Mulheres negras inspiradoras
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- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Acho muito interessante esse serviço,pois facilita o caminho para o conhecimento.
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Mulheres negras inspiradoras - Moreira de Acopiara
Esta é uma publicação Principis, selo exclusivo da Ciranda Cultural
© 2022 Ciranda Cultural Editora e Distribuidora Ltda.
Texto
Moreira de Acopiara
Ilustração
Jota A.
Editora
Michele de Souza Barbosa
Revisão
Fernanda R. Braga Simon
Produção editorial
Ciranda Cultural
Diagramação
Linea Editora
Design de capa
Ana Dobón
Dados Internacionais de Catalogação na Publicação (CIP) de acordo com ISBD
A185m Acopiara, Moreira de
Mulheres negras inspiradoras [recurso eletrônico] / Moreira de Acopiara ; ilustrado por Jota A. - Jandira, SP : Principis, 2022.
192 p. ; ePUB.
ISBN: 978-65-5552-824-4
1. Literatura brasileira. 2. Cordel. 3. Brasil. 4. Nordeste. 5. Mulheres fortes. 6. Mulheres negras. I. A, Jota. II. Título.
Elaborado por Lucio Feitosa - CRB-8/8803
Índice para catálogo sistemático:
1. Literatura brasileira 869.8992
2. Literatura brasileira 821.134.3(81)-34
1a edição em 2021
www.cirandacultural.com.br
Todos os direitos reservados.
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Em memória de Dilosa, em cujos negros peitos intumescidos mamei muitas vezes, porque minha mãe não tinha leite, e ela, que por esse tempo amamentava o Francisco, tinha de sobra.
A esperança tem duas filhas lindas, a indignação e a coragem; a indignação nos ensina a aceitar as coisas como estão; a coragem, a mudá las.
Santo Agostinho
Meu pai era um descendente do povo Cariri, da região sul do Ceará, e minha mãe era branca, de ascendência portuguesa. Fui menino nas terras que pertenceram ao meu avô paterno. E era muita terra. Por ali viviam ainda muitos negros que, mesmo após a abolição da escravatura, dali nunca saíram; mais os indígenas, que sempre viveram naquele confortável hábitat e naturalmente se integraram à nova realidade. Entre nós sempre houve uma relação de muito entendimento, amizade, aprendizado, respeito e partilha. A cultura, a religiosidade e os hábitos alimentares, tudo isso foi muito importante na minha formação.
Ainda muito cedo, e muitas vezes, minha mãe me falou sobre miscigenação e diversidade e que o mundo só é bonito por causa disso. Vivi essa experiência fantástica nas décadas de 1960 e 1970, quando era criança e adolescente; ali havia muitos terreiros para divertidas brincadeiras e largos açudes para compridos banhos, e eu julgava que o mundo girava somente naquele entorno, onde percebi que os negros gostavam que nós os chamássemos de negros, e os indígenas respondiam com alegria quando alguém os chamava de índios ou indígenas.
Vivendo naquele pequeno território, de muita tranquilidade, fartura e harmonia, eu nunca tinha ouvido falar em Dandara, Esperança Garcia, Tia Ciata ou Clementina de Jesus. Nem mesmo dentro da escola. Vim conhecer essas e outras mulheres maravilhosas e inspiradoras depois de adulto, já morando em São Paulo, dentro da universidade. Ali comecei a me interessar por elas. Li também a biografia de muitos negros que deixaram o Brasil melhor, caso de Pixinguinha, Luiz Gonzaga, Grande Otelo e Dragão do Mar.
Então escrevi O mundo deve orgulhar-se dos filhos negros que tem
, poema robusto que declamei muitas vezes e em todas as unidades dos CEUs de São Paulo, num mês de novembro, e em vários outros lugares onde me chamaram para falar sobre esse pertinente assunto. Um pouco mais adiante, produzi Rassan e Karen, um amor que veio da África
, uma comovente história de amor e luta na qual o bem sai vencedor, em um cordel que alcançou grande repercussão. Empolgado que estava, não perdi o ritmo e trouxe para a linguagem do cordel alguns nomes importantes, quando um meu amigo, o jornalista Audálio Dantas, me sugeriu que falasse sobre Carolina Maria de Jesus, grande escritora brasileira, favelada e negra, por ele descoberta no longínquo ano de 1960. Fiz o texto, publiquei, e os que o leram começaram a me instigar, falando sobre Dandara, Ruth de Souza e Esperança Garcia, dentre várias outras. Continuei criando, até porque estava gostando muito da experiência. Então decidi produzir uma série. Escolhi inicialmente vinte nomes, só de mulheres. Publiquei primeiramente em formato de cordel tradicional, que gosto muito, e bem depois decidi lançar em formato de livro, certo de que desse modo essas histórias poderiam chegar ainda mais longe.
São muito ricas e bonitas as histórias dessas mulheres que lutaram sozinhas ou ao lado de seus maridos, reivindicaram o fim da escravidão, lideraram movimentos, resistiram, cantaram, representaram, cozinharam, escreveram, fundaram e administraram quilombos e deixaram o Brasil mais musical, mais letrado, com mais ginga e, com certeza, melhor e mais bonito.
Sobre homens negros inspiradores, que também são muitos no Brasil, falarei brevemente, se as musas me favorecerem. Acho que vai dar muito certo, pois elas são muito generosas.
Moreira de Acopiara
O mundo deve orgulhar se dos filhos negros que tem
Para a nossa humanidade
Sair da onda dramática,
É preciso pôr em prática
Os sonhos bons de igualdade.
Para que tenhamos paz,
Não se pode aceitar mais
O reinado dos tiranos,
A força