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Não Sou Perfeita
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E-book137 páginas1 hora

Não Sou Perfeita

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Sobre este e-book

Num único minuto a nossa vida pode sofrer uma volta de cento e oitenta graus. 
Num único minuto, num único telefonema, a vida de Margarida foi abaixo, o seu namorado tinha morrido. A pessoa que ela tinha planeado uma vida foi-lhe tirada. 
Será que existe uma forma certa para fazer as coisas? Uma guideline para o luto? Margarida não é capaz de lidar com a saudade, com as memórias, com os comentários das pessoas. 
Ela tenta fazer o que é certo, mas o que é certo?
As pessoas desiludem, como lidar com isso? As pessoas desaparecem, como lidar com isso? As pessoas mentem ou escondem, como lidar com isso?
Apesar de todas as dúvidas ela tem a mãe e as amigas que a apoiam e vigiam, mas nem toda a gente que a vigia lhe quer bem. 
Uma história de força, de empoderamento e de amizade.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de mar. de 2023
ISBN9791222082844
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    Pré-visualização do livro

    Não Sou Perfeita - Catarina Oliveira

    Agradecimentos

    Agradeço aos meus pais por terem sempre apoiado o meu gosto pelos livros.

    Agradeço também aos meus amigos que me disseram que este era o meu caminho certo, principalmente à Ana que sempre esteve lá para me ouvir falar sobre o livro, as dificuldades e que festejou comigo cada vitória.

    E por último, às pessoas que foram aparecendo e que sempre ficaram entusiasmadas com o livro.

    Quando olhamos para alguém, será que conseguimos ver o coração partido? Será que conseguimos ouvir o coração de alguém partir? Conseguimos ver toda a esperança a se perder pelo olhar? Conseguimos ver no momento perder-se a vontade de viver, parte da pessoa desaparecer?

    Margarida ainda não acreditou que o seu Gonçalo tenha realmente morrido. Só podia ser um engano. Como é que o amor deles podia acabar assim? Avida não podia ser assim tão injusta.

    Mas durante o funeral tudo começou a ficar tão real. E nada foi mais real do que a altura de se despedir de um caixão fechado.

    Naquele momento toda a força que ela tinha para viver desapareceu. Toda a sua esperança foi enterrada juntamente com o seu marido. E ninguém reparou que parte dela ficou para trás.

    capítulo 1

    Margarida, ou Maggie como os amigos a chamam, é uma mulher que fez vinte e seis anos recentemente. Quem a visse numa fotografia iria dizer que é uma mulher bastante atraente com uma vida totalmente normal, mas será que iriam conseguir ver a mágoa e a dor de um coração partido? Margarida é uma viúva recente e o seu Gonçalo tinha morrido ao serviço do exército e o seu corpo enterrado na semana anterior.

    Ela sempre tivera a pele num tom muito claro, até costumava brincar dizendo que tinha sido posta numa bacia de lixivia quando tinha nascido, mas de momento apresentava um tom pálido amarelado. Os olhos verdes que normalmente eram brilhantes estavam baços e sem vida. O cabelo outrora ruivo brilhante estava baço e quebradiço. A expressão sorridente e riso fácil tinha desaparecido. A vontade de viver tinha-se evaporado com a notícia.

    - Margarida não podes ficar na cama o dia todo. Tens de cuidar de ti. Há quanto tempo não tomas banho ou comes uma refeição? - Sofia, mãe de Margarida, tentava que a filha se levantasse da cama e comesse alguma coisa ou mostrasse alguma reação, esta apatia estava a preocupá-la.

    Margarida só olhava pela janela que se encontrava à frente da cama do quarto. Não tinha coragem para se levantar da cama. Sentia-se sem energia nem coragem para encarar o mundo. Não queria encarar a mãe nem o seu olhar de pena.

    Enquanto estava sem qualquer tipo de reação à voz e à presença da sua mãe, a sua mente não parava, e por norma recordava sempre os momentos com o seu amado.

    "Margarida tinha chegado ao café para se encontrar com as suas amigas de infância, Rita e Clara. Todos os meses, sem falta, encontravam-se para nunca perderem o contacto. Como é fácil perder o contacto de amizades antigas. O tempo passa, novas responsabilidades aparecem, os estudos, o trabalho, namorados e inícios de família e o tempo livre para as amizades de infância começa a escassear.

    Mal entrou no café começou à procura delas, apesar do café ser o habitual dos encontros entre amigas, ela continuava a detestar aquele primeiro minuto em que se sente completamente perdida. Mas, rapidamente se apercebe que elas ainda não chegaram.

    Escolheu uma mesa num canto junto à janela e tirou um livro dentro da mala e começou a ler. Nunca saía sem um livro na mala. Nunca se sabe quando não é preciso ocupar o tempo.

    - Olá Margarida, não sabes mesmo sair de casa sem um livro, pois não? - pergunta Clara, uma mulher de cabelo liso castanho avelã, olhos castanhos doces e com um bronze dourado lindo.

    - É muito fácil Margarida. É só deixá-lo em casa e não o colocar a fazer peso na mala. Se queres um dia eu mostro-te- reforça Rita, a amiga de cabelo encaracolado e preto, os olhos eram azuis o que causava um contraste que desarmava qualquer um.

    - Se vocês não chegassem atrasadas eu não tinha pegado nele – resmunga Margarida a brincar. As amigas nunca tinham percebido a sua paixão pelos livros. Se calhar porque nunca tinham conseguido abstrair-se completamente do ambiente que as rodeia e entrar na história. Ser a personagem principal e deixar-se seduzir pelos amantes. As personagens, aqueles homens fortes, altos e cheios de personalidades, eram os seus amantes e nunca nenhum homem real a fez suspirar assim como elas.

    - Pára de resmungar com os nossos atrasos, oh geek- ri-se Rita. Gostava sempre de brincar com Margarida – nós hoje vamos ter companhia, ontem conhecemos uns gatinhos militares e eles vêm ter connosco.

    Rita ficou com um olhar sonhador ao falar disso. Estava a lembrar-se da noite anterior com copos, música e a namoriscar. Rita e Clara adoravam sair e conhecer novas pessoas, se fossem homens bem-parecidos ainda melhor. Mas passado uns dias já tinham tantos defeitos que nunca mais lhes atendiam o telefone.

    - Sinceramente não percebo esse vosso fascínio por militares. - responde Margarida. Não se sentia confortável com este tipo de surpresas, preferia que a avisassem quando iam aparecer mais pessoas. Ficava sempre com o coração acelerado, a temperatura aumentava e transpirava sempre imenso.

    - Ora, é para eles nos porem a marchar – e começaram logo a rir-se quando repararam que cinco homens estavam a olhar para elas.

    Ficaram as três coradas até à raiz dos cabelos, até se notava na Rita, a mais morena, quando perceberam que eram a companhia dessa noite.

    - Olá meninas. Se quiserem podemos começar já a marchar- diz o que está mais à frente, é moreno com olhos claros e cabelo curto.

    Não pareciam nada incomodados pelos comentários, até pareciam bem divertidos, provavelmente já estavam habituados a este tipo de comentários.

    Parece daqueles que não sai do ginásio. Pensou Margarida. E todos têm o ar de quem engata todas, impressionante! Se pensam que irão conseguir alguma coisa comigo bem podem esquecer.

    Dos cinco homens, três morenos e dois loiros. Nenhum lhe chama particularmente a atenção, não que quisesse estar interessada, porque não estava. Sabe bem o que quer da sua vida e sabe que de momento não está interessada em romance, muito menos numa curte sem significado, iria acabar de coração partido. Só iria atrasar os seus planos.

    Já tinha o plano bem definido. Primeiro queria e tinha de ter a sua carreira bem planeada, só depois poderia andar a suspirar por borrachos. Mas claro que sentia falta do abraço, do beijo, do calor do corpo do outro e do olhar ardente. O ser prioridade de alguém, ter aquele apoio e amor.

    - Não sei se vocês se lembram, mas eu sou a Clara e esta é a Rita, e esta aqui ao canto é a Margarida, ou Maggie como nós lhe chamamos quando estamos simpáticas. – Clara estava cheia de sorrisos e a derreter-se.

    Os rapazes sorriram durante as apresentações e até fizeram uma pequena vénia às raparigas.

    - Ou seja, raramente, porque elas são umas resmungonas de primeira – brincou Margarida. Clara e Rita reviraram os olhos divertidas com este comentário, mas depois olharam para ela admiradas. Não estavam à espera da retaliação.

    Os rapazes fizeram as suas apresentações e sentaram-se à volta da mesa. Margarida ficou no meio de dois deles. Ela não estava a gostar desta situação. Estava sentada no meio de pessoas que não conhecia o que lhe causava alguma ansiedade. Lembra-se de um deles ter sido apresentado como Gonçalo e o outro como Cedrick, mas havia o toque de um deles que a ajudava a acalmar e não percebia porquê. Apesar do ar de engatatão, ele parecia calmo, calado e com um sorriso encantador."

    Margarida recordou a primeira vez que viu Gonçalo. Quem diria que se iria apaixonar quando menos esperava. A prova de que não conseguimos escolher o momento, as coisas simplesmente acontecem.

    Gostava de ter avançado logo e não ter deixado a sua ansiedade interferir. Se tivesse agido logo naquele primeiro dia tinham tido mais tempo juntos.

    Levanta-se, apesar de ser a última coisa que lhe apetece fazer, sente o corpo pesado e sem energia, mas tem de ir trabalhar.

    CAPÍTULO 2

    - Estou preocupada com a Margarida.- disse Sofia a Clara e Rita.

    - Acho que temos de dar tempo, Alice.- tenta reconfortar Clara.

    - Eu quero dar tempo. Mas ela anda sempre tão apática. Ela está muito isolada e mal fala aqui, e quando o faz, é sempre com tanta raiva.

    - Ela sente que o mundo lhe deve alguma coisa. Sente que a felicidade dos outros é uma afronta à sua pessoa – explica Clara – Eu estive a falar com um amigo meu psicólogo e ele disse-me que é um longo processo para a aceitação

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