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La Révolution
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E-book251 páginas2 horas

La Révolution

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Sobre este e-book

Relato histórico romanceado da introdução das ideias liberais no Brasil imperial. Colonização e progresso científico do interior de Minas Gerais e Goiás, promovidos pelo médico francês Des Genettes e outros.
IdiomaPortuguês
Data de lançamento25 de jan. de 2021
La Révolution

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    La Révolution - J Londe

    1

    2

    J  LONDE

    LIBERALISMO

    VOL  I

    LA  RÉVOLUTION

    1ª  EDIÇÃO

    JOÃO  BATISTA  LONDE

    UBERABA

    2021

    3

    FICHA  CATALOGRÁFICA ISBN:  978-65-902287-0-3

    J  LONDE  FLOR  &  CULTURA Publicando  Para  transformar.

    2021

    1ª  Edição,  2020.

    312240046

    Copyright  ©2002  by  Londe,  João  Batista.

    4

    CAPA:  Foto  e  arte:  André  Monteiro  Londe. CONTRACAPA:  HISTÓRIAS  DE  MINAS

    Museu  de  Arte  Sacra,  instalado  na  Igreja  de  Santa Rita,  construída  em  Uberaba,  no  ano  de  1854,  e  tombada pelo  Patrimônio  Histórico  e  Artístico  Nacional  em  1939. Conta  a  história  que  Cândido  Justiniano  da  Lira  Gama, devoto  que  era  de  Santa  Rita,  e  em  cumprimento  de  uma promessa  para  se  livrar  do  vício  da  bebida,  mandou construir  em  1854  a  pequena  capelinha  em  louvor  a

    Santa.  Fonte:  Fundação  cultural  de  Uberaba  Mg.

    5

    DIDICATÓRIA

    6

    AGRADECIMENTOS Aos  amigos:

    Professor  Mário  Lúcio  Rosa.
    Padre  Murah  Rannier  Peixoto  Vaz.

    Quando  estive  em  Estrela  do  Sul,  MG,  pela primeira  vez,  em  setembro  de  2019,  encontrei um  espírito  irrequieto,  como  o  meu,  também amante  da  história.  O  professor  Mário  lúcio Rosa  me  surpreendeu.

    Sem  nos  conhecermos,  ou  nos

    apresentarmos  formalmente,  convidou-me  à

    7

    sua  casa,  e  mineiro  sendo,  foi  logo providenciando  um  café  saboroso  para acompanhar  uma  boa  prosa.

    Não  poderia  deixar  de  agradecer  a acolhida,  e  a  grande  ajuda  na  pesquisa  sobre  a vida  de  des  Genettes,  quando  esteve  por  aquelas plagas.

    Também  foi  dele  a  indicação  de  outro personagem,  um  goiano,  que  também  se interessava  pelo  assunto.

    Este,  sem  nos  conhecermos  pessoalmente,  se dignou  a  ajudar-me  na  pesquisa,  elucidando pontos  obscuros  da  vida  de  des  Genettes. Portanto  um  agradecimento  igualmente especial  ao  amigo  padre  Murah  Rannier Peixoto  Vaz,  de  Comari,  GO.

    Aos  estimáveis  amigos,  meu  muito obrigado.

    J  Londe

    Verão  2021

    8

    INTRODUÇÃO

    des  Genettes  sou  eu,  parafraseando  Gustave  Flaubert,  em ―Madame  Bovary‖.  Tamanho  o  fascínio  que  esse  espírito aventureiro  exerceu  sobre  mim,  que  o  encarnei  como  um personagem.  Tento  resgatar  das  páginas  descoradas  da  história a  figura  do  abolicionista  discreto,  do  político  brilhante,  do cientista  perspicaz,  do  experimentador  perseverante,  do articulista  comprometido  com  o  futuro.  Sem  esquecer  o  médico dedicado,  o  humanista  afetuoso,  o  professor  que  com  seu caráter  e  sabedoria  deu  de  si  uma  imensa  contribuição  à educação  do  país.  Viveu  intensamente  como  um  guerreiro,  sem fazer  concessões  à  mediocridade,  do  seu  tempo  e  dos  seus contemporâneos.  Ninguém  no  Brasil  encarnou  com  tamanha grandeza  os  ideais  da  revolução  francesa  do  século  XVIII, fazendo  da  medicina  uma  profissão  de  fé,  da  vida  uma  canção de  louvor.

    Perfeito?  Não!  Eterno?  Talvez!  Apaixonante?  Sem dúvida,  mas  acima  de  tudo  humano,  demasiadamente  humano! Que  sua  memória  não  se  apague  jamais.

    ―Não  sou  um  sábio,  sou  apenas  um  simples  e  obscuro erudito  que  trabalha  por  amor  à  ciência,  esforçando-me  para levantar  um  canto  do  véu  da  natureza  e  melhor  conhecer  o  Pai celeste,  que  se  revela  a  nós  pela  perfeição  de  sua  obra.  Gostaria de  levar  uma  pedrinha  ao  edifício  glorioso.‖

    des  Genettes,  1875.

    (Luiz  Ernesto  Wanke.  Brasil-Chinês,  Editora  Lewi).

    9

    A  HISTÓRIA

    .

    Somos  uma  flecha  a  voar  na  imensidão  do  tempo,  no espaço  de  construção  humana,  iniciado  por  Deus.  A

    história  é  o  nosso  arco.

    10

    NOTA:

    Este  livro  não  é  científico,  não  está  de  acordo  com  a  ABNT. Embora  tenha  sido  construído  sob  uma  exaustiva  pesquisa científica,  é  uma  ficção  romântica,  porque  a  história  assim  o exige.

    A  história  está  cheia  de  falhas,  cabendo  à  imaginação poética  preenchê-las.  E  isso  é  justamente  o  que  falta  aos historiadores,  presos  à  frieza  dos  fatos,  imaginação.

    Alguns  personagens  são  fictícios,  se  misturando  na  trama da  vida  de  pessoas  reais.  Completam  o  cenário,  dão  cor  ao enredo  e  sentido  à  trama.  Uns  são  inócuos,  outros  iníquos.  Há os  que  nada  representam,  e  os  que  simbolizam  uma  época,  ou uma  classe.  Grandes  personagens,  como  o  negro  Cipião,  que encarna  uma  leva  de  escravos  anônimos,  que  por  aqui  passaram sem  deixar  notícias.  Trabalhadores  forçados,  heróis  de resistência.

    Que  ninguém  pretenda  estudar  história  com  os  poetas, nem  busque  poesia  nos  compêndios.  Ambas  estão  na  vida  do

    povo  que  a  constrói.

    11

    HISTÓRIAS  DE  MINAS

    Quando  me  lancei  no  megaprojeto  ―Histórias  de  Minas‖, pretendi  resgatar  para  a  memória  histórica  as  lembranças  de personagens  esquecidos,  mais  por  não  fazerem  parte  do universo  do  dominante  do  que  por  serem  insignificantes.  De fato  não  o  foram,  ao  contrário,  suas  ações  nos  inspiram  até  hoje quando  revividas.

    Escavando  a  história  descobri  que  poucos afrodescendentes  são  louvados  como  heróis  pela  nossa sociedade,  mas  não  somente  pelo  fato  de  serem  negros. Também  há  brancos  esquecidos,  índios  relegados  ao ostracismo  da  memória  coletiva,  e  pardos  e  mestiços.  Gente que  sangrou  por  uma  causa,  resistiu  num  pelourinho,  que amou,  que  chorou.  Pessoas  do  povo  que  se  arriscaram  pela justiça,  que  empreenderam,  que  lutaram  por  aquilo  que acreditavam.  Muitos  deles  excluídos  das  benesses  sociais  e agora  também  da  história.

    E  qual  seria  o  motivo  desse  esquecimento  consensual? Afinal,  a  quem  pertence  definir  os  rumos  em  que  a  história  será construída?  Filosóficas  perguntas!

    Entretanto,  ao  longo  do  caminho  outro  desafio  se

    sobrepôs:  Encontrar  nas  decisões  políticas  do  passado  as  causas

    12

    das  desigualdades  sociais,  que  se  expressam  hoje  como racismo,  analfabetismo,  pobreza  extrema,  mortalidade  infantil, violência  urbana,  desemprego,  entre  tantas.  Quer  por  atos, como  por  omissões,  que  de  forma  fria  e  impessoal  impactaram as  vidas  de  tantas  pessoas.

    Se  forem  raízes  histórias  podem  ser  desenterradas.  Isso curvou  os  objetivos  iniciais  do  projeto  já  nos  primeiros parágrafos  do  primeiro  livro.  O  que  me  levou  a  procurar  novas ferramentas,  para  desnudar  rochas  tão  sólidas  e  cristalizadas. Mas  onde  encontrá-las?

    Chaui  1  me  ale  rtou  que  ―A  pobreza  teórica  do  pensamento brasileiro...  nos  leva  a  importar  ideias,  formando  um  ornamento grotesco.‖  Certamente  não  quero  importar  ―...  machados, ferramentas  e  coragem,  para  eu  derrotar  meus  próprios obstáculos‖,  como  me  disse  José  Régio  2  .  Nem  que  seja  para aclarar  minhas  dúvidas.  ―Prefiro  desenhar  meus  próprios  pés  na areia  inexplorada.‖

    Desta  vez,  Lajolo  3  ,  me  desiludiu,  quando  me  disse  que ―Assumimos  posições  a  partir  de  uma  tradição  cultural  que vem  se  construindo  há  séculos‖.  Não  tenho  s  aída,  a  não  ser navegar  num  mar  de  incertezas  e  erros.  E  mais  uma  vez  é Lajolo  que  me  diz  que  estamos  sempre  encontrando  respostas provisórias  para  perguntas  permanentes.

    1  Marilena  de  Souza  Chaui  (Pindorama,  4  de  setembro  de  1941)  é filósofa  e  escritora.

    2  José  Régio  ,  pseudônimo  de  José  Maria  dos  Reis  Pereira,  (  1901- 1969).  Os  trechos  aqui  representados  pertencem  ao  belo  poema intitulado  Cântico  Negro  de  sua  autoria.

    3  Marisa  Philbert  Lajolo  (São  Paulo,  SP,  1944).  Ensaísta,

    pesquisadora,  e  crítica  literária.

    13

    Tamanho  o  trabalho,  tamanho  o  medo,  tamanho  o desafio!

    Entretanto,  o  coração  bate  forte  no  peito.  A  pena  quer voar  como  se  estivesse  engastada  na  asa  de  um  passarinho.  O branco  papel  é  seu  horizonte,  a  tinta  é  o  sangue  que  pulsa  em minhas  veias.

    TRILHA  SONORA

    Ao  ler  esse  livro  sugiro  ouvir  a  música  ―Poema  sinfônico número  t  rês,  os  prelúdios‖  composta  em  1845,  por  Franslizst (1811-1886),  inspirado  por  versos  de  Lamartine  (17901869).

    Será  a  trilha  sonora  desse  romance.

    14

    ÍNDICE:

    LIBERALISMO

    LIVRO  I:  LA  RÉVOLUTION

    1-  LIBERDADE,  IGUALDADE  E

    FRATERNIDADE 2-  A  CARAVANA 3-  O  RETORNO 4-  ZEFERINO 5-  ARAXÁ

    6-  UBERABA

    7-  OS  LUZIAS

    15

    LIVRO  I

    LA  RÉVOLUTION

    (A  Revolução)

    1-  LIBERDADE,  IGUALDADE  E

    FRATERNIDADE.

    Difícil  acreditar  que  o  absolutismo  rebrote  nos  jardins da  liberdade,  num  solo  ainda  encharcado  com  o  sangue  de tantos  absolutistas  guilhotinados.  Justo  na  França!  Bem,  talvez

    nem  todos  os  déspotas  sejam  esclarecidos,  afinal  o  período

    16

    Iluminista  já  passara.  Mas  foi  o  que  se  deu,  apenas  cinquenta anos  depois  da  famosa  Revolução  Francesa,  um  absolutista ressurge  das  sombras,  como  se  quisesse  reencarnar  o  espírito de  um  fantasma.  Seu  nome?  Vale  a  pena  lembrar?  Apenas  para glorificar  aqueles  que  se  levantaram  em  armas,  como  na gravura  de  Eugéne  Delacroix  4  ,  colocando  mais  terra  sobre  a cova  rasa  dessas  múmias.  Nesse  chamado  às  armas,  um  jovem franzino  e  de  brio,  filho  de  Nicolas  Dufriche,  barão  des Genettes  5  ,  neto  do  conde  D’Arlas,  do  interior  de  Bordeaux  6  , recém-saído  dos  bancos  da  faculdade,  empunha  seu  bacamarte. Deixara  em  casa  o  seu  diploma  de  médico,  formado  em  Brest, trocando-o  pelo  campo  de  batalha.  Três  dias  gloriosos,  como seria  lembrada  na  história  essa  façanha,  em  que  o  povo novamente  se  levantava  contra  a  nobreza,  representada  agora na  figura  de  Carlos  X  7  .  O  liberalismo  da  burguesia  precisava  de espaço  político,  a  liberdade  sonhadora  da  juventude  queria respirar  novos  ares.  Os  ideais  revolucionários  se  impunham pelas  armas  recusando  o  sufocamento  dos  direitos  conquistados após  a  queda  da  Bastilha.  As  ruas  de  Paris  revivem  o  passado de  lutas,  os  gritos  por  liberdade,  igualdade  e  fraternidade, ressoam  por  de  trás  das  inúmeras  barricadas.  A  guarda  nacional revida,  a  luta  inicial  é  acirrada.  À  frente  o  jovem  Henry, intrépido,  é  alvejado  no  braço  esquerdo.  Rasga  a  manga  da

    4  Quadro  A  liberdade  guiando  o  povo  1830.

    5  Médico  das  tropas  de  Napoleão,  caído  em  desgraça  após  a derrota  de  Waterloo,  para  as  tropas  do  Duque  de  Welington.

    6  Mais  provável:  Pauillac,  Gironde,  Nouvelle-Aquitaine,  France,

    1801

    7  Nos  dias  27,  28  e  29  de  julho  de  1830,  conhecidos  como  os  três

    dias  gloriosos,  o  povo  de  Paris  e  as  sociedades  secretas  republicanas,

    liderados  pela  burguesia,  lutaram  contra  Carlos  X.

    17

    camisa  improvisando  um  curativo,  estancando  com  um  nó apertado  o  sangue  que  jorra  pelo  seu  país.  Recorda  sozinho  um trecho  dos  versos  de  Lamartine  8  ,  como  se  os  usasse  para  rezar.

    Ergue-se  da  barricada  e  corre  em  direção  ao  fogo inimigo,  indiferente  quanto  à  própria  vida.  Mas  ao  contrário  do que  diz  o  poeta,  sabe  exatamente  porque  luta,  é  um  liberal convicto.  O  que  não  sabe  é  que  ao  dizer  esses  versos  a  si mesmo  selou  seu  próprio  destino.  Sua  vida  seria  doravante  uma sucessão  de  prelúdios,  até  que  fosse  tocada  a  primeira  nota solene.  Mas  ninguém  como  ele  a  viveria  intensamente, apaixonadamente,  ninguém  encarnaria  em  si  mesmo  os  ideais da  Revolução  Francesa,  desfrutando  da  liberdade,  defendendo a  igualdade  e  promovendo  a  fraternidade.

    8  Alfonse  Lamartine,  1790-  1869.

    18

    Mas  naquele  momento  sua  atenção  se  volta  para  um jovem  caído  com  um  ferimento  à  bala.  Esquece-se  de  tudo, larga  a  arma  e  socorre  o  moço  arrastando-o  para  a  proteção  da barricada.  Socorre-o  com  curativos  improvisados.  A  seu  lado outro  cai  por  terra.  Fica  para  trás  dos  seus  companheiros  que avançam  em  vitória  contra  a  guarda  nacional.  Fiel  ao  juramento de  Hipócrates,  por  um  momento  deixa  de  ser  soldado.  Há  mais sangue  humano  nas  ruas  de  Paris  do  que  pedras  em  seus pavimentos.

    _Vivre  en  France! _Vivre! _Vivre  la  liberté! _Vivre!

    Aquele  dia  em  Paris  é  glorioso,  o  povo  comemora  a vitória.  Na  taberna  Henry  bebe  com  seus  companheiros,  cantam a  marselhesa  9  .

    Avante,  filhos  da  Pátria O  dia  da  Glória  chegou Contra  nós,  da  tirania

    O  estandarte  ensanguentado  se  ergueu O  estandarte  ensanguentado  se  ergueu Ouvis  nos  campos

    Rugirem  esses  ferozes  soldados? Vêm  eles  até  aos  nossos  braços

    9  Hino  Da  França  -  A  Marselhesa  (tradução).  Compositor:  Joseph

    Rouget  De  Lisle,  1792.  Temida  e  proibida  por  Napoleão  Bonaparte  em  seu

    governo.

    19

    Degolar  nossos  filhos,  nossas  mulheres Às  armas,  cidadãos

    Formai  vossos  batalhões Marchemos,  marchemos! Que  um  sangue  impuro Ague  o  nosso  arado!

    O  que  quer  essa  horda  de  escravos de  traidores,  de  reis  conjurados?

    Para  quem  (são)  esses  ignóbeis  entraves

    Esses  grilhões  há  muito  tempo  preparados? Esses  grilhões  há  muito  tempo  preparados? Franceses!  A  vós,  ah!  que  ultraje! Que  comoção  deve  suscitar! É  a  nós  que  consideram

    retornar  à  antiga  escravidão! Às  armas,  cidadãos

    O  quê!  Tais  multidões  estrangeiras Fariam  a  lei  em  nossos  lares! O  quê!  Essas  falanges  mercenárias

    Arrasariam  os  nossos  nobres  guerreiros Arrasariam  os  nossos  nobres  guerreiros Grande  Deus!  Por  mãos  acorrentadas Nossas  frontes  sob  o  jugo  se  curvariam E  déspotas  vis  tornar-se-iam

    Os  mestres  dos  nossos  destinos! Às  armas,  cidadãos

    Tremei,  tiranos!  e  vós  pérfidos

    O  opróbrio  de  todos  os  partidos

    20

    Tremei!  vossos  projetos  parricidas Vão  enfim  receber  seu  preço!

    Vão  enfim  receber  seu  preço!

    Somos  todos  soldados  para  vos  combater Se  tombam  os  nossos  jovens  heróis A  terra  de  novo  os  produz

    Contra  vós,  todos  prontos  a  vos  vencer! Às  armas,  cidadãos

    Franceses,  guerreiros  magnânimos Levai  ou  retende  os  vossos  tiros! Poupai  essas  tristes  vítimas

    A  contragosto  armando-se  contra  nós A  contragosto  armando-se  contra  nós Mas  esses  déspotas  sanguinários Mas  os  cúmplices  de  Bouillé  10

    Todos  os  tigres  que,  sem  piedade Rasgam  o  seio  de  suas  mães! Às  armas,  cidadãos

    Amor  Sagrado  pela  Pátria

    Conduz,  sustém-nos  os  braços  vingativos Liberdade,  liberdade  querida

    Combate  com  os  teus  defensores! Combate  com  os  teus  defensores!

    Sob  as  nossas  bandeiras,  que  a  vitória Chegue  logo  às  tuas  vozes  viris! Que  teus  inimigos  agonizantes

    10  Marquês  de  B

    B  o

    o  u u  i

    i  l l  l

    l  é

    é  ,  ,  foi  um  general  e  político  que  se  destacou como  governador  das  Antilhas  e  como  apoiante  de  L

    L  u u  í

    í  s

    s  X

    X  V V  I

    I  durante a  R

    R  e e  v

    v  o o  l

    l  u u  ç

    ç  ã

    ã  o

    o  F F  r

    r  a

    a  n n  c

    c  e e  s

    s  a

    a  ,  ,  ficando  conhecido  pela  sua  fidelidade  e  apego  à

    família  real  francesa.

    21

    Vejam  teu  triunfo,  e  nós  a  nossa  glória Às  armas,  cidadãos

    Entraremos  na  carreira  (militar)

    Quando  nossos  anciãos  não  mais  lá  estiverem Lá  encontraremos  suas  cinzas

    E  o  resquício  das  suas  virtudes E  o  resquício  das  suas  virtudes

    Bem  menos  desejosos  de  lhes  sobreviver Que  de  partilhar  seus  caixões Teremos  o  sublime  orgulho

    De  os  vingar  ou  de  os  seguir Às  armas,  cidadãos

    Formai  vossos  batalhões Marchemos,  marchemos! Que  um  sangue  impuro

    Ague  o  nosso  arado  !

    Depois  se  sucede  igualmente  outra  batalha  nas  ruas  da cidade.  E  novamente

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