Rock Circus
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Sobre este e-book
"delinquentes juvenis, prostituição, sexo escondido, timidez, paixões de adolescentes, orfandade e alguma pitada de rock underground"
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Pré-visualização do livro
Rock Circus - Dênisson Padilha Filho
Que me importa se me aborreço durante o dia,
se à noite o elefante de ébano me levará até ela?
Teresa de La Parra
Por que em um segundo se perde tudo?
O que é o que consome a vida em um instante?
Guillermo Arriaga
o azul de tudo...
vitamina...
do céu...
chuva, vento salgado e baralho...
eu, Bugre, Alemão e Zarolho...
Cocô Beach...
a coisa toda era triste...
Margô...
as baleias sobem pra brincar...
hino das meninas cansadas...
tenho quase certeza de que estar só é minha casa...
eles eram quase selvagens...
aquilo era uma merda...
os faróis brilham na bolsa e nos sapatos...
hino das mães sozinhas...
não sei se gatos ficam tristes...
dez a zero...
nada disso eu vi...
raivas e devoções...
banquete...
filme bíblico...
a gente tem que se acostumar...
só o barulho das outras ruas dentro de mim...
rock circus...
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sobre o autor
Animaizinhos ingênuos calçados em tênis sujos. Barquinhos perdidos no comecinho dos anos 1980. A Pituba era meu mundo e a esquina era meu reino. Tinha vilão, tinha herói, tinha ancião e tinha princesa. Purpurina em redor, salto, bolsinha. E tinha eu, um quase alguém, catando um lugar na fábula.
Eu gostava de ficar ali; uma borracharia ao lado e alguns carinhas pra lavar carros faziam o cenário. Nossa turma ia chegando por volta de cinco da tarde pra não fazer nada. Era só um exercício de ser da turma, ser visto, ser aceito, só isso. Faltar à esquina alguns dias, pra mim, era como não constar no mundo. Ali eu via acontecer de tudo e ouvia as conversas na borracharia sobre qualquer assunto: carros, pneus, acidentes, estradas sem fim, farras, orgias. Os velhos levavam os carros pra borracharia ou pra lavagem e a gente ficava da esquina ouvindo aquela vitamina toda pra nossa macheza.
Meu bairro era uma mistura de tudo. Era, ao mesmo tempo, comercial e morada da classe média baixa, bancários e gente das fábricas. Por sorte, uma ou outra família morava ali por ter herdado um apartamento de dois quartos num prédio cheio de ferrugem nos canos; era o nosso caso. O bairro era formado por duas avenidas que faziam um T e por milhares de ruas com nomes de flores e estados. Era cheio de praças inacabadas onde a pirralhada gostava de ficar brincando nas manilhas que nunca serviriam pra nada e foram ficando ali pra sempre. Se a gente olhasse do céu, dava pra ver uns quinze prédios imensos e o restante era de prédios baixos e casas. Mas ainda era um bairro cheio de possibilidades de novos prédios, algumas dunas intocadas até, aonde a gente ia de vez em quando pra não fazer nada.
Um dia, acordei de um pesadelo em que o mundo explodia e pegava fogo. Veio a antiga imagem da menina japonesa, toda queimada, correndo da bomba. Em nossos dias, Reagan xerifava o mundo, como se o facínora só estivesse do outro lado do mar. Acordei cansado de correr. Pensei na minha turma da esquina e pensei nas manilhas das pracinhas da Pituba. Dariam um bom esconderijo. Caberíamos eu e mais quatro, talvez cinco.
A gente entra no carro da minha tia sexta-feira de noite. Salto de minha esquina pra cair dentro do carro, a pulso, e dormir na casa de praia deles. Vai minha