Fake News: Anatomia da Desinformação, Discurso de Ódio e Erosão da Democracia
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Fake News - Irineu Barreto
Apresentação
Este livro realiza uma análise minuciosa do fenômeno contemporâneo da desinformação política, comumente denominado como Fake News, e seus efeitos no ambiente democrático.
A obra adota a premissa de que Fake News não são meras mentiras, mas sim uma sofisticada estratégia de comunicação política, que extrapola o marco temporal dos períodos eleitorais e instaurando um clima de guerra permanente, que satura a agenda política e provoca efeitos deletérios na qualidade do debate público.
Mais adequado denominar essa estratégia como desinformação adversarial coordenada, pautada em técnicas implementadas por verdadeiros ecossistemas de produção e disseminação de conteúdo deliberadamente falso, distorcido ou calunioso, com o intuito de atacar adversários políticos, manter seguidores engajados e influenciar objetivamente no resultado das eleições.
A obra realiza uma anatomia das Fake News, conceituando-a e diferenciando-as de meras mentiras e discute como essa tática foi implementada nas eleições brasileiras de 2018 e em ataques recentes ao Supremo Tribunal Federal, às Urnas Eletrônicas e aos esforços implementados no país contra a pandemia da Covid-19.
Adota linguagem direta e objetiva com o intuito de atingir amplas camadas de leitores e suscitar o debate sobre a situação da democracia brasileira e a qualidade do debate público.
Introdução
Este livro realiza uma análise do fenômeno contemporâneo da desinformação política, comumente denominado Fake News, e seus efeitos no ambiente democrático. A obra adota a premissa de que Fake News não são meras mentiras, mas sim uma sofisticada estratégia de comunicação política, que extrapola o marco temporal dos períodos eleitorais e instaura um ambiente de guerra permanente, que satura a agenda política e provoca efeitos deletérios na qualidade do debate público.
Sim, atualmente a desinformação política no Brasil não é circunscrita aos períodos eleitorais, seus efeitos são refletidos no cotidiano das redes sociais, aplicativos de troca de mensagens em tempo real e plataformas de vídeo. Independentemente dos vencedores das eleições vindouras, a desinformação tende a prosseguir contaminando o debate público e envidando esforços para sabotar a democracia brasileira. Por isso é necessário analisar esse fenômeno de forma meticulosa e articular ações que possam mitigar seus efeitos.
No Brasil, o ano de 2018 assistiu a uma inovação na agenda política que representou uma inflexão no debate público, cujos efeitos são refletidos até o presente momento. No transcorrer daquele ano, a nação ingressou no grupo de nações que passaram a conviver com estratégias de desinformação deliberadamente adotadas com o intuito de capturar o debate público, interferir no ambiente democrático e influenciar os resultados de processos eleitorais.
Inicialmente, essas estratégias de desinformação foram denominadas como Fake News. Contudo, simplificar este sofisticado fenômeno de comunicação e classificá-lo como meras notícias falsas, representa mitigar os nefastos efeitos da sua adoção na arena democrática e em disputas eleitorais.
As táticas de desinformação, na realidade, devem ser compreendidas como sofisticadas estratégias de comunicação política e eleitoral – indissociáveis do contexto das décadas recentes pautado pela disseminação da Internet, redes sociais, aplicações de comunicação em tempo real (WhatsApp e Telegram) e plataformas de vídeos – táticas pautadas na disseminação de notícias deliberadamente falsas, distorcidas, fraudulentas, mistificadoras da realidade e possuidoras de enorme potencial para poluir o ambiente democrático.
As Fake News inauguram uma nova era de manipulação política em decorrência das funcionalidades desenvolvidas pelas Tecnologias de Comunicação e Informação, da hiperconectividade inaugurada com a invenção dos smartphones e dos novos padrões de sociabilidade propiciados pela Internet. As fronteiras entre o real e o virtual se tornam indivisíveis e os jogos de poder político passam a ser influenciados pelos movimentos do ciberespaço.
Trata-se de fenômeno relativamente recente. Em menos de uma década o cenário político mundial presenciou, ao menos três grandes cases de distorção do ambiente eleitoral, influenciados pelo advento das Fake News: o referendo para saída do Reino Unido da União Europeia (Brexit, 2016), a eleição para a presidência dos EUA (2016) e do Brasil (2018). Nos dois primeiros casos, mensagens foram disparadas para conjuntos de eleitores submetidos à segmentação, conforme perfis originários do tratamento estatístico de seus dados pessoais. Com base nesses clusters, categorizados a partir de dados obtidos de forma fraudulenta e vazados pela empresa Cambridge Analytica, foi possível mensurar a predisposição de crença dos eleitores para diferentes teores noticiosos. No terceiro evento, o disparo em massa de mensagens via WhatsApp e a propagação impulsionada artificialmente de conteúdo em redes sociais, especialmente o Twitter, exerceram papel indelével na eleição presidencial brasileira.
Reitere-se que, no Brasil, a tática da desinformação política encontra-se em pleno funcionamento, amparada em rede com ampla capilaridade e impulsionada por diversos agentes públicos e privados que compõem um verdadeiro ecossistema de disseminação de desinformação. Mais adequado denominar essa estratégia como desinformação adversarial coordenada, pautada em técnicas implementadas por verdadeiras redes de produção e disseminação de conteúdo deliberadamente falso, distorcido ou calunioso, com o intuito de atacar adversários políticos, capturar a agenda pública, manter seguidores engajados e influenciar objetivamente no resultado das eleições.
A obra realiza uma anatomia das Fake News, conceituando-a e diferenciando-as de meras mentiras, discute como essa tática foi implementada nas eleições brasileiras de 2018 e em ataques recentes ao Supremo Tribunal Federal, às Urnas Eletrônicas e aos esforços implementados no país contra a pandemia da Covid-19.
Adota linguagem direta e objetiva com o intuito de atingir amplas camadas de leitores e suscitar o debate sobre a situação da democracia brasileira e a qualidade do debate público.
CAPÍTULO 2
Anatomia da Desinformação
De que forma a desinformação age? Quais as principais características das Fake News? Este capítulo objetiva esmiuçar um caso recente de desinformação, que pode ter passado desapercebida pela maioria dos brasileiros, mas se fez notar de forma explícita na camada subcutânea