Uma história sobre bichos estranhos

De Augusto Capucho e Visca

Esta é a história do Reino do Fim do Mundo, governado pelo rei tirano Pica-Pau I, que passa o tempo a bicar a cabeça de seus súditos e a comandar uma trupe incompetente, preguiçosa e corrupta.
Embora o rei seja absurdamente amado pelo povo, alguns bichos não estão contentes com a situação, e a ideia de uma rebelião começa a surgir.
É nesse momento que entram em cena os protagonistas dessa revolução: o marreco Reco-Reco, que funda o jornal A Verdade Nua & Crua; Expiatório, o Bode, e o Bom Cabrito, que são eleitos representantes do povo para falar com o bispo Dom Lobo em Pele de Cordeiro; e a oposição, formada por alguns sujeitos inexpressivos, mas perigosos, como Carta Fora do Baralho, Zero à Esquerda, João-Ninguém, Vira-Casaca, Homem de Duas Caras e a única representante feminina, Maria Vai com as Outras.
Essa revolução terá que ser muito bem arquitetada para conseguir ser bem-sucedida.
Escrita com um sem-número de figuras de linguagem e de expressões populares, esta história vai divertir os jovens, enquanto provoca a reflexão sobre poder, governo e política.

• Idioma: Português
• Editora: Editora Melhoramentos
• Data de lançamento: 27 de fev. de 2015
• ISBN: 9788506077344

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UMA HISTÓRIA SOBRE

BICHOS ESTRANHOS

Uma fábula política surrealista para crianças inteligentes

AUGUSTO CAPUCHO

Ilustrações de Visca

Para Samuel e Thomas,

meus pequenos bichinhos estranhos

SUMÁRIO

A situação

Por dentro do palácio

A revolução

A rebelião dos bichos 

Viva la revolución!!! 

A conclusão

Uma prosa sobre o livro

Sobre as ilustrações

Créditos

A SITUAÇÃO

Ou: Como tudo é igual em qualquer lugar, só mudando os nomes

No tempo de Dom João Charuto, no tempo em que Berta fiava, no tempo de Maria Castanha, no tempo em que se amarrava cachorro com linguiça, no tempo do Onça, quando a velha do arco-da-velha ainda era mocinha, em priscas eras... ufa!

Resumindo: há muito, muitíssimo tempo, vivia um rei em seu palácio. (Bah! Que novidade! Afinal de contas, onde viveria um rei se não fosse em um palácio?)

O palácio real ficava no absolutamente desconhecido Reino do Fim do Mundo. Um reino que as pessoas citavam muito, mas citavam meio desconfiadas de que tal reino pudesse não existir, já que elas não sabiam patavina de nadica de nada a respeito dele.

Também pudera, e eu já explico o porquê.

Não era um rei qualquer nem um reino qualquer.

Era um reino longe, muito longe, mas tão longe que a maioria das pessoas no mundo daquela época não havia sequer ouvido falar dele. Ter visitado tal reino então, nem pensar!

Ficava pra lá, bem pra lá (e põe mais um pouco pra lá ainda!) do Reino do Caixa-Pregos,