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Sabedoria X Inteligência
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E-book481 páginas5 horas

Sabedoria X Inteligência

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Sobre este e-book

Neste livro sobre “Sabedoria x inteligência” e sub título: “Buscar através dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola a verdadeira sabedoria Divina”, buscaremos discutir que inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos os dois termos indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados. Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade autêntica. Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais otimista à vida. Por isso, o tipo de personalidade e a maturidade emocional são fatores que influenciam concretamente as realizações das pessoas. Isso também é verdadeiro em relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos outros. O conceito de sabedoria sempre esteve associado a disciplinas filosóficas ou mesmo espirituais. A inteligência nos torna eficientes e eticamente mais competentes, pessoas inteligentes têm um alto senso de eficiência e de ética. Veremos que a inteligência pode ser aplicada para fins nobres ou, ao contrário, para manipular, conspirar, trair ou planejar a ação mais sofisticada com um propósito perverso. Da mesma forma, também pode ser orientada para fins mais benéficos e superiores. A sabedoria, por outro lado, está ligada ao mais autêntico senso de bondade. A sabedoria quase sempre traz consigo uma visão muito positiva da vida, das pessoas e da realidade. Uma atitude quase sempre esperançosa, resoluta e alegre está intimamente relacionada ao descrito acima sobre o senso de bondade. Há pessoas sábias que não são brilhantes, nem inteligentes, mas que no seu dia a dia são altamente eficazes e, é claro, felizes. Em nosso livro, vai encontrar, além da teoria e definições sobre sabedoria e inteligência, um roteiro de exercícios para buscar, na prática a sabedoria Divina. Como um roteiro de exercícios físicos, a matéria é desenvolvida pela própria pessoa, ao praticar os exercícios. Comparando-se a exercícios musicais, ou seja, Os Exercícios Espirituais que pretendemos lhes aplicar através deste livro, segundo o santo católico Inácio de Loyola. O autor saluar antonio magni é leigo da Igreja Católica, formado em administração, economia e possui curso superior de religião pela Arquidiocese de Aparecida. Atualmente é oficial reformado da Aeronáutica. Além do ministério da Palavra é do grupo da Liturgia da Paróquia de São Pedro. Orientador e acompanhante dos exercícios espirituais de santo Inácio de Loyola.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento3 de jan. de 2023
Sabedoria X Inteligência

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    Sabedoria X Inteligência - Saluar Antonio Magni

    1

    AGRADECIMENTO

    Agradeço de maneira toda especial à minha esposa Teka, pelo incentivo e toda retaguarda necessária para que eu pudesse ter tempo, paz e tranquilidade para contemplar e meditar os assuntos, abordados neste livro. Agradeço também ao Padre Adroaldo, orientador do CEI, que me permitiu utilizar toda experiência dos retiros, contemplações, meditações e estudos, obtidos durante os Exercícios Espirituais de 30 dias em etapas, que realizamos eu e minha querida esposa, em Itaici. À Márcia, minha acompanhante nos exercícios, pelas suas inspiradas orientações, à Irmã Fátima que orientou nosso grupo de oração e discernimento, e a todo o pessoal do CEI, Centro de Espiritualidade Inaciana de Itaici, que me proporcionaram todo conhecimento intelectual, e especialmente afetivo, da metodologia Inaciana. Agradeço ainda os padres Jesuítas: Manuel Iglesias, Ramon, Romanelli, Quevedo, Paiva e tantos outros que trabalhei como acompanhante nos exercícios espirituais em Itaici. À todos os professores e acompanhantes dos CAP 1 e CAP2, que nos proporcionaram a especialização em Orientação e acompanhamento espiritual do exercícios Inacianos, orientados pela FAJE, em Belo Horizonte.

    2

    SUMÁRIO PG

    INTRODUÇÃO 4

    CAPÍTULO 1 DIFERENÇAS ENTRE INTELIGÊNCIA E

    SABEDORIA 11

    CAPÍTULO 2 A SABEDORIA NA HISTÓRIA E NA FILOSOFIA 17

    CAPÍTULO 3 SABEDORIA E FELICIDADE NA BÍBLIA 31

    CAPÍTULO 4 INTELIGÊNCIA E CONHECIMENTO 50

    CAPÍTULO 5 INTELIGÊNCIA EMOCIONAL 59

    CAPÍTULO 6 A SABEDORIA DOS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS

    INACIANOS 71

    CAPÍTULO 7 A MÍSTICA E A METODOLOGIA QUE SE

    BASEIAM OS EXERCÍCIOS ESPIRITUAIS NOS TRAZEM

    SABEDORIA 84

    CAPÍTULO 8 A SABEDORIA NOS MOSTRA QUE SOMOS

    PECADORES AMADOS E CHAMADOS POR DEUS 112

    CAPÍTULO 9 A SABEDORIA DO DISCERNIMENTO

    ESPIRITUAL INACIANO 135

    CAPÍTULO 10 BUSCAR SABEDORIA NA CONTEMPLAÇÃO DA PESSOA E MISSÃO DE JESUS 166

    CAPÍTULO 11 A SABEDORIA DO CAMINHO DA CRUZ 232

    CAPÍTULO 12 NA RESSUREIÇÃO DE JESUS A SABEDORIA DE VIDA NOVA 254

    CONCLUSÃO 279

    BIBLIOGRAFIA 284

    LIVROS PUBLICADOS PELO AUTOR NO CLUBE DOS

    AUTORES 286

    3

    INTRODUÇÃO

    Neste livro sobre Sabedoria x inteligência e sub título: Buscar através dos Exercícios Espirituais de Santo Inácio de Loyola a verdadeira sabedoria Divina, buscaremos discutir que inteligência e sabedoria não são a mesma coisa. Entretanto, na linguagem cotidiana, usamos os dois termos indistintamente. Vivemos em uma sociedade onde a eficiência e os resultados são valorizados. Aparentemente, apenas os mais inteligentes estão destinados a obter sucesso. No entanto, apenas os sábios conseguem uma felicidade autêntica. Eles são guiados por valores e preocupados em fazer uso da bondade, aplicando uma visão mais otimista à vida. Se procurarmos agora no dicionário o termo sabedoria, encontraremos uma definição simples: a faculdade das pessoas de agir de maneira sensata, prudente ou correta. Sendo assim, a primeira pergunta que vem à mente é: a inteligência não nos dá a capacidade de nos movimentarmos no nosso dia a dia da mesma maneira? Um QI médio ou alto não nos garante a capacidade de tomar decisões acertadas?

    É claro que sim. Também é claro que quando falamos de inteligência surgem diferentes nuances. Por isso, o tipo de personalidade e a maturidade emocional são fatores que influenciam concretamente as realizações das pessoas. Isso também é verdadeiro em relação à capacidade de investir mais ou menos em seu próprio bem-estar e no dos outros. Em vista disso, inteligência e sabedoria são dois conceitos interessantes. Eles devem ser observados, analisados e desconstruídos. Assim, poderemos ter uma ideia mais precisa e útil do que realmente são. Afinal, se queremos algo, além de ter um alto QI, é desenvolver uma sabedoria excepcional e moldar uma personalidade virtuosa. Isso vai um passo além do cognitivo e do emocional. Por mais curioso que seja, a diferença entre inteligência e sabedoria não havia sido estudada até recentemente. O conceito de sabedoria sempre esteve associado a disciplinas filosóficas ou mesmo espirituais. Nelas, os grandes mestres gregos ou figuras do budismo nos iluminaram com suas ideias, reflexões e conselhos transcendentais. Nas últimas décadas, a psicologia começou a se aprofundar no assunto.

    Pesquisas como a conduzida por dois professores do departamento de 4

    psiquiatria da Universidade da Califórnia em San Diego – Dr. Dilip V.

    Jeste e Dr. Thomas W. Meeks -, esclarecem muitas ideias interessantes.

    Sendo assim, as diferenças entre inteligência e sabedoria são as seguintes.

    O que é sabedoria? Compaixão. Auto compreensão. Moralidade.

    Estabilidade emocional. Estas palavras parecem descrever pelo menos algumas das características universais atribuídas à sabedoria, cada uma delas amplamente reconhecida e valorizada. Mas, a rigor, não existe uma definição persistente e coerente do que significa exatamente ser sábio. A sabedoria é uma virtude muito desejada, mas essencialmente inexplicada, um tema atemporal que só agora começa a atrair o escrutínio rigoroso dos cientistas. Em 2009, Dilip V. Jeste, e Thomas W. Meeks, publicaram um artigo propondo que a sagacidade – uma forma mais acadêmica de nomear a sabedoria – pode ter uma base neurobiológica. A experiência, por si só, não nos torna mais sábios! Essa ideia é importante e destrói um mito clássico. Costuma-se dizer que a experiência que a vida nos proporciona também nos dá sabedoria. No entanto, não há associação direta e definitiva entre ter vivido muito ou pouco e se tornar sábio. Essa virtude não vem naturalmente com a idade. Além disso, na atualidade, vários pesquisadores no campo da psicologia e da sociologia tentam entender um pouco melhor os processos sociais, emocionais e cognitivos que transformam a experiência em sabedoria. Na verdade, existem outras variáveis mediadoras entre as duas. Entre elas, a capacidade de refletir que condiciona a associação expressa no mito (experiência/sabedoria).

    A inteligência nos torna eficientes e eticamente mais competentes, pessoas inteligentes têm um alto senso de eficiência e de ética. Dessa forma, quando algo não se ajusta às suas expectativas, ocorre a frustração.

    Nesse sentido, tendem a ser muito orientados para os objetivos, para os resultados concretos. Acima de tudo, são focados nos resultados esperados. Muitas vezes essa visão os faz cair em estados muito desgastantes. Em média, pessoas com QI alto não toleram muita incerteza.

    Por isso, esse fator é precisamente o que as diferencia de pessoas sábias.

    Essas últimas são capazes de aceitar o inesperado. Ou seja, lidam bem com o que não se encaixa ou não acontece como planejado. Dessa forma, 5

    conseguem relativizar e ter uma perspectiva mais paciente. Além disso, tendem a ter uma personalidade mais calma e compreensiva em relação à realidade. Iremos esclarecer que existem muitas diferenças individuais entre pessoas com alto QI. Há as que tomam decisões com sucesso e responsabilidade. Por outro lado, há outras que simplesmente se deixam levar pelo mais prático ou objetivo, sem avaliar outras nuances. Se há uma clara diferença entre inteligência e sabedoria é que esta última dimensão é caracterizada por estar associada a mentes mais abertas. Dessa forma, a sabedoria possui algo que vai muito além do simples conhecimento prático. Ou seja, pessoas sábias têm uma experiência mais refletida, um profundo sentido para a vida. Através disso, passam a aceitar as incertezas e os altos e baixos da vida. Da mesma forma, há uma percepção mais precisa de como os eventos se desenvolvem com o tempo. Sendo assim, tudo isso lhes dá um senso de equilíbrio maior e mais estável.

    Veremos que a inteligência pode ser aplicada para fins nobres ou, ao contrário, para manipular, conspirar, trair ou planejar a ação mais sofisticada com um propósito perverso. Da mesma forma, também pode ser orientada para fins mais benéficos e superiores. A sabedoria, por outro lado, está ligada ao mais autêntico senso de bondade. Ela sempre teve essa conotação carregada de humanidade e um senso de espiritualidade que inspira os outros a cultivarem boas ações. Outra diferença interessante entre inteligência e sabedoria é a visão sobre a vida. A sabedoria quase sempre traz consigo uma visão muito positiva da vida, das pessoas e da realidade. Uma atitude quase sempre esperançosa, resoluta e alegre está intimamente relacionada ao descrito acima sobre o senso de bondade.

    Certamente, é daí que surge a capacidade inata do sábio para se mover.

    Dessa forma, ele nos fornece energia e desejo de avançar ao ouvir os seus conselhos e imitar sua própria visão pessoal das coisas, é muito possível que, neste momento, a gente se pergunte o que é melhor: sermos sábios ou muito inteligentes? Bem, deve-se dizer que nenhuma dimensão é melhor que a outra. Há pessoas sábias que não são brilhantes, nem inteligentes, mas que no seu dia a dia são altamente eficazes e, é claro, felizes. Portanto, podemos aspirar (na medida de nossas possibilidades) a ambas as 6

    dimensões. Podemos treinar nossos processos cognitivos, melhorar a inteligência emocional e absorver cada experiência a partir de uma perspectiva mais sensata e otimista. Afinal, a sabedoria é a arte de saber o que é mais importante em cada momento, e aplicar respostas e estratégias apropriadas para garantir o bem-estar para nós mesmos e, acima de tudo, para os outros. Essa é a chave real.

    Caros leitores/as, nestes anos tenho aprendido que nós somos responsáveis por tudo que acontece à nossa volta. Através dos nossos pensamentos, emoções e palavras, criamos situações ao longo de nossas vidas que poderão ser destrutivas ou construtivas. Todos os acontecimentos em nossas vidas até o momento em que nos encontramos foram criados por nossos pensamentos e crenças que tivemos no passado, pensamentos estes que usamos ontem, na semana passada, no mês passado, no ano passado e durante toda nossa vida. O que passou não pode ser modificado, mas, o importante é o que estamos escolhendo pensar agora, porque o pensamento sim pode ser modificado, pois todos os estados mentais negativos atuam como obstáculos à nossa felicidade.

    Muitos vivem irados, com raiva, e essa atitude é um dos maiores empecilhos para atingirmos o estado de liberdade interior, que é onde reside a felicidade. A raiva é tida como a mais hedionda das emoções, ela perturba nosso discernimento, nos causa desconforto e consegue devastar nossos relacionamentos pessoais com a força de um furacão, que põe abaixo ou pelos ares tudo que se interpõe à sua passagem. Estudos comprovam que a raiva, a fúria e a hostilidade são prejudiciais ao sistema cardiovascular, causando aumento de colesterol, de pressão alta e até de mortes prematuras.

    Muitas pessoas têm ânimo instável e atuam impulsivamente, duvidando de sua identidade e sofrendo explosões de violência contra ela mesma e contra os demais. Essas pessoas padecem de um transtorno que conduz ao abatimento e desesperança, caracterizada pela instabilidade emocional. Sem conseguir se controlar contra o abandono, ataques de ira, sensação de vazio interior e impetuosidade. Suas relações, seu sentido de si mesmo e o seu ânimo, se tornam muito instáveis. Muitos têm impulsos 7

    de gastar, ter relações sexuais abusivas e descontroladas, abusar de substâncias e comidas ou dirigir de forma temerária e incontrolável. Suas possibilidades de continuar estudando, ter um emprego ou estabelecer uma relação sentimental, casamento ou namoro se tornam difíceis. Essas pessoas tendem a experimentar longos períodos de abatimento e desilusão, interrompidos às vezes por breves episódios de irritabilidade, atos de autodestruição e cólera impulsiva. Estes estados de ânimo costumam ser imprevisível e parecem ser desencadeados menos por fatos externos do que por fatores internos da pessoa. Fique certo caro amigo, pois estes sentimentos destrutivos quando brotam dentro de nós, acabam nos dominando de tal forma que destroem nossa paz mental e por isso são corretamente considerados como os nossos inimigos internos. Esses nossos inimigos internos só têm uma função, a de nos destruir e muitas vezes envolver também quem está a nossa volta, especialmente nossos familiares e amigos, exatamente os que mais amamos ou que deveríamos amar. Nossa presença de espírito e nossa sabedoria desaparecem, sentimos uma ansiedade que nos sufoca. Acabamos perdendo a capacidade de distinguir o que é certo ou errado, e aí, somos lançados num estado de confusão tamanha que agrava ainda mais nossos problemas e dificuldades.

    Você já deve ter percebido que quando isto acontece nossa tensão tende a aumentar, nosso nervosismo e nossa fisionomia também se transformam, e emanamos, desprendemos uma vibração tão hostil que todos se afastam.

    Até os nossos animais de estimação, como o gato ou cachorro, podendo mesmo nos transformar em autores ou vítimas de crimes hediondos contra pessoas próximas, ou mesmo contra nosso próprio ser. Quantos suicídios e vidas autodestruídas eu tenho visto nestes últimos anos.

    Quantas tristezas geram! Casais se separam de uma união que deveria ser indissolúvel, filhos matam pais, pais matam filhos, amigos se distanciam, pessoas perdem o emprego. Quanta angústia e desolação!

    A ira, a raiva, a depressão, o mau humor constante, a indolência e muitos outros problemas. São todos inimigos tão poderosos, que podem ficar atuando somente por instantes ou passar de geração para geração.

    Em alguns casos temos até raiva de pessoas que já faleceram há muito 8

    tempo, e assim o inimigo interno continua ativo com toda a sua força. Em outros casos mantemos raiva por desastres financeiros ou relacionamentos que já acabou há muito tempo. Esse é o grande motivo pelo qual escrevo este livro: que minha experiência e a experiência de minha esposa, nossos erros e acertos, ajudem a cada um de vocês leitor/a, a buscarem uma vida feliz e cheia de sentido e que a cura interior seja alcançada através da oração, da contemplação e da busca de nos conformarmos à pessoa de Jesus Cristo, nosso Mestre e Senhor.

    Os exercícios que iremos propor para vocês neste livro, podem ser resumidas em três grandes metas: ser uma escola de oração, promovendo uma profunda união com Deus; desenvolver as condições humanas e espirituais para que o exercitante possa tomar uma decisão importante na sua vida; ser uma ajuda para a pessoa alcançar a liberdade de espírito, através da consciência do significado de sua existência, discernindo o que mais a conduz para a vida em plenitude. Após tratarmos da diferença e das definições de sabedoria e inteligência iremos propor um retiro espiritual Inaciano, criado e vivido por Santo Inácio de Loyola, fundador da companhia de Jesus, os Jesuítas!

    Isto significa que você, em nosso livro, vai encontrar, além da teoria e definições sobre sabedoria e inteligência, um roteiro de exercícios para buscar, na prática a sabedoria Divina. Como um roteiro de exercícios físicos, a matéria é desenvolvida pela própria pessoa, ao praticar os exercícios. Comparando-se a exercícios musicais, ou seja, um roteiro de exercícios para aprender a tocar um instrumento musical, a beleza da matéria está no resultado que a prática dos exercícios produzirem. Com o passar do tempo, a execução da música torna-se espontânea e resulta na beleza da música, na sua afinação e na sintonia com a orquestra toda.

    Os Exercícios Espirituais que pretendemos lhes aplicar através deste livro, segundo o santo católico Inácio de Loyola, são "qualquer modo de examinar a consciência, meditar, contemplar, orar vocal ou mentalmente e outras atividades espirituais... Porque, assim como passear, caminhar e correr são exercícios corporais também se chamam exercícios espirituais os diferentes modos de a pessoa se preparar e dispor para tirar 9

    de si todas as afeições desordenadas e, tendo-as afastado, procurar e encontrar a vontade de Deus, na disposição de sua vida para o bem da mesma pessoa.

    Partindo deste pressuposto e baseado em sua própria experiência espiritual, Inácio de Loyola escreveu um roteiro a fim de ajudar os outros em seu crescimento espiritual: o livro dos Exercícios Espirituais.

    Consistem em um modo e um roteiro, totalmente fundamentado na experiência do santo, para ajudar as pessoas a perceber e acolher a íntima ação de Deus em sua vida, e acolhê-la em uma dinâmica de uma participação cada vez mais efetiva na Vida e na Missão de Jesus Cristo.

    A prática dos exercícios espirituais tem exercido influência significativa na vida da Igreja Católica ao longo dos séculos. Em 1922, Pio XI declarou e constituiu Santo Inácio de Loyola Patrono celestial de todos os Exercícios Espirituais e, por conseguinte, de todos os institutos, associações e congregações de qualquer classe que ajudam e atendem aos que praticam Exercícios Espirituais. O Papa Pio XI publicou, em 1929, a Encíclica Mens Nostra: Sobre os Exercícios Espirituais, na qual comunicava aos fiéis a sua

    decisão

    de

    estabelecer

    anualmente um retiro baseado

    nos Exercícios Espirituais

    para o Papa e membros da

    Cúria Romana.

    Bem só estou na

    Introdução

    e

    estou

    querendo passar tudo para

    vocês! Vamos passar ao

    primeiro capítulo de nosso

    livro para conhecer um pouco

    sobre as diferenças entre

    sabedoria e inteligência. E

    mais no final conhecer a vida

    de Santo Inácio.

    10

    CAPÍTULO 1 DIFERENÇAS ENTRE INTELIGÊNCIA E

    SABEDORIA

    Você sabe responder prontamente qual é a diferença entre sabedoria e inteligência? Para aqueles que não têm uma resposta pronta, devemos dizer que quase ninguém se atenta para essa distinção. Apesar de não ser uma diferença sutil, não é facilmente detectada sem alguma reflexão a respeito. Neste capítulo iremos te guiar nessa reflexão para que você tenha uma compreensão mais ampla dessa diferença. Já começamos afirmando que sabedoria e inteligência são conceitos bem diferentes e que entender isso é decisivo para ser bem-sucedido na vida. Vamos começar nossa jornada?

    Sabedoria e Inteligência: dois conceitos bem diferentes! Como mencionamos no começo deste capítulo, sabedoria e inteligência são duas coisas bem diferentes. No entanto, mesmo com essa diferença, muitas pessoas costumam confundir os dois conceitos. Para que possamos compreender verdadeiramente qual é essa diferença, vamos conceituar inteligência e sabedoria a seguir. O que é inteligência? Em linhas gerais, a inteligência é a habilidade de manejar conhecimentos e aplicá-los. Por exemplo, um indivíduo que se dedica aos estudos 15 horas por dia tende a se tornar inteligente. Se, ao longo dessa jornada, não houver perda de atenção, certamente ele aprenderá significativamente a respeito de um ou mais temas. A partir desse exemplo fica claro que uma pessoa pode se tornar inteligente, desde que se esforce para isso. No entanto, uma rotina árdua de estudos não é o suficiente para fazer de alguém sábio.

    O que é sabedoria? A sabedoria pode ser definida como uma virtude que está cada vez mais difícil de encontrar atualmente. Vivemos em uma sociedade em que as crianças são direcionadas para aprender vários idiomas, equações matemáticas, física, química, entre outros conhecimentos. O objetivo desse foco em rotinas, por vezes extenuantes de estudo, é fazer de cada uma a número um em algo. Essa formatação nos permitiu ampliar consideravelmente a capacidade de retenção, interpretação e aplicação de informações. A partir desses conhecimentos 11

    se tornou possível projetar um mundo confortável ao nosso redor com carros, aviões, internet, entre outros. Em contrapartida, esses conhecimentos também permitiram ao ser humano desenvolver bombas, entre outras armas de destruição em massa. Essa exposição de ideias nos ajuda a entender que a sabedoria não está relacionada à quantidade de conhecimentos técnicos que uma pessoa possui. O sábio é aquele que consegue empregar os seus conhecimentos para conquistar os melhores resultados para si e para aqueles à sua volta. De que adianta usar seus conhecimentos para confeccionar uma bomba que pode destruir tudo aquilo que nos rodeia?

    Podemos dizer que Sabedoria é experiência + inteligência. A sabedoria não surge quando as ideias estão encarceradas. O indivíduo que age com sabedoria é aquele que está atento, que consegue aprender com as situações, sejam elas boas ou ruins. No entanto, não pode ser entendida meramente como um sinônimo de experiência, de vivência de uma série de problemas. Viver acontecimentos não faz de ninguém mais sábio, o que realmente gera sabedoria é conseguir aprender com aquilo pelo que se passa. A sabedoria pode ser definida como a soma entre experiência e inteligência. Com a inteligência a pessoa sábia consegue interpretar e estudar as experiências que vivencia para produzir resultados diferentes no futuro. A sabedoria é, ainda, uma aliada da humildade, pois somente admitindo seus erros é possível entender que eles não necessariamente representam apenas algo ruim. Ao se deparar com um resultado negativo sempre é possível observar quais foram as ações que levaram a essa resposta. Já em uma situação de conquista de vitória o indivíduo sábio não se vangloria, pois sabe que cada dia traz algo diferente. O sucesso de hoje pode ser a dificuldade de amanhã. Por que sobre inteligência e falta sabedoria?

    A sociedade atual é extremamente inteligente, afinal conseguiu desenvolver uma série de soluções tecnológicas impensadas até pouco tempo atrás. No entanto, a falta de sabedoria tem levado esse desenvolvimento para um lugar ruim e pouco evoluído. A falta de 12

    maturidade emocional e de interpretação das experiências tem levado o ser humano a se atacar quando deveria estar buscando a união. Lembra que questionamos o quanto é válido saber manejar uma tecnologia para desenvolver bombas e armas? Novamente trazemos essa questão à pauta.

    Para que desenvolver o mundo se estamos buscando nos destruir mutuamente? Essa é a melhor forma de usar o conhecimento que estamos retendo ao longo do tempo? É só observarmos o que está acontecendo na Ucrânia e Rússia e em muitos outros lugares no nosso mundo de hoje, bem como em todas as guerras mundiais e regionais que já aconteceram com muitas atrocidades causadas pelas bombas, tanque e aviões de guerra construídos com muita inteligência, mas pouca sabedoria no uso!

    Caro leitor/a se você está pensando que essa reflexão não cabe para si pela sua abrangência, propomos outra. De que adianta se tornar uma pessoa rica e influente se há cada vez menos tempo para usufruir desses bens? E de que adianta buscar arduamente por essa riqueza se o tempo em que ela poderia ser aproveitada está se esvaindo? A conclusão a que podemos chegar é a de que a sociedade atual é bastante inteligente, mas bem pouco sábia. A falta de sabedoria está em não saber como usar da melhor forma possível todo esse conhecimento que possui. O

    conhecimento deveria estar sendo utilizado para desenvolver a qualidade de vida e não para destruir outras pessoas e o planeta. Por que ser sábio é tão importante? A sabedoria é uma das virtudes mais relevantes para o ser humano e uma das que menos se trabalha para desenvolver. Ser inteligente é muito bom, porém, não vale grande coisa se não existe sabedoria para empregar essa inteligência para coisas positivas. Se a sociedade atual agisse com mais sabedoria, poderia inclusive potencializar o conhecimento que possui. Aquele que é sábio reconhece o que o outro tem a oferecer e se une a ele para criar algo ainda melhor do que faria sozinho. Então, ao invés de atacar povos vizinhos, o homem deveria buscar o diálogo com o objetivo de melhorar as suas condições de vida. Haveria certamente menos desigualdade e menos pessoas enfrentando dificuldades. Sabedoria é um sinônimo de humildade e uso prático da inteligência para melhorar a 13

    própria vida e a vida do semelhante. Você tem buscado potencializar a sua sabedoria? Quantas vezes tem olhado para o outro como um possível aliado? Tentar colocar a sabedoria em prática no dia a dia contribui para o desenvolvimento de todos.

    Portanto sabedoria é compaixão, auto compreensão, moralidade, bem como estabilidade emocional. Estas palavras parecem descrever pelo menos algumas das características universais atribuídas à sabedoria, cada uma delas amplamente reconhecida e valorizada. Mas, a rigor, não existe uma definição persistente e coerente do que significa exatamente ser sábio.

    A sabedoria é uma virtude muito desejada, mas essencialmente inexplicada, um tema atemporal que só agora começa a atrair o escrutínio rigoroso dos cientistas. Em 2009, Dilip V. Jeste, e Thomas W. Meeks, ambos professores do departamento de psiquiatria da Universidade da Califórnia, nos Estados Unidos, publicaram um artigo propondo que a sagacidade – uma forma mais acadêmica de nomear a sabedoria – pode ter uma base neurobiológica. Em outras palavras, eles propuseram que a sabedoria tem bases fisiológicas. Na edição de junho da revista The Gerontologist, Jeste e Meeks tentam ir um pouco além, tentando identificar os elementos centrais e unificadores que definem a sabedoria.

    Juntamente com colegas de outras quatro universidades, Jeste e Meeks pediram a um grupo internacional de especialistas para caracterizar os traços da sabedoria, da inteligência e da espiritualidade – e medir como cada traço é semelhante ou diferente dos outros. Há várias definições de sabedoria, mas nenhuma definição que, sozinha, abarque todos os aspectos importantes da sabedoria, disse Jeste. Inteligência e espiritualidade compartilham características com a sabedoria, mas não são a mesma coisa. Alguém pode ser inteligente, mas lhe faltar conhecimento prático. A espiritualidade é frequentemente associada com a idade, como a sabedoria, mas a maioria dos pesquisadores tende a definir a sabedoria em termos seculares, não espirituais.

    A pesquisa consistiu em um levantamento em duas partes e um questionário composto de 53 afirmações relacionadas aos conceitos de 14

    sabedoria, inteligência e espiritualidade. Cinquenta e sete especialistas foram identificados e contactados por e-mail; 30 deles responderam e participaram da pesquisa. A pesquisa foi realizada usando o método Delphi, desenvolvido pela RAND Corporation na década de 1950 e baseado no princípio de que as previsões de um grupo estruturado de especialistas são mais precisas do que as previsões de grupos ou indivíduos não-estruturados. A fase 1 do estudo revelou diferenças significativas entre os conceitos em 49 das 53 afirmações. A sabedoria foi diferenciada da inteligência em 46 dos 49 itens, e da espiritualidade em 31 itens. Na Fase 2, a definição de sabedoria foi ainda mais refinada, centrando-se em 12 itens dos resultados da Fase 1. A pesquisa pediu aos especialistas que classificassem a pertinência e importância de seis afirmações (como, por exemplo, O conceito pode ser aplicado aos seres humanos.), com base em seu conhecimento de evidências empíricas, para os conceitos de inteligência, sabedoria e espiritualidade. A escala de avaliação variava de 1

    (definitivamente não) a 9 (definitivamente sim). A seguir, os especialistas avaliaram a importância de 47 componentes – tais como o altruísmo, habilidades para a vida prática, o senso de humor, realismo, a disposição para perdoar os outros e a autoestima – para os conceitos de sabedoria, inteligência e espiritualidade. A maioria dos especialistas, afirmam Jeste e Meeks, concordou que a sabedoria pode ser caracterizada da seguinte forma: É exclusivamente humana. É uma forma avançada de desenvolvimento cognitivo e emocional alimentado pela experiência. É

    uma qualidade pessoal e rara. Ela pode ser aprendida, aumenta com a idade e pode ser medida. Ela provavelmente não é reforçada pelo uso de medicação. Uma única pesquisa, evidentemente, não pode definir a sabedoria total e completamente, diz Jeste. "O valor aqui é que houve uma concordância considerável entre os especialistas de que a sabedoria é de fato uma entidade distinta, com uma série de qualidades características.

    Os dados da nossa pesquisa devem ajudar a projetar futuros estudos empíricos sobre a sabedoria." Agora você já sabe responder prontamente qual é a diferença entre sabedoria e inteligência? Para aqueles que não têm 15

    uma resposta pronta, devemos dizer que quase ninguém se atenta para essa distinção. Apesar de não ser uma diferença sutil, não é facilmente detectada sem alguma reflexão a respeito.

    No próximo capítulo vamos refletir sobre a sabedoria na história e na filosofia e um conceito universal acerca da sabedoria. Não podemos negar o condicionamento histórico relativo a esse termo, mas vamos indicar um refinamento de determinadas noções básicas para identificar como aproximar essa noção de uma leitura filosófica e, predominantemente, epistemológica (também conhecida como a Teoria do Conhecimento, é o ramo da filosofia que estuda como o ser humano ou a própria ciência adquire e justifica seus conhecimentos). Inicialmente, propomos a apresentação de três noções paradigmáticas acerca da sabedoria, procurando estabelecer um panorama amplo que englobe tanto tradições orientais quanto ocidentais, que pretendem sustentar as diversas ramificações sobre os estudos acerca da sabedoria. São estas as três concepções gerais: a) sabedoria como sistema de vida, condicionada a normas comportamentais; b) sabedoria religiosa, atribuída a revelações, acesso a mistérios e dogmas,

    e c) sabedoria como virtude,

    com base na perspectiva

    filosófica.

    Das

    três,

    podemos atribuir algumas

    confluências, como os ideais

    de: sensatez, harmonia,

    reflexão,

    exemplaridade,

    singularidade, capacidade de

    apreensão

    e

    visão,

    orientação

    pela

    justiça,

    solidariedade e/ou amizade.

    16

    CAPÍTULO 2 A SABEDORIA NA HISTÓRIA E NA FILOSOFIA

    Para entender as propriedades fundamentais da sabedoria, é preciso resgatar as noções de maior representatividade desse saber frente aos condicionamentos da História e da Filosofia. Os princípios da sabedoria

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