, desde então, se percebe profundamente apaixonado por aquela mulher. Sabe que é casada, mas não mede esforços para tê-la para si.

    Está decidido a conquistá-la a qualquer preço.

    Otávio Ledier: brilhante advogado e banqueiro da cidade, é um dos homens mais importantes da sociedade local.

    Em seu escritório de advocacia se relaciona com diversos tipos de clientes, muitos dos quais com reputação discutível. É um homem que não tem pudores em aproveitar-se de suas conexões para o que lhe convier.

    Nomeou o sobrinho como seu único herdeiro e o convidou para mudar-se para sua casa enquanto se familiariza com seus diversos negócios e, para ter certeza de que ele vai criar raízes na nova cidade, decide apresentá-lo às principais famílias em uma grande festa, planejando escolher, dentre as famílias tradicionais, uma esposa para Rubens.

    Olga Sander: serviçal de Otávio. É muito grata aos pais deste e, com a morte precoce da mãe do então jovem senhor, o cria como acredita que sua verdadeira mãe o faria.

    Administra a casa e os empregados e tem por objetivo de vida proteger a neta e a família Ledier a qualquer custo, o que a faz optar por escolhas nem sempre ortodoxas.

    É um cão de guarda feroz.

    Dora: neta de 17 anos de Olga. É uma mulher ambiciosa com o objetivo de ascender na sociedade.  Aprendeu com o  primo  Nestor  a  usar  seus  atributos sexuais para conquistar os favores masculinos. Almeja se tornar uma mulher rica e ingressar na sociedade através de um bom casamento, não importando os meios usados para atingir esse fim.

    Nestor: sobrinho de Olga, por parte do marido, tira seu sustento através de falcatruas, agenciamento de mulheres, trapaças no jogo e artifícios diversos.

    Fez-se o ‘melhor’ amigo de Marco, o qual tem o cuidado de mantê-lo sempre perto, para usufruir de sua fortuna. Apresentou-lhe a prima Dora, de quem Marco se tornou amante.

    Secretamente deseja possuir Isabella e tem planos para concretizar seu objetivo e ainda tomar o lugar de Marco na casa e na sociedade.

    ...

    Neste livro, procurei ver as personagens como pessoas comuns, com seus acertos e erros, acreditando que não somos feitos de ingredientes totalmente bons ou ruins, mas moldados por uma série diversificada de componentes, tais como oportunidades, caráter, meio de convívio, etc.

    A proposta do romance não é o de discutir aspectos morais, mas narrar uma história, abrangendo ângulos diversos e espero que esta obra cumpra seu papel como entretenimento.

    Prólogo

    O banqueiro Otávio Ledier, o homem mais importante da cidade, havia organizado uma festa para apresentar seu sobrinho solteiro, Rubens Ledier Vidar Aliseda, à sociedade, e como era de se esperar, todas as famílias importantes compareceram, trazendo suas filhas, ricamente vestidas, para o evento. 

    Música, risos, flores, vestidos rodados e casais deslizando ao som da mais renomada orquestra local.

    O que ninguém poderia imaginar é que, naquele ambiente cheio de vida, ocorreria um assassinato, que deixaria ao chão muito mais do que as folhas caídas de um final de Outono.

    Introdução

    Era uma tarde ensolarada e, na loja de roupas femininas, duas importantes senhoras comentavam os tenebrosos eventos ocorridos na mansão do banqueiro da cidade, Mercedes, esposa de um ilustre médico e Gina, a esposa do prefeito, que estava acompanhada de sua filha Glorinha.

    – Que tragédia, tão jovens! – diz, consternada, Mercedes. 

    – Um escândalo, dona Mercedes, isso sim, e Que escândalo! Amantes! Quem diria?! – responde Gina, com ares de quem, no fundo, se deliciava com a fofoca. 

    – Mas, eu sinto pena, rebate Mercedes, com sinceridade. Ela era uma moça tão bonita, tão cheia de vida. 

    – Humm. Cheia de vida demais, aquela sem-vergonha. Não respeitava nem casamento! – diz Gina que, baixando a voz, continuou:  Eu bem que já tinha ouvido falar coisas sobre ela...

    – E, ele? - questiona Mercedes – Um jovem de família tão conceituada. Rico, bonito, importante. 

    – Pois, eu não sinto dó. Bem feito para ele que se pôs a perder por uma mulher. Procurou, achou, mereceu – declara Gina, olhando para o espelho com superioridade. 

    – Ai, dona Gina, coitados. Não tem pena nem do ‘Seu’ Otávio, o banqueiro? Uma desgraça dessas debaixo do próprio teto! 

    – É, pode ser... Mas dizem que ele não é santo, não. Correm boatos sobre aquele dinheiro todo. Tantos negócios… Já o viram conversando com uns tipos bem perigosos – diz Gina, com uma entonação cheia de conclusões maldosas.

     – Mas, claro! Ele é advogado famoso e advogado defende muito bandido. Quanto melhor o advogado... mais dinheiro tem o bandido e tem mais: se é bom, tem de cobrar mesmo. É o que eu digo para o meu marido que é médico. Estudou? É bom? Cobre caro – provoca sutilmente Mercedes.

    – Pode ser - rebate Gina, com cara de azeda – mas o tal banqueiro deve ter atraído uma maldição para aquela casa. Primeiro a mulher, D. Leila, que Deus a tenha em bom lugar. Morreu de repente, daquele jeito que ninguém sabe... – comenta Gina com certa desconfiança.

    – Não fale assim! – repreende Mercedes indignada  com a insinuação maldosa. Todos sabem que o homem ficou inconsolável, nunca mais se casou.

    – Vai ver que é dor na consciência – responde Gina, sorrindo maliciosamente.

    – Isso é inveja das pessoas, dona Gina, pura inveja – diz Mercedes, com ares de quem alfineta. Veja que Seu Otávio até manteve e cuidou da loja da falecida esposa, D. Leila, aquela onde continuou trabalhando D. Isabella.

     – Isso é. Manteve a loja, mas pode ter sido para disfarçar – replica Gina um pouco incomodada com o comentário sobre inveja - mas depois ele colocou o sobrinho Rubens para tomar conta de lá e olha no que deu. E, por falar em Isabella... que horror aquilo que aconteceu na mansão! Mas, é o que eu sempre digo, procurou, achou, mereceu!

    – O engraçado é que metade da cidade estava lá, mas ninguém viu nada – diz Mercedes pensativa, ignorando as insinuações de Gina enquanto examina um vestido.

    – Não é bem assim - diz Gina, que faz questão de ser conhecida como a mais bem informada da cidade - eu bem que percebi um movimento estranho naquele dia. Vi quando o banqueiro, acompanhado de Augusto com a esposa Ada (conhece? é a irmã mais velha de Isabella, esclarece Gina), andavam meio nervosos pela casa. Pareciam procurar por alguém. Eles ficavam cochichando o tempo todo e até aquela empregada mais velha de Otávio, a tal de Olga, aparentava estar preocupada. 

    – Interessante sua observação... Sabe que minha sobrinha disse que o Dr. Rubens estava muito estranho? Contou-me que ele não falava coisa com coisa enquanto dançavam – diz Mercedes, agora colocando o vestido na frente do corpo.

    – Nem me diga! Minha filha disse a mesma coisa. Sabe que ele teve o desplante de deixá-la no meio da dança? Que atrevido! – diz Gina, indignada. – E, depois, retomou os passos sem nem se desculpar! 

    – Mas que absurdo! – retruca Mercedes com um mal- disfarçado olhar de satisfação e uma intenção de sorriso. – Mas, as coisas não terminaram tão bem para ele. 

    – Dois assassinatos! Amantes de muito, decerto – diz Gina, com a voz cheia de desprezo. 

    – É dona Gina, nem nas casas das famílias mais tradicionais a desgraça deixa de bater. 

    – Nisso a senhora tem razão, dona Mercedes. Não vê que até minha filha Glorinha quase ficou sem noivo? Já imaginou? Não quero nem pensar no que esse povo maldoso iria dizer! E tudo por causa de um rabo de saia desclassificado. A desonra só não se deu porque o pai do rapaz soube pôr freio nele. Ameaçou deserdá-lo e logo depois do casamento o enviou para trabalhar com o irmão por uns tempos, para evitar mais tentações. Sabe como são fogosos esses rapazes novos... Mas, agora, a Glorinha está casada como tem de ser. 

    – Verdade, dona Gina, verdade. É como eu ia dizendo: nem nas casas mais tradicionais a desgraça deixa de bater. Veja essas mortes sem explicação! – rebate dona Mercedes, voltando ao assunto em foco. 

    – Nem me fale! E agora esse casamento – diz Gina, com desprezo. – E, nem faz um ano completo! Que vergonha!

    – Às vezes, fico pensando... Como será que tudo começou? questiona Mercedes, mais para si mesma do que para a outra.

    Isabella (o começo)

    Capítulo 1

    Era uma estrada larga de terra batida, muito bem conservada e margeada por árvores altas e frondosas. À beira do caminho, uma canaleta caprichosa providenciava o escoamento das águas da chuva, além dessa demarcação, um gramado verde e bem cuidado.

    A estrada estava deserta naquele fim de tarde. O sol havia se posto há alguns minutos, mas a claridade ainda reinava.

    Era início de primavera e havia no ar uma brisa morna e suave.

    Andei por aquela estrada e, ao final dela, descobri um enorme campo gramado e um lago grande, mas não exageradamente largo. Ali, muitas pessoas passeavam tranquilamente, faziam piquenique, ou sentavam-se sobre mantas ao longo das margens.

    Era um outro tempo.

    Um tempo antigo, onde os homens vestiam casacas escuras e compridas, calças alinhadas e chapéu discreto. As mulheres usavam elegantes vestidos longos, rodados e de cores claras, portando sempre sombrinhas pequenas

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