Filhos da quimio
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Sobre este e-book
Nelson Marques
Nelson Marques nasceu em Espinho, em 1979. Escreve no Expresso, onde publicou a primeira reportagem em 2001 e onde entrou como coordenador da Revista em 2011. Esteve no Público, colaborou com a SIC e com a RTP, e publicou em diversos jornais estrangeiros, do britânico The Guardian ao espanhol El Mundo. Entrevistou Al Gore e o fotógrafo de Obama, conversou com alguns dos melhores cozinheiros do mundo, cobriu a ascensão de Bolsonaro no Brasil e revelou um escândalo de assédio sexual envolvendo o ex-presidente da FIFA, Sepp Blatter. O seu trabalho já mereceu prémios do Clube Português de Imprensa, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, do European Best Cancer Reporter Award e da Associação Nacional de Municípios Portugueses. É autor dos livros Filhos da Quimio, também editado pela FFMS, e de Chefs sem Reservas (Clube do Autor). Os Homens Também Choram é a sua terceira obra.
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- Nota: 5 de 5 estrelas5/5Histórias fantásticas que sensibilizam todos aqueles que têm oportunidade de ler.
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Filhos da quimio - Nelson Marques
Filhos da quimio
«Daria a vida pelo meu filho.» Quantas vezes ouvimos uma mãe dizer isto? Mas quando uma mulher está grávida e descobre que tem cancro, a frase torna-se real, palpável, de uma brutalidade atroz. O que sente quem encara a morte enquanto gera uma vida dentro de si?
Este é o retrato de cinco mulheres que enfrentaram o inimaginável: Anabela, que deixou crescer um tumor para ser mãe; Raquel e Liliana, que fizeram quimioterapia durante a gravidez; Gintare, que lutou até à morte para Salvador nascer; e Michelle, uma das primeiras mulheres no país a ser mãe enquanto tomava medicação para a leucemia mielóide crónica.
Em Filhos da quimio, a vida nem sempre ganha, mas o amor, esse, consegue sempre vencer.
Nelson Marques
Nasceu em Espinho, a 7 de agosto de 1979. É jornalista da revista do Expresso onde entrou como coordenador em 2011. Antes, integrou a redação do Público e colaborou com inúmeras publicações nacionais e estrangeiras, incluindo Visão, Sábado, Notícias Magazine, Volta ao Mundo, The Guardian (Reino Unido), El Mundo (Espanha), Galileu (Brasil) e The Jerusalem Post (Israel). Fica sem resposta sempre que lhe perguntam sobre o que escreve, porque se interessa por tudo o que possa ser uma boa história. Seja numa unidade de prematuros de um hospital, à procura de bisontes numa floresta da Polónia, a pescar piranhas na Amazónia ou perdido na selva das grandes semanas de moda. Já entrevistou Al Gore duas vezes e outros vencedores de prémios Nobel, de Oscars, Grammys, Emmys e Pulitzers. Embaixadores, comendadores, empreendedores. Vencedores da Bola de Ouro da FIFA. ‘Anjos’ da Victoria’s Secret. Mas é com os testemunhos de gente simples que se comove sempre. Encara o jornalismo como um vício: depois da euforia de uma reportagem vem a ressaca, a necessidade visceral de uma nova história. O seu trabalho foi reconhecido com distinções do Clube Português de Imprensa, da Liga Portuguesa Contra o Cancro, do European Best Cancer Reporter Award e da Associação Nacional dos Municípios Portugueses, entre outros. Filhos da quimio é o seu primeiro livro.
Retratos*
* A colecção Retratos da Fundação traz aos leitores um olhar próximo sobre a realidade do país. Portugal contado e vivido, narrado por quem viu – e vê – de perto.
Filhos da quimio
Nelson Marques
logo.jpglogo.jpgLargo Monterroio Mascarenhas, n.º 1, 7.º piso
1099-081 Lisboa,
Portugal
Correio electrónico: ffms@ffms.pt
Telefone: 210 015 800
Título: Filhos da quimio
Autor: Nelson Marques
Director de publicações: António Araújo
Revisão de texto: João Ferreira
Design: Inês Sena
Paginação: Guidesign
© Fundação Francisco Manuel dos Santos e Nelson Marques, Fevereiro de 2018
O autor desta publicação adoptou o novo Acordo Ortográfico.
As opiniões expressas nesta edição são da exclusiva responsabilidade do autor e não vinculam a Fundação Francisco Manuel dos Santos.
A autorização para reprodução total ou parcial dos conteúdos desta obra deve ser solicitada ao autor e ao editor.
Edição eBook: Guidesign
ISBN 978-989-8863-55-3
Conheça todos os projectos da Fundação em www.ffms.pt
Aos meus pais,
que indicaram o caminho.
Sem roupa, teu corpo está nu. Sem filhos, tua vida está despida
Mia Couto, in O Outro Pé da Sereia
Não desejo atingir a imortalidade através das minhas obras. Desejo atingir a imortalidade através de não morrer
Woody Allen
Introdução
A peixinha atómica
«Pense bem, já tem três filhos…»
Como conheci a tua mãe
Um tumor a crescer como um repolho
Desafiar a espada de Dâmocles
Agradecimentos
Introdução
Este livro começa num acaso. Ou melhor, num atraso. No verão de 2013, fui ao Centro Clínico Champalimaud encontrar-me com Fátima Cardoso, diretora da Unidade de Mama, por causa de outra história que eu estava a investigar: a de um tratamento experimental com vacinas de células dendríticas, não reconhecido pela comunidade médica, que levava centenas de portugueses desesperados a procurar salvação em duas controversas clínicas alemãs. A oncologista chegou uns minutos atrasada a essa conversa. Explicou-me que tinha estado a tratar de um caso muito delicado
: o de uma mulher com cancro que estava… grávida. Há momentos raros da carreira de um jornalista em que uma grande história nos cai no colo. Este era um desses momentos.
Passei os minutos seguintes a bombardear a Dra. Fátima com todas as questões que me assaltavam: a paciente teria de abortar? Se decidisse prosseguir a gravidez, poderia receber quimioterapia? Seria obrigada a escolher entre a vida dela e a do seu filho? Estes casos eram frequentes? À medida que ouvia as explicações e rabiscava umas notas no bloco, não conseguia deixar de pensar naquela mulher. Num momento estava na fase mais feliz da vida dela; no instante seguinte, via o seu mundo desabar, a vida fugir-lhe por entre os dedos. O que iria na sua cabeça? Não dava para imaginar a montanha-russa de emoções.
Nessa tarde fiquei a saber que o cancro durante a gestação é uma situação muito rara, embora cada vez mais frequente: afeta cerca de uma em cada mil grávidas. Até perto do início deste milénio só existiam duas hipóteses para quem estivesse nesta situação: ou abortar ou aguentar a gestação até que o feto tivesse viabilidade, induzindo o parto prematuramente para se poderem iniciar os tratamentos. Mas hoje, em alguns tipos de cancro, já é possível fazer quimioterapia enquanto o bebé cresce na