Encontre milhões de e-books, audiobooks e muito mais com um período de teste gratuito

Apenas $11.99/mês após o término do seu período de teste gratuito. Cancele a qualquer momento.

Opções Na Prática - Aprenda Do Zero
Opções Na Prática - Aprenda Do Zero
Opções Na Prática - Aprenda Do Zero
E-book699 páginas12 horas

Opções Na Prática - Aprenda Do Zero

Nota: 5 de 5 estrelas

5/5

()

Ler a amostra

Sobre este e-book

Neste VOLUME 2 do OPÇÕES NA PRÁTICA - APRENDA DO ZERO nós vamos aprender sobre operações de VOLATILIDADE em opções - aquelas onde não nos preocupamos com tendências de alta ou de baixa, entrar em detalhes de como fazer estes trades, como conduzir os trades, como sair deles caso as coisas corram mal. Vamos estudar de forma teórica e vamos mostrar exemplos reais de trades feitos por mim no Mercado. E tudo isso de forma simples, sem precisar recorrer a milhões de coisas complicadas, sempre em linguagem acessível e do dia a dia. Operar opções não precisa ser complicado. Provei isso no VOLUME 1 desta coleção e sigo na mesma trilha neste volume. Todos os modelos estudados são com CONTROLE DE RISCO ESTRITO, nada que vá levar o amigou ou a amiga leitora à falência. Nosso objetivo é pegar a leitora ou o leitor pela mão e conduzi-los de um total desconhecedor de opções e, através do VOLUME 1 e agora do VOLUME 2, e leva-los a serem traders consistentes, conscientes, evitando riscos excessivos, almejando a riqueza no longo prazo e fazendo um trabalho de crescimento dos conhecimentos necessários para ser um trader profissional de opções até que o nosso amigo ou amiga leitora possa operar no Mercado sem precisar olhar para os lados e estar sempre com medo. O mundo das opções é vasto e estamos abrindo esse universo aos poucos para nossos amigos leitores. NÃO SEJA MAIS UM ESCRAVO DA NECESSIDADE DE HAVER UMA TENDÊNCIA PARA OPERAR NO MERCADO! Aprenda a operar os momentos de congestão, aprenda a aproveitar-se das notícias, dos balanços e aprenda como os grandes players do Mercado operam para que você possa operar como eles!
IdiomaPortuguês
Data de lançamento7 de nov. de 2021
Opções Na Prática - Aprenda Do Zero

Relacionado a Opções Na Prática - Aprenda Do Zero

Ebooks relacionados

Matemática para você

Visualizar mais

Artigos relacionados

Avaliações de Opções Na Prática - Aprenda Do Zero

Nota: 5 de 5 estrelas
5/5

1 avaliação1 avaliação

O que você achou?

Toque para dar uma nota

A avaliação deve ter pelo menos 10 palavras

  • Nota: 5 de 5 estrelas
    5/5
    Explica de maneira clara e didática assuntos complexos e operações estruturadas. Melhor livro sobre opções que já li dentre estes: "fique rico operando opções", " Derivativos, negociação e precificação" e "opções, futuros e outros derivativos."

    1 pessoa achou esta opinião útil

Pré-visualização do livro

Opções Na Prática - Aprenda Do Zero - Campos

OPÇÕES NA PRÁTICA

APRENDA DO ZERO

––––––––

VOLUME 2

VOLATILIDADE

CAMPOS

COLABORAÇÃO: LILIANE WEBER

Sumário

AGRADECIMENTOS

PREFÁCIO

INTRODUÇÃO

CONTROLE DE RISCO

UMA PALAVRINHA SOBRE OS ÇÁBYOS DO MERCADO

PARTE I

VOLATILIDADE

VOLATILIDADE IMPLÍCITA

INFLUÊNCIA DA VOLATILIDADE IMPLÍCITA NO PREÇO DA AÇÃO

INFLUÊNCIA DA VOLATILIDADE IMPLÍCITA NO PREÇO DA OPÇÃO

RAZÕES PARA SÚBITAS MUDANÇAS DE VOLATILIDADE IMPLÍCITA

COMPARAÇÃO DO TEMPO x VOLATILIDADE SOBRE O VE

FORMA OBJETIVA E SIMPLES DE SABER SE UMA OPÇÃO ESTÁ CARA OU BARATA

CARACTERÍSTICAS DA VOLATILIDADE IMPLÍCITA

PROBABILIDADES

PROBABILIDADES DE UM TRADE DAR CERTO

DESVIO PADRÃO, PROBABILIDADES E SEU USO EM OPÇÕES E AÇÕES

AS GREGAS OU AS SAFADAS

DELTA

GAMA

VEGA

THETA

VEGA x THETA, O DUELO FINAL

RHO

DIVIDENDOS

PARA O LEITOR ATENTO

RESUMÃO DAS GREGAS

ANÁLISE DE RISCO PELAS GREGAS

DELTA ZERO, DELTA HEDGE OU DELTA NEUTRO

GAMA ZERO, THETA ZERO, VEGA ZERO

OPERAÇÕES DO VOLUME 1 SOB A ÓTICA DA VOLATILIDADE

COMPRA DA CALL A SECO (Nº 1) e Nº 5, 8, 9, 10 e 11 AO MESMO TEMPO!

HEDGE COM PUT

VENDA DE PUT A SECO

OPERAÇÃO DE TAXA OU DE VENDA COBERTA DE CALLS

PARTE II

OPERAÇÕES ESTRUTURADAS DE VOLATILIDADE

MOMENTOS GRÁFICOS IDEAIS PARA OPERAÇÕES DE VOLATILIDADE

STRADDLE (long straddle)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir

Probabilidade de sucesso

Estudo de caso

Resumindo o straddle

ESTRUTURAS DERIVADAS DO STRADDLE COMPRADO

STRAP (long strap)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir

Probabilidade de sucesso

Estudo de caso

STRIP (long strip)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir

Probabilidade de sucesso

Estudo de caso

STRANGLE (long strangle)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir

Probabilidade de sucesso

Estudo de caso

Resumindo o strangle

GUTS (long guts)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir

Probabilidade de sucesso

Estudo de caso

STRANGLE ACIDENTAL

QUAL STRIKE USAR? QUAL EMPRESA OPERAR?

STRADDLE E ESTRUTURAS DERIVADAS DO STRADDLE – VENDIDO

REVISÃO DE TRAVAS DE ALTA E TRAVAS DE BAIXA

TRAVA DE ALTA

TRAVA DE BAIXA

PENSANDO EM VOZ ALTA (OU ESCREVENDO EM VOZ BAIXA!)

BORBOLETAS

BORBOLETA COMPRADA (LONG BUTTERFLY)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como Conduzir e Estudo de Caso Simulado

Estudo de Caso Real e Probabilidades de Sucesso

BORBOLETA INVERTIDA OU VENDIDA (SHORT BUTTERFLY)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir

Estudo de Caso Real e Probabilidades de sucesso

BORBOLETA DE FERRO (IRON BUTTERFLY)

O que é

Perfil financeiro

Gregas, quando fazer, como conduzir e estudos de caso

OBSERVAÇÕES FINAIS SOBRE AS BORBOLETAS

RESUMINDO AS BORBOLETAS CLÁSSICAS

ESTRUTURAS DERIVADAS DAS BORBOLETAS

CONDOR COMPRADO (LONG CONDOR)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir e Caso Simulado

Estudo de Caso e Probabilidades de Sucesso

CONDOR INVERTIDO OU VENDIDO (SHORT CONDOR)

O que é

Perfil financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir e Caso Simulado

Estudo de Caso e Probabilidades de Sucesso

CONDOR DE FERRO (IRON CONDOR)

O que é

OBSERVAÇÕES FINAIS SOBRE CONDOR, ALBATROZ E PTERODÁTILO

RESUMÃO DE GREGAS DAS ESTRUTURAS VISTAS ATÉ AGORA

BORBOLETAS DE ASA QUEBRADA (BROKEN WING BUTTERFLIES) E DERIVADOS

O que são

Perfil Financeiro

Gregas

Quando fazer

Como conduzir e um caso simulado

Estudo de Caso e Probabilidades de Sucesso

BORBOLETAS DIRECIONAIS E BORBOLETAS ASSIMÉTRICAS NO TEMPO

FORMA ALTERNATIVA DE CONDUZIR O CONDOR, O ALBATROZ E O PTERODÁTILO ASSIMÉTRICOS

BORBOLETAS POTENCIALIZANDO TRAVAS DE ALTA

BORBOLETA ZERO COST

BORBOLETA ALTERNADA

BACKSPREAD RATIOS

O que são

Perfil financeiro trade

Gregas

Quando fazer

Como conduzir e caso simulado

Estudo de caso e Probabilidade de Sucesso

ZEBRA

RESUMO ESQUEMÁTICO DOS BACKSPREADS E SPREADS

RESUMÃO DOS RISCOS, RETORNOS E GREGAS

DELTA HEDGE (HEDGE DINÂMICO)

INTRODUÇÃO

OPERAÇÕES DE TESOURARIA DE BANCOS E FUNDOS DE PENSÃO

CONDUÇÃO DO TRADE DE DELTA ZERO (DELTA HEDGE)

PORQUE TUDO ISSO ACONTECE? RELEMBRANDO UM POUCO DE GREGAS

SARDINHAS PODEM NADAR COM TUBARÕES

EQUIVALÊNCIAS ENTRE AÇÕES E OPÇÕES

CASO REAL E CONDUÇÃO DE UM TRADE

AS PERGUNTAS DE SEMPRE

RESUMO DE DELTA HEDGE

QUAL ESTRATÉGIA USAR?

PARTE III

VALE3

DELTA HEDGE

STRADDLE

STRANGLE

STRAP

STRIP

GUTS

BORBOLETÁRIO E RESTANTE DO ZOOLÓGICO

LONG BUTTERFLY COM CALLS

LONG BUTTERFLY COM PUTS

SHORT BUTTERFLY

CONDOR/ALBATROZ

PUT RATIO SPREAD

PUT RATIO BACKSPREAD

CALL RATIO BACKSPREAD

PETR4 – CONDOR

CIEL3 – BORBOLETA ALTERNADA E PUT RATIO BACKSPREAD

TEMPORADA DE BALANÇOS 2T/2021

BOVA11 – BORBOLETA

PETR4 – DELTA HEDGE

CSNA3 – DELTA HEDGE

WEGE3 – CONDOR/ALBATROZ

BBSE3 – PUT RATIO BACKSPREAD

MGLU3 – ZEBRA

ITSA4 – BORBOLETAS

VALE3 – DELTA HEDGE

XPTO – DELTA HEDGE

TEMPORADA DE BALANÇOS 3T/2021

PETR4

VALE3

USIM5

MGLU3

ITSA4

PETR4 – nova entrada

RESUMÃO DA PARTE III

EPÍLOGO

APÊNDICE I

APÊNDICE II

APÊNDICE III

APÊNDICE IV

APÊNDICE V

REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

QUEM É O CAMPOS?

SUMÁRIO DAS FIGURAS

AGRADECIMENTOS

O cara que escreve um livro fica com o nome na capa e recebe uns caraminguás minguados, mas sem outras pessoas que ficam anônimas – ou quase – não há livro algum, o projeto jamais sai do papel. No meu caso não foi diferente. Este livro não existiria sem três pessoas físicas e duas pessoas coletivas.

Antes de todos, minha esposa, Jack, minha eterna gratidão não só pelo apoio nesta empreitada, mas também pela paciência em aturar um cara estressado por vários meses, os muitos finais de semana em que fiquei horas lendo ou escrevendo em que ela ficou ao meu lado pacientemente ou catou nossa filha e levou para algum lugar para me dar tranquilidade para escrever. Dizer qualquer coisa em relação ao que sinto por ti será sempre muito aquém do que é a realidade e do que tento demostrar todos os dias.

Minha filha, meu máximo amor, você é o motivo pelo qual eu sigo na labuta, a razão pela qual eu levanto todas as manhãs e pela qual eu vou deitar de noite. Registrar esse meu (pouco) conhecimento em papel foi uma forma de te repassar isso para quando estiveres madura o suficiente para seguir, quiçá!, os meus passos. Certamente sua caminhada será mais fácil do que a minha com o que deixo registrado nestas páginas.

À minha amiga Liliane Weber, a famosa LILIKIPEDIA, meu agradecimento total, porque é uma força da Natureza essa mulher! A capacidade de estimular na escrita, de corrigir inúmeras vezes o manuscrito, os olhos de águia em pegar o menor descuido ou erro seja na língua, seja nas contas, seja no que for!, a força na propaganda e no apoio constante. Minha amiga, meu muito obrigado será sempre muito menos do que você merece. Saiba que sem você nenhum destes livros teria existido.

À comunidade da L&S (ls.com.vc), Leandro & Stormer, ao pessoal do chat, uma turma sensacional que está presente diariamente no nosso cantinho do mundo, onde todos se apoiam mutuamente, onde todos colaboram dentro do que sabem para a melhora de cada um de nós. Meus bons amigos, meu muito obrigado pela força que me deram todos os dias e em todos os momentos. Não posso excluir deste grupo os próprios instrutores da L&S, André Kaplan, Thiago Bisi e Alexandre Wolwacz Stormer, que são pessoas nota 10 e são no dia a dia muito mais do que apenas professores ou instrutores, são parceiros de jornada no Mercado. Convido, aliás, os amigos que nunca participaram do nosso chat, que venham dar uma olhada, porque tenho certeza de que irão gostar.

Finalmente, todos os compradores do meu primeiro livro de opções, o famosíssimo VOLUME 1! Não tenho certeza de se haveria um volume dois no caso de a recepção do meu trabalho ter sido minguada ou se tudo tivesse passado desapercebido. Felizmente por sua culpa isso não aconteceu. O livro foi muito bem aceito, imensamente elogiado e várias pessoas, dezenas mesmo, me procuraram pessoalmente para fazer relatos de como puderam avançar no conhecimento de opções graças a este meu primeiro livro, de como foi melhor do que os muitos cursos que haviam feito e etc. Claro, isso dá enorme força para vencermos os obstáculos e seguirmos fazendo o trabalho. Por isso, meu muito obrigado a todos vocês.

PREFÁCIO

Os anos de 2020 e 2021 certamente marcaram a história da humanidade e serão lembrados por gerações ante às mudanças que a grande crise sanitária que vivemos causou em todas as áreas de nossa sociedade.

Desde as relações sociais, maneira em que pensamos a nossa existência e envidamos a nossa evolução, passaram por enormes transformações. Certamente vimos mudanças nas políticas globais e, como não poderia ser diferente, na macroeconomia mundial. Neste ano de 2021 e talvez por alguns mais passaremos por momentos desafiadores, onde o novo normal será o resultado do exercício do constante aprendizado do ser humano na aventura heroica da superação dos atuais e próximos desafios que seguirão.

Lembra-me o mito de Prometeu onde Zeus – o rei dos Deuses – ordenou que Prometeu e seu irmão, Epimeteu, criassem os animais e as pessoas. Epimeteu fez primeiro os animais, dando a eles todas as melhores qualidades, como força e velocidade. Prometeu, contudo, percebendo que tinha sobrado muito poucas qualidades disponíveis aos humanos e inconformado roubou o fogo dos deuses e destinou aos humanos, representando o sol, a luz que nos permite a capacidade de pensar e o livre arbítrio de nossas ações dentro das consequências das reações à estas ações. Zeus, percebendo o grande desequilíbrio promovido por Prometeu ficou furioso. Amarrou Prometeu a uma rocha, onde todos os dias uma águia comia o fígado dele, metáfora sobre a forma em que somos consumidos pelos nossos desejos e esvaziamos esta capacidade celestial. Todas as noites, um novo fígado crescia para que a ave pudesse comê-lo novamente no dia seguinte. Jogou Pandora no enredo que trouxe sua caixa de surpresas que, aberta pelos humanos, espalhou todos os males dos homens e trancou ali dentro a esperança. Depois de um longo sofrimento, Prometeu foi libertado pelo herói grego Hércules que abriu o caminho dos homens virtuosos, que trilham a sua existência baseados no bem comum e na sabedoria universal.

Esta talvez seja a saga heroica na qual somos convocados.

Na área das finanças encontramos a mesma saga heroica, onde qualquer previsão ao que viria falhou. Da visão moderadamente otimista de 2019, advinda aqui no Brasil pela aprovação da reforma da Previdência, que possibilitava um caminho mais favorável para as contas públicas, uma inflação sob controle, apesar de ainda acima da meta, o que possibilitou uma aventura de juros básicos nas mínimas históricas e bolsa nas alturas, passamos para um cenário de constantes incertezas.

Nosso PIB foi sucessivamente decepcionante, desemprego alarmante, desaceleração econômica global severa, balança comercial negativa como não víamos desde 2015, fechamento de comércio, escolas, empresas, paralização da atividade econômica, dólar nas alturas e crescente inflação até os dias atuais.

Na área da saúde assistimos mais de 600 mil brasileiros morrerem e mais de 21 milhões de pessoas infectadas com o COVID. Em tempo recorde o mundo conseguiu desenvolver vacinas que nos trouxeram a possibilidade de viver, agora um novo normal.

Os bancos centrais mundiais, inclusive o nosso, iniciaram a injeção maciça de liquidez em tamanho nunca visto antes, que aos trancos e barrancos possibilitaram a retomada progressiva das atividades e uma recuperação das bolsas mundiais em V, sem antes reinar a dúvida sobre o que seria do futuro.

Mas a valorização do dólar, altas insanas das commodities, crise energética mundo afora trouxe o grande dragão da inflação de volta, sagaz e faminto. O conturbado cenário político e pré eleitoreiro terminou por colocar mais lenha na fogueira deixando a atividade de investimento aqui no Brasil complexa e desafiadora, trazendo a nossa bolsa novamente abaixo dos patamares de 2020, movimento oposto ao restante do mundo.

Lembrando o jurista Sérgio Muller, realmente O Brasil não é para amadores.

É nesse cenário na qual as pessoas físicas hoje devem obter o máximo de conhecimento possível para organizar, otimizar e maximizar os rendimentos de suas economias, trabalhando cada vez mais próximos como fazem as tesourarias das grandes instituições financeiras, atividade quase impossível sem a utilização de instrumentos como os derivativos e mais precisamente as opções, objeto de estudo neste magnífico livro do meu amigo Campos.

Campos, o grande ancião do mercado, objetiva de forma simples e singular o estudo deste mar complexo do mundo das opções, sem, contudo, deixá-lo superficial.

Neste livro o leitor conseguirá entender de maneira simples os conceitos e fundamentos das opções e utilizá-lo de forma a tornar a volatilidade a que muitos têm medo em sua aliada, na longa jornada da conquista da tão sonhada liberdade financeira.

Em uma conversa recente como autor, indagávamos como seria possível soltar a esperança da caixa fechada de Pandora para que todos pudessem trabalhar os conceitos de proteção de carteira, operações complementares aos ativos já existentes, controle de volatilidade de carteira, domínio desta volatilidade na geração de alpha neste imenso e complexo mercado, na árdua missão de rentabilizar o seu capital de maneira objetiva, eficiente e saudável, sem expor-se a riscos em demasia ou ao tão malfadado risco de ruína.

Pois bem... meu amigo Campos conseguiu sintetizar todos esses conceitos que nortearão seus investimentos de forma safa e em uma linguagem totalmente acessível nos capítulos que seguirão neste livro.

Agradeço ao Campos por trilhar o caminho dos heróis dos grandes mitos no intuito de levar este conhecimento a todos nós.

Faz-me lembrar de outra fase do famoso Warren Buffet, na qual você só descobre quem estava nadando pelado quando a maré baixa. Nos próximos capítulos tenho a certeza de que encontrarão as vestes adequadas a qualquer tipo de mar e maré.

Aqui só me resta desfrutar também deste conhecimento como o eterno aluno que serei desta grande pessoa a qual admiro pela sua coragem, humanidade e compreensão.

Desejo uma boa leitura e estudos a todos e muito sucesso em seus investimentos.

––––––––

André Kaplan, 26/10/2021.

INTRODUÇÃO

VOLUME 1 = aprender a dirigir um carro.

VOLUME 2 = aprender a pilotar um carro e iniciar a vida de piloto semiprofissional.

No nosso livro anterior, OPÇÕES NA PRÁTICA – VOLUME 1[1], nós abordamos vários modelos de operações com opções dos mais simples que há, basicamente modelos direcionais, onde o trader busca através da análise técnica (AT) perceber qual o movimento mais provável do ativo-mãe (aquele de onde a opção é derivada – por exemplo, PETR4 é o ativo-mãe das opções call e put da empresa PETROBRAS) e, assim, se aproveitar do movimento da ação para faturar com as opções. São todos modelos com potencial de perda (loss) totalmente limitado e, portanto, muito seguros de operar. Conforme dito naquele volume, um trader não precisa aprender mais do que os modelos que listei no VOLUME 1 desta série para ser vencedor no mundo das opções, não precisa se aprofundar mais do que a teoria que lá está, não precisa aprender outros modelos. Aquilo basta e mesmo assim já é uma mão cheia para dominar direito! Portanto, meu conselho é que o amigo leitor não se aventure neste novo volume se não estiver muito bem seguro dos modelos básicos apresentados no VOLUME 1, porque basicamente tudo que será utilizado de agora para a frente em todos os volumes será uma combinação de dois ou mais daqueles modelos usados ao mesmo tempo – o que aumenta a complexidade dos trades. Além disso, a partir de agora, a volatilidade será a mola mestra que irá guiar tudo que faremos.

Este conceito de volatilidade foi abordado de forma superficial no volume anterior, porque para aqueles modelos não é essencial um aprofundamento. Neste, além de olharmos os modelos lá apresentados por uma nova ótica, isto é, olharemos os mesmos modelos antes apresentados, mas com olhos de quem quer ver além, iremos também estudar outros modelos, alguns de volatilidade pura, ou seja, modelos onde a direção que a ação (ativo-mãe) fizer não é muito importante, o que vai importar é que haja movimento, ou seja, que o ativo não fique parado! Em outros modelos, será justamente o contrário, o que vamos querer é que o ativo não se mexa, que fique paradinho para termos nossos gains. Enfim, os modelos deste livro serão todos eles vistos de forma intensa pelos olhos da volatilidade, o que vai nos obrigar a ir mais fundo na teoria das opções em geral. Mas vamos fazer isso dentro da nossa forma de ver o mundo, isto é, sem frescuras, sem fru-frus, sem preciosismos, sem querer parecer o professor-doutor e, principalmente, de forma didática e com muitos, muitos exemplos para que os amigos leitores consigam nos acompanhar nesta nova jornada.

Como disse, quem souber o que está no VOLUME 1 já está muito bem servido. Então, xará, porque diabos vais escrever um VOLUME 2? Tá sem nada pra fazer?.

Acontece que muita gente vai tomar gosto por opções agora que viram que não é um bicho de sete cabeças e nem o terror do mundo que vivem pintando por aí. Com o gosto vem a curiosidade. E com a curiosidade vem a busca por mais informações e aprendizados. E não gosto de fazer um trabalho pela metade, isto é, dar o gostinho de quero mais e na hora do vamos ver largar a amiga leitora chupando o dedo. Estou aqui para ajudar e vamos juntos na nova jornada.

Como eu disse acima, no VOLUME 1 eu tentei ensinar o que a maior parte das pessoas precisa saber para dirigir no mundo das opções, tal e qual uma autoescola ensina as pessoas a dirigirem um carro. O que se precisa saber para dirigir um carro? Marchas, estacionar, olhar espelhos e etc. Nada de mecânica, nada de regulagem de motores, nada de tangentes ou outros detalhes. Entretanto, isso é fundamental para um piloto de carros profissional. E isso ensinamos neste VOLUME 2. Mas há categorias de piloto profissional, desde Kart até F1. Neste volume vamos dar os elementos para o trader evoluir de um motorista para piloto semiprofissional. E, espero, no VOLUME 3 finalmente dar ao trader condições para tentar ser um piloto profissional. Construindo gradativamente o conhecimento necessário para isso. E, se Amun-Rá permitir, no VOLUME 4 desta série, pretendo ensinar ao nosso piloto em potencial como pilotar todos os tipos de carros que há no Mercado. Estão comigo ou vão desistir no meio do caminho?!?

Vou pedir desculpas já a alguns leitores, mas terei que repetir alguns conceitos que estão no outro livro, afinal, nem todos que estão comprando este volume terão o outro – embora eu recomende enfaticamente que sim, pois é uma continuidade de pensamento. Mas, como sou bonzinho, alguns conceitos vão ter que ser repetidos.

Entretanto, aviso já que ESTE NÃO É UM VOLUME QUE COMEÇA TOTALMENTE DO ZERO[2], porque os conceitos básicos de operações com opções o leitor já necessita ter, pois, afinal como dito, os modelos que serão estudados neste livro são basicamente todos eles, o uso conjunto de dois ou mais dos modelos básicos (seja compra e venda de call, compra e venda de put, compra de uma trava de alta e venda de uma trava de baixa e etc).

O Brasil não é o paraíso para operar opções. Esse é os EUA em suas várias bolsas. Mas as coisas estão melhorando rapidamente e várias empresas hoje em dia já possuem opções negociáveis em volumes suficientes para podermos nos posicionar e ganhar dinheiro. Já conseguimos ter opções com vencimento (vamos explicar sobre isso mais para a frente) com até uns 2 anos, o que era impensável há 12 anos quando eu comecei. Mesmo assim, infelizmente, haverá muitas ações com opções sem grandes facilidades de operações. Faz parte de sermos uma bolsa de valores bem pequena em termos comparativos com as de outros países e também pelo fato de tão poucas pessoas operarem em bolsa no Brasil. Mesmo assim haverá umas 10 ou 15 empresas onde conseguiremos operar facilmente e outras 10 ou 15 empresas onde, mesmo sem tanta facilidade, poderemos operar também, ainda que com mais cuidado.

Caso deseje operar algum ativo cujas opções não apareçam no book de ofertas, basta ligar para a mesa de operações da sua corretora. O market maker é OBRIGADO a fornecer calls e puts em alguns strikes (a lista destes strikes é publicada todos os dias no site da B3[3]) e dar liquidez para eles se o delta não estiver muito irrisório (mínimo de 25) ou extremamente elevado (acima de 75). Portanto, querendo operar algum ativo cujas opções não pareçam líquidas via book, consulte o site. Se estiver entre os ativos com market maker, ligue para a mesa e solicite a liquidez. Haverá spread, sim, claro, mas aí é questão de fazer contas e ver se vale a pena fazer o trade.

Ao longo deste livro vamos buscar operar nos ativos que estiverem dando sinais e como modelos de volatilidade são específicos, não adiantaria eu selecionar apenas um grupinho de 4 ou 5 ações e operar só nelas, porque poderia não haver trade algum por semanas ou meses dentro destes modelos. Eu vou buscar trades nas opções com maior liquidez do nosso mercado e que estão listadas no quadro a seguir, então, qualquer uma delas poderá ser usada desde que se encaixe no modelo e, naquela data, tenha opções com liquidez para iniciarmos o trade.

https://blog.luizfernandoroxo.com.br/opcoes-com-mais-liquidez/  (modificado)[4]

Eu já li muitos livros sobre opções ao longo da minha vida de trader. Já fiz muitos cursos também. Porém todos eles têm algo em comum: não são práticos e não são adaptados à realidade brasileira e nem àquilo que a maior parte dos traders efetivamente faz no dia a dia. Parece que para ser professor de opções ou dar um curso ou escrever um livro o cara quer ou precisa ser bem complexo, falar de modelos malucos e pouco utilizáveis no Brasil (conforme disse, por conta de sermos uma bolsa de valores modesta em termos mundiais), falar de milhões de contas matemáticas com equações diferenciais ou derivadas ou gráficos em três dimensões! Tudo muito bonito, tudo muito lindo, mas no fim das contas o leitor fica com cara de tacho e ou abandona o mundo das opções ou usa 2 ou 3 dos modelos somente.

E mais, quase nenhum livro aborda algo fundamental a meu ver: bem, o lindo trade que eu fiz deu zebra e agora tá no prejuízo. Que diabos eu faço agora? Como eu saio desta encalacrada onde me meti!? Afinal, não existe trade que dê certo 100% das vezes. Tudo na bolsa vai falhar uma hora ou outra, inclusive tua linda e muito bem estudada estratégia em opções. Assim sendo, uma das coisas que faço questão de ensinar é como sair da confusão onde tu te meteste! E, acredite, já me enfiei em dezenas delas ao longo do tempo, portanto, nisso sou um expert! Entrar numa posição é fácil, basta apertar os botõezinhos no computador e mandar a ordem, o difícil é saber quando sair com gain (o que esperar do trade!), quando desfazer o trade no loss e, principalmente, como não deixar que o trade no loss seja efetivamente um loss e possa virar um trade vencedor novamente. Nem sempre essa última alternativa será uma possibilidade, mas muitas vezes, sim. E o sujeito que ia ter uma perda financeira por falta de saber o que fazer conseguirá ainda sair sorrindo, e com dinheiro no bolso, mais para a frente.

Eu vou utilizar exemplos simulados e exemplos reais para cada modelo de operação[5]. Mas não podendo colocar 100 de cada modelo, vou colocar alguns de cada um. A primeira parte do livro é dedicada à parte teórica necessária para operar opções com profundidade no que toca à volatilidade. Na segunda parte, há uma explicação de cada um dos modelos seguida de exemplos teóricos e pelo menos mais um real. Será uma degustação. Na terceira parte eu falo de cada um dos modelos e explico através dos exemplos.

Alguns gráficos ficaram com o texto pequeno, especialmente na versão impressa. Peço muitas desculpas por isso, mas era colocá-los assim no livro ou fazer a versão paisagem. Isso iria aumentar em umas 150 páginas o livro (e o custo), portanto, não tive como fazer nada. Nas legendas as letras miúdas estão traduzidas.

NÃO É PRECISO SABER 100 MODELOS DE OPERAÇÕES COM OPÇÕES PARA TER SUCESSO E SER FELIZ COM ELAS. SAIBA UNS POUCOS, MAS SAIBA-OS BEM E ISSO É O QUE BASTARÁ.

Agora que isso já está esclarecido, vamos começar a jornada pelo fascinante mundo da VOLATILIDADE.

CONTROLE DE RISCO

Vou repetir aqui a parte de CONTROLE DE RISCO que acho fundamental para qualquer trader, seja de ações, opções, índices e etc. Sem um ótimo controle de risco o trader está fadado a simplesmente falir. Pode não ser hoje, pode não ser amanhã, mas vai acontecer de forma inevitável. Portanto, nunca é demais reforçar esses conceitos.

Opções são por definição um tipo de trade alavancado[6], por isso tanta gente quebra com elas. Eu pretendo dormir o sono dos justos mesmo ensinando vocês, tarados e viciados em ganhar dinheiro a operar em opções e não quero saber de leitor deste livro falindo por aí. Para evitar esse problema temos que necessariamente falar de como não quebrar operando opções. Depois a gente vai para a parte de como ganhar com elas.

Para quem gostar do assunto (e eu recomendo que gostem!!!) sugiro a leitura de livros especializados em controle de risco e matemática de trades. O melhor de todos, na minha opinião, é o livro do Ralph Vince, THE MATHEMATICS OF MONEY MANAGEMENT. Esse autor, Ralph Vince, é o papa do assunto, portanto, o que conseguirem dele já será bom, mas este livro que indiquei é o tratado em termos de Controle de Risco.

Esse pequeno tutorial em controle de risco não é específico para opções, ok? É algo que deve ser visto e seguido para quem operar com qualquer forma de investimento. Opções são um instrumento naturalmente alavancado, portanto, todo o cuidado é pouco[7].

Quanto ao que o paru[8] aqui pode falar, vamos a elas (14 mandamentos do controle de risco):

1) OPERE PEQUENO: Se achas que tua mão está pequena, que estás operando pouco dinheiro frente ao teu patrimônio total, penses duas vezes e agora diminua pela metade. Agora estarás perto de ser pequeno. Não te deixes enganar porque ouves fulano ou beltrano dizendo que fez esta ou aquela (ou duzentas) operações no dia. Isso é ele ou ela. E não sabes onde ele ou ela estará em 12 meses - provavelmente falido tendo em conta as estatísticas. Vá na tua. Teu dinheiro. Tua vida. Tuas decisões. A influencia do pessoal do YOUTUBE, de colegas de chat, de participantes de fóruns ou qualquer outro grupo pode ser muito perigosa na vida de um trader... tenha muito cuidado.

GANÂNCIA + INEXPERIÊNCIA = FALÊNCIA

2) NÃO ARRISQUE MUITO POR TRADE: pense em não mais do que uns 2 a 3% do capital de trade por cada trade individualmente e jamais esteja posicionado no mercado com mais de 4 a 6% do seu dinheiro (ou seja, NÃO esteja em mais de 2 ou 3 trades ao mesmo tempo): mas Campos, isso é uma merreca!

Digamos que tu tenhas 10.000 reais, um bolo pequeno para estar no mercado, mas mesmo assim é o que muita gente que está começando terá para arriscar na bolsa. Os tais 3% que menciono são 300 reais. Falando em termos de PETROBRAS, PETR4, custando 23,10 reais, se fosse operar ações dentro do risco, ele operaria 10 ações apenas. Isso são umas 300 a 600 opções dependendo do que for fazer, portanto isso quer dizer que o trader estará operando uns 6.900 a 14.000 reais em equivalentes de ações.

Ainda acha pouco? Ou seja, o cara com apenas 3% DE RISCO está operando 69% a 140% do seu capital total! Esse é o poder da alavancagem. E daí que não precisa arriscar muito para ganhar dinheiro com opções. Todas as vezes em que você pensar que vai fazer o trade pense novamente e leia o número 1 destas dicas. OPERE PEQUENO. SEMPRE!

3) O OBJETIVO DA COISA É NÃO PERDER. O que tens a ganhar é irrelevante no trade. Ganhar é resultado de não perder e de ter alguma sorte. Quando começares a pensar em se esse trade der certo eu vou ganhar X reais... nossa, é bastante! Tô gostando disso, então é porque estás indo com sede demais ao pote. Não é necessário ganhar muito por trade para ficar rico no longo prazo! E quem quiser ficar rico na bolsa no curto prazo vai quebrar. Quer ficar rico rápido? Jogue na Mega Sena e fique na torcida. Bolsa não é para isso.

4) NUNCA ESQUEÇA O STOP! Posicione mentalmente o stop. Agora já sabe o risco máximo (lembrando: 2 a 3% do capital por trade). Então, agora é ter um alvo compatível com isso em termos financeiros! Em boa parte dos trades com opções a perda máxima será o capital investido. Isso não quer dizer que o trader não deva pensar em ter um stop, ou seja, um ponto onde ele irá sair do trade, porque claramente o trade não deu certo. Vamos exemplificar isso várias vezes na segunda parte do livro. Aliás, NÃO acredite nos valores que os programas de opções irão te dar sobre lucro máximo ou prejuízo máximo. Algumas vezes estarão errados. Saiba fazer você mesmo a conta do lucro máximo e do prejuízo máximo. Mas isso eu vou ensinar ao longo do livro.

5) AGUARDE A OPORTUNIDADE. É um trade possível? Faça-o. Não é um trade possível, seja por stop muito longo, seja por alvo muito curto, seja por chances de dar certo muito contra você ou qualquer outra coisa? Aguarde a próxima oportunidade fazendo o que um trader faz mais na vida: olhar o mercado e não operar.

6) NÃO DEIXES O TRADE LUCRATIVO ANDAR CONTRA TI! Jamais deixe um trade vencedor virar perdedor. Além de burrice financeiramente falando isso é uma tragédia do ponto de vista emocional. Na primeira oportunidade retires parte do lucro do mercado. E coloque-se de jeito que, havendo um movimento contrário ao teu trade, possas sair do mercado com o lucro que já tinhas pego e quiçá alguma coisinha mais. Mas não deixe um trade lucrativo virar prejuízo. Isso vai te arrasar psicologicamente. Muita gente faz realizações parciais, ou seja, vai saindo dos trades com parte da posição inicial (25% ou 50%) quando já há algum lucro significativo e aí aproxima o stop da operação para um valor acima do seu preço de entrada e assim a operação já não irá mais dar prejuízo. Isso traz um alívio imenso do ponto de vista psicológico e deixa o trader aliviado para conduzir o restante do trade sem tanto stress.

––––––––

A PRINCIPAL CAUSA DE MORTALIDADE ENTRE OS TRADERS DE OPÇÕES

É O OLHO GRANDE!

––––––––

7) TENHA ALVO. Ah, mas o trade pode andar muito mais do que o alvo, né?! A principal causa de mortalidade entre traders – seja de opções, seja do que for – é o olho grande. O cara faz um planejamento para um trade, aí o trade começa a ir bem... e ele ficar no maior olho grande de ganhar 1.000 ou 5.000% do valor investido. Aí deixa o trade correr além do planejado e fica desesperado quando tudo isso se vira contra ele e o que estava dando 1.000% passa a dar 5% ou até prejuízo. Deu teu alvo? Sai fora! E lembrando que nunca deve deixar o trade ganhador voltar e virar perdedor.

8) DEPOIS DE UM TRADE BOM E VENCEDOR, PARE E RELAXE! Acertou um trade muito bom!? Beleza, não faça outro trade no curto prazo. A síndrome do picão[9] vai te atingir. Ou não opere ou opere muito leve (1/4 da mão, por exemplo).

9) SE O MERCADO NÃO ESTÁ CLARO, FIQUE DE FORA! Mercado está ruim? Fique de fora, ninguém é obrigado a operar quando o mercado fica embolado. Nem traders profissionais operam em muitas destas horas. Claro que em opções há modelos específicos para faturar nestas horas, mas tem que saber muito bem o que está fazendo. Na dúvida fique de fora. Ninguém perde dinheiro na beira da praia tomando uma cervejinha, enquanto a bolsa fica alucinadamente para cima e para baixo sem definição alguma.

10) CURTA O SEU GAIN! Ganhou 3 a 5% do seu capital no mês? Fique quieto no cantinho curtindo seu magnífico gain! Não o devolva! Lembre-se, o segredo da riqueza são juros compostos, não operar alucinadamente. Eu vejo todo dia o pessoal querendo fazer trades toda hora e faturar 20 ou 30% do capital por mês (afinal, ouve-se isso toda hora no YOUTUBE ou nos chats ou fóruns de internet). ILUSÃO! O segredo da riqueza são os juros compostos. Se o trader faturar 5% ao mês ele estará entre os melhores do mundo! E vai dobrar seu capital com menos de 2 anos. Isso quer dizer que estará milionário em 20 ou 30 anos. Acredite, deu certo para o Buffet (ele não ganha mais de 20% ou 30% ao ano!) e para os grandes bancos. Vai dar certo para ti também.

11) REINVISTA O DINHEIRO! Lembre-se que aí estão os juros compostos. Pense que para ter uma vida financeiramente tranquila, o trader precisará de renda com algum fluxo confiável. Seja de um trabalho, seja de aplicações de renda fixa, seja de FIIs[10], seja do que for, mas não algo que venha de renda variável (bolsa de valores, ouro, dólar, opções), porque isso, como diz o nome, é variável e não se pode contar com esse dinheiro. O recomendável é que de todo o patrimônio de um trader ele jamais utilize em renda variável mais do que uns 25 a 50%. Assim sendo, começou a ganhar forte nas operações, tire uma parte para fora da Bolsa mantendo a proporção do seu patrimônio em renda variável nos parâmetros mencionados. Ganhou 1.000 reais? Tire 500 reais e aplique em outra coisa. Os 500 reais que sobraram, esses voltam para o capital geral da Bolsa e aumentam os 3% que podes arriscar por trade. E assim vai indo, um bolo cada vez maior permitindo cada vez operações maiores em valor financeiro, mas SEMPRE dentro do limite de risco estipulado.

12) PATRIMÔNIO X RENTABILIDADE: quanto maior o patrimônio menor vai ser a tua rentabilidade frente a ele. NÃO te espantes por isso. Com 1.000 reais é fácil acertar algum trade e ganhar 200. Com 1.000.000 vai ser difícil ganhar 200.000 reais. Basta pensar que se tu vais comprar 1.000 ações de uma empresa isso provavelmente será fácil e na maior parte das vezes ninguém no Mercado vai sequer notar essa operação. Agora se vais comprar um milhão de ações daquela mesma empresa isso será um grande trade e vai chamar a atenção de todo mundo que operar a ação no dia. E eles não vão fazer a tua vida mais fácil! Ademais, ao fazer operações tão grandes, só por essa operação vais mover o preço do ativo puxando-o para cima para todo o mercado. Acredite, o mercado estará mesmo contra ti nestes patamares. Pensando nisso tudo, então, lembre-se que se o valor total é grande, os controles de risco deverão ser mais estritos (alvos de 1% já serão uma maravilha! Aplicar 1% do capital por trade já será bom demais).

13) NUNCA FAÇAS TERMO[11]. Se fizeres, é como assinar um atestado de óbito no Mercado sem data da morte ainda, pode ser nessa, pode ser na próxima, pode demorar umas 4 ou 5 vezes, mas tu vais morrer no mercado. É uma questão de tempo.

14) OLHAR APENAS A TAXA DE ACERTO[12] E NÃO O PAYOFF[13] DAS OPERAÇÕES: esse é um erro muito comum. Procuram-se trades com alta taxa de acerto, mas esquece-se de ver se o trade é mesmo muito lucrativo ou não (o payoff indicará exatamente isso). É possível ir à falência com um setup de operações com 95% de taxa de acerto, bastando que os 5% de erros sejam catastróficos em termos de relação com o valor ganho nos acertos – isso é comum em scalps, por exemplo, onde o trader busca 20 ou 30 pontos no índice futuro, mas quando leva um stop é de 300 ou 400 pontos. O trader vai acertar um número enorme de vezes, mas um ou dois erros arrasam com o financeiro do sujeito. Por outro lado, alguns setups com 20 ou 30% de taxa de acertos poderão deixar um trader multimilionário, bastando que o payoff seja muito grande (digamos que de 10:1 – isso é, quando ganha leva 10 vezes mais dinheiro do que quando perde). Em opções vais ver muita gente propondo trades com 10:1 de alvo, 5:1 de alvo e etc. Lindo, mas raramente dá certo. Melhor pensar em trades com 1:1 ou 2:1 de payoff, pois são mais realistas e com boa qualidade de execução serão valores alcançáveis com frequência.

Tá feito.

CONTROLE DE RISCO É RESPONSÁVEL POR 60 A 70% DAS CHANCES DE UM TRADER SOBREVIVER NO MERCADO E PROSPERAR.

E já sabem que quase ninguém que conhecem segue isso. Por isso quase ninguém que conhecem vai sobreviver no mercado por muito tempo. Vão falir não interessa o quanto pareçam bem-sucedidos no curto prazo.

CONTROLE DE RISCO É NO MÍNIMO 60 a 70% da responsabilidade do trader ter sucesso ou não – o livro Money Management Risk Control For Traders menciona 90%. Setup ou método é uns 10% no máximo, por isso é basicamente irrelevante. SE não souber o que fazer, faça no cara ou coroa. Vai dar certo se tiver controle de risco e souber conduzir os trades.

Dito tudo isso, vamos ao início do estudo de opções pela volatilidade.

UMA PALAVRINHA SOBRE OS ÇÁBYOS DO MERCADO

As pessoas são muito impressionáveis com as opiniões dadas pelos famosos çábyos do Mercado, quais sejam, grandes influencers tais como gestores de grandes fundos, analistas famosos de grandes bancos, CEO de grandes empresas, Ministros de Estado, ganhadores de prêmios Nobel e outras pessoas que, de uma forma ou de outra, são foco de atenção na mídia em geral e, na era da internet, buscam a ribalta e o holofote para "dar suas çábyas conclusões e iluminar a plebe ignara[14] com a luz que emana de suas çábyas" cabeças.

Poucas coisas podem ser mais falsas!

A gente tende a fixar as opiniões que eventualmente deram certo e se concretizaram e forma-se a aura de visionário em torno de quem as emitiu, mas tendemos a esquecer as outras 99 vezes em que o mesmo visionário emitiu outras abalizadas opiniões e estas não se concretizaram. Esse é uma forma de viés muito bem estudado em Psicologia de Mercado[15]. Isso vale para todos os luminares citados acima.

No caso específico das opções, a maior parte das pessoas não sabe que os famosos Merlon e Scholes (da equação de Black and Scholes and Merlon) montaram um fundo de negociações com opções depois que se tornaram famosos com seus trabalhos acadêmicos em precificação de opções e, claro, como muitos çábios do Mercado, quebraram violentamente falindo o fundo e seus investidores.

Boa parte dos ex-Ministros da Economia ou do Planejamento também tiveram seus momentos na ribalta do Mercado e raramente um deles fez algum sucesso no Mercado.

E onde quero chegar com isso, caro amigo-leitor? Quero chamar a atenção do amigo que esses caras não são mais do que ninguém no Mercado. Sua opinião vale tanto quanto a do Zé. Na verdade, eu tenderia a acreditar mais na opinião do operador de mercado de chão de bolsa (aqueles caras que ficavam gritando nos pregões não tanto tempo atrás) do que em boa parte dos professores-doutores do Mercado e suas teorias miraculosas. Duvida?

George Fontanills cita no seu livro "The Options Course" um artigo publicado no USA Today, famoso jornal americano, onde o seguinte foi feito:

"em dezembro de 1994, economistas enviaram um questionário para quatro CEOs de companhias multinacionais, ex-ministros das Finanças de quatro diferentes países, quatro estudantes da Universidade de Oxford e quatro lixeiros. Eles foram solicitados a fazer previsões sobre aspectos corriqueiros de Economia incluindo crescimento econômico mundial, inflação, preço do petróleo e da taxa do câmbio da Libra x Dólar para dez anos (já que o estudo foi conduzido no Reino Unido). Os economistas revelaram que os CEOs e os lixeiros empataram em primeiro lugar. Os ex-Ministros das Finanças ficaram em último lugar".

E o Fontanills segue no texto em seu livro emitindo a seguinte opinião, com a qual concordo 100%:

O Mercado é o grande ‘equalizador’ em termos de educação. É irrelevante se você tem um MBA ou um doutorado ou se você é um cientista. Pessoas que abandonaram a escola no segundo grau poderão ter tão boa performance no Mercado, se não até melhores performances, se tiverem motivação, se forem disciplinadas e tiverem a habilidade necessária para operar no Mercado de Capitais.

E por que diabos eu estou falando nisso? Para mostrar para você, nobre amigo leitor, que não é necessário ser um çábyo do Mercado para ganhar dinheiro nele. Aliás, de uma forma geral os não-çábyos terão melhores resultados que os profundos conhecedores e teóricos e abalizados mestres, porque terão menos certezas, estarão mais abertos a aprender, mais facilmente abandonarão maus hábitos de operação, absorverão conceitos novos com mais facilidade e, resumindo, serão como escrever em uma página em branco para quem estiver ensinando.

Seja esse cara. Não venha cheio de certezas. Não seja o dono da razão. Não se ache o fod&%¨$%¨ão do Mercado. Seja humilde. Seja adepto de ouvir os outros. Seja aberto às novidades. Esteja pronto para mudar se o Mercado mudar. Evite a soberba, pois esta leva ao desastre.

E, a sério, não siga ninguém. Não acredite em ninguém no Mercado, por mais que o çábio pareça entender do que fala. Em boa parte das vezes serão mero chute, em outras tantas vezes será algo direcionado para influenciar as pessoas a seguirem um caminho específico (onde quem pagou o çábio vai ganhar rios de dinheiro).

Entenda que ninguém sabe o que vai acontecer do lado direito do gráfico. Como ninguém sabe o que vai acontecer na Economia ou na vida – 99% dos cartomantes e outros conhecedores do futuro são miseravelmente pobres e não é à-toa e o 1% que resta são na verdade grandes vendedores de si mesmos!

Tudo, mas TUDO MESMO, que ouvir, ler, estudar ou aprender no Mercado deverá ser testado profundamente antes de ser levado para a prática – e isso inclui tudo que estou falando aqui nestes livros. Quando digo para não acreditar em ninguém, estou incluído no bolo! Teste tudo. Analise tudo. Reveja tudo. Assim sua vida de trader será longa.

PARTE I

––––––––

Antes de tudo, por que operar volatilidade? Todo mundo sempre fala que operar tendência é mais simples, mais fácil e dá mais lucro, então, por que deveríamos operar modelos de volatilidade?

A primeira coisa a ter em mente é que opções não são ações. Ações nós podemos operar de forma tendencial, errar o trade, a ação fica no nosso bolso e meses ou anos depois ela está lá, ainda conosco. Teremos errado o trade, mas a ação segue viva. Opções, não. Opções possuem data limite de vida, elas expiram, portanto, a gente tem que acertar a tendência e o tempo no qual o alvo será atingido! E isso torna as coisas bastante mais complexas, porque se não acertarmos o tempo, mesmo acertando a tendência, o nosso dinheiro vira literalmente pó e perdemos dinheiro no mercado mesmo acertando o trade. E isso, acreditem em mim pois sei por experiência própria, dói pacas.

Segundo, mesmo em ações, acertar a tendência é relativamente simples. Podemos tomar algum sufoco durante algum tempo, mas uma vez que o mercado engrena uma tendência para um lado, ele tende a se manter nela por muito tempo. Agora, acertar o alvo preciso já começa a ficar difícil. Temos que acertar o lado do trade E o quanto o ativo vai variar dentro de um tempo razoável (se não quisermos casar com a ação como no parágrafo anterior). Isso já é muito mais difícil de fazer. No que toca às opções, veja que o tempo é nosso inimigo – quando comprados – e isso faz com que as opções percam valor diariamente. E, pior, como expliquei várias vezes ao longo do VOLUME 1, uma vez que o ativo faça um movimento contrário ao esperado por nós, as opções perdem valor de forma intensa e frequentemente não conseguem recuperar valor mesmo que a ação volte a seguir na direção que pensávamos inicialmente.

Terceiro, opções são muito mais voláteis que ações pela sua própria natureza alavancada. Claro que isso favorecerá quem estiver no mercado operando de forma a captar esses movimentos.

Esses três fatores fazem com que operar opções no modo volatilidade seja algo muito interessante.

Mesmo que o trader não seja alguém tão adepto de operações de volatilidade e seja fortemente um operador de tendência poderá se beneficiar de saber modelos de volatilidade nem que seja para poder aproveitar momentos em que o Mercado fica de lado ou complexo de operar nos modelos direcionais.

Infelizmente, operar volatilidade é um pouco mais complexo do que operar exclusivamente de forma direcional. Mas não é nada do fim do mundo, então, nada de desespero, heim? Vamos começar.

VOLATILIDADE

Bem, já falei a palavra umas duzentas vezes e não expliquei o que é. Afinal de contas, o que diacho é volatilidade?

Uma boa definição de volatilidade é esta: "é uma medida estatística que aponta a frequência e a intensidade das oscilações no preço de um ativo ou derivativo em um período determinado de tempo."

Traduzindo: volatilidade é algo que observamos em um ativo ou em um derivativo (índices e opções são derivativos) ao simplesmente verificarmos o quanto este ativo ou derivativo oscilou em termos de preço e com que velocidade isso aconteceu dentro de um prazo que nós escolhemos. Ou seja, se o troço subiu, desceu ou ficou de lado e se foi rapidinho ou

Está gostando da amostra?
Página 1 de 1