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Nossos nós, pisados nas mós
Nossos nós, pisados nas mós
Nossos nós, pisados nas mós
E-book90 páginas37 minutos

Nossos nós, pisados nas mós

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Sobre este e-book

A poesia é um lugar intenso que, ora de frente para o rio, ora de frente para o mar, se converte em senhora do tempo, e convida as emoções a fazerem a viagem ao passado, através da fuga ao presente, dando um toque de magia à vida. Todos os poemas traduzem amor, dor, saudade, superação, incerteza, vitória e abandono. Este é o caminho onde, contando segredos, se visita o reencontro de quem por nós nunca foi esquecido. O coração do verso habita nos olhos do leitor. Cada poema um pedaço de memória; uma espécie de mapa tatuado naquela que pode ter sido a história de cada um.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento22 de abr. de 2023
ISBN9791222088570
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    Nossos nós, pisados nas mós - Luísa Serrario

    Manus Sumus

    São tuas.

    As mãos que dançam no meu olhar, desfiam a lua.

    Esculpem escamas na minha pele nua.

    Suportam os dedos que falam dos meus medos,

    Quando os lábios teus, mordem segredos.

    São nossas.

    As mãos que prevêem o futuro,

    No ventre do mundo fecundado,

    São tela de arco-íris no escuro, onde vejo,

    A incógnita da letra, insígnia em cada partida, do nosso beijo.

    São minhas.

    As mãos que cantam o coro do choro da tua guitarra,

    Amantes do verso do vento, no ventre, fervem alento.   

    Dão lugar no tempo, onde tudo é momento.

    No peito, tatuagem encarniçada de cetim

    Princesa moura nas mãos da poesia, sem fim.

    E, diz o futuro:

    Meu corpo frio na beira do rio escreve, e ninguém pode ver.

    Meu coração parado a teu lado, e o mar apaixonado, não nos sabe ler.

    São tuas, as minhas mãos, dizendo adeus. Serão sempre as nossas.

    Todo o gato tem império

    Senta-te e ouve com atenção. - Ora, por favor!

    A taça na pata do gato faz dele imperador.

    Vaidoso e confiante, não quer lareira,

    Senta-se no sofá, na beira.

    O gato faz sempre a lei, e só ele é rei.

    Cruza a perna, boceja com sono; é sua, a casa do dono.

    Todo o gato tem império de ócio e ternura,

    E bigodes de mistério, numa jarra caída ao chão.

    Todo gato sabe que sem juba, é muito mais leão.

    Sete vidas, na verdade mais de mil.

    E o gato corre, corre sem pressa.

    Ali vai o gato; um, dois, três!

    Dorme, arranha, mima e planeia.

    Acorda o dono, festeja a noite inteira.

    Além Tejo, o Lis!

    Tejo!

    Nota o que trago no bolso,

    Memória de um barco de fogo a passar,

    E a força da corrente que me leva a outro lugar.

    Olha!

    Além Tejo, o Lis.

    Na serra, a planície que fiz.

    Eu ali na morgada, em cada madrugada,

    Sonho o sonho do pinhal de D. Dinis.

    Na casca do bravo pinheiro, a saudade em verso!

    És cor de acrobata, força e âncora.

    Lis! Oh, Lis!

    És muito mais do que aquilo que vejo.

    Não tenhas ciúme,

    Porque o que faz arder o nosso lume,

    É história de quem deixa passar o cardume.

    Tejo! Mira a beleza do Lis,

    O rio que tem alma, e lentamente passa e abraça

    A cidade dos colibris.

    Vê com olhos de memória; ele escreveu a história.

    E só não viveu quem não quis.

    Tejo,

    Trago o Lis na manga que arregaça o coração,

    A paixão que recolhe na chama, o abraço da imensidão.

    Poesia é

    Poesia é saudade de quem não faz ideia

    É cheiro da paixão num livro que vive

    É nadar oceanos vestidos de pingos de rio que decide

    É olhar de sereia.

    Poesia é calma furiosa, na revolta das paredes da rua

    É tear de pensamento que jura o futuro

    É quando a vida engravida

    É metade do tanto de um certo todo de mundo.

    É quando as palavras fumam nas tardes de nevoeiro.

    É amar por inteiro.

    Poesia é um comboio que parte sem estação.

    É mulher, é voz, é letra e canção.

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