Depois do acaso: Contos
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Depois do acaso - Danilo Corrêa
DEDICATÓRIA
Ao amor ruivo, minha primeira leitora.
AGRADECIMENTOS
Oxalá
Depois do acaso
O caso do acaso
Constelação
O sertão
A estátua das almas
A cidade dos monstros ou a saga da cabeça de avestruz
Hora marcada
O beijo
A tela da morte
A mesa
Um grito da janela
O caso do acaso
Cristina se apaixonou por Tomas quando viu as habilidades do rapaz com as facas. Como ele demonstrava tanta desenvoltura sem perfurar o pescoço da moça que servia como alvo? Permanecendo com a indagação, naquela noite, Cristina acompanhou o espetáculo até o fim e jurou aos céus que voltaria dezenas de vezes. Toda a magia do circo, do parque, das barraquinhas gastronômicas que ela via naquele lugar era como terremotos florais em sua existência.
Ao fundo, ficavam as jaulas de alguns animais que transpiravam um incômodo generalizado. Cristina também havia observado o cansaço e a fúria amansada de um leão, quando explorou o lugar do início ao fim. Murmurava-se pelas ruas que, quando recém-capturado, o animal arrancou a cabeça do velho domador com uma única mordida, mas não a devorou. Mesmo após o incidente, o dono do circo resolveu manter a criatura sob seu domínio, apesar de enfrentar processos e mais processos judiciais. Ele era um empresário muito vaidoso. Mesmo assim por onde passava o circo ainda fazia um pequeno sucesso.
Seguiram-se noites e mais noites de shows e magia, para o deleite de Cristina, que se tornou presença certeira. Ela insistia em presenciar quase sempre o mesmo espetáculo por causa de Tomas. Disposta no mesmo lugar, com o olhar atento e criando uma expectativa monstruosa para o melhor da noite, ela foi perdendo a paciência após tanta espera. Tinha momentos em que o show parecia uma gestação de elefante. Alguns espectadores notaram que Cristina estava aborrecida, pois ela assistia aos palhaços soltando bocejos de antipatia.
Finalmente, a banda rufou os tambores. Tomas e sua assistente ganharam o palco com gracejo. Cristina sorriu de orelha a orelha, soltando urras e vivas como se fosse uma loba no cio. Parcimônia não era requisitada em suas demonstrações de entusiasmo. O número foi rápido e sem a mesma emoção de antes. Não obstante a empolgação de Cristina era cativante e fez com que o dono do circo pedisse que Tomas a convidasse para realizar um trunfo qualquer, porque era preciso animar a noite.
Aquele astuto argentino já havia reparado na admiração da jovem pelo atirador e quis usar a disposição da moça para ganhar as manchetes e reaquecer os cofres.
— Vejam! Ele vai atirar as facas nela? – perguntou uma senhora curiosa.
— Ela é muito corajosa! É a primeira da cidade a fazer isso – comentavam alguns jovens rapazes.
Tomas puxou Cristina pelas mãos e a assistente amarrou-a no lugar que antes lhe pertencia. Cristina fixou os olhos em Tomas. Todos os seus desejos foram colocados naquele olhar. Sua respiração ficou ofegante, e ela sentiu arrepios de euforia. O rapaz percebeu a energia que emanava de Cristina e se sentiu inseguro, deixando a faca cair de sua mão, mas isso não assustou Cristina; pelo contrário, ela se sentiu poderosa. Tomas, por outro lado, achou aquilo tudo muito arriscado, pois sentia calafrios como nunca antes havia sentido. Ele pediu para sua assistente