Tem um coração que faz barulho de água
De Cris Lisbôa
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Tem um coração que faz barulho de água - Cris Lisbôa
Escrevo o tempo todo. Mesmo enquanto tenho ataques de riso, danço em pontos de ônibus ou conto os dias para o Carnaval. Estou a escrever. Sobre água, corações e outros demônios. Vez em quando, pego os cadernos, as notas do celular, as anotações miúdas nas bordas dos livros, e leio. Por motivos desconhecidos, mania de oráculo, toques e saques. Brinco de tarô, percebo que gosto de reza, falo com o invisível, estou sempre a ouvir alguma canção. Sigo. Aí, teve aquele dia em que alguém me disse: Teu texto é de pirata, tem sempre um cheiro de mar
. Reli uns escritos soltos. É verdade. Escrevo para amansar vendavais e me devolver a capacidade de sístole e diástole. No entanto, escrevo, sobretudo, para escoar o misterioso mar que habita meu peito.
Desta vez, essa água toda virou livro. Este que tens em mãos. Um apanhado de lágrimas, suor e mar, inconfissões, áudios não enviados, madrugadas de lua deserta, anotações no caderno onde invento as aulas da Go, writers, alguma prosa acontecida pela passagem de um tango qualquer. Em português, a língua que exibo na pele e no sobrenome. Em espanhol, a língua dos meus suspiros e de mi corazón. Luxuosamente acompanhadas por sereias e ondinas. Pois a capa e o título são uma obra da musa Rita Wainer. E o texto de apresentação feita por Vênus: Filipe Catto.
Para você ver a sorte que tenho. Porque é só a cidade baixa, a Augusta, a praia do Arpoador em manhã de chuva fininha, o fone de ouvido, dois ou mais silêncios, aquele show a que ainda não fomos, saudade do que poderia ser, ruas vazias, vontades súbitas. E cada estrela que, sem querer, acendeste no peito, amor.
Agora, vem.
Mergulha comigo.
Escribo, siempre. Incluso cuando se me vienen ataques de risa, cuando bailo en paradas de autobús o me cuento los días para las fiestas de carnaval. Escribo. Sobre despedidas, corazones y otros demonios. A veces agarro los cuadernos, las notas en el celular, los menudos apuntes en los bordes de los libros y los leo. Por razones que desconozco, manía de oráculo, toques y salidas. Juego al tarot, me doy cuenta de que las rezas me gustan, hablo con lo invisible, estoy siempre escuchando a alguna canción. Sigo. Y entonces un día me dijeron: tu texto es de pirata, siempre huele a mar
. Volví a leer unos escritos muy dispersos. Es verdad. Escribo para amansar vendavales y devolverme la capacidad de sístole y diástole. Sin embargo, escribo, sobre todo, para que escurra la mar que me habita en el